Capítulo VIII – Encontros Espiados
Durante o resto do primeiro período, o casal continuou a encontrar-se em segredo. Nunca o faziam no mesmo sítio, para não levantar suspeitas.
Num desses muitos encontros, a loira chegou primeiro ao local combinado: uma sala de aula vazia, no segundo andar. Sentou-se numa secretária, à espera, com os olhos postos nas palmas das mãos.
Sem aviso prévio, duas mãos surgidas do nada taparam-lhe os olhos.
– Advinha quem é.
Ela sabia perfeitamente quem era, contudo, decidiu entrar no jogo.
– Hum… não sei. Será o Harry Potter?
As mãos dele tremeram um pouco, sem que pudesse impedi-lo. No entanto, ao perceber a ideia da namorada, decidiu prolongar a brincadeira.
– Não. Só tens mais duas tentativas. – respondeu, em voz baixa.
– O…Draco Malfoy? – inquiriu. – Fogo, tinha de me lembrar logo dele. – acrescentou, subitamente irritada.
– Realmente, não foi uma escolha muito feliz. – concordou ele. – Última tentativa.
Agnès ia dizer que era o seu namorado, quando se apercebeu que não sabia o seu nome. Decidiu contornar a questão:
– Então, só pode ser aquela pessoa maravilhosa que me confortou, quando mais ninguém o fez. Esse rapaz, que por acaso, é o meu namorado.
Ele destapou-lhe os olhos e colocou-se em frente dela, esperando ver a sua reacção.
A rapariga quase gritou de espanto. O seu namorado já não estava a usar o manto da invisibilidade. Conseguia vê-lo, em frente dela, a sorrir. Vestia um manto de Hogwarts, que não mostrava a equipa a que pertencia. Tentou vislumbrar-lhe o rosto, mas foi impossível fazê-lo. O seu namorado usava um capuz, impossibilitando-a de ver as sua feições.
Quer continuar anónimo. Só tenho de o respeitar, pensou, apesar de sentir um forte e quase incontrolável desejo de saber a sua verdadeira identidade.
Conversaram bastante, coisa que ela e Zabini nunca tinham feito. Normalmente, apenas se beijavam e acariciavam mutuamente. Claro que ela e o rapaz misterioso também se beijavam. No entanto, a relação deles era muito mais do que isso. Algo saudável.
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No último dia de aulas antes do Natal, combinaram um encontro para se despedirem. Agnès permaneceria na escola, uma vez que os seus pais não poderiam passar o Natal consigo. Por outro lado, o seu par teria de voltar para casa, muito a contra-gosto.
Encontraram-se numa qualquer sala vazia, como sempre faziam. Após umas longas horas juntos, tiveram de se despedir.
– Nunca te esqueças que eu te adoro, acima de tudo o resto. – disse-lhe ele, docemente.
– Eu também te amo. – replicou ela, no mesmo tom de voz.
– Vais ter uma surpresa, no dia de Natal. Espero que gostes. – anunciou o rapaz, enquanto acrescentava mentalmente: Espero não me vir a arrepender.
A Ravenclaw queria ardentemente saber qual a surpresa que ele planeava fazer, mas não conseguiu arrancar-lhe nada. Por fim, desistiu e preparou-se para abandonar a sala. Contudo, estacou à entrada, lívida. O seu namorado, ao ver a sua expressão, foi ter com ela. Juntos, viram um vulto a correr pelo corredor fora.
– Viste quem era? – perguntou ele, a medo.
Ela acenou afirmativamente, transtornada.
– Era… Zabini.
