Cap. 8 – Além da Linha Vermelha

Saga baixou os olhos e suspirou, resignado. Odiava ter de dar aquela notícia a seus homens. Havia os acordado bem mais tarde do que o costume, por volta das sete horas da manhã. Os recrutas estranharam o fato de levantarem-se já com o sol brilhando. Estranharam mais ainda o fato de os três Majores os estarem aguardando em jipes da OTAN, devidamente equipados para transportá-los com algum conforto. Quando por fim chegaram à base verdadeira, cercada por pessoas que corriam feito formigas atarefadas de um lado para o outro, quase tiveram um pequeno surto. A base era composta por três grandes prédios espelhados, onde tremulavam as bandeiras dos países-membro da organização, bem como, ao centro delas, a bandeira azul marinho com a estrela branca ao meio, símbolo da Organização do Tratado do Atlântico Norte. As portas eram automáticas e abriam com sensores de movimento, bem como as luzes. Havia lanchonetes e restaurantes em todos os andares, aos quais podia-se subir pelo elevador panorâmico ou pelas escadas rolantes. Os seis recrutas, que estavam acostumados com aquele pardieiro em que dormiam e comiam, observavam a tudo maravilhados.

Foram encaminhados a uma sala grande. Dentro, uma mesa redonda cercada por cadeiras confortáveis. Na parede, um telão que projetava um enorme mapa mundi, que de acordo com o desejo de quem ministrava a reunião era ampliado em determinada região. Ali os aguardavam Shina e Marin, e as moças ostentavam feições sérias. Os Majores se colocaram à frente, deixando os recrutas e as moças sentados.

– Primeiramente, Senhores, gostaria de lhes dizer que o que está acontecendo aqui não estava programado. Não faz parte do treinamento, embora não haja opção... – começou Saga. – Mas os Majores aqui ao meu lado vieram trazer uma convocação para os Senhores... A Srta. Saori Kido, neta de um magnata japonês, foi seqüestrada por terroristas enquanto fazia reuniões de negócios na Líbia. Os terroristas exigem resgate de US$ 500 bilhões para devolvê-la sã e salva, e obviamente ninguém vai pagar essa quantia. É nossa função, Senhores, invadir a Líbia, encontrar a moça e resgatá-la, e por tabela acabar com a célula terrorista responsável pelo seqüestro. Darei as instruções de como faremos isso, mas antes quero saber: alguma pergunta? – terminou Saga, encarando a seus homens, cujos queixos certamente teriam desabado se não estivessem presos ao crânio.

– Peraí, Major Saga, deixa eu ver se entendi... – começou Shura. – Temos de invadir o quintal do tio Gaddafi (1) e libertar uma patricinha japonesa? O que é que a OTAN tem a ver com isso? Me corrijam se eu estiver enganado, mas o Japão, até onde eu saiba, não é nem nunca foi membro da OTAN... – continuou o espanhol. Os companheiros balançaram as cabeças em concordância.

– Eu... eu... eu, na verdade eu... – balbuciou Saga. Era claro que o Major não fazia a menor idéia de como explicar aquilo para seus homens.

Shaka deu um passo à frente e pousou uma das mãos no ombro de Saga, que fechou os olhos e abaixou a cabeça. – Senhores, isso não vem ao caso. Trata-se de uma missão importante e os Senhores foram escolhidos para desempenhá-la; é por isso que eu e o Major das und Lemurbelien estamos aqui! – disse, olhando de soslaio para Mu, que se esforçou para não sorrir ao ouvir o nome esdrúxulo que Saga lhe dera.

– Permissão para falar, Senhor! – pediu Másquera. Shaka fez um sinal afirmativo com a cabeça. – Os Senhores parecem saber mais do que nos dizem. Acredito que se vamos mesmo pra essa missão devemos saber do que realmente se trata.

– Segundo-Tenente Cancerini, o Senhor tem razão. Sabemos sim mais do que lhes contamos. E os Senhores vão assim mesmo, a não ser que queiram ser considerados desertores... mais alguma pergunta? – tornou Shaka com um ar arrogante. Os recrutas fizeram que não com as cabeças. – Muito bem... Mu, poderia por gentileza explicar o plano?

Mu, que até então estivera quieto num canto, deu dois passos à frente. Apertou um botão e no mapa foi mostrada a região do Oriente Médio, dando especial destaque à Líbia. O Major pegou uma vareta e foi apontando para os lugares conforme falava. – Pois bem, Senhores, navegaremos no porta-aviões FS Charles de Gaulle (2), da Marinha da França... se eu não me engano o Sr. L'Aquaire o conhece muito bem...

– Sim, Senhor... – disse Camus saindo da espécie de transe em que estivera até então. – Trata-se de um porta-aviões nuclear equipado com a mais alta tecnologia bélica... tem capacidade para 40 toneladas, o que equivale a um frota de mais ou menos 350 aviões. Viaja a uma velocidade de 35 nós por minuto durante a decolagem e aterragem, chegando a 75 nós sem operação, e possui mísseis ativos com alcance de 12 quilotons, o que é suficiente para destruir uma cidade do tamanho de Atenas em 5 minutos. Se estão envolvendo o Charles de Gaulle nisso é porque a coisa é séria mesmo! – completou o francês.

