A/N: Esse capítulo contém cenas de sexo entre homens. Se você não gosta, por favor, não leia.
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Cap. 6 – O Amor é uma Força da Natureza
"É agora ou nunca! Vê se não faz besteira, Milo!", pensou o inglês ao abrir a porta da luxuosa suíte de Afrodite. Os dois rapazes entraram no quarto meio sem jeito. Milo acendeu a luz e deu um passo pra trás: Afrodite não exagerara quando dissera que havia de tudo lá. Não era simplesmente um quarto de hotel, mas sim uma dessas luxuosas suítes presidenciais. Havia uma sala espaçosa, com um sofá grande que ficava em frente a um potente home theater. Atrás da sala, uma porta de vidro que dava para o quarto em si, onde uma bela cama de casal tamanho king size fazia companhia a outros móveis elegantes. O banheiro, enorme, ficava do lado esquerdo do quarto, e lá havia uma enorme banheira de hidromassagem. Para finalizar, uma sacada enorme onde se podia entrar tanto da sala quanto do quarto, que proporcionava uma vista esplendorosa da cidade, com o Pathernon ao longe.
– Não fazia idéia que seu irmão era tão bem de vida, Milo... – comentou Camus olhando maravilhado para o amplo quarto.
– Pra te ser sincero, Camus, nem eu. Eu sabia que ele tinha mudado pra Paris e aberto um escritório de decoração junto com um tal de Misty, mas não fazia idéia de que ele estava indo tão bem... – respondeu o inglês, deixando-se cair no sofá.
– Misty? Acho que eu já ouvi esse nome... – disse Camus olhando para cima, como quem percorre memórias. Estralou os dedos. – Ah, claro! Milo, acho que seu irmão é um dos donos do M&A, o mais famoso escritório de decoração da França! Uh-lah-lah! – completou o francês estalando os lábios.
– Sim, é esse mesmo o nome... – respondeu Milo como quem não estivesse lá muito interessado no mercado francês de decoração de interiores. Levantou-se e pegou o cardápio do serviço de quarto, atirando-o para Camus. – Vai, francês, escolhe aí um bom vinho e pendura na conta do mano!
Camus sorriu. – Se eu fosse o Afrodite jamais deixaria você usar minhas coisas, seu mão aberta! – disse, olhando com cuidado a carta de vinhos.
– Ainda bem que você não é o Afrodite, então! – disse Milo sorrindo. "Ainda bem mesmo... sou tão contra incesto!", pensou o inglês e riu ainda mais. Encarou o francês, estudando-o de cima abaixo, como um leão encara um pedaço de carne. Camus nem notou o olhar faminto do outro sobre si, de tão compenetrado na escolha do vinho.
– Ahá! Esse aqui! Um bom Bordeaux tinto seco, safra de 1999. Você vai provar uma das melhores coisas que a França tem a oferecer, mon ami! – disse Camus se atirando na cama, pegando telefone e fazendo o pedido.
"Se tudo correr do jeito que eu imagino, Camus, vou mesmo!", pensou Milo e lambeu os lábios instintivamente ao observar o ruivo deitado de bruços na cama, falando em bom francês com a recepcionista do hotel.
– Pronto, Milo, pedido feito. Nem acredito que vou tomar vinho! Ah, isso me dá uma saudade de casa! – disse Camus e se jogou no sofá ao lado de Milo.
– Você, com saudade de casa? Não imaginava... – comentou o inglês. – Você me parece ser tão solitário!
– Ué, e pessoas solitárias não podem ter saudade de casa? – perguntou o ruivo, curioso.
– Não é isso. É que saudade pra mim é ligada às pessoas, não aos lugares. Eu morro de saudades da Suécia, por exemplo, mesmo que lá não seja propriamente minha casa... – respondeu Milo.
– Se fosse assim, Milo, eu ia morrer de saudade de saudade dessa maldita base aqui em Atenas! – riu Camus.
"O que ele quis dizer com isso?", pensou Milo. Ia abrir a boca para perguntar ao amigo quando a campainha do quarto tocou e uma voz gritou "serviço de quarto". Camus pulou num salto e abriu a porta. Pegou o vinho e deu uma nota para o menino, que foi embora todo feliz. O francês abraçou o vinho, sorridente.
