A/N: ATENÇÃO! Esse capítulo contém cena lemon (sexo entre homens). Se você não gosta, bem, não leia.
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Cap 13 – A Liberdade é Azul
Camus e Másquera conversavam animadamente já por cerca de uma hora, sentados e isolados num canto escuro. O italiano trazia novidades do front belga, para onde tinha sido mandado por seu país a fim de, juntamente às forças alemãs, conter o avanço de ingleses e americanos naquela região. As notícias eram alarmantes: os esquadrões inimigos tinham chegado até a Antuérpia, dominando o importante porto. Mas estancaram na região estratégica, onde eram fortemente combatidos pela coalizão ítalo-germânica. Másquera só deixara o front para atender ao chamado de Camus, que pedira por reforços aliados.
O francês não tocou no nome de Afrodite, embora o moreno de quando em quando lhe perguntasse porque Camus tinha dito que precisava lhe proteger. O ruivo, sempre muito estratégico, se esquivava como podia. "Então os amigos não protegem uns aos outros?", dizia para tentar aplacar a curiosidade de Másquera que, mais por educação do que por qualquer outra coisa, resolveu não insistir.
Já haviam almoçado e passado as tropas em revista, aproveitando para alojar como deu os reforços italianos. Já era tardinha quando resolveram caminhar um pouco pela beira do rio, calmamente, esquecendo-se que do outro lado estavam homens cuja única missão no momento era derrotá-los. Camus espreguiçou-se e se sentou numa pedra na beira do rio, apoiando o queixo com uma mão. Másquera, por sua vez, deitou-se, cruzando os braços por debaixo da cabeça. Nenhum dos dois admitia, mas estavam com os nervos à flor da pele, esperando ansiosos pela chegada de Saga.
– Mas é muita folga, não, Olia? – perguntou uma voz feminina, mas não delicada, atrás dos dois.
– Com certeza, Shina! Olha pra esses dois, refestelados. Parecem dois jacarés tomando sol! – pontuou uma outra voz.
Másquera estapeou a própria testa. – Ma que cazzo, Camus, esqueci de te dizer... a Shina veio comigo!
– Ah, só isso você esqueceu? – perguntou Camus, encarando o italiano com cara de poucos amigos. – Shina, Olia, que bom vê-los aqui! – disse, levantando-se e aproximando-se dos amigos, que o receberam de braços abertos.
– Sabe o que é mais legal, Camus? A Shina é italiana. Eu comando a maledeta, acredita nisso? – brincou Másquera, levantando-se também e cumprimentando Aiolia. – Mas esse grego não sei de onde saiu não... – completou sorrindo.
– Não quero nem saber, o importante é que agora posso protegê-lo! – afirmou o francês, parecendo extremamente aliviado.
– Oh, Brigitte, desde quando eu preciso que alguém me proteja, oh? – perguntou Aiolia, dando um sonoro peteleco na orelha de Camus.
– Ai, isso dói! – reclamou o francês, esfregando o lugar estapeado. – E além do quê, posso saber quem te deu permissão pra me chamar de Brigitte? – tornou o ruivo, indignado.
– Ninguém, é que não resisti! – riu Aiolia. – E respondendo sua pergunta, Mask, recebi uma convocação do Saga pra vir pra cá, fugi do meu front e cá estou eu!
– Você é louco... mas tudo bem, eu faço uma requisição depois, digo que fui eu quem te chamei... – pontuou Camus fazendo um gesto de desdém com as mãos.
– Como diria o Milo, Olia, Brigitte poderooooooooooooosa... – comentou Másquera já se escondendo atrás do grego, que se esforçava horrores para não rir.
– Ah, ça me bof! Je vais tuer Milo avec mes deux mains! (1) – murmurou Camus olhando para as duas mãos com cara de poucos amigos.
O italiano revirou os olhos. – Vem cá, alguma notícia do Shura?
– Nenhuma! Nem da Marin... – respondeu Aiolia, com olhos tristes.
Shina suspirou e pousou uma das mãos no ombro do grego. – Calma, Olia! A Marin é forte... tenho certeza que ela vai se encontrar com a gente, mais cedo ou mais tarde! – disse a moça. "Não acredito que estou preocupada e, pior, com saudade da Marin...", pensou Shina, sendo sua vez de revirar os olhos.
– E o que ficou combinado? – perguntou Aiolia, sacudindo a cabeça como que para afastar pensamentos inapropriados.
– À noitinha vamos atravessar o rio. Já conversei com o Milo, ele estará nos esperando... – explicou Camus.