– Como sabe tanto sobre ele, Camus? – perguntou Milo, fascinado pela explicação do ruivo.

– Porque eu tive a honra de ser o primeiro imediato dele, Milo. – respondeu o francês.

– E isso quer dizer...? – perguntou Milo, que por ser do exército não era muito familiarizado com a terminologia da marinha.

– Quer dizer que eu era o segundo no comando, Milo, abaixo apenas do Almirante! – respondeu Camus e estufou o peito, não fazendo a menor questão de esconder o orgulho que sentia.

– Uau... – murmurou Milo, boquiaberto. – Brigitte poderoooooooooooooooosa... – completou sorrindo. Camus somente lhe lançou um olhar de poucos amigos, que fez o inglês se encolher na cadeira acolchoada.

– Pois bem, obrigado pela explanação, L'Aquaire... – continuou Mu. – Avisamos todas as bases da OTAN no mundo que o Charles de Gaulle vai navegar em águas internacionais em um treinamento que estamos fazendo... por isso os Senhores foram os escolhidos para a missão... navegaremos realmente em águas internacionais simulando exercícios de guerra até chegarmos perto da Líbia. Lá, os Senhores voarão no helicóptero CA-King até o deserto. Saltarão de pára-quedas e terão 24 horas para resgatar a Srta. Kido.

– Ah, só pode ser brincadeira... como é que a gente vai fazer tudo isso em 24 horas? – perguntou Aldebaran.

– Nós temos razões para desconfiar que os terroristas a esconderam... Saga, abra o mapa, por favor... – pediu Mu. Saga pegou um grande rolo de papel e o desdobrou em cima da mesa, revelando um mapa de coordenadas militares. – aqui. – continuou Lemurbéli apontando para um "xis" no mapa. – Os Senhores saltarão aqui – prosseguiu, apontando para outro "xis", próximo ao outro.

– E qual apoio teremos? – indagou Másquera.

– As armas mais avançadas e o treinamento tático de vocês. O Charles de Gaulle não poderá dar um único tiro... – respondeu Mu.

– Ah, não me levem a mal não, mas eu preferia era continuar aqui e encarar o Saga e a Shina, viu? – disse o inglês.

– Milo! – repreendeu Camus.

Mas, no momento em que Milo mencionou o nome da Sargento Ofidiuus, todos se voltaram para Shina e Marin, dando-se conta da presença das moças ali. – Peraí, pára tudo: elas vão? – perguntou Aiolia apontando para as meninas. – A Marin vai? – tornou a perguntar, visivelmente abalado.

– Vão sim, elas são bem treinadas e farão parte da missão... Algum problema? – perguntou Shaka, debruçando-se por sobre a mesa e encarando o grego com olhos ameaçadores.

– Todos os do mundo, não é? Mas não adianta absolutamente nada eu enumerá-los, não? – respondeu Aiolia sem abaixar os olhos.

Shaka deu um passo para trás. – Realmente não. E eu não quero mais discutir com os Senhores. Quero todos prontos, partiremos em meia hora!

– Como é que é? – indagaram Másquera e Shura ao mesmo tempo.

– É isso mesmo que vocês ouviram. O Charles de Gaulle está em águas gregas e o avião que nos levará até ele já se encontra na base. Em meia hora partimos. – explicou Saga. Nem parecia o Major Gemini de sempre, pois seus olhos transpareciam o medo que sentia.

– Não sei porque todo esse medo, minha gente... são onze de nós contra trezentos deles, num território que a gente não conhece e que é a casa deles... Qual o grande problema, afinal? – alfinetou Milo de maneira irônica. O silêncio foi a única resposta que obteve o inglês.

-X-X-X-

Meia hora mais tarde os soldados embarcaram no avião que os levou diretamente ao porta-aviões que era o grande orgulho da Marinha da França. Desembarcaram embasbacados com o sem número de pessoas que constituíam a tripulação do navio, correndo de um lado para o outro. De quando em quando um homem se dirigia para a pista de pouso e decolagem com duas bandeirinhas e fazia sinais, o que era fatalmente seguido pelo som ensurdecedor dos motores dos aviões que subiam e desciam apressados.

De tempos em tempos um dos homens vinha correndo e, sorrindo, batia continência para Camus, que o cumprimentava e sorria de volta. Era visível que o francês sentia-se em casa, e ficava patente o grande respeito que todos possuíam pelo ruivo. Milo sorria cada vez que um deles se aproximava do outro, e recriminava-se por sentir orgulho de Camus.

Foram encaminhados para seus aposentos, onde se acomodaram. A cabine que fora separada para Camus era sua antiga cabine de primeiro-imediato, bem maior e melhor equipada do que as que foram separadas para os Majores, o que quase causou uma indisposição entre eles. Mas, felizmente, não passou de um pequeno mal entendido que foi resolvido pelo cozinheiro do navio, que preparou pratos deliciosos para Saga, Mu e Shaka.