– Gente, que amor com esse vinho! – disse Milo rindo. "Assim vou ficar com ciúme!", pensou.
– Ah, que delícia! – afirmou Camus lambendo os lábios. Abriu o vinho e serviu duas taças. – Oh, aprende a apreciar uma das pequenas felicidades da vida, Milo. Um bom vinho e uma boa companhia!
– Ah, e depois eu que sou o convencido... quem disse que você é boa companhia, Brigitte? – perguntou o inglês sorrindo. Brindaram e tomaram um gole da bebida, que desceu fácil e saborosa.
– Você parece gostar, inglês! – respondeu Camus e Milo engoliu em seco.
– Nem vou falar nada... – tornou Milo, sentindo um leve rubor subir-lhe às faces. "Só os deuses sabem o quanto eu gosto, Camus!", pensou. E então um silêncio meio constrangedor se fez entre os dois. "Milo, diz alguma coisa antes que ele diga que vai dormir... por favor... ai caramba... claro, o filme!" – Ahn, Camus, o Dite me deu um DVD de presente... vamos assistir? – perguntou o inglês.
– Não sei, eu estou cansado, queria dormir... – respondeu o ruivo. E então olhou para Milo a seu lado, que fez um beicinho, fechando a cara. O francês sorriu. "Esse aí parece uma criança... olha esse nariz arrebitado, que coisa mais perfeita... dá vontade de morder... lindo... mas o que é que eu estou pensando?", disse Camus para si mesmo. Passou uma das mãos pelos cabelos e curvou o tronco para frente, ameaçando se levantar.
– Ah, vai, Camus... Duas horinhas só... – pediu Milo segurando seu braço.
Camus encarou o loiro nos olhos. – Tá tá, põe logo esse filme... – concordou o francês. "O que é que está acontecendo comigo?", pensou L'Aquaire.
Milo comemorou dando um pulinho e correu para o DVD, inserindo o filme. Tomou o cuidado de apagar a luz do quarto, deixando ligados somente os dois abajures que ficavam um de cada lado do sofá espaçoso. E correu para se sentar ao lado de Camus.
"Com tanto espaço nessa droga de sofá, esse metido tinha que se sentar colado em mim?", pensou o ruivo. "E por que é que eu simplesmente não mando ele sentar mais pra lá?", tornou a pensar. Sacudiu a cabeça, decidido a não se deixar abalar pelas sensações estranhas que estava sentindo. "Ignore-o Camus! Concentre-se no filme!", repetia para si mesmo. Mal sabia ele que o filme fazia parte do plano de Milo.
– Qual é o filme mesmo, Milo? – perguntou Camus como quem não quer nada.
Milo sorriu aquele sorrisinho sarcástico de canto de boca que lhe era característico. – Espere e verá! – disse e apertou o play no controle remoto.
Na tela da grande TV de plasma de muitas polegadas apareceu um carro ao longe, numa estrada no meio do nada. De repente, um rapaz desce de um caminhão e lê-se a legenda: Wyoming, 1963. Logo depois, o letreiro: Brokeback Mountain.
"Ah, não, isso já é provocação. Primeiro ele dança daquele jeito com o irmão, agora vai passar esse filme aqui pra gente à meia luz... o que o Milo está querendo?", perguntou Camus para si mesmo. – Ah, Milo, não quero ver esse filme não!
– Ué, por quê? – perguntou o inglês.
– Porque é filme de gay, porra! – respondeu o francês sem pensar muito. Ele não era nem nunca tinha sido preconceituoso, muito menos um boca suja impulsivo, mas por algum motivo, que ele não sabia qual era, tudo o que não queria naquele momento era ver dois homens se amando, o que se refletiu até no seu linguajar.
– Credo, que preconceito idiota! – disse Milo dando um empurrão de leve no braço do amigo. – Você é francês e vai assistir essa droga comigo até o fim!
– O que tem a ver ser francês com assistir esse filme até o fim, Milo? Tá insinuando que na França só tem viado, é? – perguntou Camus alterando um pouco a voz.
