Este capítulo é dedicado especialmente a minha amiga Sah Rebelde, outra apaixonada pelo Alberich... Maiores informações, leiam as notas finais.
Um super beijo, Sah!
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Capítulo III
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E, quando vier o clímax,
Eu, (...), lembrarei do meu ancestral lá em cima
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Parecia um jardim ou algo assim, como o gramado todo coberto de neve e as árvores formando uma clareira fechada em volta. Mas quem caminhasse por ali logo tomaria um susto: expostos como troféus, grandes cristais de ametista alinhavam-se em círculos, alguns continham ossos secos, outros corpos ainda em decomposição. Uma terrível visão fúnebre, menos para o orgulhoso rapaz que as observava demoradamente.
Toda a sua história de lutas e batalhas podia ser contada por aquelas ametistas. Alberich não era somente um nobre de Asgard, era também um guerreiro. Dotado de um cosmo poderoso desde seu nascimento, tinha sido treinado nas técnicas de combate criadas por seu antepassado Alberich 13°, um poderoso guerreiro deus de Asgard.
Claro que os tempos eram outros, havia paz naquela terra e a presença dos guerreiros deuses era algo remoto e desnecessário. Mas para Alberich, a sua habilidade poderia ter outra serventia. Poderia ser um meio muito útil de acabar com Hilda e conquistar o posto de governante de Asgard.
Não muito longe dali, uma enorme construção de pedra emergia em meio ao bosque do palácio. A cripta onde eram enterrados os membros da família real de Asgard era, ao mesmo tempo, imponente e assustadora. Uma pesada porta de ferro com a figura de Odin entalhada adornava a entrada e duas tochas permanentemente acesas indicavam que ali era um lugar sagrado.
Estava mais frio que o habitual e ninguém, nem mesmo os soldados da guarda real, circulavam pelo lugar. Movendo-se por entre as árvores, uma sombra precipitou-se até a cripta e forçou a porta, que ainda não havia sido trancada por conta das homenagens à Durval. Caminhando sem fazer barulho, foi até o altar dos fundos, onde estava uma lápide de pedra talhada com inscrições fúnebres.
Aproximando-se com cautela, Gwyneth depositou uma rosa vermelha sobre a lápide e sorriu, com um ar de deboche.
-Em toda sua vida desprezível não fez algo que prestasse realmente... Mas ao menos deixou a Edwina uma herança de que ela jamais se esquecerá... E de que se orgulhará, eu garanto...
Voltando-se para a saída, Gwyneth colocou novamente sua capa sobre o rosto e saiu da cripta. Na direção oposta, vinha um rapaz, caminhando de cabeça baixa e pensativo.
Quando a garota passou ao seu lado, a presença dela fez com que ele levantasse a cabeça. Por um breve instante, seus olhares se encontraram e um arrepio crescente correu por sua espinha.
-Mas que olhos são aqueles? Parecem até soltar faíscas... – disse Shido para si mesmo, observando Gwyneth sumir pela trilha.
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Fim de tarde. O silêncio que reinava no Valhalla foi quebrado pelo soar de uma trombeta, anunciando que o conselho de Asgard havia sido convocado para uma reunião.
Sentada na cabeceira de uma grande mesa, Hilda mirava o vazio com os olhos cansados. À sua direita, sua irmã Freya estava de cabeça baixa. Á esquerda, Siegfried, chefe da guarda real, seguido por Hagen, o segundo em comando. Frente a ele, Shido. Continuando à esquerda, um jovem de cabelos loiros e olhar triste, conhecido pelo nome de Mime. E um lugar vazio à sua frente.
A porta do salão abriu-se pesadamente e Alberich entrou, cumprimentando a todos com um aceno. Tomando seu lugar à mesa, não deixou de notar o olhar atravessado de Siegfried sobre si.
-Muito bem, senhores nobres membros do conselho de Asgard... – Hilda começou a falar, o tom de voz cansado – Eu os convoquei para esta reunião para que possamos discutir o que será feito daqui para frente, após a morte de meu tio Durval...
Hilda falava com pesar, sentimento que de certa maneira era compartilhado pelos demais. Menos por Alberich. O rapaz, extremamente entediado, procurava distrair seus ouvidos para não ter que se preocupar com tanta ladainha. E pior que isso: ter que engolir aquela idiota em pose de destaque, como se já fosse a governante de Asgard.