Passaram-se cinco dias no encouraçado francês. Os dias passavam monótonos e todos encontraram alguma distração. Másquera e Shura, por exemplo, passavam o dia aprendendo com Aldebaran sobre o funcionamento de um navio; em troca, davam aulas ao brasileiro sobre os tipos de aviões que havia ali. Aiolia e Marin aproveitaram o tempo para se conhecerem melhor, e tentavam em vão esconder o enorme amor que sentiam um pelo outro. Mu e Shaka raramente eram vistos no convés, pareciam estar sempre preocupados e fazendo mil cálculos. Saga e Shina passavam horas sentados conversando, encarando o mar azul.

Já Milo passava a maior parte de seu tempo azucrinando Camus: pedia para que o outro lhe mostrasse todos os cantos do navio, que lhe explicasse o funcionamento da casa de máquinas, e muito mais. Camus explicava tudo pacientemente, e admitiu para si mesmo que simplesmente adorava a companhia do inglês. Eles brigavam feio de vez em quando, chegaram até mesmo a trocar alguns socos e pontapés, mas logo depois estavam juntos de novo. Não trocaram um único beijo, um único carinho, nem ao menos tocaram no assunto das duas noites que passaram juntos: era como se aquilo simplesmente tivesse sido um sonho, um sonho bom. Ao menos era como Camus encarava as coisas.

Naquela manhã, o sol ardia forte e a brisa quase não soprava, demonstrando aos amigos que eles estavam já na costa do Oriente Médio. Saga, com um semblante preocupado, trocou algumas palavras com Mu e Shaka. Os outros os observavam ao longe, e parecia que o Major Gemini discutia com os outros dois. Por fim, resignado, Saga caminhou até eles e os convidou para uma reunião. Entraram todos numa das salas do enorme navio, trocando olhares preocupados entre si. Saga se colocou à frente deles, e Mu e Shaka se posicionaram atrás dele.

– Homens, já estamos na costa da Líbia. Esta noite tomaremos o CA-King e daremos início à nossa missão. Estão todos preparados? – começou Saga. Os soldados fizeram que sim com as cabeças. – Pois bem, homens. Quando os Senhores chegaram na base para o treinamento, eu os instruí que ali os Senhores eram apenas recrutas. Aqui a coisa é diferente. Tirando minhas queridas Shina e Marin, que ainda são Sargentos mas somente pela pouca idade, todos os Senhores são oficiais e têm postos de comando em seus países. Aqui eu quero que exerçam esse comando, essa visão tática. O sucesso da missão, bem como a vida de todos nós, depende disso... – continuou Saga com a voz forte e decidida. – Eu vou comandá-los nessa missão, e devo dizer que é minha honra e privilégio poder comandar homens (e mulheres também) tão competentes como os Senhores. Estão dispensados por ora! – completou o Major Gemini com um aceno de cabeça.

Os recrutas deixaram a sala com olhares preocupados e feições sérias. E, assim que fecharam a porta atrás de si, deixando somente Mu, Saga e Shaka na sala, o Major Gemini debruçou-se sobre a mesa e socou o móvel. – Eu não acredito que vocês dois não vão com a gente! – disse Saga, indignado.

– Nós vamos desembarcar também, Saga. Enquanto vocês distraem os terroristas, eu e Shaka vamos atrás de um artigo precioso. Você sabe que o Julian é o cabeça dessa organização, não é? Precisamos saber o que ele tem em mente... você sabe muito bem que tem muito mais coisa em jogo aqui do que a vida daquela patricinha mimada, não, Saga? – respondeu Mu batendo de leve no ombro do amigo.

– Sim, eu sei, Mu. Claro que sei. Também sei que a própria OTAN, e milhões de vidas, estão em jogo aqui. Mas puta que o pariu, eu quero que se dane tudo isso... me preocupo demais com eles... Me preocupo com ela, Mu! – tornou Saga, levantando os olhos e encarando os amigos.

– Acalme-se Saga! E torça para que consigamos... os caras lá de cima estão com os nervos à flor da pele. Estão prestes a brigar entre si, e você sabe muito bem o que isso significa, não é? – disse Shaka, pesaroso.

– Não preciso ser da inteligência da OTAN e nem mesmo especialista em geopolítica pra saber que se a coisa degringolar o negócio vai feder e bastante... – respondeu Saga. – Mas me digam, como vão fazer?

– Vocês vão no CA-King, nós dois vamos pegar uma lancha civil que está escondida aqui. Nossa aparência nada militar (santos cabelões!) e os dólares em nossos bolsos vai nos fazer passar como turistas normais, Saga. Vamos tentar nos infiltrar nas Organizações Solo. E vamos ver se conseguimos obter as informações necessárias... fique sabendo desde já que nós dois não vamos voltar com vocês, Saga. Vamos ficar na Líbia, e você dirá aos homens que morremos em combate. Certo? – explanou Mu.

– Certo, certo, muito bem entendido, Senhores! – respondeu Saga batendo continência. Os dois companheiros riram. – Tomem cuidado, vocês! – murmurou Saga dando um abraço apertado nos dois amigos. Os três sorriram e se desejaram boa sorte mutuamente. Mu e Shaka saíram da sala ainda sorrindo. Desapareceram tão furtivamente como apareceram dias antes na base de Atenas.

-X-X-X-

À noite embarcaram no helicóptero, cujas hélices batiam rápido, fazendo um barulho ensurdecedor. Sentaram-se no compartimento de trás Saga, Aiolia e Aldebaran de um lado e Milo, Camus, Másquera e Shura do outro, de frente para eles. Vestiam fardas verde-oliva pesadas e sem nenhuma identificação: até mesmo as placas que usavam nos pescoços as deixaram no Charles de Gaulle. Os rapazes se surpreenderam e muito ao verem que quem pilotava a aeronave eram Marin e Shina. Aiolia sorriu ao ver que sua garota pilotava, por dois motivos: o primeiro, e mais importante, era porque ele acreditava que assim que chegassem no deserto eles saltariam e as moças voltariam com o helicóptero para o porta-aviões; o segundo era saber que a moça compartilhava com ele o mesmo gosto pelos céus.

O helicóptero levantou vôo suavemente. Prosseguiu alto até certo ponto, em que desceu vertiginosamente, voando perigosamente perto ao mar. – É para não sermos captados pelos radares! – explicou o Major Saga, gritando para se fazer ouvir.

Passado mais ou menos uma hora e meia, o helicóptero parou no ar feito um beija-flor. – Chegamos! – gritou Shina, virando-se para trás.

Saltaram Aldebaran, Shura e Másquera primeiro. Quando Camus ia saltar, o helicóptero rodopiou no ar. – Qu'est-ce que c'est ça? (3) – berrou o francês, branco feito cera.

– Deu pane no motor, rapazes! Vamos, saltem logo! – ordenou Marin, segurando o manche com uma força incrível.

– O quê? Ficou louca, Marin? Eu é que não vou deixar você aqui! – berrou Aiolia.

– Vai, Olia! Vai! – continuou a dizer a ruiva.

– Não posso te largar aqui! – disse o grego, resoluto.

– Não tem outro jeito, Aiolia. Vamos ter de pular! – disse Saga, puxando o outro pelo ombro.

– Você enlouqueceu, Saga? – gritou Aiolia, esquecendo-se completamente que o outro era seu superior. – Eu não vou deixar a Marin aqui pra morrer quando esse troço cair!

– Escutaqui, Aiolia! – disse Saga, agarrando o outro grego pelo braço. – Você não é o único a deixar algo precioso aqui! – murmurou para o outro, apontando com o olhar para Shina, que também tentava a todo custo segurar a aeronave.

Aiolia suspirou, resignado. Correu até a cabine e beijou Marin apaixonadamente. – Te amo, minha ruiva! Não morre, por favor! – completou, com lágrimas nos olhos.

– Também te amo, Olia! Vê se não morre também! – respondeu a moça. Aiolia despediu-se dela com um beijo jogado no ar e saltou.

Milo encarou toda aquela cena com um sorriso meio triste. Olhou para Camus de canto de olho e suspirou. O ruivo continuava impassível como sempre, e de quando em quando olhava para baixo.

Mon Dieu, acho que eu não consigo saltar... – murmurou Camus.

– Vem, francês. Eu te ajudo! – disse Milo. Passou um braço pela cintura do francês. – Pronto?

Oui! Merci, Milo! – agradeceu Camus olhando o loiro no fundo dos olhos. Os dois saltaram rumo ao desconhecido, juntos.

– Shina, Marin, tentem levar o helicóptero até a praia, acho difícil vocês conseguirem chegar no Charles de Gaulle assim... – disse Saga, olhando para a fumaça que saía da parte de trás do CA-King. – Aguardem a gente a 75 graus longitude norte e 45 graus e 8 minutos altitude oeste, entendido? – continuou o Major, enquanto Marin tomava nota das coordenadas. – Shina, você acha que consegue consertar isso aqui até a gente voltar?

– Sim, Saga, acredito que sim! – respondeu a menina, firmemente.

– Que assim seja, então! – completou Saga. Deu um beijo estalado na bochecha de Shina. – Tomem muito cuidado, vocês duas! Por favor! Isso é uma ordem! – disse e sorriu um sorriso triste, acariciando com o indicador a face morena de sua assistente. Correu até a parte de trás da aeronave e saltou sem olhar para trás. Quando abriu seu pára-quedas olhou para cima, bem a tempo de ver a aeronave, soltando fogo, descrever uma curva de 180 graus e voltar de onde tinha vindo. "Boa sorte, meninas!", murmurou o Major assim que tocou o chão.

-X-X-X-

– Corram, corram, vamos vamos vamooooooos! – ordenou Saga, correndo abaixado e recolhendo seu pára-quedas. Os homens obedeceram e largaram os artefatos de tecido escuro ali, cobertos por uma pedra grande que encontraram no caminho. – Muito bem, Aiolia, nos posicione!

– Major, pelos meus cálculos estamos a 15 graus sul e 4.2 leste do lugar em que os Majores alemães disseram que a tal Kido estaria... – pontuou Aiolia, olhando para uma série de instrumentos e fazendo algumas contas num papel.

– Aliás, cadê os loirões, hein, posso saber? – perguntou Milo.

– O loirão e o lorinho, Milo, você quer dizer... – respondeu Saga, sorrindo. – Não é da conta de vocês onde eles estão!

– O quê? Vocês se conhecem? – indagou Aldebaran.

– De longa data. Mas não vou contar pra vocês! – riu Saga. Fazia aquilo de propósito, para descontrair o grupo. – Vamos então. Eu vou à frente, Camus segue por último. Milo e Shura, vocês que são infantaria e têm mais habilidade em ações em terra, vão dos lados. Qualquer coisa mais estranha, digam!

– Sim, senhor! – responderam o inglês e o espanhol em uníssono.

Caminharam em silêncio por cerca de uma hora. Estavam em um deserto árido e poeirento: não havia uma única árvore ou buraco em que pudessem se esconder. Estavam em terras inimigas e contavam somente com a sorte, e nada mais. De repente, avistaram ao longe uma grande construção de concreto cinza, em meio ao nada.

– É, estranho... muito estranho esse lugar no meio do absoluto nada... – pontuou Aldebaran, tirando a mochila pesada das costas e depositando-a no chão. Abriu a mochila e tirou de lá um binóculo. – O lugar é muito bem vigiado, tem duas torres altas repleta de homens bem armados, cerca de 20 em cada uma.

– Deixa-me ver! – pediu Camus. Tomou a ferramenta das mãos do mariner e observou. – Sim, muito bem vigiado. E se as torres são assim, imaginem lá dentro...

– Tá, tá, todo mundo já entendeu que vai ser difícil Bri! Qual o plano? – perguntou Milo.

– Mas será possível que nem aqui você vai largar do meu pé, seu lordezinho de meia pataca? – comentou Camus, revirando os olhos.

– Nãããããããããoooo Bri! Te irritar é muito divertido! – tornou Milo. Os companheiros não conseguiram evitar uma risada quando Camus começou a xingar Milo de todos os palavrões que ele conhecia em sua língua natal.

– Certo, certo, riam mesmo... minha sugestão é nos separarmos de forma que cinco de nós invadam a fortaleza enquanto os outros dois envolvam o prédio com as bombas que trouxemos... – explanou Camus.

– Muito bem, L'Aquaire, acredito que seja mesmo o único jeito de fazermos isso... – concordou Saga. – Shura e Aiolia, vocês que vão plantar a bomba. Másquera, Deba, Camus, Milo e eu vamos invadir o troço! – completou o Major. – Fiquem sempre de posse de seus comunicadores! Qualquer coisa, corram para a praia: as coordenadas das meninas são 75 graus longitude norte e 45 graus e 8 minutos altitude oeste, entendido?

– Sim senhor! – responderam todos em uníssono.

– Olia, vê se não morre, porque você e o Deba são os únicos capazes de traçar rotas aqui, hein? – disse Milo. Abraçaram-se todos fortemente, despedindo-se.

Fuerza, hermanos! – murmurou Shura ao ver seus amigos arrastando-se em direção ao prédio.

– Vamos lá, Shura! – disse Aiolia, batendo de leve no ombro do amigo. Começaram a desenrolar uma série de fios e a estudar o ambiente, a fim de entender qual seria o melhor jeito de plantar a bomba e explodir tudo pelos ares.

-X-X-X-

Saga ia na frente. Segurava uma metralhadora automática e fazia sinal com as mãos para que os outros avançassem. Foram assim se esgueirando até a lateral do edifício. Esperaram pacientemente até que um soldado inimigo saiu do prédio e deixou a porta aberta. O rapaz tirou um cigarro do bolso e acendeu o isqueiro. Não teve tempo de levar o cigarro à boca, pois tomou uma forte coronhada no pescoço.

– Grande Bri! – murmurou Milo ao pé da orelha de Camus, que derrubara o inimigo de forma certeira.

– Ah, ça me bof! (4) – bufou Camus.

O inglês já tinha participado de missões perigosas e nunca sentira medo. Estivera no Iraque, ao lado de Aldebaran, e nunca, em nenhum momento, desesperara-se. Entretanto, naquela noite quente e abafada, Milo sentia seu peito encolher. Ele não sabia muito bem definir o que era: talvez fosse medo, talvez fosse angústia, talvez fosse só insegurança. Ou talvez fosse uma espécie de sexto sentido a lhe martelar a cabeça e o coração. Olhava para Camus e sentia um nó na garganta. Queria abraçar o francês, colocá-lo numa redoma de vidro e protegê-lo de todo e qualquer perigo. Conscientemente ou não, sentia que o perigo estava próximo e sentia medo, medo de perder seu tesouro mais precioso.

Camus, ao contrário, estava excitado. Seus olhos azuis brilhavam ante um mundo de possibilidades. Ele se via sendo condecorado por bravura em combate. Imaginava que ele e Milo iriam sozinhos destruir a base e voltar carregando a mocinha indefesa nos braços. Vivia uma espécie de sonho, era como se caminhasse entre nuvens. Flutuava. E foi flutuando que sentiu seu braço ser agarrado e puxado para baixo. Milo o tirara de seu devaneio, jogando-o no chão bem a tempo de evitar que dois inimigos o vissem. Encarou o loiro nos olhos, agradecendo-o com o olhar. Milo sorriu e Camus guardaria aquele momento para sempre na memória.

– Aaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhh! – gritou Saga ao lado deles. Atrás de si, um homem caía. Aldebaran matara-o com um tiro. – Merda! – berrou Saga apertando a perna direita. Um filete de um líquido vermelho e quente descia por entre seus dedos: estava ferido. – Vão, me deixem aqui! Vão! – ordenou o Major fazendo uma careta de dor.

Camus encarou a cena e processou todas as variáveis possíveis. Sempre fora analítico e sabia combinar todos os elementos de uma equação, calculando todos os resultados possíveis.

– Camus, você é o oficial mais velho de nós e tem a patente mais alta, tirando o Major. Está no comando agora! O que fazemos? – perguntou Másquera.

O francês segurou com a mão direita o próprio queixo. – Vêem aqueles jipes ali? – indagou Camus, apontando para três veículos que estavam num canto, meio escondidos. – Deba, você que é o mais forte, leve Saga até lá e deixe-o na cabine. Nós ficamos aqui e lhe damos cobertura! – ordenou o ruivo, já preparando sua metralhadora.

– Não, de forma alguma! Me deixem aqui e completem a missão! – ordenou Saga.

– Calaboca, você não ouviu o Mask? A Brigitte está no comando agora, Saga! – tornou Milo.

– É isso mesmo, Saga! – concordou Camus.

Aldebaran se arrastou e depositou Saga no jipe. O Major pegou uma metralhadora e também ficou a postos, euquanto Aldebaran retornava para perto dos amigos.

– Pois bem, rapazes, acho que a menina só pode estar ali... – disse Camus apontando para uma torre alta e bem vigiada. – Aqui não tem muito jeito: é partir para a porrada e contar com o elemento surpresa! – continuou o francês.

Másquera, Camus, Milo e Aldebaran foram se esgueirando e conseguiram surpreender os soldados inimigos que vigiavam a torre. Subiram correndo e realmente a menina estava lá. Era uma jovem de cabelos claros e lisos. Usava um vestido branco bem démodé e muitas jóias em ouro. Milo não conseguiu evitar uma careta ao olhar para a moça. Saori, por sua vez, mal tinha forças para falar, embora estivesse em boas condições físicas. Jogou-se nos braços de Másquera e suspirou, entregue.

Cazzo, mas logo eu? Que eu faço com isso? – perguntou Másquera com a menina desfalecida nos braços.

– Dá pro Deba! – respondeu Milo, olhando para a garota com cara de nojo.

– E quem carrega o Saga? – disse Camus.

Putz! – respondeu Milo batendo com a palma da mão na própria testa. – É, Mask, sobrou pra você! – completou com uma carinha marota.

Porca miséria, cazzo, cáspita, va fanculo! – murmurou Másquera entre os dentes, arrancando risos de seus companheiros. Mas o momento de descontração durou pouco, pois um alarme estrondoso foi acionado e tiros pipocaram por todos os lados.

– E agora? – indagou Milo. Ouviam-se vozes vindo pela escada que parecia ser a única saída possível.

– Agora a gente pula! – constatou Másquera.

– O quê? – disseram os outros em uníssono.

– Ué, tem algum outro jeito? – tornou o italiano, ainda com a menina nos braços.

– Ah, eu é que não pulo daqui nem morto! Tem outro jeito sim! – disse Camus e saiu descendo escada abaixo, atirando pra tudo quanto foi lado.

–Às vezes ele me assusta mais que você, Mask! – comentou Milo pulando por sobre os inimigos estirados na escada.

Saíram de lá atirando e berrando uns com os outros. Conseguiram alcançar o jipe de Saga, que já estava com a feição completamente mudada e brigava feito um leão enjaulado e com fome. – Vocês demoraram! – comentou o Major quando seus soldados finalmente entraram no jipe. Aldebaran deu partida e saiu ventando dali. Três pequenos caminhões cheios de soldados inimigos puseram-se em marcha para segui-los.

-X-X-X-

– Pronto, Shura! A bomba está armada! – disse Aiolia com um sorriso.

– Até que enfim... isso aqui está meio monótono, não acha? – perguntou o espanhol.

– Sim, com certeza. No fim acho que nos preocupamos à toa e... – dizia Aiolia mas foi interrompido por uma saraivada de balas, um alarme ensurdecedor e gritos em uma língua que eles desconheciam.

– O que a gente dizia mesmo? – tornou Aiolia. Os dois jogaram-se no chão e se arrastaram, levando consigo o controle remoto que acionava a bomba. De repente, um jipe saiu dali a toda velocidade, rompendo a porta pesada de madeira.

– Olia, Shura, corraaaaaaaaam! Vamos vamos vamos vamos! – ordenou Camus de dentro do jipe. O espanhol e o grego se atiraram no veículo. Os homens sorriram e se cumprimentaram alegres.

– Camus, com você eu vou até pro inferno! – comemorou Másquera, esfregando os cabelos ruivos do amigo. O francês sorriu.

– Vocês conseguiram montar a bomba? – perguntou Saga. Aiolia e Shura fizeram que sim com as cabeças. – E estão esperando o quê para detonar esse negócio pelos ares?

Shura balançou a cabeça como se estivesse saindo de um transe. Acionou o botão vermelho do pequeno controle que trazia em suas mãos. Atrás deles, um enorme barulho se fez ouvir e o céu escuro foi tingido de vermelho.

– Uhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu! – comemoraram os homens. Shura pegou o binóculo para observar melhor e viu por entre a fumaça três caminhões que os perseguiam. Um dos soldados inimigos pegou uma bazuca e apontou para eles. – Ai carajo! – murmurou o espanhol. De repente, um pouco à frente deles se fez ouvir outro estrondo, que cobriu a tudo com fumaça.

– Cacete, essa passou perto! – berrou Másquera. – E que cazzo, acho que a senhorina está morta! O mundo tá caindo e ela nem se mexe! – comentou o italiano.

Milo colocou o dedo indicador entre o nariz e a boca de Saori. – Que nada, tá respirando! É só uma molenga mesmo! – disse o inglês fazendo um gesto de desdém com as mãos.

– Ainda bem, já pensou se ela acorda e começa a berrar? – comentou Camus.

Nesse meio tempo, mais um tiro de bazuca passou perto dos amigos. – Aaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhh socorrooooooooooooooooo! – gritou Saori, debatendo-se no colo do italiano.

Másquera lançou um olhar mortal para Camus e deu um pedala no ruivo. – Você e sua grande boca, francês de merda!

Mais qu'est-ce que j'ai fait? (5) – perguntou o francês, mais para si mesmo do que para os outros.

Milo riu. Másquera aproveitou que Saori acordara e atirou a menina no colo do inglês. Saori agarrou o loiro e passou os braços por entre seu pescoço. – Me protege? – balbuciou a menina para o inglês, fazendo beicinho e carinha de coitada. Camus deu uma bufada tão grande que quase cuspiu em Aldebaran.

Enquanto isso, Másquera pegou o lança chamas e, berrando coisas incompreensíveis, ligou o aparelho, acertando em cheio um dos caminhões que os perseguia. – Madona mia, oh coisinha linda! – exclamou o italiano beijando a arma. – Cazzo, tá quente! – murmurou esfregando os lábios. Saga quase teve um troço de tanto rir.

– Olia, guia a gente! – ordenou Camus.

– Sim, claro! Dois ponto três graus à esquerda, Deba! – disse Aiolia.

– Olia, não é por nada mas não estou conseguindo raciocinar direitinho não... – comentou Aldebaran calmamente. – Então será que dá pra falar que nem gente, porra? – completou o brasileiro batendo no volante. O jipe passou por uma pedra e os companheiros chacoalharam dentro do veículo. – Puta que o pariu! – berrou Aldebaran.

– Moço sem educação, tem uma dama no veículo! – protestou Saori.

– Calaboca! – disseram todos os homens em uníssono. A menina se abraçou ainda mais a Milo, afundando o rosto no pescoço do inglês e soltando um grunhido que os soldados entenderam ser um choro.

"Ah, quelle fille intolérable" (6), pensou Camus revirando os olhos. – Vamos parar com a pouca vergonha aí atrás? – disse o francês num tom enfezado. Milo sorriu e aninhou a menina ainda mais em seus braços, sorrindo ao ver o francês cruzar os braços e bufar.

– Deba, vira à esquerda! – gritou Aiolia. – Isso vai em frente... agora um pouco mais à direita... – ia dizendo o grego. Nisso mais um projétil estourou próximo ao jipe. – Alguém faz alguma coisa, que merda! – berrou Aiolia, limpando a poeira que lhe cobrira o cabelo.

– Estamos chegando... olha lá... – apontou Saga para o helicóptero ao longe.

– Ai, que ótimo! Ainda bem que as coisas começaram a dar certo! – disse Camus.

O jipe de repente estancou. – Rapazes, acreditem ou não, acabou a gasolina! – murmurou um incrédulo Aldebaran.

– Camus, da próxima vez que você abrir essa boca eu juro que te arrebento! – afirmou Másquera com os punhos cerrados.

Ah, ce n'est pas ma faute! (7) – sussurrou Camus baixinho, arrancando um sorriso de Milo que, embora não tivesse compreendido o que o francês dissera, achou adorável o olhar encabulado do ruivo.

– Ai cacete, eles estão bem atrás de nós! – gritou Aiolia pulando do jipe. – Vamos embora!

Aldebaran agarrou Saga e o jogou no ombro. Milo carregava Saori, e de qualquer jeito eles se puseram a correr. Era uma corrida desesperada, que significaria a glória da missão bem sucedida ou o infortúnio da morte em combate. Foram se aproximando aos poucos do helicóptero, enquanto os dois caminhões inimigos remanescentes atiravam e se aproximavam perigosamente. De repente, a aeronave começou a funcionar: as pás giravam rapidamente e o barulho do CA-King misturava-se ao barulho dos tiros e das bombas. A noite se iluminava em vermelho e púrpura, refletindo no rosto dos homens o pavor e a glória.

Num golpe de azar, Saga caiu dos ombros de Aldebaran. Enquanto os outros corriam, o Major se arrastava e os caminhões chegavam cada vez mais perto. Os homens hesitaram por um momento. – Vão, me deixem! Vão, não parem, é uma ordem! – gritou Saga, arrastando uma perna.

Camus parou e fechou os olhos, abaixando a cabeça. Suspirou profundamente. – Vão, vão para o helicóptero agora! – ordenou o francês.

– Não vou sem você! – replicou Milo agarrado a seu braço.

– Vai sim! Você está com a menina nos braços! Vá, por favor, Milo! – disse Camus. – Eu prometo que vou também! – sussurrou no ouvido do inglês.

Com lágrimas nos olhos, Milo apertou forte o braço de Camus. O inglês correu em direção ao CA-King, onde Aiolia e Shura já aguardavam. "Adieu, Milo!", pensou Camus. – Deba, vá buscar o Saga! Eu lhe dou cobertura! – ordenou o francês.

– Certo, Camus! – respondeu Aldebaran.

Camus foi correndo à frente do outro, e posicionou-se com um joelho dobrado e outro apoiado no chão assim que ultrapassou Saga. Mirava nos caminhões e conseguiu furar os pneus de um deles, que capotou. Enquanto isso, Aldebaran conseguiu pegar Saga novamente, jogando-o por sobre seu ombro direito. O brasileiro correu o mais rápido que pôde. – Venha, Camus! – gritou Aldebaran.

O francês se virou num pulo e sorriu ao ver que todos os amigos já estavam em segurança no helicóptero. Correu também em direção à aeronave. A uns cinqüenta metros de seu destino, sentiu um ardor do lado direito do ventre. Pousou a mão por sobre o local que ardia e sentiu um líquido quente encharcar-lhe a farda. A cabeça anuviou e ele começou a andar devagar. A dor era grande demais e ele sentia que seus sentidos iam falhar. Continuou andando, cambaleando. Esticou uma mão em direção ao helicóptero, que já saía do chão. – Milo... – sussurrou baixinho com o resto de forças que tinha. Olhou para o loiro e sorriu, sentindo suas pernas bambearem.

– CAMUS! – gritou Milo com a voz desesperada e embargada, presa num choro contido.

-X-X-X-

1. Gaddafi: ditador da Líbia.

2. O FS Charles de Gaulle existe mesmo. Algumas das especificações dadas por Camus são verdadeiras (capacidade e velocidade), outras são tiradas mesmo da cabecinha dessa autora maluquinha que vos fala.

3. O que é isso?

4. Ai, tô de saco cheio!

5. Mas o que eu fiz?

6. Ai que menina insuportável!

7. Ah, não é minha culpa!

-X-X-X-

A/N: Mais uma atualização relâmpago, minha gente. Não agüentei ter o capítulo inteirinho na cabeça e não escrevê-lo e postá-lo de uma vez!

Queria agradecer muitíssimo as reviews que recebi até agora! Nossa, estou muito contente com essa história, parece que estão curtindo! E eu estou adorando escrevê-la – acho que isso deu pra perceber, né?

Não vou dizer nada sobre esse capítulo, a não ser: não me matem! Aguardem e confiem! Ah, e também que dessa vez eu exagerei, ficou gigante, né? Ah, e antes que eu me esqueça, claro que o capítulo foi inspirado em Até o Limite da Honra! (parece que esse é o único filme de guerra que me vem na cabeça, impressionante!)

Próximo capítulo: Heróis de Guerra.

Vamos às reviews anônimas.

Kemui: Que bom que você gostou! É, todo mundo anda dizendo que o Camus é um cabeça dura... e ele é mesmo! Mas ele muda... isso se ele não mor.. deixa pra lá, hehe. Obrigada mesmo pela review!

Uotani: Muitas dúvidas, muitas dúvidas... que só se esclarecerão ao longo da história... Obrigada pela review, espero que tenha gostado do capítulo!

Nine66: Que bom que você deixou review! Amei de verdade! É, taí o que acontece no próximo capítulo? Se alguém morre? Aí já não sei, rs. Pois eh, a mensagem de paz virá, mas só no fim... que acho que ainda está um pouquinho longe! Valeu mesmo!

Bia: Ah, sua desnaturada! Hahahaha. Que nada, eu entendo! Eu posto rápido demais, mesmo. Acho que ficou mais ou menos explicado o quesito cabelos, né? Rs. Fiquei muito contente que você gostou do lemon e do Camus com ciúme: ele não admite, mas tá apaixonado, hehe. Valeuzão!

Tsuki-chan: Puxa vida, não conheço esse filme israelense não... mas se tem alguma coisa a ver com a fic, já estou morrendo de vontade de assistir... valeu pelo review! Tomara que goste desse capítulo!

Tsuki-torres: Muito obrigada mesmo! Pois é, o francês está confuso e dividido, sim... fazer o quê? E logo agora acontece uma dessas com ele... tsc tsc... Espero que tenha gostado do capítulo!