"Ai caramba, onde eu estava com a cabeça quando pensei que ia conseguir alguma coisa com ele?", pensou Milo, resignado. – Não quis dizer nada disso, seu imbecil! Você vai ficar aí sentado e ver essa porcaria de filme porque você é francês e franceses não são preconceituosos e muito menos machistas idiotas! E quando você falar em viado de novo, vê se se lembra que está desfrutando desse vinho maravilhoso por conta de um! – gritou Milo já esperando que Camus simplesmente se levantasse sem dizer uma palavra e saísse pela mesma porta que entraram.
Camus abaixou a cabeça e esfregou a nuca. – Pardon, Milo! Não quis ser rude... ouvi falar maravilhas sobre esse filme, queria mesmo assistir! – disse Camus para a surpresa e deleite de Milo.
– Humpf, acho bom! E agora deixa eu voltar porque perdemos o começo! – completou Milo, fazendo-se de ofendido mas comemorando internamente.
Assistiram aos primeiros minutos de filme sem trocar uma só palavra. De quando em quando Milo olhava para Camus de canto de olho. De quando em quando, Camus retribuía esse olhar. Iam enchendo as taças e tomando vinho, prestando atenção nas aventuras de Jack Twist e Ennis del Mar. Embora o ar condicionado estivesse ligado, Camus sentia que o ambiente ficava mais quente a cada minuto. O francês balançava as pernas em sinal de nervosismo, suando cada vez mais ao sentir a proximidade do corpo do amigo. Milo, por sua vez, que já tinha visto o filme um sem número de vezes, somente esperava a cena certa para agir. E a cena estava perigosamente perto.
Na tela do televisor, Ennis Del Mar entra na barraca, convidado por Jack Twist. Na sala, Milo apaga o abajur que ficava ao seu lado, deixando o quarto ainda mais escruro; curiosamente, Camus não ousa perguntar o porquê da atitude do amigo. Na tela, Jack pega a mão de Ennis e a envolve, trazendo de encontro a si. Na sala, Milo sorve de um só gole o vinho em sua taça e suspira profundamente; Camus treme um pouco. Na tela, Ennis se assusta e agarra a face de Jack, respirando ofegante. Na sala, Milo fecha os olhos e toma coragem. Na tela, Ennis toma Jack de uma maneira quase selvagem, fazendo jus ao slogan do filme: o amor é uma força da natureza. Na sala, Camus sua e passa a mão pelo cabelo, sem saber muito bem o que fazer. Na tela, Ennis e Jack consumavam o ato de uma forma primitiva. Na sala, Milo delicadamente pousou sua mão na coxa de Camus, que estremeceu.
– O que é isso, Milo? – perguntou o francês, estático, sem mexer um único músculo.
Milo sorriu e virou para o francês, que olhava para frente e não ousou lhe encarar. O inglês apertou a coxa do outro, sentindo por sobre a calça jeans os músculos rijos e bem torneados. Com a outra mão, tocou de leve a nuca do ruivo, que travou ainda mais.
– Pára, Milo! – pediu Camus, atônito.
Milo sorriu e afundou o nariz no pescoço do outro, sentindo o perfume de homem. Mordeu de leve o lóbulo da orelha do francês, enquanto continuava a massagear a coxa do outro, apertando. Ousando um pouco mais, encostou de leve a ponta da língua na pele alva do pescoço do amigo, que instintivamente soltou um gemido abafado. – Me faz parar... – sussurrou baixinho ao pé do ouvido de Camus.
– Por... favor... – pediu o ruivo novamente, e não ousava virar o rosto para o moço a seu lado.
Milo tirou a mão da nuca do francês e tateou o sofá, procurando o controle do DVD. Parou o filme e sorriu, sem sair da posição que se encontrava. Jogou o controle longe. Esfregou o nariz na bochecha de Camus, e levou a mão novamente à nuca do outro, só que dessa vez subiu com os dedos longos pelos cabelos vermelhos. A mão que estava na coxa subiu um pouco mais, indo quase de encontro à virilha. – Já disse... me faz parar... – sussurrou novamente no ouvido do amigo, num tom sexy e ao mesmo tempo ameaçador.