– Muito bom! Melhor ainda porque o Uxo está do outro lado do rio... – comemorou Aiolia. – E sabe o que é mais irônico nisso tudo? – perguntou, encarando a todos, que lhe olhavam com cara de ponto de interrogação. – Estamos nós quatro aqui, do lado francês do conflito, nos comunicando em inglês!
Camus, Aiolia, Másquera e Shina ficaram um tempo sem dizer nada, até que estouraram numa gargalhada alta e divertida. Com os amigos por perto e a calmaria do front, a guerra – e com ela todas as aflições – foram momentaneamente esquecidas.
– Ai, ai, só vocês mesmo... mas agora com licença, já é quase de noite e eu vou tomar um banho... – pontuou Camus, espreguiçando-se felinamente.
– Ué, no meio da guerra você preocupado em tomar banho? Nem parece francês! Vai arrumar água onde, oh? – indagou Másquera delicadamente.
Camus sentiu as faces esquentarem e sabia que estava com o rosto pra lá de vermelho. – E-eu, é, bem... quem disse que os franceses não são asseados? Vou bater numa dessas casas aí, ainda deve ter água corrente nessa cidade. E vocês não têm absolutamente nada a ver com isso, têm? – perguntou com a voz impassível de sempre, mesmo que sua feição demonstrasse um certo embaraço. "Eu, hein, não posso ver o Milo estando fedido...", pensou e sorriu imperceptivelmente.
– Ai, Brigitte, não precisa ficar bravinha não... – respondeu Aiolia.
– Ça c'est assez! Suffit! Eu não sou Brigitte coisa nenhuma! Meu nome é Camus e eu mato o próximo que -- – foi dizendo o ruivo, quando foi sumariamente interrompido.
– Monsieur, Monsieur – veio gritando um menino loiro, correndo meio esbaforido.
Camus revirou os olhos. – Mon Dieu, qu'est-ce que j'ai fait por mériter ça? (2) – murmurou baixinho. – Que foi, Hyoga? Onde é o incêndio?
– Hã, pardon, Monsieur! Mas é que acabou de pousar aqui um helicóptero com uns oficiais... alto comando. Achei que seria bom vir avisar... – tornou Hyoga com os olhos baixos.
– Saga! – disseram todos em uníssono, olhando-se uns aos outros com os olhos brilhando.
– Bom, Camus, acho que você vai ter de adiar seu banho, meu amigo! – disse Shina. O coração da menina estava quase saltando pela boca, tamanha sua ânsia em rever aquele a quem mais amava na vida.
– Eu? De jeito nenhum! O Saga não vai abrir a boca antes de estarmos todos juntos de novo, se eu o conheço... vão vocês falar com o Major. Aliás, vai você, Shina, que tenho certeza que deve estar é morrendo de saudade dele! – disse Camus e, com ar de superioridade, virou sobre os próprios calcanhares em direção à cidade.
– A gente fica uns dias fora e tudo muda desse jeito... – disse Másquera, em tom profético, apontando para Camus. Todos os outros, rindo, balançaram as cabeças afirmativamente.
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Milo andava de um lado para o outro sem parar. Ora parecia preocupado, ora eufórico, ora temeroso, ora radiante. Mas nunca tranqüilo. Inconstante, talvez essa fosse a palavra que melhor descrevia o inglês durante aquelas horas. Comeu pouco, bebeu menos ainda. Olhava para o relógio de dois em dois minutos, e o tempo arrastava-se demoradamente.
– Calma, Uxo, pelamordedeus, que assim você me deixa inquieto também! – por fim reclamou Aldebaran, cujo último fio de paciência quebrou-se quando Milo reclamou novamente que o tempo não passava.
– Ah, Deba, eu tô agitado mesmo! Será que o Saga já chegou? – perguntou, olhando novamente para o relógio. "Eu quero ver o Camus, droga!", pensou, bufando.
– Ah, não, dá isso aqui! – disse o americano, segurando o braço de Milo fortemente. Arrancou o relógio do outro e atirou no rio.
– Ei, eu gostava desse relógio! – reclamou o loiro.
– Bah! – limitou-se a dizer Aldebaran. Milo mostrou-lhe a língua, arrancando uma risada do amigo. – Ai, Uxo, sossega! – pediu novamente.
– Tá, tá, seu chato! Mas estou ansioso... o que será que o Saga está tramando? – comentou Milo, sentando-se e olhando para Aldebaran com uma feição curiosa.
– Não faço a menor idéia. Sabe, o Saga é um grandissíssimo filho da puta, mas se ele está envolvido, com certeza é pra resolver a parada! – disse o mariner.
Milo coçou a cabeça. – Nós sozinhos? Como?
– Sei lá! Aí, só ele pra dizer mesmo... mas algo me diz que tem a ver com aqueles dois esquisitos, lá, os tais Majores alemães... – cochichou Aldebaran, dobrando o tronco para se aproximar mais do amigo.
