E com este capítulo, começam os preparativos mentais da autora para não amarelar depois...

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Capítulo IV

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E logo confortarei essa terra com fúria

Recriando o muco pálido da morte rubra

Que nutre este chão ora sedento, sem alento,

Dos agora mortos, então, em toda vasta extensão,

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O vento gelado corria do lado de fora do palácio, uivando com fúria. Em seu quarto, Alberich terminava de ler um livro, já pronto para dormir. Sentado em sua cama, o rapaz de vez em quando lançava olhares para o fogo que trepidava na lareira, sorrindo vez ou outra.

Já sabia o que fazer... Somente seria preciso uma oportunidade.

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-Por favor, senhorita, tome cuidado... Há outros empregados pelo palácio e eles não podem vê-la.

-Não se preocupe... – disse a jovem ao empregado que a recebeu nos fundos do palácio – Eu sei me cuidar. E também sei como recompensar muito bem aqueles que se dispõem a me ajudar.

-Sim, senhorita... E não se esqueça, o quarto que procura fica na ala norte, no segundo andar. É a terceira porta do corredor.

-Muito obrigada, meu querido...

Dando um beijo rápido no empregado à sua frente, ela saiu pelo corredor da cozinha e ganhou rapidamente o acesso ao salão principal, onde estivera há poucos dias.

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O livro já estava sobre a mesa de cabeceira e restava penas o fogo da lareira aceso no quarto. Ajeitando seus travesseiros de maneira confortável, Alberich já estava se cobrindo para dormir quando ouviu baterem à porta.

-Quem pode ser a essa hora?

Resmungando, o rapaz bem que considerou a hipótese de não se pronunciar, mas as batidas continuaram insistentes. Nervoso, xingando até mesmo Odin, Alberich levantou-se e abriu a porta com violência.

-Mas que mer... Gwyneth!

-Que maneira educada de receber as pessoas, Alberich...

-Como entrou aqui?

- Com minhas pernas, ora... – a jovem disse, ensaiando um sorriso debochado – Mas se quiser uma explicação convincente, me convide para entrar no seu quarto...

Alberich saiu de trás da porta, abrindo-a de maneira a dar passagem para Gwyneth. E ela não deixou de medir o rapaz ao notar que ele estava de peito nu, vestindo apenas uma calça.

Alberich trancou a porta enquanto a jovem se instalava confortavelmente em sua cama.

-E então? Vai me dizer como entrou aqui ou não?

-Não se preocupe com isso, Alberich... Eu não lhe disse na taverna que saberia como e onde encontrá-lo?

Cruzando as pernas, Gwyneth puxou um pouco para cima a saia que usava, gesto que mexeu com Alberich. Um arrepio percorreu sua espinha.

-Você... – ele falou, desviando o olhar – Você poderia ao menos me dizer o que quer aqui?

Gwyneth sorriu e jogou os cabelos para trás, antes de começar a falar. Poderia até continuar com seus joguinhos de sedução, mas teria de ser direta com as palavras se quisesse obter a ajuda daquele homem.

-Soube que Hilda reuniu-se com o Conselho de Asgard essa tarde... E que você manifestou-se de maneira brilhante durante a reunião.

-Como soube? É um assunto oficial, não deve ultrapassar os muros do Valhalla!

-Não é este o assunto em questão, Alberich... Vim aqui para tratar de outra coisa.

Levantando-se da cama, Gwyneth caminhou até a lareira. O calor do fogo tão próximo começava a formar pequenas gotas de suor por seu rosto e pescoço.

-Pelo que soube, sugeriu a Hilda que se afastasse dos assuntos referentes ao governo de Asgard... Devo dizer que tal atitude me chamou a atenção.

-Mesmo? – Alberich questionou, aproximando-se da lareira também, notando as gotas de suor que bailavam no pescoço branquinho e delicado de Gwyneth.

-Sim... Diga-me, Alberich... O que pretendia com o que disse ao conselho e à Hilda?

-Eu? Nada demais, apenas me preocupo com a saúde da princesa.

-Foi uma boa tentativa, mas falhou... A mim não engana, Alberich. Tenho anos de experiência nesta escola e sei que está mentindo.

O rapaz nada respondeu, apenas encarou a jovem com mais um de seus olhares enigmáticos.

-Se não quer me dizer, eu mesma me darei este trabalho... Penso que pretende afastar Hilda do trono para que possa tomá-lo para si... Estou enganada?

-O que a leva a acreditar na afirmação que acaba de me fazer?

-Já lhe disse, anos de experiência... Mas não precisa se preocupar, Alberich, não pretendo denunciar suas intenções. Muito pelo contrário, diria até que poderia ajudá-lo a conquistar o que tanto almeja.

Os olhos de Alberich adquiriram um certo brilho ao ouvir aquelas palavras, Gwyneth sorriu novamente. Estava no caminho certo.

-O que me diz?

-Sinceramente, não sei de onde tirou todas essas idéias loucas ao meu respeito, Gwyneth. – ele disse, disfarçando. Não se renderia tão facilmente.

-Tudo bem, Alberich... Se quiser, pode me dar uma resposta depois... Como disse, eu saberei onde e como encontrá-lo para ouvir o que tem a me dizer.

Sorrindo para Alberich, Gwyneth aproximou-se do rapaz e deslizou suas mãos pela nuca dele, puxando para mais perto de si. Com um puxão, ela colou seus lábios nos de Alberich e o beijou com fúria e avidez.

Alberich a enlaçou pela cintura e correspondeu ao beijo, faminto que estava por sentir o sabor daquela boca tão perfeita. Gwyneth, por sua vez, afastou-se por alguns instantes e sorriu, sentindo contra seu corpo a reação que tanto esperava por parte do rapaz.

Deslizou uma das mãos até a região do baixo ventre de Alberich e acariciou-o por cima da calça, enquanto mordia-lhe o lábio inferior. O rapaz não conteve um gemido rouco de prazer...

-Até uma outra hora, Alberich...

Gwyneth se afastou encarando-o com seu olhar mais sedutor e safado e saiu de lado, ganhando rapidamente a porta. E Alberich estava tão desnorteado que não se moveu do lugar, ficou parado esperando que seu corpo voltasse à temperatura normal.

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Do outro lado do palácio, em um quarto na ala sul, Siegfried ainda não dormia. Estava deitado em sua cama fitando o teto, preocupado com algo que não sabia exatamente o que era.

Um pressentimento rondava seus pensamentos e sempre que o mesmo fazia-se presente, lembrava-se imediatamente de Hilda.

Será que a vida da princesa de Asgard corria algum perigo?

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Oba, mais um capítulo no ar! Entenderam a parte dos "preparativos"? Pois é, a cena do beijo não é nem um milésimo do que estou imaginando para estes dois... E o que será que Gwyneth pode fazer para ajudar Alberich? O que pediria em troca?

Este capítulo foi revisado pela minha amigona Yui Minamino.

Ah, sim, uma outra coisa: Quem acompanha também a minha fic "Anybody seen my baby?" deve ter notado que eu comentei sobre ter começado a escrever uma fic com o Dohko, Shiryu e Shunrei, uma adaptação literária. Pois bem, a respeito dessa fic eu gostaria de pedir uma opinião a vocês: O que acham mais bacana, a fic se passar no período da China Imperial ou na China Comunista da primeira metade do século XX? Mandem sua opinião pelo review, ok?