A princesa terminou de falar o que queria, alguma bobagem sobre os rumos que deveriam tomar, as opiniões imbecis dos homens presentes, a fala mole e sonolenta de Freya...
-Alberich... – Hilda o chamou – Não tem nada a nos dizer a respeito do assunto tratado?
O rapaz encarou Hilda, depois um por um dos membros do conselho. Arqueando o corpo para frente para melhor ser visto e ouvido, ele falou, como um tom de voz calculadamente pesaroso.
-Princesa Hilda, minha sincera opinião é de que não deveria se preocupar com estes assuntos, pelo menos por agora. A morte de seu tio é muito recente, todos ainda a sentimos com pesar... E a senhorita não está em condições sequer de realizar seus afazeres normais, que dirá governar Asgard...
-E o que sugere que façamos, Alberich?
-Eu sugiro que a princesa descanse e deixe que nós, os membros do conselho, cuidemos de tudo que diz respeito ao Valhalla e à Asgard... O anúncio de um novo governante só será feito na próxima semana e a senhorita precisa estar preparada para tanto, princesa Hilda.
-Alberich tem razão, princesa... – Mime se manifestou em apoio ao rapaz – A senhorita precisa descansar, o baque pela morte de Durval foi muito grande.
Em pouco tempo, a discussão estava encerrada. E Alberich ostentava um sorriso vitorioso nos lábios. A sua estratégia tinha surtido efeito... Hilda seria afastada de todo e qualquer assunto relativo ao Valhalla e a administração de Asgard. E o caminho estaria praticamente livre para que ele concretizasse seus planos.
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Do lado de fora do palácio, escondida na penumbra, Gwyneth sorria para si mesma. Tinha acabado de ser informada sobre a reunião do conselho e seus rumos.
-Parece-me que este Alberich é mais esperto do que imaginava... Ótimo! Ele pode ser um valioso aliado em minha missão nesta terra...
Sorrindo, Gwyneth foi embora. Mais tarde voltaria, precisava fazer uma visita a um certo alguém...
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Era hora de arquitetar os passos de seu plano. Pensar com clareza e calma. Tirar Hilda definitivamente de seu caminho era apenas o primeiro e mais importante passo. Quando conseguisse a proeza, seria preciso levar a questão ao conselho.
Freya seria descartada logo de cara como substituta, não estaria preparada para tamanha responsabilidade, sempre fora uma garotinha ingênua e imbecil. Restariam, então, os membros do conselho.
Siegfried e Hagen também não poderiam, embora tivessem participação ativa no conselho, suas famílias não eram tradicionais em Asgard, o que os desqualificava de certo modo. Mime também não seria o indicado, embora seu pai tivesse sido um nobre e muito respeitado guerreiro.
Restaria apenas Shido, o filho da mais tradicional, rica e próspera família da região. E tal qual Alberich, o rapaz possuía conhecimento de tudo o que acontecia no Valhalla, sua administração e recursos.
Não seria tão difícil disputar o posto com Shido, problema maior seria eliminar Hilda. Pondo-se a pesquisar na biblioteca do palácio, Alberich procurava uma maneira de acabar com a princesa, sem deixar vestígios de sua participação no que pretendia fazer.
Sem remorsos ou dor, sabia que seria preciso matar... E ele não se importava com isso.
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Terceiro capítulo! Aê, tô gostando disso!
Desculpem pela demora em atualizar, é que desta vez, excepcionalmente, o capítulo não foi revisado pela Yui Minamino e sim por uma amiga que não escreve fics, mas ama Saint Seya. Só que ela demorou a me entregar o danado, aí já viu, né...
Quanto mistério, hein? Qual será a missão de Gwyneth em Asgard? E quem é Edwina? Que herança Durval deixou a ela? Algumas pistas, e quase nenhuma resposta, no próximo capítulo!
Nota especial: Sah Rebelde, amiga de fics e Fanfiction e autora de uma fic que promete muito e que se chama"O seu mais leve olhar". Ésobre o maravilhoso guerreiro deus Alberich de Megrez. Beijão, Sah, e espero que tenha gostado da singela, porém sincera, homenagem.
