O sol subia lentamente ao longo da paisagem da janela dos dormitórios masculinos de Gryffindor. Sirius acordava lentamente, abrindo os olhos com dificuldade devido à luz que entrava na sala. Viu uma forma em frente à janela. Esse alguem estava curvado e com a cabeça apoiada na mão direita.
- Remus? - indagou - Ah, Sirius, já acordaste. Toda a gente já se levantou e já saiu. - a sua voz era tremula e enquanto falava, de vez em quando levava as mãos aos olhos e fungava rapidamente.
- E o que fazes aqui?
- Dumbedore disse que eu podia não sair dos dormitórios durante uns dias. Trazem-me cá comida.
Sirius levantou-se. Esfregou os olhos e despenteou um pouco os cabelos. Bocejou.
- É por causa... do que se passou na sexta-feira? Já é domingo.
- Tu não percebes, Sirius, não percebes. - Remus não aguentou mais. Sirius viu escorrerem pela sua cara inumeras lágrimas silenciosas mas sofridas.
- Tens de ter calma, Moony, tudo se esquece.
- Calma? CALMA? - Remus alterou-se - Como é que queres que eu tenha calma?
- Ora, lobo, tu sabes como é Hogwarts. Tudo se esquece passado uns dias.
- Duvido, e tu sabes que não é assim tão fácil!
- A sério, tu só tens que.
- NÃO É TÃO FACIL, CARAMBA! NÃO PERCEBES? - Remus levantou-se com os olhos vermelhos - TODOS, TOOODOS SABEM QUE EU SOU UM LOBISOMEM!
- Nem todos! A giraça que veio de França.
Remus foi contra Sirius e empurrou-o contra a parede, colocando o seu antebraço no pescoço de Sirius.
- Não brinques com isto! É SÉRIO, AO CONTRÁRIO DA TUA VIDA! PENSAS QUE É TUDO A BRINCAR!
As suas faces estava muito próximas, os seus narizes quase tocavam.
- Remus, disseste isso da boca para fora porque eu sei que sabes que não é bem assim.
- Eu... eu... desculpa-me, Sirius. - largou o amigo e encostou-se à parede, escorregando devagarinho até ficar sentado no chão. Colocou os cotovelos nos joelhos dobrados e tapou a cara com as mãos - Não sei o que se passa comigo.
- Levanta-te.
- Como?
- Levanta-te.
Remus levantou-se devagar e olhou para Black. Este esmurrou-o com força na face direita. Lupin lacrimejou.
- Porque fizeste isso?
- Para não seres parvo.
- Não era preciso usares tanta força.
- Era e tu sabes disso.
Moony olhou Padfoot nos olhos. Esmurrou-o também. Sirius mal se mexeu, mas fechou os olhos e uma lágrima escorregou.
- Agora, eu é que não percebi porque fizeste isto. - disse - Tu sabes porquê.
- Sei?
- Sim.
- Então, e porque foi, já que dizes que eu sei?
- Pela mesma razão que me bateste.
- Qual?
Remus aproximou-se de Sirius.
- Esta. - murmurou.
Beijou-o nos lábios muito suavemente. Black correspondeu e rolou, até encostar Remus à parede. Separou-se dele.
- Então, sabíamos os dois muito bem porque é que te bati e tu a mim. - falava baixinho, com a face sempre próxima da de Remus. Agora foi Sirius que beijou Remus.
Sirius percorreu com as mãos o corpo magro de Lupin até ao fim da sua camisola branca e começou a puxá-la para cima. Separaram-se.
- Tens a certeza que queres continuar? - murmurou Padfoot muito, muito baixinho.
- Quero, se quiseres.
Padfoot beijou ferozmente Moony e tirou-lhe a camisola.
O dia começou a aquecer, assim como o ambiente entre os dois rapazes de Gryffindor.