"Pelos deuses, o que está acontecendo? Por que eu não consigo fazê-lo parar? É tão bom... ah, não pode, não pode. Levanta, Camus. Levanta, você consegue, vamos... não, Milo, aí não... ahhh, minha nossa, que situação!", pensou Camus. Estava extremamente excitado e lutava bravamente para não se virar para o lado e agarrar Milo. Era isso que ele queria fazer: acabar logo com aquela tortura de uma vez por todas. Queria, mas não podia. Não ele. Não Camus L'Aquaire. "Mas então por que raios eu não consigo me mexer?"
– Eu acho que você não quer que eu pare, não é mesmo, Camus? – perguntou Milo rindo. – Na verdade, eu acho que você quer isso tanto quanto eu... só não quer admitir... seu francês metido! – completou, dando um beijo estalado na bochecha do outro. Camus continuava estático, com os olhos esbugalhados olhando para o nada. – Já que você não me responde, deixa eu ver... – disse o inglês maliciosamente. Então foi caminhando com a mão até a pélvis do ruivo, encontrando um volume crescente. – Não disse? – riu Milo e mordeu de leve o pescoço de Camus, que se afundou um pouco mais no sofá, soltando um gemido rouco.
Milo sorriu e se afastou de Camus, sentando-se um pouco mais longe dele no sofá. E então Camus virou para ele, os olhos azuis profundos brilhando, suplicantes. – Ah, agora você me olha, é? Calma, Camus... não vou fugir não... – disse o inglês, curvando o dorso e desamarrando o tênis. Tirou os calçados e as meias. E voltou para o lado de Camus, que agora olhava para a frente de novo.
Milo passou a mão pelo rosto de Camus, sentindo a textura da pele lisa e alva. Suspirou profundamente. Foi distribuindo beijos pelo rosto do outro, enquanto apertava o braço dele, sentindo os músculos bem trabalhados pela dura vida na caserna. – Ah, se você soubesse o calor que me deu quando vi esses braços fortes fazendo flexão lá na praia, Camus... – disse Milo, sensualmente. Camus respirava ofegante e tinha uma vontade quase incontrolável de partir para cima de Milo e cobrir-lhe de beijos. Mas o pouco de racionalidade que ainda lhe restava não permitia essa atitude impensada. Milo enfiou a mão que estava na coxa de Camus por dentro da camiseta do francês, alisando a barriga bem definida. – Tá, você não quer falar, tudo bem... quem liga? Nessas horas, ninguém precisa falar, mesmo... – murmurou Milo.
"Ah, que vá tudo pra puta que o pariu!", foi o último pensamento racional de Camus naquela noite. – Então por que você não cala essa boca e me beija logo, seu metido? – perguntou Camus erguendo Milo e colocando o inglês sentado em seu colo.
Milo sorriu e esfregou o rosto no rosto do outro. Os dois suspiravam ofegantes, já muito excitados. Milo colou seu nariz e testa ao nariz e testa de Camus, e sorriu, encarando os olhos gélidos do francês. Encostou seus lábios nos do ruivo com calma, arrastando-os numa doce tortura. Camus abria a boca, tentando em vão ser beijado de uma vez por todas. O francês conseguiu abocanhar o lábio inferior do loiro, sugando vorazmente, arrancando um gemido rouco do amante. Finalmente o inglês cedeu e tomou a boca do outro de uma vez: as línguas se encontraram, se exploraram, se sugaram mutuamente, em movimentos ora frenéticos ora tranqüilos. Quando enfim separaram o beijo, os lábios estavam inchados e o hálito quente dos dois se misturou diante da proximidade das bocas. Sorriram. Milo se movimentou sensualmente sobre o colo de Camus, que gemeu alto pela primeira vez naquela noite.
– Sabia que tortura é crime contra a humanidade, Milo? – perguntou Camus, subindo um pouco o quadril, a fim de apertar sua excitação contra as nádegas do loiro.
– Por essas e outras que a gente está na OTAN e não na ONU, Camus! – respondeu Milo arrancando uma risada encantadora do outro. O inglês alisou o olho roxo de Camus. – Tadinho... – murmurou e deu um beijo no machucado. Camus sorriu. – Bobo! – disse o francês enquanto Milo lhe tirava a camiseta, revelando o peito firme de músculos rígidos e desenhados. O inglês então foi escorregando devagar pelas pernas do outro, e desceu, sentando-se no chão abaixo dele. Desamarrou e tirou o tênis e as meias de Camus, massageando os pés do francês. Passou as mãos nas canelas do outro por debaixo da calça jeans.
