Cap. 7 – O Dia Depois de Amanhã
Foi com um aperto no coração e um enorme nó na garganta que Afrodite estacionou o carro alugado em frente à base. Ficou uns dois minutos olhando para seu irmãozinho, que apesar de homem feito e soldado valente ainda era uma criança sentimental. Ao menos era assim que ele o via. Despediram-se com um longo abraço apertado, depois de Afrodite tentar pela milésima vez fazer Milo desistir da caserna e ir trabalhar com ele em Paris. Em vão, lógico. Até porque, de repente, a caserna tinha se tornado bem mais interessante do que já era. A rejeição de Camus doía e muito para o inglês, mas Milo, teimoso como ele só, havia prometido para si mesmo que não se deixaria abalar por um francês metido a besta. Tinha sido enviado para um programa super especial, tinham depositado nele a confiança de um país, e com certeza ele não iria traí-la por uma pessoa tão bestamente insignificante como Camus.
O mais novo saiu do carro e fechou a porta delicadamente, ficando debruçado na janela e lançando um último adeus para o sueco a quem amava tanto. Afrodite soltou uma bufada e resmungou algo sobre o quão idiota eram os nacionalismos; deu um tchau para o irmão e acelerou o carro, seus olhos se enchendo de lágrimas pela despedida. Ainda ouviu Milo gritar ao longe "God Save The Queen!" e riu, divertindo-se. "Ah, Milo, algo me diz que de uma estranha maneira eu arrumei um cunhado...", riu Afrodite, cuja experiência e intuição teimavam em lhe dizer que o relacionamento entre França e Inglaterra iria bem mais longe do que julgavam seus vãos representantes.
Milo ficou parado em frente ao portão bem vigiado. Suspirou profundamente. "É, aqui vou eu...", disse para si mesmo. Tomou coragem e entrou, apresentando seus documentos ao vigia. Caminhou pelos caminhos tortuosos que o levaram diretamente à sede e ao galpão de triagem. Parou um pouco ali em frente, respirando o ar meio abafado da primeira noite quente desde que chegara em Atenas. Pensou em procurar Marin e conversar um pouco com ela, simpatizava verdadeiramente pela moça. Desistiu da idéia ao se lembrar que Aiolia tinha voltado com a ruiva para a base: não quis de repente provocar um mal estar com o amigo por um motivo tão fútil quanto sua falta de coragem em descer até o alojamento. Decidiu-se então por encarar seus medos e pôs-se a caminhar vagarosamente morro abaixo, estudando cada reentrância daqueles caminhos em que sempre passara correndo. "Nada pode ser pior do que o dia seguinte...", pensou o inglês em um momento de introspecção, algo raro para ele.
Ao longe avistou o alojamento iluminado pela luz débil do lampião a gás. Suspirou, resignado. Parou à porta do galpão, observando. Em um canto, Aiolia, Másquera, Shura e Aldebaran jogavam um jogo de cartas, animados, berrando de vez em quando. "Truco, aquele jogo lá da terra do Deba que ele ensina pra todo mundo...", lembrou Milo. Gargalhou ao ver Másquera gritar "Seeeeeeeis", levantando-se em cima da cama e atirando as cartas em Shura com violência quando seu desafio foi aceito. "Aaaaaaahhhhh patoooooos!", gritavam Másquera e Aldebaran, em cima da cama, dançando e espezinhando Aiolia e Shura que, ao invés de ficarem bravos, gargalhavam das estripulias dos dois.
Deu um passo em direção aos amigos, mas estes nem notaram sua presença, de tão entretidos com o jogo. Olhou de um lado para o outro do galpão, mas nem sinal daquele a quem queria ver. Certificando-se que Camus realmente não estava ali, correu e pulou em cima da cama, estragando o jogo dos outros quatro recrutas.
– Aaaaaaaaaaahhhhhhhhh Uxo, seu chato! – disse Aldebaran esfregando a cabeça do amigo.
– Você que fica ensinando esse jogo aí pra todo mundo, foi ensinar logo pro Másquera... ele é perigoso, Deba, se perde é capaz de empalar alguém! – tornou Milo, divertindo-se com a cara zangada que o italiano lhe lançou.
– Não, Milo, pode ficar tranqüilo que eu não vou empalar ninguém não... no máximo corto a cabeça e faço de enfeite... aliás, tá faltando uma cabeça loira lá em casa... – respondeu Másquera fazendo um sinal de degola com a mão.
Milo fez um gesto de "pare!" com as duas mãos espalmadas para o italiano e sorriu. – Não está mais aqui quem falou... – brincou o inglês. – Aliás, Olia, fiquei sabendo que você voltou da balada com uma certa Sargento, é verdade? – perguntou, malicioso. Másquera lançou para Milo um olhar indecifrável quando percebeu que o inglês sabia de algumas coisas sobre a noite anterior. O italiano levantou uma sobrancelha, e parecia se indagar até onde Milo realmente sabia o que tinha se passado.
