E começam as aulas...

Eram 19:50 e Edward aguardava pelo maior mico de sua vida. Ele e Alphonse estavam na frente da casa do Coronel Roy Mustang. Aquela seria a primeira das cinco aulas que eles teriam para aprender a dançar. Na visão de Ed, aquilo seria um instrumento de tortura nas mãos do Coronel. Al havia dito que Roy se comprometera a ensiná-los sem gozações, mas Edward sabia muito bem que malhá-lo era o passatempo preferido do aspirante a Fuher. Por isso na hora que tocou a campainha ele já tinha um plano B.

"É o seguinte Al, na primeira malhada do Coronel, eu o acerto em cheio, enquanto isso você destrói a parede e a gente vai embora sem olhar pra trás."

"Onii san... o Coronel prometeu.."

"E você acha que eu acredito?"

Mas os irmãos Elric não tiveram tempo para discutir suas diferenças de opinião a respeito do alquimista do fogo. O próprio Roy abrira entusiasticamente a porta.

"Alphonse, Full Metal! Eu não os esperava 10 minutos mais cedo... ansiosos pelas aulas?"

Roy mal terminou de cumprimentá-los e Edward já havia fechado a cara. Murmurou para o irmão caçula que aquela já era uma ironia do Coronel. E como se tornara o costume, Alphonse precisou contornar a situação.

"É que o Tenente Havoc deu uma carona pra gente."

"Ahhhh, certo então, vamos entrar."

O Coronel apenas sorriu, mas foi aquele sorriso sarcástico que deixava Edward possesso. O menino nem respondeu coisa alguma, saiu-se com um "Hunf" e entrou.

"Vamos até a sala principal que lá tem espaço."

Enquanto andavam pela casa os meninos puderam constatar o quão aficcionado por alquimia o Coronel era. Por todo lado haviam estantes com livros sobre o assunto. Parecia que ele morava numa casa apenas por caber mais livros. E realmente essa fora sua principal motivação em deixar o apartamento. Edward estava tão impressionado que quase ficou pelo caminho, foi preciso que o dono da casa chamasse sua atenção.

"Full Metal, outra hora você pode me pedir para dar uma olhada na coleção, hoje você veio com outro intuito."

Edward respondeu apenas "Certo". Se fosse tentar pronunciar mais alguma frase provavelmente pediria para ficar nas estantes ao invés de ir tomar aulas de danças.

"Pronto, aqui está nossa sala de aula."

Aquele parecia ser o único cômodo sem estantes e livros. Uma sala espaçosa, com alguns sofás e uma vitrola no canto.

"Nossa, é bem grande."

"Mais ou menos, pro nosso objetivo o tamanho é ideal, e de toda forma, o Edward não precisaria de uma sala maior."

"Como é?"

Por um instante Alphonse viu tudo ir por água a baixo. Edward estava preparado para por seu plano B em ação quando a campainha soou milagrosamente.

Din Don

"Meninos, um momento que vou ver quem é. Sintam-se a vontade."

Assim que o Coronel deixou a sala, Ed começou a confabular.

"Acho que essa parede dá direto pra rua, sem atingir livro algum, vamos lá Al!"

"Onii-san, não! Fique calmo que já começou a operação "contenção do Coronel"."

"Hã?"

"Aguarde e veja."

A essa altura Roy já estava abrindo a porta.

"Bem na hora, Ro... RIZA!"

"Boa Noite, Coronel."

"Boa... noite!"

"Posso entrar?"

"Pra que? Digo... claro que pode, mas qual o motivo da visita?"

Roy estava surpreso. Aquilo era uma coisa que não se via todo dia. Sua Primeira Tentente na sua porta, naquela hora e ainda por cima pedindo pra entrar... ele nem conseguia organizar suas idéias direito antes de falar. Mas Riza continuava com sua calma e serenidade de sempre.

"Eu vim pelas aulas de dança."

Ele fez uma cara de mais espanto ainda. E ela continuou a explicação.

"Alphonse me pediu para ajudá-los, como vocês são todos homens seriam aulas de dança constrangedoras."

Riza tinha toda razão. Mas o que ela não imaginara é que Roy já havia pensado nisso e chamado duas "assistentes" para auxiliá-lo. Mas naquele momento ele estava tão confuso que se esqueceu de mencionar esse detalhe. Como ela ainda não estava nem um pouco confusa deu um último recado antes de entrar."

"Ah, Coronel, sem brincadeiras com os meninos, sim?"

Apesar da calma e serenidade ela estava bem ameaçadora também, Roy só teve coragem de responder sim àquela pergunta. Foram para a sala e quando lá chegaram, Edward entendeu o que era a "contenção do Coronel". A Tentente Riza Hawkeye estava lá e iria ajudá-los, como ela era muito profissional em todas as atividades que se propunha a fazer então não deixaria as aulas descambarem para a zombaria. E por algum motivo que Ed não sabia muito bem qual era, o Coronel respeitava aquela mulher, Alphonse intuía que era pelo mesmo motivo pelo qual seu irmão respeitava Winry.

"Tenente Hawkeye, você veio como o prometido!"

"Sim, Alphonse-kun, eu dei minha palavra, não foi?"

"É bom saber que ainda existem pessoas que mantém a palavra..."

Roy sacou que Edward dissera aquela frase para Riza, mas estava mesmo endereçada a ele.

"Oras Full Metal... você tem tido problemas com promessas não cumpridas?"

Em várias coisas o Coronel se destacava, como alquimista, como conquistador e em matérias de ironias também. Só que a sua tenente número 1 achou que era melhor cortar o mal pela raiz.

"Coronel, vamos parar com brincadeiras, sim? E começar logo essa aula que não temos muito tempo pra perder."

"Certo, certo... eu só estava..."

E de repente lhe veio um clique, que fez a voz do Coronel cessar. A frase ficou pela metade e durante alguns segundos todos se calaram esperando a sua continuação, até que Riza resolveu intervir.

"Você só estava...?"

"Bem, eu só estava..."

Din Dom

"Olhem, a campainha, vou lá ver quem é."

Roy saiu ligeiro. Ele acabara de lembrar de um detalhe: a tenente Maria Ross e sua prima deveriam estar chegando naquele momento. Ele havia pedido que elas o ajudassem a ensinar os meninos. Roy já havia dançando com a tenente Ross numa festa de aniversário do Coronel Maes Hughes. E a prima dela... era uma mulher estonteante, como Alphonse não lhe repassara a informação que Riza havia aceitado a proposta de ir ao festival com ele, o Coronel resolveu garantir logo uma boa companhia. E ele só se tocou disso naquele momento. Mas tudo bem, seu nome era Roy Mustang e ninguém saberia melhor que ele como agir em situações de grande pressão... por isso abriu a porta como se tudo estivesse transcorrendo normalmente.

Continua...

Ps. AHHHHHH não me matem por terminar num cliff! Eu tenho uma boa explicação, juro! É que esse capítulo tá maior do que eu pensava, heheh muito grande pros meus padrões. Na realidade já tem mais coisa escrita, mas não consigo chegar num final pra essa parte' então decidi dividi-lo num momento apropriado.

Sério.. como meu ritmo de produção, devido a vários fatores, é muito lento, talvez eu tivesse de ficar sem publicar um capítulo por mais um mês... então achei melhor fazer assim.E Brigada Vi! Minha beta de plantão... se ela não tivesse intervindo eu ainda estaria no "ainda acho que não está bom" heheh

Mil desculpas mais uma vez pela demora... e muito obrigada a todos vocês que estão acompanhando.