Milo, ainda no chão, tirou sua própria camiseta. Camus curvou-se para a frente, encarando Milo com olhos cobiçosos. O corpo do inglês era também firme e bem trabalhado. A pele era morena de sol, o que dava um exotismo ainda maior àquele loiro de olhos claros. "Lindo!", pensou Camus lambendo os lábios. Milo então subiu por suas pernas, felinamente, empurrando o francês com os braços, forçando-o a se encostar no sofá. Beijou e lambeu o pescoço de Camus, que agora estava totalmente entregue às carícias do inglês, as quais procurava retribuir como podia: passeava com as mãos pelas costas de Milo, desenhando o caminho de sua coluna, e apertava a lateral de sua cintura com força. Milo tomou um dos mamilos de Camus com os lábios, enquanto massageava o outro, arrancando mais um grito do francês, o que fez com que o loiro se excitasse ainda mais.
Beijou novamente Camus, com sofreguidão. Quando separaram o beijo, foi a vez de Camus tomar um dos mamilos do inglês, quase morrendo de tanto tesão ao senti-lo endurecer ante o contato de sua língua quente. O loiro gemeu e jogou a cabeça para trás, lambendo os lábios. – Ah, Camus... – suspirou. Com dedos habilidosos abriu o botão da calça do francês e desceu novamente para o chão. Instintivamente, o ruivo subiu o quadril e ajudou o outro a tirar sua calça e sua cueca, as quais foram devidamente atiradas para bem longe. Milo sorriu e lambeu os lábios ao encarar o francês completamente nu e excitado ao extremo. Então, sem mais delongas, ficou de pé diante do outro e também se livrou das últimas peças de roupa. E foi com muita surpresa que viu Camus se atirar para a frente e envolver sua cintura com o braço, trazendo-o mais para perto de si e dando uma mordida forte em sua coxa. – Aaaaahhhhhhh C-c-camus... – gemeu o inglês. Camus subiu e foi beijando a barriga de Milo, lambendo e deixando um rastro de saliva pelo corpo do outro, que inclinava o pescoço para trás e apertava a cabeça de Camus contra si. Tomou o queixo do ruivo com as mãos e abaixou-se para um beijo apaixonado.
Separaram o beijo e Milo, sorrindo lascivamente, ajoelhou-se no chão, ficando entre as pernas do francês. Lançou para Camus aquele olhar sarcástico e sorriso de canto de boca, velhos conhecidos seus. O francês sorriu. "Nunca pensei que ia achar esse maldito sorriso encantador!", pensou. E então Milo começou a distribuir beijos e apertões pelas coxas do francês, alisando a virilha. – Aaaaahhhhh, Milo... – murmurava Camus. O loiro então tocou de leve a ereção do outro, que se mexeu meio sem jeito, mas doido de vontade. Milo pousou a ponta da língua delicadamente no membro de Camus, que movimentou o quadril como que implorando para que fizesse aquilo de uma vez. E Milo não o decepcionou: lambeu toda a extensão do sexo de Camus, por fim tomando-o por inteiro em sua boca voraz e experiente. Foi sugando em movimentos que começaram lentos e foram crescendo exponencialmente. O francês gemia coisas desconexas, agarrando forte o encosto de braço do sofá e a cabeça loira do outro.
De repente, Milo parou, levantou-se e sorriu. Subiu novamente no sofá, ajoelhando-se de modo que as pernas de Camus ficassem entre as suas. O francês, ao sentir seu membro roçar a entrada do outro por pouco não estraga a brincadeira, quase gozando tamanha a excitação e vontade de possuir aquele corpo. Milo envolveu o pescoço de Camus com os dois braços e o encarou nos olhos. O ruivo, por sua vez, apertou uma das nádegas de Milo, respirando ofegante. Milo foi descendo devagarinho, até ser totalmente preenchido pelo francês. Ficou parado, fazendo uma careta de dor.
– Que foi, chèr? – perguntou Camus visivelmente preocupado.
– Nada... só preciso de um tempo pra me acostumar... – respondeu Milo mordendo o lábio inferior.