– Ah, Milo, é sim... conversamos a noite inteirinha... aí acompanhei nossa queridíssima Marin até o alojamento dela, que por sinal é beeeeeeeeeeeeeem melhor que o nosso, e nos despedimos com um doce beijo nos lábios... – respondeu o grego rolando pela cama. – Não contem pra ninguém, mas eu estou completamente apaixonado!
– Oh, nossa, gente, alguém me segura... O Aiolia está apaixonado pela Marin... oh, que revelação bombástica! Ninguém podia desconfiar! Oh... – dizia Milo fazendo caras e bocas, provocando o grego. Todos caíram na risada ao ver o inglês se debatendo e fazendo de conta que ia desmaiar ante a notícia de Aiolia.
Todos mesmo. Inclusive a figura parada sob a porta do alojamento. O jovem estava lá já há algum tempo, escondido na penumbra, observando. Vestia somente um short preto colado ao corpo, um tênis e munhequeiras brancas. Sua pele alva reluzia, banhada de suor. Os olhos, de um azul gélido e forte, brilhavam. Ele observava a algazarra toda, sorrindo. Seus olhos pousados em um dos jovens em especial, aquele loirinho de nariz arrebitado. Sorriu. "Ah, Milo, tão lindo... tão divertido... tão gostosamente infantil... tão delicioso... tão deliciosamente proibido! Proibido, Camus. Nem pensa nele, esquece o que aconteceu, enterra, finge que não foi nada...", pensou e abaixou os olhos. Enxugou uma gota de suor que teimou em escorrer de seu cabelo e, suspirando, tomou coragem. Deu alguns passos e parou diante da cama em que todos se embolavam, brincando. Pigarreou.
– Não quero ser chato, mas amanhã temos de levantar cedo. Vão dormir! – ordenou o francês com as mãos na cintura.
Milo engoliu em seco ao vê-lo ali daquela maneira: short colado ao corpo revelando as formas perfeitas, pele suada indicando intenso exercício físico, braços que de tão trabalhados pareciam esculpidos, peito firme e coxas rígidas. Sentiu o estômago embolar e o coração falhar. Empalideceu. Engoliu em seco e apertou o lençol num movimento instintivo.
– Camus, definitivamente você é muito chato! – resmungou Shura.
– Chato ou não, eu mando e vocês obedecem! Agora eu vou tomar um banho e quando voltar quero todos dormindo, d'accord? – ordenou o francês e foi caminhando em direção ao banheiro. O inglês o seguiu com o olhar, hipnotizado pela figura alva e lambendo os lábios ao encarar os glúteos firmes do outro. "Droga, pena que não deu pra apertar ontem à noite!", pensou Milo mordendo o lábio inferior.
– Que bicho mordeu ele? – perguntou Aiolia apontando com o olhar para a direção em que Camus tinha ido. Os outros lhe encararam com cara de ponto de interrogação. – Milo, você está bem? – indagou o grego ao ver que o amigo estava mais branco que papel sulfite.
O inglês sacudiu a cabeça, saindo do transe hipnótico. Sentiu as pernas bambearem e o sangue voltar ao rosto, que agora ao invés de pálido ficou vermelho. Shura colocou a mão em sua testa. – Caralho, gente, será que o Milo tá com febre? – perguntou o espanhol.
– Credo, Shura, que mania de doença! – replicou Milo afastando a mão do amigo.
– Ah, é que depois do Olia eu fiquei com medo, né? – justificou-se Shura.
– Que seja! Mas alguém me explica de onde ele surgiu? – perguntou Milo, vendo ali a deixa para saber como tinha sido o dia do francês.
– Ah, sei lá... ele sumiu o dia todo, até depois do almoço a gente ainda achava que ele estava com você e seu irmão, Milo. Mas daí eu fui fazer um pouco de musculação e encontrei o homem lá, socando o saco de areia... Parecia um maluco, deu até medo! – comentou Másquera.
– Você com medo, Mask? Então a coisa foi séria mesmo... – disse Milo, sorrindo de canto de boca.
– Mask? – repetiu Másquera meio boquiaberto.
– É, é mais bonitinho... convenhamos que Másquera é um nome horroroso, vai? – afirmou o inglês.
O italiano deu de ombros. – Bom, antes Mask que Brigitte Bardot...
– No seu caso, Mask, seria Sophia Loren... mas pode ficar sossegado, que embora te irritar também seja legal, irritar o ruivo é muuuuuuuuuito mais divertido! – disse Milo e todos eles, inclusive Másquera, caíram na risada.
Foram se aprontar pra dormir e Milo foi caminhando em direção à sua cama, pensando no que dizer ao francês quando este saísse do banheiro e fosse se deitar. Quase morreu de decepção ao ver que o ruivo divertido de irritar já estava devidamente acomodado, deitado em sua cama e coberto até o pescoço, coisa que nunca fazia, ainda mais naquela noite, bem mais quente que as outras. "Ah, mas é muito metido mesmo...", pensou Milo e fez questão de pisar no braço dele para subir em seu beliche. Camus nem se mexeu. "Arrogante!", bufou o inglês já se ajeitando para dormir também.
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Saga encarou seu interlocutor com desespero nos olhos. Por certo que o Major Saga Gemini, maior orgulho das Forças Armadas Gregas, não se assustava com pouca coisa. Era um homem severo mas ao mesmo tempo um amante das coisas boas da vida e, embora não parecesse, era um homem ponderado. Líder sagaz e respeitado por seus homens, já cometera alguns abusos no passado, e ainda os cometia de quando em quando. Mas nada que verdadeiramente desabonasse aquele homem firme e carismático. E mesmo assim, o desespero lhe saltava dos olhos.
– Não entendo você, Saga... sempre tão seguro de si... – comentou o homem que conversava com ele.
– Mas Shaka, você sabe tão bem quanto eu que isso não diz respeito a mim, não é? – perguntou Saga.
Shaka sorriu. Era alto, branco, e dono de um par de olhos azuis que raramente abria nos momentos de maior estresse. "Os olhos atrapalham o verdadeiro sentido, meus caros: a audição! E também o tato, o olfato e o paladar... dos cinco sentidos, a visão é o menos importante!", costumava dizer. Era uma figura um tanto quanto exótica: trajava a farda branca da Marinha e ostentava as três estrelas no ombro direito, símbolo de sua patente alta e orgulho do oficialato. Entretanto, os longos cabelos loiros e lisos que escorriam pelas suas costas não condiziam em nada com essa posição. Era uma figura exótica e bela, e transmitia uma calma em seus movimentos que escondiam uma ponta de arrogância.
– Eu sei, Saga, são seus homens... – respondeu o loiro.
– Ah, Shaka, são crianças, não são homens... eu não vou deixar isso acontecer, sabe? – tornou Saga com um olhar que era um misto de medo e raiva.
– Você sabe tão bem quanto eu que não depende de você, não é mesmo? – afirmou Shaka.
– Não quero saber. Faz alguma coisa você então! – replicou Saga, levantando-se de onde estava sentado e caminhando por seu gabinete.
– Você também sabe, Saga, que não depende de mim... eu jamais negaria um pedido seu, meu amigo, mas ordens são ordens! – respondeu o loiro.
Saga parou em frente às bandeiras da Grécia e da OTAN, penduradas lado a lado. Segurou a ponta da bandeira grega e suspirou. Fechou os olhos e se virou para Shaka, abrindo-os e encarando o outro. – Eles são pessoas, Shaka, e não bucha de canhão! – tornou numa voz que era mais de desabafo do que de súplica.
– Acalme-se, Saga. Eles estão preparados! – tornou Shaka, abrindo os olhos azuis e pousando sua mão no ombro do amigo. – E além do mais...
– Já sei, eles são soldados e soldados obedecem! Bah! – bufou Saga interrompendo o amigo.
Shaka riu. – É, isso mesmo! – tirou um papel do bolso e atirou-o a Saga. – Lembra-se?
O Major Gemini pegou a foto e a encarou com um sorriso nos lábios. – E como esquecer? – murmurou, tirando ele por sua vez a mesma fotografia já meio amassada de sua carteira e pousando-a sobre a mesa.
– Saga Gemini, Shaka Virgo, Mu Lemurbéli, Aiolos du Sagittaire... bons tempos, meu caro, bons tempos! – disse Shaka. – Éramos tão jovens e cheios de vida como seus recrutas de hoje, Saga!
– E eu não sei? E como eu aprendi com os grandes Majores Dhoko Lipras e Shion Masters, tão carrascos conosco como hoje eu sou com eles! – riu Saga.
– Pois é! E nós também fomos bucha de canhão, não fomos? – perguntou Shaka.
– Era diferente... muito diferente... nunca participamos de algo tão... intenso! – tornou Saga. – Eu vou fazer alguma coisa pra impedir essa tentativa de assassinato!
– Nossos governos nos têm nas mãos, Saga. Você não vai conseguir! Parece ser inevitável... Mas me diga, onde está Mu? – indagou o loiro.
– Chegou esta tarde, está dormindo. A aula dele será pela manhã, a sua à tarde... – murmurou Saga. – Pra todos os efeitos, vocês são Majores do Exército Alemão, certo? – continuou Saga. Shaka olhou feio e levantou uma sobrancelha. – O que você queria, Shaka? Que eu dissesse que você é indiano e o Mu tibetano e que sabe-se lá porque são da inteligência da OTAN? Até eu acho isso pra lá de bizarro! – perguntou Saga com as mãos na cintura, meio irritado.
– Você participou de todo o treinamento conosco e desistiu de ser da inteligência, Saga. Não reclame por não ter acesso a certas informações! – pontuou Shaka.
– E quem é que está reclamando? Eu nunca fui discreto o suficiente pro cargo, loirão! – respondeu Gemini sorrindo.
– Taí uma das únicas coisas sensatas que você disse nessa sua vida! Queria que Mu estivesse aqui pra ver isso! – ironizou Shaka. Tomou um pedala do amigo, que jogou um beijinho no ar e saiu correndo como uma criança endiabrada. "Como é bom estar de volta!", pensou Shaka e sorriu, saindo correndo logo em seguida para alcançar o outro.