– Ah, só pode ser! Aqueles dois são muito estranhos! – disse uma cabeça que se colocou entre os dois.
– Shura! – gritaram Milo e Aldebaran ao mesmo tempo. – Espanhol de mierda, que bom ver você aqui! – continuou Milo, já pulando por sobre o amigo.
– E a mim? Ninguém cumprimenta, não? – disse uma moça, muito querida, saindo de trás de uma árvore.
– Marin! – exclamou Milo. Correu para a Sargento e a abraçou, erguendo-a no ar.
– Ah, mas que bons ventos os trazem, amigos? – perguntou Aldebaran sorrindo.
– Se você chamar Saga de bom vento, Deba, então é esse o nome! – tornou Marin.
Milo sacudiu as calças para tirar a poeira. – Bom, eu vou é procurar um canto pra tomar um banho... daqui a pouco os outros estão aqui!
– Banho? Desde quando esse aí se preocupa com banho, ainda mais nesse caos? – perguntou Shura. – E quem vem pra cá daqui a pouco que eu não sei?
– Tá pensando que eu sou sujo que bem você, cabrón? – brincou Milo, exagerando na imitação do sotaque. "Eu é que não vou correr o risco de encontrar com Camus fedido desse jeito...", pensou. – Oh Deba, explica aí pros dois o que está acontecendo, sim? Fui! – completou o loiro, saindo apressadamente em busca de um canto em que se banhar.
– De repente as coisas mudaram tanto e em tão pouco tempo... – murmurou Shura. Os amigos concordaram sem dizer nenhuma palavra, e Aldebaran começou a atualizar Shura e Marin dos acontecimentos mais recentes.
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A moça entrou na sala luxuosa meio ressabiada. O ambiente era bastante grande, mas não tão imponente quanto o homem que a recebera. Dono do lugar, poderoso e em ascensão, Kanon parecia que continha o mundo naquele sorriso. E continha mesmo. Por essas e outras, a moça nem estranhou o enorme globo de madeira localizado num canto estratégico da sala. Nem o outro homem, quase tão intimidante quanto o que lhe sorria sedutoramente.
– Menina, você deve ser a Pandora, certo? – perguntou Julian, levantando-se de onde estava.
– Sim, Sr., Pandora é meu nome... – respondeu a moça. Tinha olhos e cabelos castanhos, mas pele clara. Vestia um corpete vermelho e uma calça preta meio justa, bem como uma grande cruz medieval pendurada no pescoço. Os olhos, ressaltados com muito lápis preto, pareciam ávidos e ao mesmo tempo medrosos. As mãos eram ágeis e não paravam por um segundo sequer.
– Belo estilo... – comentou Julian, rodeando a menina.
– É gótico, Sr! – murmurou Pandora.
Kanon soltou uma bufada que era um misto de "que coisa horrorosa" com um "eu nem ligo". – Enfim, fez o que eu mandei?
– Sim, Sr! – respondeu a moça, entregando-lhe um envelope, o qual o homem abriu avidamente e examinou as fotos uma por uma.
– Muito bem, garota das fotos, Pandora! Ficaram ótimas! – sorriu Kanon, entregando-as a Julian.
– Ótimo, menina! A secretária vai te pagar de acordo! Agora, saia! – tornou Julian com ar de desdém.
– Sim Sr! – murmurou a menina, saindo e fechando a porta atrás de si. Sorriu e procurou o equipamento que trouxera na bolsa, pressionando nele a chave da sala de Kanon. Bateu na porta e entrou após ouvir a permissão de Julian. – Me desculpem, deixei cair um brinco aqui? – perguntou com cara de coitada.
– Não menina! Vá embora! – afirmou Julian, praticamente fechando a porta na cara de Pandora.
A menina deixou o Palácio com os bolsos cheios do dinheiro que Kanon lhe prometera pelas fotos do Batalhão Alfa. Sorriu, segurando o delicado equipamento de espionagem com as mãos e já pensando na liga metálica que usaria para fazer uma cópia da chave. E em quão idiotas tinham sido os poderosos Kanon e Julian, que não foram capazes de notar sua pequena artimanha. "Agora é só fazer a cópia e avisar Mu e Shaka!", pensou Pandora fazendo sinal para o ônibus de dois andares, encantada pela atmosfera soturna de Londres.
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– Esperem por mim! – gritou um homem correndo meio saltitante para os outros que, com cuidado, embarcavam no pequeno bote de madeira na beira do rio.
– Ailos? – surpreenderam-se Mu, Shaka, Saga e Camus ao mesmo tempo.