– Se você quiser, nós paramos. Eu vou ter um troço, mas faço isso por você! – disse Camus, tomando coragem e envolvendo a cintura de Milo com uma das mãos, enquanto a outra apertava a ereção pulsante do outro.
– Nem pense nisso! – tornou Milo sorrindo e suspirando. Deu uma pequena reboladinha, arrancando um gemido do francês. – Só lamento por não estar com meu cabelão agora pra você agarrar... eu ficava tão bonito de cabelão... – comentou Milo.
Camus pegou o queixo de Milo com uma das mãos, enquanto a outra continuava a massagear o membro do outro. – Milo, você é lindo de qualquer jeito! – disse Camus. Milo sorriu e deu mais um beijo apaixonado no outro.
O inglês começou então a rebolar em movimentos ritimados. Timidamente cavalgava o membro daquele a quem amava, e sentia a cabeça anuviar pois seu sexo era massageado no mesmo ritmo. Camus começou aos poucos a arremeter contra ele, subindo e descendo o quadril, provocando o inglês que foi obrigado a aumentar cada vez mais o ritmo. Camus apertava a cintura do inglês e lhe lambia a face e o pescoço, enquanto Milo mordia-lhe e raspava os dentes em seu ombro. Ficaram um bom tempo naquele jogo deliciosamente prazeroso, até que Milo gozou nas mãos de Camus. Logo depois o francês, com uma grande estocada, explodiu dentro do loiro. Trocaram um beijo e, exaustos, se separaram, caindo um de cada lado do sofá.
Milo olhou para Camus e sorriu. O ruivo beijou-lhe a bochecha ternamente e o pegou pela mão, arrastando-o até o banheiro. Tomaram um banho rápido em que trocaram algumas carícias inocentes. Por fim, nus, jogaram-se na cama enorme e dormiram exaustos e abraçados.
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Camus acordou quando os primeiros raios de sol invadiram o quarto. Abriu os olhos e espreguiçou-se devagar. Olhou para o lado; Milo dormia tranqüilo, deitado de bruços com o lençol de linho cobrindo suas nádegas e coxas. Suspirou profundamente ao encarar as costas do inglês. Tocou com a ponta dos dedos as cicatrizes causadas por estilhaços de bombas e encarou a tatuagem de escorpião com luxúria. Sorriu tristemente. "É, Camus... c'est la vie!", pensou o francês. Resignado, foi andando pelo quarto, recolhendo e vestindo as roupas espalhadas pelo chão. Ainda com o dorso nu, foi ao banheiro.
Milo abriu os olhos devagar, apertando-os repetidas vezes. Olhou para o lado, e a cama desarrumada denunciava a presença do francês. Sorriu, tão feliz que mal cabia em si. "Ai, ai, nem assim pro Camus acordar tarde...", pensou ao encarar o relógio que marcava 7:30h. Espreguiçou-se e pegou o cardápio do serviço de quarto. "Huuum, o que será que ele gosta de comer no café da manhã?", pensou, estudando o menu. Nesse momento, o francês abriu a porta e saiu do banheiro.
– Bom dia, Camus! – disse Milo, sorridente.
– Bom dia... – murmurou Camus, baixinho.
"Tem alguma coisa errada...", pensou Milo ao encarar o francês que, sem lhe olhar, vestia a camiseta. – O que quer comer pro café da manhã? – perguntou meio ressabiado.
– Não vou tomar café, Milo, vou voltar pra base... – limitou-se a dizer o francês.
– Ah, mas já? – perguntou o loiro, ajoelhando-se na cama e se arrastando de encontro ao outro.
Camus se levantou antes que o inglês conseguisse lhe tocar. – Ah-hã. – grunhiu afirmativamente.
– Eu... eu... eu não entendo, Camus! – disse Milo, jogando os braços para cima e caindo sentado na cama.
O francês suspirou longamente e se virou para encarar Milo. – Olha, a noite passada foi ótima, Milo. Maravilhosa mesmo. Mas foi só aquilo, entendeu? Não vai se repetir de novo! – disse olhando para baixo.
– O quê? O que você está dizendo? – tornou Milo meio desesperado, enquanto Camus se dirigia para a porta.
– Isso mesmo que você ouviu, Milo. E não faça as coisas se tornarem mais difíceis. Foi você quem me seduziu. Eu não posso me envolver com você, Milo, sinto muito... – disse Camus e saiu, fechando a porta atrás de si. "Ai...", pensou o francês colocando a mão no peito e apoiando as costas na porta. Saiu correndo, lutando para não voltar para aquele quarto e cobrir o loiro de beijos.
– Quê...? – balbuciou Milo quando a porta se fechou atrás de Camus. O inglês se deixou jogar na cama, ficando lá por alguns minutos sem entender muito bem o que tinha acontecido.
De repente, a porta abriu e fechou numa pancada. Milo sorriu. "Ah, ele se arrependeu!", pensou o inglês, levantando-se e correndo. Encarou ao irmão com olhos gélidos. Afrodite sorria, feliz.
– Vi que ele saiu e vim pra cá, me conta como foi! – pediu Afrodite extasiado.
– Seu filho da puta, desgraçado, Afrodite eu te mato! – gritou Milo partindo pra cima do irmão, jogando-se em seus braços e batendo em seu peito, descontando sua raiva.
– Que foi, Uxo? – perguntou Afrodite, fazendo um carinho no irmão.
Milo então se deixou abraçar pelo outro e foi sendo levado até a cama, onde se sentou. Afrodite se sentou a seu lado, sempre muito solícito. E Milo lhe contou toda a história, desde a noite maravilhosa até a saída tempestuosa e incompreensível do outro.
– Uxo, meu irmão, às vezes você é muito impulsivo, querido. Dê tempo ao tempo! O homem é todo militar, todo travadão, imagina como ele se sentiu ao acordar do seu lado? Ainda mais você, que é um dos homens dele? Não deve ser nada fácil, não é mesmo? – explicou Afrodite em tom quase profissional.
– Será? – perguntou Milo meio descrente.
– Ora, o que você esperava? Que ele te pedisse em casamento e vocês desertassem, indo morar num pequeno chalé nas montanhas? – tornou o sueco, rindo.
– É, seria lindo... – murmurou Milo, deitando a cabeça no colo do irmão, que lhe acariciava o rosto. – Mas e você, como continuou a noite? E aliás, como é que você viu ele saindo? – perguntou o inglês.
– Eu aluguei outro quarto aqui e pedi pro recepcionista me avisar quando um de vocês saísse... – tornou o moço de cabelos longos. – Minha noite? Bem, digamos que foi tão boa quanto a sua... – sorriu Afrodite.
Milo se levantou do colo do outro de um pulo. – Nãããããooooo... não brinca comigo... o Másquera? – perguntou sorrindo.
– Ah-hã... – murmurou Afrodite.
– Me conta tudo a-go-ra! Como assim? – tornou o inglês já meio que esquecendo da rejeição de Camus.
– Ah, fomos todos dançar... lá pelas tantas o Aiolia encontrou uma moça conhecida de vocês lá e ficou a noite toda conversando com ela, uma tal de D'Igaias... – começou o sueco.
– D'Aguias... – corrigiu Milo.
– Isso, isso mesmo. Aí eles ficaram a noite inteira conversando e enquanto isso o Deba se engalfinhou com uma menina xis que apareceu por lá... a menina grudou tanto nele que deu cinco minutos e ele foi pra base... e o Aiolia e a tal D'Aguias foram com ele... sobramos eu e o italiano... e que italiano! Mamma mia!– contou Afrodite se abanando e soltando um gritinho.
– Vai, continua! – implorou Milo.
– Ah, então ficamos lá dançando mais um pouco e estava bem tarde já, eu disse que ia voltar pra cá. Daí ele sem mais nem menos perguntou se podia vir comigo, e eu disse que sim, né, lógico... pois bem, quando chegamos aqui, eu já tinha outro quarto em meu nome, pra onde fomos... quando entramos no quarto ele avançou pra cima de mim, me beijou... disse que eu era a criatura mais linda que ele já tinha visto na vida... Milo, vou te confessar uma coisa: olha que eu já tive muitos amantes, mas nenhum como esse... – continuou Afrodite.
Milo sorriu tristemente. – Nem eu um como o Camus... mas me diz, como foi o depois? – perguntou o inglês, curioso.
– Ah, acordamos e ele se despediu de mim com um beijo, dizendo que precisava voltar... me deu o telefone dele e pediu que eu ligasse caso fosse pra Itália ou então se voltasse pra cá que ligasse pra base para marcarmos de nos ver de novo... Olha, Uxo, com esse eu me assentava nessa vida, viu? Dava casa, comida e roupa lavada! – riu Afrodite. Olhou para irmão que, não agüentando mais, chorou. – Ah, Uxo, desculpa... não fica assim! Eu tenho certeza que tudo vai dar certo entre você e seu Aquário, você vai ver!
– Sabe, Dite? E mesmo que não dê, eu não me arrependo... pelo menos eu provei dele, e sei qual é o gosto... gosto delicioso, por sinal! – afirmou Milo deitando-se novamente no colo do mais velho.
– Ai, ai, Uxo... esses homens... – murmurou Afrodite. – Ruim com eles, pior sem eles...
Milo riu. – Estamos parecendo duas peruas mal amadas, Dite!
– Ué, e nós somos o quê, bee? – riu o sueco, arrancando uma gargalhada de Milo. – Como é bom te ver sorrir assim!
– Dite, quando você vai embora? – perguntou Milo.
– Amanhã, querido... não posso deixar as coisas nas mãos do Shun por muito tempo... aliás, se as coisas não derem certo entre você e o Camus, o que eu duvido, vai pra França morar comigo que o Shun é garantido pra você, ele te acha um gato! – riu Afrodite. – Se bem que ele e aquele loirinho lá, não sei não...
– Afrodite, me abraça? Ainda tenho um dia inteiro de folga, me abraça forte? – pediu Milo.
– Ah, Uxo, vem cá, vem... – tornou Afrodite aninhando o irmão. – Eu estou aqui e sempre estarei pra você. Você é forte e vai superar, você vai ver. Agora vem, vamos, se troca e vamos comer e passear... afinal, não é sempre que estamos juntos em Atenas, não é?
– Com certeza! – sorriu Milo.
E assim os dois irmãos se vestiram e foram passear pela capital grega. Milo sempre tristonho e cabisbaixo, mas Afrodite de quando em quando conseguia arrancar uma gargalhada do outro.
Enquanto isso, na base, um certo francês foi até a sala de musculação, que ficava no salão da triagem. A base estava quase vazia, era folga de muita gente. Sozinho ali, vestindo apenas um short e munhequeiras, ele fez 500 abdominais e depois começou a socar o saco de areia, furiosamente. "Por que, meu Deus? Por que logo agora? Por que logo ele?", pensava. Socou o saco tantas vezes que perdeu as contas, por fim abraçando-se a ele, suado. "Milo...", sussurrou baixinho, fechando os olhos.
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A/N: Pronto, gente, taí a noite dos dois. Fui bem cruel no capítulo anterior, né? Por isso está aqui, em tempo recorde, vai! Me perdoem, por favooooor!
Quanto ao lemon, confesso que fiquei tão nervosa quanto o Camus enquanto escrevia. Quando disse que o francês balançava as pernas de nervosismo, era porque eu aqui estava até balançando a mesa do computador, juro. Nunca fiquei tão ansiosa pra escrever um lemon. Bom, espero que tenha ficado à altura dos dois...
Não xinguem o Camus. Tadinho, imaginem um homem na situação dele se perceber gostando... de outro homem? Até que ele foi ousado demais... mas também, quem resiste ao Miluxo?
Bia: Realmente, a música foi perfeita, né? Aquarius é mesmo muito bonita... e pensar que é o mesmo grupo que canta Barbie Girl, pode? Bom, me diga o que achou deste também, por favor!
Tsuki-Torres: É, eu fui má, eu sei. Mas me redimi, vai, postei rapidinho... né? Espero que você tenha gostado!
Uotani: Eu sei que fui má! Sei mesmo! Mas foi por uma boa razão, vai... ver vocês reclamando, rs. Brincadeira! Taí o que todo mundo estava esperando, espero que goste!
Às outras reviews eu respondi via site. Queria, lógico, agradecer a todos os comentários e a todos os que lêem! Li em algum lugar (agora não lembro onde) que reviews era chocolate virtual. É a mais pura verdade, como a gente fica feliz, nossa!
Próximo capítulo: O dia depois de amanhã. (título provisório, vai que muda...). Até lá!
