Cap. 9 – Heróis de Guerra

– Me larga Deba! Me solta pelamordedeus que eu vou pular! – gritava Milo, debatendo-se em desespero. Tentava em vão livrar-se das mãos fortes de seu amigo mariner de longa data. Os olhos brilhavam repletos por lágrimas não choradas. Encarava Camus, cambaleante, distanciando-se cada vez mais. O CA-King já alçava vôo e estava a alguns poucos metros do chão.

– Te largar pra quê, Uxo? Pra você morrer lá também? – tornou Aldebaran. Doía-lhe ter de dizer isso: era seu líder quem estava sendo deixado para trás. Mas o brasileiro prezava e muito por seu grande amigo, e não deixaria que o outro se arriscasse por uma causa que ele julgava perdida.

– Prefiro morrer com ele a viver sem ele, Deba! – disse Milo. Não raciocinava. Em seu pensamento, somente a figura de Camus, o ruivo por quem seu coração se encolhia no peito. A visão do francês sorrindo para si logo após levar um tiro no ventre anuviava sua cabeça e afastava de si qualquer ranço de racionalidade que porventura ainda pudesse ter. Delirava. Entrou num estado lisérgico e parecia que nada mais havia no mundo a não ser Camus: não ouvia os tiros, não via o clarão das bombas, nem a fumaça e o púrpura distantes que anunciavam a destruição da célula terrorista que seqüestrara Saori Kido. Não ouvia nem mesmo o bater incessante de hélices, nem os gritos de desespero e dor de seus amigos. Nada, absolutamente nada, a não ser Camus.

Coño, volvamos! – exclamou Shura. Seu sangue latino fervia, e que lhe acusassem de tudo, menos de deslealdade. – Milo tiene razón! Não podemos deixar Camus aqui à sua própria sorte!

– Ele está mortalmente ferido e não é inteligente voltarmos! – ponderou Saga enquanto sua perna ainda teimava em sangrar incessantemente.

Cazzo, ele salvou tua vida, Major! – argumentou Másquera. – Concordo com Milo, vamos voltar!

– Eu mando aqui: não temos armas suficientes e os caminhões inimigos praticamente alcançaram L'Aquaire. Acho uma temeridade voltarmos! – continuou o Major.

– Eu sei que não é o certo, mas devo concordar com o Major... – disse Aiolia. Para o grego, ver sua ruiva em segurança era o mais importante naquele momento.

– Gente, pelamordedeus, é o Camus! – gritou Milo. Continuava a se debater em desespero, mas as mãos fortes do brasileiro impediam que saltasse da aeronave.

– Milo, acalme-se! Nós vamos voltar! – disse uma voz feminina e cheia de candura. Na mesma hora, o helicóptero descreveu uma curva e começou a se aproximar do homem ferido, dobrado sobre a própria barriga, que lutava para se manter acordado.

– Sargento D'Aguias, eu estou no comando aqui! – questionou Saga.

– O Senhor perdeu é muito sangue e não está dizendo coisa com coisa, Major! – tornou Marin. – Milo, se prepare porque não vou pousar... você consegue pegá-lo?

Não houve resposta. Aldebaran soltou o inglês, e isso bastou para que Milo colocasse em prática toda a agilidade adquirida em anos de treinamento. Desceu de uma só vez até a base do helicóptero, onde se apoiou com os joelhos dobrados, de modo a ficar com a cabeça e os braços para baixo. Marin e Shina manobraram o CA-King e Aldebaran, Shura, Másquera e Aiolia atiravam contra os inimigos, dando cobertura ao arriscado resgate.

O helicóptero passou voando baixo logo acima do francês. Camus, num esforço sobre humano, esticou o tronco que sangrava e as duas mãos, que encontraram as duas mãos de Milo. Agarraram-se com fúria e paixão. O helicóptero deu meia volta novamente, carregando consigo Milo e Camus perigosamente dependurados para o lado de fora. Os dois dependiam somente da força das pernas do inglês, e a gravidade, aliada ao empuxo proporcionado pela aeronave, não ajudava muito.

Mas Milo e Camus estavam juntos, e isso era suficiente. Camus estava respirando, e isso quadruplicava as forças de Milo. Milo o segurava, o que mantinha Camus acordado a despeito da dor lancinante que sentia no ventre, que parecia que ia rasgar-se em dois. À volta, o som e o clarão dos tiros e das bombas desenhava um cenário dantesco que parecia ter se desprendido de um quadro de Pablo Picasso. E mesmo assim, não se sabe como, não se sabe porquê, Milo e Camus sorriam.

– Oh Deba, faz alguma coisa, homem, e põe os dois pra dentro! – ordenou Saga. Era incrível como o Major ia da crueldade à compreensão em uma fração de segundos.

Aldebaran sacudiu a cabeça para sair do transe em que se encontrava até então, atirando furiosamente contra os inimigos que insistiam em tentar abater o CA-King de todas as formas possíveis. – Sim, Senhor! – respondeu o mariner. E então com uma força descomunal pegou Shura e o fez ficar dependurado para fora do helicóptero, sustentando o espanhol pelas pernas.