– Saga, Saga me espere... – gritou Shaka pelo corredor gelado. O grego parou e esperou pelo amigo. – E Aiolos? Alguma notícia? – indagou o indiano.
– Ele me telefonou hoje, Shaka. Não pôde vir por motivos óbvios... – disse Saga.
– O francês, não é? Aiolos foi tutor do menino, certo? – perguntou Shaka.
– Não só isso. Lembra-se de quando ele nos contou sobre uma segunda família de seu pai, que fugiu da França e veio pra Grécia? – perguntou Saga e Shaka fez que sim com a cabeça. – Pois bem, e se eu te disser que o irmão do Aiolos, bem mais novo que ele por sinal, está aqui no mesmo treinamento que o francês?
– Eu diria que a vida nos traz surpresas estranhas... – murmurou Shaka.
– É... mas a conversa com Aiolos foi perturbadora, loirão. Ele está bem preocupado... – disse Saga, baixinho.
– Todos estamos, meu caro. É uma situação sem precedentes, afinal! – tornou Shaka. Os dois continuaram andando pelo corredor gelado, apoiados um no outro, relembrando velhas histórias e comentando sobre o futuro inesperado que se traçava diante deles.
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No dia seguinte, pontualmente às duas e meia da manhã, repetiu-se aquele mesmo ritual de corneta e megafone ao qual os seis companheiros de caserna já estavam se acostumando. Xingando e se esforçando para se manter acordados, os seis arrumaram suas camas e, correndo como sempre, chegaram à praia de treinamento.
– Bom dia, seu bando de molengas! Espero que tenham aproveitado a folga pra descansar e não pra farrear... – começou Saga, rodeando os amigos perfilados em posição de sentido.
Camus nem se mexeu, mas Milo não evitou um sorriso maroto ao se lembrar de sua noite de descanso com o francês. E, estranhamente, Másquera suspirou.
– Enfim, quero lhes apresentar duas pessoas... estes são os Majores Shaka der Virgen e Mu das und Lemurbelien, do exército alemão... – prosseguiu Saga. – O Major Lemurbelien irá lhes demonstrar as mais avançadas armas que a OTAN nos disponibilizou e, à tarde, nós faremos um salto de pára-quedas, especialidade do Major Virgen. Alguma pergunta? – continuou Saga.
Os seis recrutas balançaram negativamente as cabeças. Estavam verdadeiramente espantados com a aparição daquelas duas figuras nada convencionais para o ambiente militar. Dois homens esguios, loiros, olhos claros e cabelos compridos. E que transpareciam uma calma e uma delicadeza em seus movimentos que definitivamente não condiziam em nada com a condição dos dois. Mu deu um passo à frente e sorriu ao olhar para os recrutas, o que causou ainda mais estranhamento. Com um gesto, pediu para que os homens o acompanhassem até outro canto da praia, onde havia seis alvos e uma mesa com vários tipos de armas.
– Pois bem, recrutas, o que os Senhores vêem aqui é o que de mais novo e potente há em material bélico. Tecnologia de ponta! – começou Mu. Encarando aos homens, percebeu que estes lhe dirigiam olhares de dúvida. Sorriu, imaginando o que estariam pensando. – Homens, para se manusear qualquer tipo de arma com precisão é necessário, antes de mais nada, calma e segurança. – disse, certo de que os amigos se indagavam a respeito de sua aparência frágil e calma. – Você, venha até aqui! – pediu, apontando para Shura.
O espanhol deu um passo para a frente. – Sim senhor!
– Vá, pegue aquela metralhadora B-22 automática e me mostre o que sabe fazer! – ordenou Mu.
Shura obedeceu. E assim um por um foi treinando tiro e manuseio de arma. O ponto alto da manhã foi quando Mu lhes ensinou a usar o lança-chamas. Másquera tinha um brilho nos olhos fora do normal e sorria estranho, causando um certo medo nos outros. Mas tudo correu bem e Mu admitiu que os homens eram muito bem treinados.
Após uma breve pausa para o almoço, os recrutas, acompanhados por Saga, Shina, Shaka e Mu, subiram no helicóptero CA-King 64 cedido pelo exército dos Estados Unidos. Shaka, Saga e Mu ficaram na cabine, e Saga pilotava a aeronave. Shina e os recrutas se posicionaram sentados no compartimento traseiro, aguardando por instruções.
– Oh Deba... – disse Milo baixinho, cutucando o amigo, que respondeu com um grunhido. – Por que é que eles podem ter cabelo comprido e eu tive que cortar o meu? – perguntou, fazendo biquinho.
– E eu que sei? – respondeu o americano dando de ombros. Estava era maravilhado com o salto que iriam dar.
– Ah, fala sério, sacanagem... Puta sacanagem o que fizeram comigo, onde já se viu? Os dois ali com um puta cabelão comprido e eu é que sou chamado de Barbie pelo barbeiro carrascão? – continuou Milo, realmente indignado com a situação. Aldebaran, Aiolia, Shura e Másquera riram do comentário e da cara amarrada do amigo. Enquanto isso, um certo francês lutava contra si mesmo: pensava no quão adorável era o jeito emburrado do loiro, ao mesmo tempo que o achava infantil e irresponsável demais. Camus respirou fundo e contou até dez mentalmente.
– Milo, cala essa boca! Deixa de ser criança! – disse o francês, dirigindo a palavra ao inglês pela primeira vez desde que saíra da suíte de Afrodite.
– Calaboca você, francês dos infernos! – gritou Milo, atraindo a atenção de Mu, Saga e Shaka.
– Oh, Saga, o que rola ali, hein? – perguntou Shaka, baixinho.
– Ih, quem é que sabe? Só sei que da última vez que vi dois recrutas brigarem assim deu no que deu... – respondeu o Major Gemini, piscando cúmplice para os dois homens a seu lado, que coraram levemente.
– Abusado, você, Saga! – comentou Mu, fingindo-se de bravo. – E que palhaçada esses sobrenomes que você inventou pra gente, hein? Das und Lemurbelien foi realmente muito ruim! – completou.
– Faz parte do meu show, Mu! – riu Saga. – Aliás, loirão, tá na hora do seu show, não? – perguntou para Shaka. O indiano suspirou e revirou os olhos, por fim se dirigindo à parte de trás do helicóptero.
– Homens, saltar de pára-quedas é uma das maneiras mais eficazes de se tomar lugares ocupados, especialmente cabeças de praia... o salto permite por vezes que um regimento inteiro se posicione atrás das linhas inimigas. Por mais que o elemento surpresa quase nunca esteja ao lado dos paraquedistas, é essencial que todo e qualquer soldado saiba e muito bem como saltar... ali embaixo temos um alvo grande... quero que vocês saltem nele! – disse Shaka. Continuou e deu todas as explicações possíveis sobre o salto.
Os recrutas fizeram uma fila: na frente ia Shina, seguida por Aldebaran, Shura, Aiolia, Másquera, Camus e Milo. Foram saltando um por um, sem maiores problemas. Até que restaram somente Camus e Milo.
– Salte, L'Aquaire! – ordenou Shaka.
– Não posso... – respondeu o francês. Olhou para baixo e sentiu as pernas bambearem ao encarar os amigos lá embaixo, cujos pára-quedas já estavam abertos.
– Salte, homem! Está esperando o quê? – ordenou novamente Shaka.
– Oh mon Dieu, je ne peux pas! (1) – resmungou o ruivo, enxugando uma gota de suor com a mão.
– Ora francamente, Camus! – disse Milo. Passou uma das mãos pela cintura do francês e se jogou para fora do helicóptero.
Aquele salto foi uma sensação completamente nova para Camus. Ao mesmo tempo em que sentia um medo terrível e que tinha certeza que ia morrer, sentiu um calor gostoso invadir-lhe o corpo, um sentimento de comodidade e conforto. O braço de Milo em volta de sua cintura lhe dava estabilidade e segurança. "Se eu morrer agora, morro feliz!", pensou o francês.
– Camus... – sussurrou Milo. – Hora de abrir o pára-quedas... – completou. Soltou o francês e, sorrindo, puxou a corda, planando suavemente.
– Aidez-moi, mon Dieu! Pour la France! (2) – murmurou o ruivo e também abriu o pára-quedas. Surpreendentemente, planou tranqüilo. – Desgraçaaaaaaado! – gritou para Milo assim que recobrou a capacidade de fala.
– Oh Saga... eles são bons, viu? – disse Shaka assim que todos pularam do helicóptero. – A mocinha também... – completou, referindo-se a Shina.
Saga suspirou, preparando-se para pousar o CA-King. – Bons, bonitos e jovens, meu caro. É isso que me preocupa... pessoas, Shaka, e não bucha de canhão! Pessoas! Não acredito que vamos envolver até a Shina...
– Eles, ela e milhões de outros, Saga. Você é bem informado. Sabe muito bem que está tudo um caos... – disse Mu pousando uma mão no ombro do amigo.
– Isso não pode acontecer, Mu! Não pode! – tornou Saga, fechando os olhos e suspirando, demonstrando uma ponta de desespero.
– Vamos torcer pra que não aconteça. Mas temos de estar preparados, meu caro... A OTAN tem de estar preparada... – respondeu Shaka.
– OTAN? Poupe-me, Shaka. Você acha mesmo que iremos sobreviver? – indagou Saga. A pergunta permaneceu no ar, sem resposta, enquanto o helicóptero pousava delicadamente no solo. Saíram da aeronave e encontraram os recrutas e Shina pulando e se parabenizando pelo salto bem feito. Somente Camus estava num canto, mais branco do que de costume.
– Muito bem, rapazes! As provas de hoje foram realizadas com sucesso! – disse Saga. – O resto do dia será de exercícios... assim, vamos lá! Um, dois, três, quatro...
– Quatro, três, dois, um! – responderam os seis bravos soldados, correndo no ritmo da contagem.
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– O dia hoje foi realmente excitante! Achei até que o Major Saga pegou leve... – comentou Aldebaran assim que ele e os amigos puseram os pés no alojamento. – Mas mesmo assim eu estou tão cansado que dói. Ai.
– Foi bom, sim... um pouco de ação, até que enfim! O salto foi simplesmente sensacional... – respondeu Shura, correndo e se jogando em Aldebaran. Os dois caíram no chão e riram, despreocupadamente.
Camus bufou. – Eu achei tudo isso muito estranho, isso sim!
– Estranho por quê? – perguntou Másquera. – Pra mim foi bom...
– Eu não sei quanto a vocês, mas aqueles dois majores alemães me pareceram muito esquisitos... aí tem coisa... – respondeu Camus.
– Pensando bem, esquisito mesmo! – ponderou Milo. – O que você acha, Bri? – perguntou o inglês, pendurando um braço no ombro de Camus.
O ruivo lançou a Milo aquele olhar indiferente que lhe era de praxe. – Eu acho que ninguém pediu sua opinião, Scorpio! – respondeu o francês, levantando o ombro e afastando o loiro.
Milo encarou Camus com tristeza, mas estranhamente não disse nada. Somente pegou suas coisas e foi até o banheiro. Despiu-se lá dentro, calmamente. Foi lavando cada parte do corpo firme e bronzeado, esfregando com raiva. "Eu vou te tirar de mim, Camus, eu vou!", pensava o loiro. Maldisse-se a si mesmo quando uma lágrima teimou em escorrer por seus olhos claros. Terminou o banho e se aprontou para dormir. Deitou-se em sua cama sem dizer nada e fechou os olhos, implorando aos céus para que Morfeu o embalasse de uma vez.
– Ué, o que deu nele? – perguntou Másquera apontando para Milo.
– E eu que sei? Está é tudo muito esquisito por aqui... – murmurou Aiolia. – Ainda bem que pelo menos tem a Marin... – completou, suspirando.
Pouco a pouco, todos os homens se aprontaram e foram dormir. Passado algum tempo, Milo, que não conseguira pregar o olho, levantou-se e, esgueirando-se como de hábito, saiu do alojamento. Correu o mais rápido que pôde, subindo a colina.
Camus se sentou em sua cama num pulo. "Ah, Milo, o que é que tanto você faz à noite? Se é o que eu desconfio você está ferrado na minha mão... ah se está! Onde já se viu? Mas hoje eu te pego!", pensou o francês. Levantou-se e saiu também, prostrando-se a alguma distância do alojamento. "Quando você voltar, inglesinho de meia tigela, eu te pego no flagra. E aí quero ver só! E quem sabe assim eu me livro de você, desse calor que me sobe no corpo, dessas lembranças que me assolam... Milo, tinha que me seduzir desse jeito? Camus, Camus, você precisa arrumar uma esposa e formar família... os hormônios estão lhe subindo na cabeça!", pensava o ruivo, escondido, espreitando.
-X-X-X-
Milo estralou os dedos e sorriu.
Dite, querido,
Chegou bem? O escritório está bem? Nenhuma casa francesa sofreu de má decoração congênita durante sua ausência? Aliás, oh destinozinho filha da puta pra te fazer morar bem em Paris... agora toda vez que pensar em você minha cabecinha loira vai fazer aquela ligação bizarra, mais ou menos assim: Dite, Paris, Torre Eiffel, Camus L'Aquaire, Prozac. Sim, porque eu vou enlouquecer, meu irmão. Ai, Dite, dói tanto... aquele olhar gelado de indiferença está me matando aos poucos. Será que sobrevivo? Oh, o italiano não comentou nada sobre vocês, mas peguei ele suspirando em alguns momentos do dia... suspeito, muito suspeito. Não acredito que você e o Mask (esse é o apelido que eu dei pra ele, Másquera definitivamente não é nome de cunhado) ficaram juntos... bom, também não acredito que o Camus cedeu... deve ter sido alguma conjunção interplanetária dessas que só acontecem a cada cinco milhões de anos que acabou favorecendo as conjunções carnais, rs. Dite, hoje atirei e saltei de pára-quedas. Vieram uns oficiais esquisitos pra cá, está tudo muito estranho... manda notícias! Te amo muito, e sinto sua falta.
Saudades, sempre.
Uxo
Enviar. Sua mensagem foi enviada com sucesso. Alívio. Desligou o computador, deu um tchau pra Marin, que ainda estava lá, e saiu correndo colina abaixo.
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Perto do alojamento, Camus observava. Viu quando Milo apontou ao longe. Sentia algo que não sabia precisar muito bem o que era. O estômago queimava, a face ardia. Praguejava internamente. Talvez fosse raiva, talvez fosse ódio. "Ódio, com certeza! Sou capaz de matar aquele maldito se... não quero nem pensar!", disse o ruivo para si mesmo. Esperou calmamente até que o inglês passasse ao lado da árvore onde se escondia.
Milo vinha caminhando absorto em seus pensamentos quando sentiu uma mão puxar-lhe pelo braço. Segurava forte, machucando um pouco. Olhou para a figura que lhe surpreendera e encontrou olhos azuis e gelados. – Camus, o que você quer aqui? – perguntou, aparentando indiferença.
– Onde você vai toda noite, hein, Milo? – indagou Camus e seus olhos crispavam.
– Não é da sua conta! – respondeu o inglês e fez força com o braço, escapando do ruivo.
– Sou o líder de vocês e tenho o direito de saber: onde você vai toda noite? – tornou a perguntar Camus. Estava vermelho e aparentava muita raiva.
– Ora me poupe, Camus! Francamente... já disse, não é da sua conta! – afirmou o loiro e pôs-se a caminhar em direção ao alojamento.
– Você vai ver a Marin, não é? Confessa! – gritou Camus.
– Já disse, não é da sua conta... eu vou fingir que você não fez essa cena idiota e vou dormir, Camus. Boa noite! – tornou Milo, virando para trás e olhando daquele jeito irônico de canto de olho que só ele sabia. Pôs-se a andar novamente.
– Vou contar pro Aiolia, Milo. Que espécie de amigo é você que come a mulher por quem o outro é apaixonado? – perguntou Camus. Surpreendeu ao outro e a si mesmo pelo linguajar chulo e pela preocupação com o assunto.
– Ora, ora, Camus... – respondeu Milo, desistindo de voltar ao alojamento. Começou a caminhar em direção ao outro, a passos lentos. – Você está com ciúme...
– É claro que não, acha que eu teria ciúme de você? – perguntou Camus, mordendo o lábio inferior.
– É o que parece... – comentou Milo, agora bem perto do francês.
– Somente zelo pela harmonia desse grupo. É péssimo saber que você trai o Aiolia dessa forma... – respondeu Camus encarando o outro nos olhos.
– Você não tem nada a ver com isso, Camus. Eu pego a Marin sim e isso é um problema meu! – tornou Milo.
Camus segurou novamente o braço de Milo, apertando forte. Trouxe o outro para perto de si, e os rostos ficaram a poucos centímetros um do outro. – Seu vagabundo, metido, mau caráter, traidor... – foi dizendo, baixinho.
– Filho da puta, tá machucando meu braço. Eu não vou ver a Marin porra nenhuma, Camus. Eu vou escrever pro Afrodite. Eu burlo a segurança e acesso a internet pra mandar emails pro meu irmão, seu idiota! – gritou Milo, saindo de si.
Camus encarou o loiro. Estava sem jeito. O rosto de Milo praticamente grudado ao seu, a mão que agarrava o braço do outro com força. A respiração começou a ofegar e os pensamentos foram pouco a pouco cedendo lugar às emoções. Ficou ali parado, agarrado ao outro. Milo entreabriu os lábios e umedeceu-os com a língua. A reação de Camus foi instantânea: puxou o inglês para um beijo longo, ofegante e apaixonado. Ambas as línguas se envolveram com urgência e voluptuosidade.
Separaram o beijo e Milo sorriu. – Não falei que era ciúme? – disse, piscando.
– Metido! – tornou Camus, beijando o pescoço de Milo.
Milo agarrou a bunda de Camus com força. – Milo! – surpreendeu-se o francês.
– Desculpa, Camus, mas eu precisava fazer isso! – respondeu o inglês. Antes que o ruivo protestasse novamente, deu-lhe outro beijo. Ousou e enfiou as mãos por dentro da calça de Camus, apertando mais uma vez os glúteos firmes do outro. As pernas bambearam ao sentir o gemido abafado que o outro soltou em sua boca.
Os dois suspiravam, ofegantes. Em pouco tempo as roupas já estavam atiradas pelo chão de terra. Camus foi tomado por uma luxúria que jamais imaginou ser possível ao encarar o corpo bronzeado de Milo. O inglês lambeu toda a extensão de seu membro, preparando-o para o sexo. Camus suspirava e entrou no loiro devagar. Alisava o pescoço e as coxas de Milo enquanto estocava o companheiro, os dois de pé num baile sincronizado e prazeroso. Camus por fim gozou dentro do amigo. Mas Milo permanecia excitado e seu membro pulsava, pedindo por alívio. Com luxúria nos olhos, e tirando coragem sabe-se lá de onde, o francês abocanhou a ereção do loiro. Sugou desajeitadamente no início, mas Milo o foi guiando até que o ruivo estabeleceu uma técnica e um ritmo próprios. Sem entender muito bem o que acontecia, o loiro acabou gozando. Por fim, selaram um beijo apaixonado, e Milo não se cabia em si de tanta felicidade. Ficaram deitados na relva durante alguns minutos, até que Camus se levantou, lentamente, e começou a se vestir. "De novo não, Deus, por favor! De novo não...", pensou o loiro.
– Onde você vai? – perguntou Milo encarando Camus com olhos cobiçosos. – Ainda tem mais se você quiser... – completou, piscando.
Camus ajoelhou-se ao lado do inglês e lhe deu um beijo na testa. – Me desculpa, Milo. Mesmo. Pelo que eu fiz hoje... eu ando meio fora de mim...
– Desculpar o quê, as coisas que você me falou? Claro que desculpo! – disse o inglês acariciando a face alva de Camus. Mas este se virou, impedindo que o carinho se prolongasse.
– Não, eu quis dizer pelo que acabou de acontecer... – murmurou Camus.
– Desculpar por ter feito aquilo que eu mais queria, Camus? – perguntou Milo com os olhos brilhando, revelando lágrimas que teimavam em se formar.
– Milo, você sabe tão bem quanto eu que isso não pode acontecer. Eu sou homem, sabe? – ponderou o francês.
– Eu também ué! – completou Milo.
– Pois é, é exatamente esse o problema. Não podemos, Milo. Por favor me entenda! E me desculpe por ter feito isso, não vai mais acontecer... – tornou o ruivo com os olhos baixos.
– Se era pra dizer isso, Camus, realmente não precisava ter acontecido. Eu vou acabar te odiando, sabia? – respondeu o inglês. Virou-se de costas, evitando encarar Camus. Não queria que ele percebesse que chorava.
– Me desculpa, Milo. Mesmo. Eu realmente não devia ter feito isso... – replicou Camus. – Vou dormir, boa noite.
– Boa noite, Camus... – respondeu Milo, baixinho. Quando o francês entrou no alojamento, Milo caiu sentado. – Por que será que eu não consigo te odiar, francês? – perguntou o loiro para si mesmo. Abraçou as próprias pernas e chorou, sentindo-se só e abandonado.
Em sua cama, Camus se revirava de um lado para o outro, sem conseguir dormir. Teve ímpetos de sair dali e ir falar com Milo, esclarecer as coisas. Ele gostava de estar com o outro, mas não podia e pronto. Maldizia-se por ter cedido e ao lembrar da confissão que o outro fizera sentia-se um verdadeiro idiota. "E eu pensando que ele ia se encontrar com a Marin... nossa, só de pensar nessa possibilidade me dá uma raiva, uma angústia... nunca senti isso antes... Deus, o que é que está acontecendo comigo? Por que eu não consigo parar de pensar no Milo? Não pode, não pode... eu não posso estar... não, não, com certeza não. Muito tempo convivendo só com homens, deu nisso... mas foi tão bom... pára, Camus, dorme!", pensava o francês. A última imagem que lhe veio em mente antes de ceder ao sono foi o sorriso de canto de boca de Milo. "Lindo...", murmurou Camus. Dormiu sorrindo.
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1 - Meu Deus, eu não posso!
2 - Me ajude! Pela França!
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A/N: Bom, aí vai mais um capítulo. Peço desculpas se ele ficou corrido demais. Eu tinha pensado em fazer dois capítulos: um com a aula de tiro e outro com o pára-quedas, mas achei que não havia necessidade, aí ficou esse capítulo meio corrido mesmo. Espero que não tenha ficado tão ruim, eu confesso que estou verdadeiramente insegura a respeito desse capítulo. Desculpem pelo semi lemon no final, mas também não achei preciso descrever a cena com mínimos detalhes: haverá outras, podem ter certeza.
Ah, a propósito do sobrenome de Mu: Lemurbéli. Como não consegui inventar algo que tivesse a ver com Áries, coloquei Lemur de Lemuria e Béli de Bélier, que é Áries em francês.
No próximo capítulo, como deu pra perceber, nossos amigos vão viver uma aventura. O que será que está acontecendo pra deixar Saga tão desesperado? Aliás, eis o título provisório do cap. 8: Atrás da Linha Vermelha.
Como muitas de vocês ficaram espantadas com minha rapidez em atualizar, vou contar meu segredo (mas não contem pra ninguém... ;p): eu moro em São Paulo, a exatos 35km do meu trabalho (sim, moro e trabalho em São Paulo). Amo minha cidade, mas ela tem 597.234 defeitos, e o pior deles é o trânsito: levo uma hora pra ir e uma hora e meia pra voltar. Os CDs do carro são sempre os mesmos, e a rádio nem sempre toca coisas boas... moral da história: vou pensando em Caserna. Tenho a história toda montada na cabeça, aí é só escrever.
Queria fazer mais um comentário... essa história é sobre militares, mas guarda uma mensagem pacifista pro final (claro que não vou dizer qual é, rs). Lamento e muito a declaração de guerra de Israel contra o Líbano.
Mas agora, chega de blá blá blá e vamos às respostas dos reviews anônimos.
Uotani: todo mundo meio que surtou mesmo por causa da parada estratégica do cap. 5. Que bom que você gostou do lemon, espero que continue gostando. Obrigada pelo review.
Tsuki-Torres: não roa as unhas! Aí está o capítulo 7! Fim de semana que vem tem mais! Muito obrigada!
Nine66: que bom que você comentou, mesmo! Não precisa ter vergonha não! Já disse e repito, o Camus é simplesmente magnífico. De verdade! E interessante saber que você já tinha pensado nisso: eu não sou a única maluca então, rs. Muito obrigada!
Ai, ai, deixa eu ir que dessa vez exagerei nos comments... até o próximo!