– Vocês acharam mesmo que iam se livrar de mim assim tão facilmente? – perguntou o recém chegado sorrindo, de braços abertos. Para a surpresa dos mais jovens, Mu, Shaka e Saga se jogaram nos braços de Ailos, refestelando-se.
– Quem é esse? – perguntou Másquera para Camus.
– Meu ex tutor, Tenente-Coronel Ailos du Sagittaire. – respondeu o ruivo como quem não entende nada.
– Nossa, é a cara do Olia! – exclamou Shina.
– E não é que é mesmo? – espantou-se o grego. – Será que é parente? – perguntou para si mesmo, olhando para cima como quem percorre memórias.
– Bom, vamos indo então! Infelizmente temos de deixar a conversa pra depois... – ordenou o Major Gemini.
– Saga, Saga, sempre o mandão do grupo... reunidos novamente, amigos! Quem diria? – comentou Ailos acenando levemente para Camus.
– Ora cale a boca! – brincou Saga empurrando Aiolos de leve. – E além do mais, faltam dois... – murmurou tristemente.
– Olha, eu não faço a menor idéia do que está acontecendo aqui, mas uma hora alguém vai ter de me explicar direitinho essa familiaridade toda de vocês... E também quem raios está comandando o ataque por mar no Charles de Gaulles, Monsieur! – pontuou Camus já tomando as rédeas da pequena embarcação e dirigindo-se para o outro lado do rio.
– Criei bem esse menino, não? – perguntou Aiolos com ar de superioridade. – Todo altivo!
– Bem até demais, ele me deu uma surra que você precisava ver! – respondeu Saga. Todos os outros riram, mas Camus estava realmente surpreso e curioso, querendo saber o que de fato ligava aqueles quatro homens. E porque de repente toda a seriedade de seu tutor tinha ido por água abaixo em meio àquelas brincadeiras inocentes e ingênuas.
– Saga, assim você me sufoca! – balbuciou Shina, cujo pescoço estava envolto pelos braços fortes do Major.
– Agora que finalmente te achei, minha pequena rebelde, não te largo nunca mais! – disse Saga acariciando os cabelos da menina em seus braços. – E que o segredo vá pro inferno: eu amo a Shinaaaaaaa! – gritou, sem medo, no meio do barquinho.
– Af, como se ninguém soubesse... – comentou Aiolia. – Agora fique quieto antes que a gente morra alvejado.
Caía a noitinha e o luar iluminava o rio Sena. O clima era de certa forma de felicidade: reencontro de amigos de longa data, num lugar que de tão ameno chegava a ser bucólico. O cessar fogo era evidente, pois chegaram ao outro lado do rio sem maiores dificuldades. Lá, foram muito bem recepcionados.
– MARIN! – exclamou Aiolia e adiantou-se, pisando por cima de Camus, indo de encontro à moça. Beijaram-se longa e apaixonadamente sob a luz do luar, no que foram acompanhados por Shina e Saga.
– Ai, que cena patética... – comentou Másquera, intimamente lembrando-se de Afrodite e, por uma razão que não soube precisar, sentiu falta de seu lança-chamas.
– Oi Bri! – cumprimentou Milo apoiando um braço no ombro de Camus.
– Oi Milo! – respondeu o francês disfarçando um meio sorriso.
– Vamos, vamos, vamos sentar pra conversar que não temos muito tempo pra perder não... – exclamou Saga, conclamando todos para a reunião que decidiria o futuro da guerra.
O grupo, finalmente reunido, sentou-se num lugar meio afastado das tropas inglesas. Era um lugar cercado por algumas árvores, um campo de relva verde e úmida, pouco iluminado, quase lúgubre, resquício talvez de alguma floresta já há muitos séculos desaparecida.
– Major, acho bom o Senhor ter uma explicação muito boa para essa convocação... – disse Aldebaran com expectativa.
Saga suspirou e baixou os olhos, como que tomando coragem. Mu e Shaka depositaram cada qual uma das mãos num dos ombros do amigo, transmitindo-lhe força. E Aiolos remoía antigas lembranças quieto num canto. – Bom, como vocês perceberam, eu, Mu, Shaka e Aiolos nos conhecemos e há muito tempo. Há exatos quinze anos atrás, nós fomos todos convocados para um treinamento muito parecido com o que vocês fizeram comigo... faz muito tempo mesmo... éramos jovens e bem intencionados, e cheios de vida e de atitude e de-- – começou Saga.
– Ai, Major, vamos direto ao ponto, sim? – pediu Milo, levantando-se e se espreguiçando felinamente. Vestia a calça da farda e os coturnos mas, assim como Camus, usava apenas a camiseta regata meio transparente que ficava por debaixo do jaleco. Bocejou. – Isso já está me dando um soooono... – continuou o loiro, levantando um pedaço da camiseta e coçando levemente a parte do abdômen que ficara descoberta. Olhou de soslaio para Camus e sorriu.
O francês limpou uma gota de suor que teimou em escorrer pelos cabelos ruivos. "Ai, ele me paga... vê se é pra ficar se exibindo assim...", pensou. – Milo, sente-se por favor, sim?
– Claro Bri, seu desejo é uma ordem! – exclamou Milo fazendo uma reverência. – Prossiga, Major, por favor!
– Eu hein? Esses dois nunca se deram bem, resolvem se tratar com educação justamente quando os países deles entram em guerra. Esse mundo está mesmo de cabeça pra baixo... mas enfim, e indo direto ao ponto como pediu o Milo, o fato é que éramos seis, assim como vocês. Além de nós quatro, havia ainda Julian Solo e meu irmão gêmeo, Kanon Gemini... – obedeceu Saga.
– Julian Solo? Já ouvi esse nome! É um magnata do petróleo, não? – perguntou Shura.
– Na época, era somente o filho de um magnata do petróleo, Shura. Mas o fato é que, por motivos que não vêm ao caso no momento, Julian e Kanon acabaram se afastando de nós quatro. E agora os dois estão por trás de toda essa guerra... – continuou Saga.
– Incroyable! Aliás, Milo, pode ir dizendo... sei que vocês estão escondendo o jogo... por que ainda não atacaram a gente? – tornou Camus.
Milo suspirou. "Nossa, ele está cheiroso...", pensou, mordendo o lábio inferior. "Ai, Milo, se concentra!", tornou a pensar. – Já que é pra abrir o jogo... fomos instruídos a aguardar até a posse e pronunciamento do novo Primeiro-Ministro! – explicou o inglês.
– Que adivinhem quem é? Nosso amigo Kanon Gemini! – afirmou Aiolos.
– Madre de Diós, que complicação! – desabafou Shura. – Tá, e onde é que a gente entra nisso?
Shaka sorriu. – Nós, meu caro espanhol, entramos com tudo. Me escutem, o plano é muito simples... – começou o indiano. Contou todo o plano ao grupo, que lhe ouviu atentamente. Ao final da explanação, sorriam, pois o plano, embora ousado, era bem simples e tinha tudo para dar certo.
– Agora que está tudo explicado, eu informo: essa missão não é oficial. Eu deixei tudo pra trás. Deixamos tudo pra trás, não é, rapazes? – disse Saga, olhando para Mu, Shaka e Aiolos. – Caso isso dê certo, seremos heróis. Caso dê errado, seremos considerados desertores e punidos como tais. Vocês são livres para escolher. Estão conosco?
Másquera gargalhou. – Major, que pergunta besta! Parece pazzo! Mas é claro que estamos com vocês! Hoje e sempre!
– Hoje e sempre! – responderam Milo, Camus, Shura, Aldebaran, Aiolia, Shina e Marin. Saga disfarçou bem duas lágrimas que se formaram no canto de seus olhos claros.
– Bem, se é assim... vamos voltar nós então! – pontuou Aiolos. – Tenho muito o que conversar com Camus... – continuou. "E talvez com Aiolia... se eu tiver coragem de contar sobre nosso pai...", pensou.
– Ah, Monsieur, se não se importa, eu pretendo ficar por aqui e ir embora a nado, depois. – respondeu o ruivo com uma impassibilidade que surpreendeu até mesmo seu antigo tutor. – Quero discutir mais algumas coisas com Milo! E dar um abraço na Marin, coisa que eu ainda não pude fazer... – completou, já se aproximando da moça, que o recebeu de braços abertos.
– Faça o que quiser, Camus. Quem sou eu pra lhe dar ordens? Você é homem feito, já. Mais que isso: é guerreiro! Fique, então! – respondeu Aiolos.
Másquera, Mu, Shaka, Aiolos, Saga e Shina voltaram para o outro lado do rio, mas Aiolia e Camus permaneceram ali. Por motivos mais do que óbvios.
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Camus trocou algumas palavras com Marin, que logo em seguida se despediu dele, caminhando de mãos dadas com Aiolia para algum canto escuro. – Gosto tanto dela... estranho, estranho como eu, que não me importava com ninguém, de repente me sinto assim, ligado aos meus amigos dessa forma... – comentou o francês.
Milo tomou a mão de Camus, e foram caminhando também em busca de um lugar tranqüilo. – Isso é muito bom. Aliás isso é ótimo... você está tão lindo! Lindo e cheiroso!
– Você também, Milo... mas você é lindo, e cheiroso, mon ange! – tornou Camus suspirando e acariciando a face do inglês, que sorriu. – Aliás, me responde uma coisa... e seus homens? Falaram alguma coisa? Porque os meus não abriram a boca...
O inglês gargalhou. – Ah, um soldado veio me perguntar o que tinha sido aquilo e eu, bem cara de pau, disse "aquilo o quê? Você tomou é bomba na cabeça! Não teve aquilo nenhum"! E não é que o menino saiu andando, sem entender mais nada? – explicou, fazendo o outro cair na risada também.
Continuaram caminhando e Camus ia aos poucos tomando coragem para o que pretendia fazer. Amava Milo, e muito. Tinha que demonstrar de alguma maneira. E aquela parecia ser a melhor delas. Encontraram uma árvore meio isolada, e ali pararam. Milo pressionou seu corpo contra o de Camus, dando-lhe um beijo voraz.
– Camus, achei que não ia agüentar... – disse o inglês acariciando a barriga do amante por debaixo da blusa.
O ruivo suspirou. – Mas eu acho bom você agüentar, Milo. Quero conversar com você!
– Conversar? – perguntou o inglês meio decepcionado.
– Sim, ao menos por enquanto! – respondeu Camus rindo da cara de desalento do outro. Sentou-se e apoiou as costas no tronco da árvore atrás de si, abrindo as pernas a fim de permitir que Milo se acomodasse entre elas, com as costas apoiadas em seu tórax. Passou um dos braços pelo pescoço do loiro e beijou-lhe a face. Ambos permaneceram olhando o nada, abraçados, durante algum tempo. – Milo, eu queria te fazer uma pergunta... desde quando... desde quando você se percebeu... assim?
– Assim como, Camus? Gay, você quer dizer? – perguntou o loiro sem sair daquela posição. O francês murmurou um "oui" em seu ouvido que lhe arrepiou todos os pêlos do corpo. – E quem disse que eu sou gay? Posso ser no máximo bissexual... e você nem isso!
Camus balançou a cabeça, como que tentando entender a afirmação do outro. – Pardon, Milo, je ne comprends pas! Não entendo! Você está querendo dizer que não somos gays?
Milo suspirou. – Olha, se você visse outro homem nu na sua frente, tenho certeza de que não se sentiria atraído. O mesmo valendo pra Marin, por exemplo, já que você nutre por ela um sentimento fraternal... O que você precisa entender, Camus, aliás o que a maior parte do mundo precisa entender, é que não nos apaixonamos por homens ou mulheres... nós nos apaixonamos por pessoas!
O francês sorriu e pegou uma das mãos de Milo, pousando um beijo leve e delicado nela. – E você se apaixonou por mim por quê?
– Ai, ai, pergunta capciosa, Bri! – riu o loiro. – Toda paixão, todo amor, começa com atração, claro. Vou te confessar uma coisa: eu me estabaquei todo lá na chegada em Atenas, ferrei minha mochila, porque fiquei hipnotizado por você, ruivo! Lindo! Mas era só atração física... mas de repente fui notando seu jeito carente enrustido, como você escondia suas emoções, todo o mistério, a barreira de gelo que você mesmo se impunha... quis me aproximar e acabei me apaixonando. E você? – perguntou Milo, ainda com as costas apoiadas no peito do outro, tomando a mão do francês entre as suas e fazendo um carinho suave.
– Não sei dizer. Te achava insuportável, metido. Mas quando me dei por mim, me peguei te contando coisas sobre mim, me preocupando com você... sei lá, quando vi já tinha ido... – riu Camus apertando ainda mais o inglês contra si. – Mas sabe, nunca tinha me envolvido com um homem antes... por isso que relutei tanto em aceitar!
– Ainda bem que eu insisti! Mas sabe, meu pequeno, as pessoas precisam deixar os estereótipos para trás. Homem e mulher, feio e bonito, alto e baixo, gordo e magro. Dicotomias não levam a lugar algum, Camus, somente engessam as pessoas. Há mais categorias nessa vida. Há mais cores do que preto e branco, como você costumava enxergar. Sabe, as pessoas precisam deixar de enxergar só preto e branco: a esperança é verde, a melancolia é azul, a nostalgia é lilás, o amor é rosa, e a liberdade é azul! Se não fôssemos tão hipócritas, meu amor, até mesmo guerras idiotas como essa seriam evitadas! – explanou Milo.
O francês suspirou, acariciando o rosto de seu amante. – Milo, você é lindo. Tão perfeito... quero que você me ensine tudo, Milo. Tudo mesmo. Sobre como aproveitar a vida. Eu vou te ensinar a ser mais centrado, mais responsável, mais tático. E você vai me ensinar a ser feliz! Olha pra mim, Milo! – pediu Camus.
O inglês se virou e se ajeitou no colo de Camus, a fim de encarar o francês nos olhos. – Diga, meu querido.
O ruivo suspirou e, sem desviar os olhos dos de Milo, tomou coragem. – Eu quero ser seu, Milo. De todas as formas possíveis. Quero que você me ensine tudo. Estou pronto pra você. Agora.
O inglês arregalou os olhos, surpreso. – Eu entendi certo? Você quer mesmo... ser meu?
– Quero, Milo. Muito. – afirmou Camus. – Eu te amo.
A resposta do loiro foi um beijo longo e apaixonado, cheio de amor. Milo suava frio só de imaginar o significado de tudo aquilo. Mal podia imaginar que Camus se entregaria para ele assim, daquela forma singela e despretensiosa. E o melhor de tudo: que aquilo partira do próprio francês, Milo não precisara pedir. Se o loiro ainda tinha alguma dúvida sobre os sentimentos do outro, eram dúvidas desfeitas. Desfeitas por aquela afirmação, por aquele beijo, por aquele momento.
Separaram o beijo ofegantes. Milo passou as mãos pelos braços bem torneados do amante, desenhando neles o mapa de um lugar que desejava conhecer de olhos fechados. Camus suspirava, mordiscando de leve o pescoço de pele morena de seu amante. Afundou a boca no ombro de Milo, arrancando um suspiro mais forte do outro.
O loiro acomodou-se melhor sobre o colo do francês, já sentindo a excitação do outro crescer. Sorriu malicioso, lambendo os lábios de Camus cheio de luxúria. – Tão lindo que dói... – sussurrou o inglês no ouvido do outro, arrancando um sorriso espontâneo do ruivo.
Beijaram-se mais uma vez. As línguas não se exploravam: devoravam-se. Era um ato antropofágico de loucura e prazer. A sensação de pertencimento ia percorrendo a espinha como uma corrente elétrica, na medida em que as mãos ágeis de um e de outro livravam o corpo do invólucro inútil a que chamamos de roupas.
Milo se levantou e puxou Camus com uma mão. Olhou para o ruivo demoradamente, que corou. – O que foi, meu lindo? – perguntou o inglês sorrindo.
– Vergonha... – murmurou o ruivo com as faces vermelhas.
– Ah bom. Achei que fosse medo... – tornou Milo abraçando Camus e beijando-lhe o pescoço.
Camus tomou a face de Milo com uma das mãos, encarando-o nos olhos. – Medo? Nunca!
O inglês sorriu e beijou-lhe mais uma vez. Beijou o pescoço, o ombro, o peito. Deu atenção especial aos mamilos, e Camus segurava-lhe a cabeça contra seu peito, suspirando baixinho. O inglês continuou a descer, esfregando suas mãos nas laterais do corpo do ruivo, e deixando uma trilha de beijinhos pela barriga bem definida. Milo mordeu de leve a coxa de Camus, e com uma das mãos apertou a outra, arrancando um grito de seu amante. O loiro levantou-se, sorrindo de canto de boca.
– Ah, esse sorriso... – murmurou Camus admirando seu amante.
Milo rodeou Camus, abraçando-o por trás. O francês suspirou ofegante ao sentir a ereção do outro roçar-lhe nas nádegas. Camus nunca tinha feito aquilo, mas sentiu-se extremamente excitado com aquela aproximação, como se pertencer ao outro homem fosse algo que fizesse parte de sua natureza. Milo massageou as costas do ruivo, logo em seguida dando o mesmo tratamento às costas que dera à frente: foi descendo, traçando um caminho de beijos, mordidas e saliva, arrancando suspiros e gemidos de seu amante.
– Preciso de sua ajuda, querido! – murmurou Milo no ouvido de Camus.
O francês virou-se para ele, entendendo o recado. Abraçou o amante, fazendo as duas ereções roçarem num movimento de prazer intenso e incomparável. Mordeu o lóbulo da orelha do loiro. – Se eu fizer errado, você me ensina?
– Camus, eu te ensino o que você quiser, quando você quiser, como você quiser, onde você quiser... – respondeu Milo.
O francês então foi descendo pelo corpo do amante, acariciando-lhe de todas as formas possíveis. Tórax, braços, barriga, umbigo: tudo foi explorado por mãos e língua quentes e ávidas, proporcionando um prazer tão diferente que Milo jamais pensou sentir. "Tão diferente quando a gente ama... deseja com a alma, e não só com o corpo!", pensou. "Ah, eu estou ficando tão piegas!", disse para si mesmo, acariciando a cabeça de Camus.
Suspirando, admirado, o francês ficou de joelhos em frente ao amante. Ainda teve a presença de espírito de olhar para Milo, dirigindo-lhe um sorriso. Logo em seguida, pousou a língua suavemente no membro do outro, sentindo o inglês estremecer àquele toque. Comemorou internamente: parecia que estava fazendo certo. Em seu íntimo, lembrou-se da segunda vez em que ficaram juntos, quando havia tomado o membro do outro em sua boca pela primeira vez. Começou a lambê-lo devagar, por toda a extensão. Tão devagar que Milo começou a se movimentar, como que pedindo por mais.
– Com pressa? – perguntou Camus, parando o que fazia e encarando o amante.
Milo suspirou e apoiou as costas na árvore, tentando relaxar. Estava muito nervoso, parecia que era sua primeira vez, e não a de Camus. – Ansioso, só isso.
O francês não respondeu. Apenas continuou o que estava fazendo, surpreendendo a Milo e a si mesmo com uma destreza que ele jamais imaginou possuir. – C-c-camus, se você quer mesmo continuar brincando, acho melhor parar por aí... – pediu o inglês, sentindo que não agüentaria por muito mais tempo.
Camus estava amando aquilo, mas obedeceu e parou, levantando-se. Estremeceu, pois afinal seria totalmente de Milo. Sua alma, esta já lhe pertencia, não tinha mais jeito. Faltava o corpo. E o francês, embora temeroso, ansiava e muito por aquele momento, por aquela prova de amor. Em seus pensamentos, se Milo gostava, aquilo tinha de ser bom. Na verdade, a vontade de conhecer Milo era tanta, que o francês desejava tomar seu lugar nem que fosse por um momento. Sentir o que ele sentia. Conhecê-lo de todas as formas possíveis e imagináveis. Encarou o amante e sorriu, meio sem jeito.
Beijaram-se mais uma vez, as línguas nunca cansadas demais para aquela exploração. Milo pegou no braço de Camus e delicadamente o apoiou na árvore, dobrando um pouco o tronco do outro. Soltou um gritinho preso ao ver seu amante naquela posição, o modo como os músculos, tensionados, formavam um longo e desejado V. Aproximou-se dele, devagar. – Tem certeza mesmo? – perguntou baixinho.
– Toda a certeza do mundo! – respondeu Camus, voltando o rosto para trás.
Milo suspirou profundamente. A luz da lua, pálida, iluminava de leve o corpo alvo de seu amante, tornando-o quase translúcido de tão branco, dando-lhe um ar de falsa fragilidade. Apertou forte uma das nádegas do francês, um frio percorrendo-lhe a barriga nos segundos que antevinham o momento esperado. Foi entrando devagar, controlando-se ao máximo para não invadir aquele corpo tão desejado de uma vez por todas. Camus soltou um gemido abafado, provavelmente de dor.
– Tudo bem, querido? Quer que eu pare? – perguntou Milo, preocupado.
Camus suspirou. Doía, sim. Mas era bom. Estranhamente bom. – Non, cheri! Pas du tout! – respondeu com a respiração entrecortada.
Milo sorriu. – Acho que isso foi um não... – disse, continuando a entrar, bem devagar.
O loiro foi distribuindo beijos pelas costas de Camus, penetrando-o vagarosamente, até por fim preenchê-lo por completo. A sensação de estar dentro de Camus, dentro daquele corpo que nunca antes fora possuído, de ser ele o primeiro a embrenhar-se naquele homem perfeito, era simplesmente maravilhosa. O francês, por sua vez, primeiramente sentiu-se como se estivesse rasgando por dentro. Mas depois de ser tomado daquela forma tão terna, uma sensação quente e gostosa de pertencimento varreu-lhe o corpo, e aos poucos ele relaxou.
Milo, ao perceber que Camus relaxara um pouco mais, começou a movimentar-se devagar dentro dele. As estocadas começaram lentas e ritmadas, e Milo fazia um esforço sobre humano para não arremeter-se com toda força em seu amante. O prazer era indescritível, ainda mais quando Camus, totalmente envolvido, começou a rebolar instintivamente, obrigando Milo a aumentar o ritmo pouco a pouco.
Ambos respiravam ofegantes, e Camus esquecera-se de tudo, concentrando-se somente naquelas sensações totalmente novas. Se algum fio de racionalidade ainda existisse em seus pensamentos naquele momento, o francês certamente teria se questionado o porquê de ter se forçado ainda mais contra o amante, aprofundando-se mais nele. Milo mordeu o ombro de Camus, e com uma das mãos começou a massagear o pênis do francês.
O ruivo gritou, alto. Aquilo tudo era bom demais. Murmurava coisas sem sentido, ora em francês, ora em inglês, ora numa língua inexistente que ele próprio criara para o momento. