Uma Lição de Amor para não-crentes

Capítulo 2

Ciúmes por nada

Três meses depois

"Mas, o que você vê nele, afinal?" perguntou James.

"Eu já disse – não quero falar mais sobre isso. Especialmente com você. Eu estou saindo com Jake, e não vou romper com ele e não é da sua conta!" exclamou Lily, bastante irritada, a sua voz subindo exageradamente. E isso era uma raridade, James sabia, já que Lily nunca perdia a compostura.

Mas desta vez, ela tinha razões.

Durante os últimos três meses, sempre que o nome Jake era mencionado, James arranjava maneira de insultá-lo, acusá-lo ou criticá-lo.

E desta vez não era diferente. O assunto 'Jake' tinha dominado a conversa na última hora, e parecia que Lily estava prestes a explodir.

James sabia que não era esse o modo de cair nas graças de Lily, mas não podia evitar. Desde o dia em que Lily lhe contara que estava saindo com Jake ele tinha um estranho sentimento: Lily tinha que se afastar de Jake. Ele não queria isso, ele precisava… como se o futuro da sua existência dependesse unicamente disso.

Ele sabia que era estranho, e para o bem da sua sanidade mental ele preferia não analisar a questão, com medo do que poderia encontrar.

Então, guiado pelo tal sentimento, James se empenhara em convencer Lily a acabar tudo com Jake.

Não directamente, é claro. Mas tinha comentado de vez em quando (sempre que podia) sobre o seu descontentamento com a relação de Lily. Depois de um mês de namoro, James esqueceu os comentários esporádicos e iniciou uma nova tática – não que lhe agradasse muito – sugerir outros candidatos a Lily.

Não que isso trouxesse qualquer melhora. James sabia que seria igualmente desagradável com qualquer homem que ousasse tocar Lily, mas sem mais ideias, ele esperava que se mostrasse ter apenas boas intenções seria bem sucedido.

Não resultou, como é óbvio.

Parecia que quanto mais James se empenhava em convencer Lily a deixar Jake, mais ela se empenhava a ficar com ele.

E isso estava deixando James furioso.

Quando fizeram dois meses de namoro, James ainda não desistira de convencer Lily. "Não acha que está na hora de sair dessa?" ele perguntava, no meio de listas de desvantagens, ou apenas mostrava que Jake era "totalmente errado para você. Você precisa de alguém totalmente diferente." 'Preferencialmente eu', pensava, arrependendo-se de seguida.

Ele não gostava de Lily, desse jeito. Ele só a queria na cama, algumas vezes. Okay, a maioria das vezes, mas isso não interessa. O que interessa é que ele tinha que se concentrar em separar Lily e Jake e estava se tornando cada vez mais difícil. Cada vez que estava perto de Lily ele tinha um desejo insano de a prender contra uma parede, envolvendo-a pela cintura e beijá-la até que ela derretesse e ficasse com ele para sempre.

'É melhor para ela ficar longe de Jake' ele continuava dizendo a si próprio, mas não podia deixar de pensar se era mesmo verdade. É claro que sempre que isso acontecia ele descartava a opção imediatamente. Qual poderia ser a sua motivação, senão o bem-estar de Lily?

Ele nunca ponderou sequer a ideia de que talvez fosse por querer Lily de volta na sua cama para sempre (okay, talvez uma ou outra vez). Ele gostava de pensar que era muito melhor que isso. Nunca poria a suas necessidades físicas antes do bem-estar dela.

Agora que ele pensava nisso, não se lembrava da última vez que tinha saído com uma mulher. Era uma grande surpresa para ele, até porque, até três meses atrás, James não conseguia estar sem companhia feminina mais do que uma semana.

Mas o que o surpreendia mais, e o assustava, ao mesmo tempo, era que até esse dia ele nunca tinha notado. E, pior! Ele não parecia se importar muito. Pelo menos quando não estava com Lily.

Quando estava com ela, o seu corpo parecia se tornar autónomo. Ele não conseguia se controlar quando estava perto dela. Bem, não era totalmente verdade. Ele conseguia se controlar até porque nada tinha acontecido. Mas estava extremamente perto de perder a cabeça.

Ninguém, especialmente Lily, fazia ideia do auto-controle e força que ele tinha que exercer para impeder as suas mãos de percorrerem o corpo de Lily.

E isso estava se tornando cada vez mais difícil. Ele a queria. Sempre. Quer estivessem vendo TV e o pé dela tocasse o seu por acidente; quer estivessem tomando o café-da-manhã e ela se inclinasse para pegar qualquer objecto e ele pudesse sentir o seu suave aroma de perfume e sabão. Isso estava o enlouquecendo.

James suspirou e observou Lily lutando com o casaco. Ele pegou nele, ajudando-a a vestir-se.

"Obrigada" ela disse, com um pequeno sorriso. James quase se esqueceu de respirar.

"Vá lá, Lily, estou lhe dizendo. Há qualquer coisa nesse Jake que não bate certo," ele tentou deseperadamente.

"Por favor, James. Você já tentou essa e você próprio admitiu que não conseguia achar nada de errado no passado dele com o seu trabalhinho de detective no campus, o qual, eu devo lembrar-lhe, eu desaprovei fortemente," ela disse, o sorriso desaparecendo, transformado num esgar de irritação.

E era verdade. Após o primeiro encontro de Lily e Jake, James iniciou o seu 'trabalho de detective', como ela lhe chamara, e começara a perguntar sobre Jake. Tudo o que descobrira foi que a família de Jake não era terrivelmente rica, que Jake era um rapaz decente que ajudava a mãe vivendo com ela, e dava explicações para arranjar dinheiro extra. Oh, e ele era um muggle-born, outra coisa em comum com Lily. Até poderia ser engraçado o facto de Lily e Jake terem tanto em comum. Mas James não achava nem um pouco.

Tudo isso estava o frustrando. Parecia que não havia sequer uma coisinha má sobre Jake. Isso deveria agradar-lhe – Lily estava saindo com um bom partido. Mas não lhe agradava. Não sabia porquê, mas não lhe agradava.

"Tudo bem. Faça o que você quiser. Case-se com ele, se for preciso!" Ele gritou, com tanto melodrama na voz que Lily pensou que ele estava na profissão errada.

"Ainda bem, não poderia fazer isso sem a sua aprovação, uma vez que tenciono que você seja o padrinho," ela disse, saindo em seguida.

De repente, a sua mente se encheu de imagens de Lily entrando na igreja, e Jake a esperando no altar.

E parecia tudo errado. O pensamento de Lily com outro homem, casando com outro homem, não era tão tolerável como há uns meses atrás.

'Merlin! O que está acontecendo comigo? Não consigo parar de pensar nela,' ele pensou, desesperadamente, 'e não consigo parar de a desejar.'

James suspirou outra vez. Não havia mais nada a fazer senão rezar a Merlin para que sonhasse com Lily.

Pelo menos nos seus sonhos ela era outra vez sua. Só sua.

N/A- Há tanto tempo! Eheh Peço desculpa… vou ver se agora eu consigo continuar até ao fim… BjinhooO (x