– Milo, deixa eu pegar o Camus! – pediu Shura, no que foi prontamente atendido pelo inglês. O espanhol segurou Camus pelos braços e Aldebaran foi puxando suas pernas até que o francês ficasse em segurança na aeronave. Milo não precisou ser ajudado: conseguiu com o esforço de seu abdômen agarrar-se à base do helicóptero com as mãos e, logo em seguida, jogar-se para dentro dele. – Madre de Diós, Deba, avisa quando for fazer uma coisa dessas! – desabafou Shura, deitado no chão do CA-King, suspirando cansado.

– Ah, ma que cazzo, vão conhecer agora a fúria italiana, seus terroristazinhos de quinta categoria! – gritou Másquera. Acariciou o lança-chamas como se a arma fosse uma mulher frágil e delicada. Sorriu e apontou para a direção em que os dois caminhões estavam, já a postos com uma bateria antiaérea improvisada. Mirou e dois segundos depois não havia mais nenhum inimigo para contar a história. – Oh beleza! – comemorou o italiano, abraçado à arma que tanto amava.

– Aiolia, por favor troque de lugar comigo! – pediu Shina. O grego correu e sentou-se ao lado da ruiva, assumindo também os controles do CA-King. Marin e Aiolia se deram as mãos, enquanto Shina arrastava Saga para um canto do helicóptero e cuidava de sua perna. A menina não escondeu a ponta de medo que sentiu ao rasgar a calça do Major e ver que o ferimento não sangrava, mas sim jorrava sangue. Cortou um pedaço da sua própria farda e amarrou acima do corte de Saga, fazendo um torniquete. Terminado o serviço, apoiou o homem com as costas em seu peito, murmurando baixinho que tudo daria certo.

Em outra parte do helicóptero, a situação era um pouco mais temerosa do que a de Saga. Camus lutava e muito contra si mesmo para ficar acordado. Esvaía-se em sangue e a bala, ao que parecia, ainda estava alojada em seu ventre. O francês estava tonto e via tudo embaçado. Sentia que tinha atravessado o limite entre sonho e realidade, e que se encontrava em uma realidade paralela, em uma dimensão onírica em que somente os sonhos bons importavam.

– Ai, cacete, a farda está empapada de sangue! – disse Milo, desesperado. Tirou uma faca de sua cintura e cortou o jaleco e a camiseta regata de Camus, deixando-o com o peito desnudo. O tiro atingira-lhe do lado direto do ventre, que vertia sangue. – Acho que foi no fígado, pela localização o tiro pegou no fígado! – tornou a dizer o inglês, mais para si mesmo do que para os outros. Camus somente suspirava e respirava com dificuldade, e empalidecia a cada minuto.

– Menos mal, o fígado se regenera... – murmurou Shura. Mas o espanhol olhava para o ruivo, que estava pálido e com os olhos esbugalhados, com medo.

– O problema é o sangue, ele está perdendo muito sangue... – respondeu Milo automaticamente. O inglês pressionava o ferimento do outro a fim de evitar ao máximo a perda do mais que precioso líquido vermelho, que a essa altura já manchava o chão da aeronave. – Precisamos chegar logo no Charles de Gaulle, lá vão conseguir salvá-lo! – repetia Milo, tentando convencer a si e ao outro.

Ça n'importe pas! – murmurou Camus com uma certa dificuldade. Pousou um dedo nos lábios de Milo, como que pedindo para que o inglês ficasse quieto. – Ça n'importe pas, n'a aucune importance! Un ange m'a sauvé!

– Pronto, era só o que faltava esse metido a besta desandar a falar em francês! Onde está meu irmão quando a gente precisa dele? – protestou Milo.

– Ele tá delirando... – pontuou Másquera, olhando com dó para o líder ferido.

Un ange, un ange blond m'a sauvé la vie! Il était beaux... si beaux comme le ciél de primtemps... – continuava a balbuciar o ruivo.

– Ai, que merda, por que eu não prestei atenção nas aulas de francês no colégio? – reclamou o inglês. Colocou a mão livre na testa do outro. – Ele está ardendo em febre! – comentou, preocupado.

– Está sim. Tanto que tá delirando... – tornou a dizer Másquera, desistindo de olhar com dó para Camus e passando a lustrar o lança-chamas.

Mais ce n'était pas quelqu'ange... c'était mon ange... mon ange m'a sauvé la vie! – tornou o ruivo com dificuldade. Segurou o braço de Milo, o que estava em sua testa. – Mon ange m'a sauvé la vie! – repetia incessantemente. Sorriu e logo após soltou mais um gemido agudo de dor, suspirando.

– Coitado, não fala coisa com coisa... – comentou Másquera.

– Que merda, Mask, como é que você sabe disso? – perguntou Milo encarando o italiano com fúria.

– Porque eu entendo o que ele fala, ué! – respondeu Másquera com a maior naturalidade desse mundo. Viu que todos o encaravam com cara de ponto de interrogação. – Ah, gente, até parece que vocês não são da Comunidade Européia... todo mundo fala um pouco de uma língua ou outra... eu falo um pouco de francês, oras! Tinha muito turista francês lá na vila que eu morava... – explicou o italiano.

– E eu lá quero saber? – tornou Milo irritado. – Me diz logo o que ele falou!

– Ah, Milo... ele disse: isso não importa, não há nenhuma importância. Um anjo me salvou. Um anjo, um anjo loiro. Ele era lindo... lindo como o céu de primavera... mas não era qualquer anjo, era o meu anjo... meu anjo salvou minha vida... – traduziu Másquera. – Pro Camus estar te chamando de anjo, Milo, só delirando mesmo.

O inglês olhou para Camus languidamente, sorrindo. "Talvez ele não esteja delirando, cunhado...", pensou para si mesmo. Naquele momento Camus ergueu uma das mãos procurando o rosto de Milo. E a mão caiu pesada no chão antes de atingir seu objetivo: Camus finalmente perdera a luta contra a dor e a fraqueza, desmaiando. – Não, Camus, agüenta por favor! – murmurou Milo baixinho.

– Ah, rapazes, não quero ser chato... mas será que alguém pode me ajudar aqui? – perguntou um atônito Másquera. Saori Kido estava abraçada a ele, murmurando algo sobre "ninguém liga pra mim!". E, mesmo com toda aquela situação, os soldados não evitaram um sorrisinho de canto de boca ao ver o desespero estampado nos olhos do italiano.

Cerca de uma hora desesperadora de vôo depois, Marin e Aiolia pousaram o helicóptero no convés do Charles de Gaulle. Haviam já comunicado o navio sobre os dois feridos, e duas macas esperavam por eles na pista de pouso. Em pouco tempo, Saga e Camus foram recolhidos e levados à enfermaria do bem equipado porta-aviões da marinha francesa. Aos outros recrutas, só restava esperar.

– Srta. Saori, venha comigo, sim? Lhe indicarei uma cabine... – disse Aldebaran. A menina sorriu-lhe agradecida. Antes de deixar o local acompanhado da adolescente, Aldebaran pousou delicadamente uma das mãos sobre o ombro de Milo. – Calma, Uxo. Tudo vai dar certo!

Milo suspirou. Encarou Shina que caminhava pelo convés como se estivesse perdida, e de quando em quando chutava o vazio. "Feliz dela que ao menos pode manifestar a dor que está sentindo... e isso porque o Saga só está com a perna avariada... já o Camus, quem é que sabe?", pensou o inglês. Foi caminhando a passos lentos até a borda do navio e ali ficou, encarando o mar, enquanto Aiolia, Marin, Shura e Másquera dirigiam-se para suas cabines.

O inglês sentiu uma mão leve pousar sobre seu ombro. Virou-se para trás e sorriu. – Marin, querida Marin. Muito obrigado pelo que você fez! Mesmo! – disse Milo olhando a menina nos olhos. Ao longe, Aiolia a esperava.

– Sabe, Milo? Fiquei imaginando se fosse comigo... se fosse o Aiolia lá, ferido... eu também não agüentaria! – afirmou a menina com olhos compreensivos, que diziam tudo sem falar nada.

– Ah, Marin... – murmurou Milo. – Eu...

– Não diz nada, Milo! Nada precisa ser dito... – respondeu a menina e acalentou o inglês em seus braços. Finalmente Milo derramou aquelas lágrimas que há muito teimava em combater.

-X-X-X-

As horas seguintes foram de temor e lamentações. Sobre Saga já viera a notícia de que o Major ficaria bem, apenas mancaria durante algum tempo. Camus, entretanto, passava por uma delicada cirurgia, e realmente tinha perdido muito sangue. Para piorar a situação, o tipo sanguíneo do francês era A negativo, uma raridade, e não havia nenhuma pessoa na tripulação do navio que lhe pudesse doar sangue. E foi assim que o francês passou três dias e três noites entre a vida e a morte.

Milo não pôde vê-lo. Os médicos militares entravam e saíam da pequena sala de cirurgia, e perguntavam-se porque aquele oficial inglês insistia em passar as horas sentado em frente à porta da sala. Quanto a Milo, este não comia, não dormia, não bebia, não sorria: era como um fantasma, um fantasma que esperava um sopro de vida. Viveu aquela agonia por um tempo que pareceu ser toda a eternidade.

– Com licença... – disse um homem de avental branco, aproximando-se de Milo e cutucando-lhe de leve, pois o inglês lutava bravamente contra o sono mas cedia a um cochilo de uns minutos de quando em quando.

– Sim? – murmurou o loiro olhando para cima.

– O Sr. é Milo? – indagou o homem de avental. O inglês balançou a cabeça afirmativamente. – O Segundo-Tenente L'Aquaire acordou. Ele passou todo esse tempo chamando pelo Sr enquanto delirava. E agora quer lhe falar. O Senhor pode entrar se quiser... – completou.

– Mas é óbvio que eu quero! – praticamente berrou Milo, já completamente desperto.

– Fique à vontade. Os Senhores têm uns minutos antes que o enfermeiro venha fazer os curativos. – respondeu o homem, saindo dali apressadamente.

Milo parou em frente à porta e suspirou. Pousou a mão sobre a maçaneta mas hesitou durante alguns segundos. "Ah, Milo, encare seus medos!", disse para si mesmo e abriu a porta, entrando na sala decididamente.

-X-X-X-

Saga e Shina caminhavam despreocupadamente pelo convés do enorme navio de guerra. Estavam à vontade naquele ambiente rústico e violento. Eram assim, não tinha jeito. Saga mancava e se apoiava na menina, e de quando em quando lhe lançava um olhar de canto de olho. E o Major sentia um orgulho que mal cabia no peito por Shina ter consertado o helicóptero avariado em tempo de salvá-los e completar a missão. Foram assim caminhando até alcançarem a popa do navio, onde se sentaram para admirar o mar.

Era de tardinha e o sol se punha ao longe. Uma brisa suave batia nos rostos dos dois, que sorviam aquele ar como se aquilo lhes desse mais vida. À volta deles, homens e mulheres fardados corriam, todos ocupados com a tarefa de manter aquele gigante marinho funcionando como um relógio. Nada podia dar errado, afinal.

Saga suspirou. Ele era um homem forte e valente, e não temia nada, absolutamente nada. Mas quando saltou no vazio dias atrás, deixando Shina pilotando um helicóptero avariado, sentiu seu coração apertar. Naquele momento, finalmente compreendera. Compreendera o que sempre estivera ali mas nunca tinha sido revelado. Ao dizer para Aiolia que também deixava algo precioso para trás, tudo se iluminou. Ele amava Shina. E ponto final.

– Shina, por que você ainda segue esse velho Major, posso saber? – perguntou Saga.

– Ah, Major, que de velho o Sr. não tem é nada... – pontuou a menina em tom de brincadeira.

Shina era jovem, tinha 19 anos. Fora enviada à aeronáutica da Itália muito cedo, também estudara em colégio militar como Camus. Destacara-se por ser sempre uma excelente combatente. Era fria, fria demais, e não hesitava em atacar um inimigo quando fosse preciso. E foi essa combinação de rosto de anjo e habilidades fatais que a levaram diretamente à OTAN ainda aos 16 anos, onde completou seus estudos. À época, o então Capitão Saga Gemini ficou encarregado de seu treinamento. E, quando foi promovido a Major, fez questão de levar-lhe como sua assistente pessoal, cargo que Shina recebera com mais que orgulho, mas também com alívio, pois era a única forma de permanecer ao lado dele.

– Tanto sou velho que você me chama de Senhor... – respondeu Saga.

– Ah, Senhor, eu lhe devo respeito! – tornou a garota, um tanto quanto ofendida. "E desde quando um homem de 32 anos é velho?", pensou a garota. Olhou para o Major de canto de olho. "Ele continua lindo...", tornou a pensar.

"Ela vai achar que eu sou um papa-anjo ou qualquer coisa que o valha!", disse Saga para si mesmo. "Como é que eu fui me apaixonar por uma garota de 19 anos?" – Shina, eu preciso lhe dizer uma coisa... – disse, tomando coragem.

– Pois não, Major? – respondeu a menina com os olhos brilhando cheios de esperança.

– Lembra quando você me encheu de porrada no seu primeiro dia de treinamento? E depois saiu de lá sem me falar nada, me esnobando? – começou a dizer Saga. Shina fez que sim com a cabeça. – Pois bem, garota rebelde, e se eu disser que sou apaixonado por você desde aquele momento? Você diria que eu sou velho demais pra você, no mínimo, né?

– Não, Saga. Eu diria que você é um cabeça dura! Por que é que não me disse isso antes? – tornou Shina e os olhos brilhavam ainda mais, agora de lágrimas que se formavam. Acariciou o rosto de seu superior com ternura.

Os lábios se aproximaram, selando o amor e a paixão entre comandante e comandada. E provando que os brutos também amam.

-X-X-X-

– E eis que a bela adormecida finalmente acorda... – disse Milo ao entrar no quarto. – Eu já estava achando que ia ter de dar uma de príncipe encantado! – continuou. Camus levantou uma sobrancelha e fez um pequeno esforço para se ajeitar e apoiar as costas na cama, ficando sentado. "Isso, Milo, começou bem já!", pensou o inglês e bateu na testa, de leve. – Deixa que eu te ajudo! – completou solícito. Ajudou o francês a se acomodar melhor.

Merci, Milo! – respondeu Camus. Olhava para baixo e estava visivelmente sem jeito.

Seguiu-se um silêncio constrangedor na sala, durante o qual Milo observou o homem que convalescia. Estava pálido e fraco, e mesmo assim era lindo. Vê-lo ali, vivo, causava no inglês um sentimento diferente. Era algo que Milo não sabia explicar. De uma forma estranha, sentia esperança: esperança de uma vida feliz, esperança em um mundo melhor. Por um momento chegou a acreditar em Deus ao ver o ruivo sorrir para si. – Você queria me ver? – perguntou o inglês, resolvendo quebrar o gelo.

– Ah, oui, Milo... – começou Camus. Esfregou a nuca, envergonhado. – Eu queria te agradecer. Por ter salvado minha vida, sabe?

– Não foi nada, Camus. Acredite, fiz isso por mim também! – respondeu o inglês.

– Você é um egoísta! – riu Camus.

– Sou mesmo e não ligo! – também riu Milo.

Silêncio.

– Ah, mas como você está? Está melhor? – perguntou o inglês, aproximando-se mais do outro.

– Sim, estou bem. Ainda dói, mas estou bem... – tornou o ruivo.

– É, no fundo é inveja, vai, Camus, confessa! – brincou Milo.

– Ah, tomar tiro agora é inveja? Do quê, posso saber? – perguntou Camus.

– Das minhas cicatrizes de combate! Diz que você queria ter uma só pra você, vai, Bri! – continuou a brincar o inglês.

Camus riu. – Ai! Não me faz rir que dói!

– Não consigo, Bri... – disse Milo. Aproximou-se do outro de modo que sua boca ficou a apenas alguns centímetros da outra boca. – Você fica lindo quando sorri... – murmurou, umedecendo os lábios instintivamente. Camus estremeceu.

Silêncio.

– Eu não te entendo, Camus! – disse Milo, afastando-se do outro.

"Nem eu me entendo, Milo!", pensou o ruivo. – Eu... eu... sabe, Milo, eu já te disse, né? Não poderia dar certo...

– Por que não, seu francês metido a besta? – tornou o loiro com raiva nos olhos.

"Porque eu me sinto um fraco a seu lado, Milo. Porque não conseguiria lutar se você estivesse em perigo, e lutar é minha profissão!", disse Camus para si mesmo. – Porque é contra as leis da natureza, Milo! Me desculpe, de verdade... foi ótimo, e eu lhe serei eternamente grato por ter salvo minha vida, mas não daria certo...

– Contra as leis da natureza? Ora, essa é boa! Você transou comigo bem naturalmente! – berrou Milo, saindo de si.

– Fale baixo, Milo, as pessoas podem te ouvir... – repreendeu Camus.

– Então é isso? As pessoas? Você no fundo está preocupado com o que os outros pensam, é? – tornou Milo, caminhando pelo quarto alucinadamente.

"Não, seu bobo. É medo do que eu penso!", murmurou Camus para si. – É claro que não, Milo, mas isso também conta... entenda, somos militares! A lei e a ordem!

– Pra puta que o pariu com a lei e a ordem, seu francês de merda! Qualquer dia você vai acordar amarrado na cama comigo em cima e aí quero ver você falar em lei e ordem! – exclamou Milo.

"Eu adoraria!", pensou o ruivo. – Você não teria coragem! – respondeu.

– Ora eu... – começou o inglês. – Eu não acredito que eu... – não conseguiu terminar a frase. – Camus, quer saber? Eu estou cansado, muito cansado! Sabe do que mais? Que bom que você está vivo! E agora que eu me certifiquei disso, tô indo. Fui. Vazei! – completou e foi abrindo a porta do quarto. – E quer saber do que mais? – continuou, parado sob o batente. – Você fica bem mais adorável quando delira, meu anjo! – completou e saiu batendo a porta.

– Ah, mon ange... se você soubesse o quanto dói... – murmurou o francês baixinho assim que o outro deixou o quarto. – Mas eu não posso, Milo, não devo! É melhor assim, eu te faria sofrer muito... c'est la vie, Camus L'Aquaire, c'est la vie! Não é permitido ser fraco, e os sentimentos são a fraqueza do homem! Não é permitido ser fraco, e os sentimentos são a fraqueza do homem... Não é permitido ser fraco, e os sentimentos são a fraqueza do homem... – começou a repetir Camus a frase que lhe ensinara seu tutor anos atrás.

-X-X-X-

– Vamos, Deba, vamos logo com isso! – gritou Shura se jogando nas costas do amigo. – Onde já se viu demorar duas horas pra se arrumar? Coño!

– Ah, Shura, não é todo dia que se é condecorado por bravura em combate, oras! – respondeu Aldebaran ajeitando uma das medalhas que já havia recebido em seu peito.

Estavam na base da OTAN em Atenas. Haviam chegado há três dias. Embora lhes tivessem sido oferecidas novas acomodações, em lugares mais apropriados, os agora novamente recrutas optaram por continuar no alojamento rústico de madeira. Estavam todos muito felizes com o desempenho da missão, e mais ainda com a condecoração que iriam receber naquela noite. Seria uma noite de festa e felicidade, já que Camus e Saga estavam completamente recuperados.

Marin e Aiolia assumiram publicamente o namoro, o mesmo não acontecendo com Shina e Saga, que preferiram manter a relação deles com aquele quê de mistério que deixava tudo mais excitante: um beijo roubado, uma carícia escondida, tudo isso levava os dois às raias da loucura.

Milo, que sempre fora alegre e brincalhão, passava os dias meio jogado pelos cantos. A formatura estava próxima, e Saga já lhes tinha informado que precisavam passar por somente mais um exercício durante aquele treinamento. O peito do inglês doía, era como se seu coração tivesse sido despedaçado. Mas o loiro continuava firme e forte em sua decisão de esquecer Camus, e para tanto usava a estratégia da indiferença. Para sua surpresa, Camus o procurara para conversar amenidades algumas vezes. Mas, se a formatura estava próxima, também o estava a despedida definitiva. O inglês sentia vontade de gritar sempre que pensava nisso.

O francês, por sua vez, estava cada dia mais confuso. Sentia-se bem por Milo estar se afastando dele, pois era isso que ele racionalmente queria. Mas ao mesmo tempo sentia seu peito apertar cada vez que via o inglês amuado num canto. Tentou por várias vezes fazê-lo sorrir, mas só recebia olhares enfadados do outro. Camus simplesmente não sabia o que fazer: era uma pessoa torturada, dividida entre a consciência e a vontade. Conscientemente, não podia entregar-se àquilo, era contra tudo o que ele entendia como certo. Entretanto, cada vez que via Milo sentia uma vontade quase incontrolável de partir para cima dele e devorá-lo por inteiro. A convivência entre os dois estava se tornando insuportável, e Camus quase matou seus amigos quando eles optaram por continuar no velho alojamento.

O fato é que dormiam próximos, e só o cheiro um do outro era capaz de mexer com os sentidos e despertar desejos contidos. Conviver com a lembrança do toque era quase insuportável, mas ambos eram teimosos e orgulhosos demais para admiti-lo.

– Aiolia, você tem um perfume pra emprestar? – perguntou Másquera.

– Tenho, tó! – respondeu o grego, atirando o frasco de um perfume cítrico e sensual ao outro.

– Uau, hein, Mask, usando perfume? A quem queremos impressionar? – brincou Milo.

– Arre, inglês dos infernos, que você sorriu! – afirmou o italiano, esfregando a cabeça do outro. – Vai que tem alguma bella regazza lá na cerimônia, Miluxo! A gente nunca sabe... – riu Másquera. – Aliás... você tem tido notícias de seu irmão, Milo? – finalmente perguntou o italiano, tomando coragem.

Milo sorriu por dentro. – Ele vem assistir à condecoração, Mask! Quando a gente foi pra Líbia eu passei um tempo sem escrever pra ele, o coitado surtou e veio pra cá... – respondeu.

– Ah, que bom! – murmurou Másquera. – Oh, Olia, você tem um pente aí?

Milo não evitou uma gargalhada. – Que bom te ver sorrir, Milo! – comentou Camus saindo do banheiro.

Milo parou e contou até três ao encarar o outro. Camus vestia a farda branca de gala da Marinha da França, com detalhes em azul nos ombros. O quepe dava-lhe um ar ainda mais misterioso, e o francês ostentava algumas medalhas com orgulho, estufando o peito, o que lhe tornava ainda mais altivo e másculo. O inglês a muito custo desviou o olhar da figura perfeita que lhe encarava com olhos azuis suplicantes. – Isso não é da sua conta, Camus! – limitou-se a dizer. Levantou-se da cama e foi conversar com Aldebaran.

Camus deixou-se cair na cama, desolado. Não sabia mais o que fazer para agradar Milo. "Não posso ficar com ele... mas definitivamente não quero vê-lo assim...", pensou o francês. Mas não pôde deixar de notar como a farda cinza-chumbo do exército da Inglaterra realçava os traços firmes daquele inglês metido a conquistador. "O fato é que ele me seduziu e agora nem eu nem ele conseguimos conviver com isso! Hoje vou conversar com ele, esclarecer as coisas...", decidiu.

Os seis terminaram finalmente de se arrumar e subiram no jipe da OTAN que lhes havia sido cedido pela base, encaminhando-se para a cerimônia.

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– E eu condecoro o Subtenente Shura Capricón, o Segundo-Tenente Másquera Morte Cancerini, o Segundo-Tenente Aldebaran Taurus, o Subtenente Aiolia Lyons, a Sargento Marin D'Aguias e a Sargento Shina Ofidiuus por bravura em combate! – disse Saga entregando um a um as medalhas. A platéia aplaudiu os soldados com gosto. Principalmente uma figura loira que de tão linda parecia divina e uma adolescente rica que de tão sem graça parecia uma lasanha sem molho.

– E eu condecoro o Segundo Tenente Camus L'Aquaire e o Subtenente Milo Scorpio com a cruz púrpura por terem proporcionado que a missão fosse completada sem baixas! – prosseguiu Saga.

Camus e Milo, lado a lado, receberam a mais alta honraria da OTAN com olhos frios.

– Ah, com licença... – pediu uma moça de cabelos escuros. – Eu gostaria de fotografá-los para o informativo oficial da OTAN! – pediu.

– Pois não... – murmurou Camus.

Arrumaram-se de modo a ficar, da esquerda para a direita, Másquera, Shura, Aiolia, Marin, Aldebaran, Saga, Shina, Milo e Camus. Tiraram essa primeira foto, e logo em seguida saíram Saga, Shina e Marin a fim de tirar uma foto somente com os seis homens do programa Projeto Batalhão Alfa.

– Por gentileza, agora gostaria de tirar uma foto somente com os ganhadores da Cruz Púrpura! – pediu novamente a moça. – Por favor, Sr. L'Aquaire, aproxime-se mais do Sr. Scorpio. Isso, podem se encostar, garanto que um não vai morder o outro não!

Gargalhadas. Milo e Camus simplesmente caíram na gargalhada.

– Foi algo que eu disse? – perguntou a mocinha, sem jeito.

– Não, menina, tira logo essa foto! – respondeu Milo.

O ruivo e o loiro ficaram sérios, e finalmente a foto foi tirada.

– Moça, por favor... poderia me dar uma cópia dessas fotos? – pediu Camus.

– Sim, pode ficar tranqüilo, todos vocês receberão os retratos! – respondeu a moça, saindo de lá apressada.

Dio mio, olha quem vem lá! Afrodite! – gritou Másquera acenando para o loiro.

– Olá, Másquera! – disse o sueco, parando ao lado dele.

Ma dá cá um abraço! – pediu o italiano, abrindo os braços. Afrodite retribuiu o carinho e se aconchegou nos braços do italiano. "Dite, senti saudades!", murmurou Másquera no ouvido do outro, fazendo o moço se arrepiar.

Afrodite se desvencilhou de Másquera e cumprimentou todos os outros. Engataram uma conversa amena e Másquera contava todos os detalhes da missão para um atônito Afrodite. Bebericavam e falavam alegremente, e assim a noite foi passando.

– Milo, eu queria falar com você... – pediu Camus.

– Diga! – tornou Milo.

– Em particular! – disse o francês.

Foram caminhando até saírem do salão, deixando os outros divertindo-se na festa. Chegaram no belo jardim que ficava aos fundos do prédio.

– Fala, Camus, que meu irmão está aqui e eu quero passar todo o tempo que eu puder com ele! – foi dizendo Milo.

Camus passou as mãos pela nuca. – Sabe o que é, Milo? Eu não quero que fique esse clima chato entre a gente...

– Ah, você me trata daquele jeito frio depois deu ter salvo sua vida e agora não quer que fique clima chato entre a gente? Ora me poupe, Camus! – tornou o inglês já se exaltando.

Camus suspirou profundamente. – Milo, você é importante pra mim. De verdade. Mas eu não posso ficar com você!

– E desde quando você acha que eu quero ficar com você, seu convencido metido a besta? – respondeu o loiro.

– Não quer? – tornou Camus, surpreso. Milo abaixou os olhos e fez que não com a cabeça. – Então por que esse drama todo?

– Porque eu achei que eu pudesse significar alguma coisa pra você, seu cubo de gelo travestido de soldado! – argumentou o inglês.

– Milo eu... eu... sabe, eu... – começou Camus. Os olhos de Milo brilharam, como se ele esperasse por uma revelação bombástica. – Podemos ser amigos então?

– Amigos, Camus, podemos! – respondeu Milo, decepcionado. – Agora vamos voltar pra festa, sim?

Caminharam de volta para o salão sem trocar mais nenhuma palavra.

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A figura alta e esguia riu. – Como vocês são ingênuos... patéticos... – disse.

– O que você está tramando? – perguntou um dos homens que estavam amarrados em frente ao homem que ria.

– Ah, Shaka... Quanta idiotice de vocês virem até aqui... – tornou o homem.

– Afinal, o que você quer, Julian? – perguntou Mu.

– Dominar o mundo, ué, o que mais? – riu Julian Solo.

– E podemos saber como? – indagou Shaka.

– E vocês acham mesmo que eu vou cair no velho truque do "faça o vilão falar"? Faz-me rir! – tornou Julian.

– Então você acha que a gente tem chances de escapar, Julian? – provocou Mu de maneira perspicaz.

Solo parou de rir por um momento. – Pra dizer a verdade, não... é, acho que vocês merecem saber como foram idiotas! Vocês caíram direitinho na armadilha que tracei: vieram até aqui pra salvar a patricinha idiota... um chamariz perfeito, seqüestrar logo a neta do Kido, o inventor do satélite Omega!

– Chamariz, você quer dizer? – perguntou Shaka, atônito.

– Claro! Enquanto vocês montavam a operação toda (aliás nem acredito que vocês trouxeram o Charles de Gaulle até a Líbia, é muito típico mesmo!) – foi dizendo Julian – meus homens mais o irmãozinho querido do amiguinho de vocês foram até o Japão e roubaram a invenção do velho!

– Você está blefando, Julian! – argumentou Mu.

– Nesse exato momento, Mu, o Kanon está na Inglaterra... com o satélite... você sabe muito bem o que isso significa, não? – continuou Julian.

– Sim, que você é um doido varrido! Shaka, podemos acabar com isso? – perguntou Mu, virando-se para encarar o outro.

– Mas é claro, querido! – respondeu o indiano.

Alguns minutos depois os dois estavam livres e Julian Solo nocauteado no chão de uma das filiais de sua Organização.

– E agora, Mu? – indagou Shaka assim que se viram livres.

– Agora a gente liga pro Saga e torce pras coisas darem certo! – respondeu Mu.

– Você acredita mesmo que temos tempo? – tornou o indiano.

– De verdade, querido, prefiro achar que sim, embora racionalmente eu saiba que não... – respondeu o tibetano abaixando os olhos.

– O mundo vai arder em chamas, Mu, e por nossa culpa! – disse Shaka.

Mu nada respondeu. Somente beijou o outro nos lábios, docemente. Acariciou os cabelos loiros de seu namorado e sorriu. – Não vamos desistir agora, vamos?

– É claro que não, Mu! É claro que não! – murmurou Shaka. – Nós nunca desistimos, não é?

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– Oh Mask, cadê o Camus? – indagou Milo. Andara por todo o salão e nem sinal do ruivo.

– Disse que estava com sono e foi dormir! – respondeu o italiano.

– Ah... bom eu vou também... – comentou Milo.

– Uxo, você se incomoda se eu sair com o Másquera? – perguntou Afrodite ao abraçar o irmão.

– Aproveita, Dite, que eu vou pelo menos tentar aproveitar também! – sussurrou o inglês no ouvido do irmão.

Milo pegou um dos carros da OTAN e foi dirigindo até o alojamento. Não estava bêbado, mas estava bem alegre. Entrou no alojamento e caminhou até o fundo, onde viu que Camus dormia tranqüilo. Parou e observou. "Lindo...", murmurou. Tirou os pesados coturnos e o jaleco, ficando com o dorso completamente nu. Deitou-se por sobre o francês.

– Camus... – chamou baixinho.

– Hmmmm – o francês murmurou.

Milo pousou os lábios nos lábios de Camus, de leve. – Camus? – chamou novamente.

– Milo? – perguntou o francês com a voz ainda embargada pelo sono.

– E quem mais? – tornou a dizer o inglês.

– Seu pequeno ninfomaníaco... – murmurou Camus sem abrir os olhos. O sono era muito grande, estava entorpecido. Achava que tudo aquilo não passava de um sonho. Procurou instintivamente os lábios de Milo e os beijou suavemente. – Dorme, mon ange, dorme...

Milo se ajeitou por sobre o peito de Camus, que o abraçou com um dos braços. Milo colocou uma das pernas sobre o francês, e os dois dormiram entrelaçados.

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A/N: Aí está o capítulo 9. Ficou meio arrastado, né? Perto do outro que foi super explosivo... mas, como diria o Camus, c'est la vie...

Vocês acharam mesmo que eu tinha vocação pra Kuramada e ia matar o Camus? Nuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuunca!

Só espero que vocês também não o matem! De verdade! Lembrem-se que o francês ficou órfão muito cedo e foi criado em meio à disciplina militar, diferentemente de Milo que teve (e ainda tem) um Afrodite para guiá-lo.

Queria dedicar a cena de Saga e Shina pra duas pessoas: Enfermeira-chan, que começou a me convencer a fazer dos dois um casal, e a Sayuri, por me dar a idéia de como eles teriam começado a se gostar: na base da porrada, claro! Valeu, meninas!

Cap 10 – ainda não tem um título, mas acho que se chamará Por Quem os Sinos Dobram

Vamos às reviews anônimas:

Nine66: Sim, o Camus tomou um tiro mas já está bem, deu pra ver, né? Saga e Shina estão aí... inesperado até pra mim, quando comecei a escrever era pra ela ficar com o Shura! Mas aí foi rolando... espero que você tenha gostado! Quanto à Saori, sim, ela precisava aparecer pra causar problema, porque é só o que ela faz mesmo... rs. Valeu pelo review!

Uotani: Não, o Camus não vai morrer porque eu não sou nem louca, rs. Fico super feliz que você esteja curtindo. Aí vai mais um capítulo! Bjoks!

Tsuki-chan: Será que fui muito cruel com os dois? É, eu estou me sentindo mal, confesso... mas aguarde e confie! Valeu pela dica do filme, já fucei nas locadoras aqui perto de casa e não achei, mas ainda acho! Bjos!

Kamui: Sim, os meninos passaram por poucas e boas... mas também, com a Saori envolvida, só podia dar nisso, rs. Não se desespere, já percebeu que Shaka e Mu estão por aí, né? Bom, espero que tenha gostado desse capítulo! Bjoks!

Aredhel: Menina, o que foram aqueles recados? Muuuuuuuuuuuito lindos! Valeu, valeu, valeu! Bjoks!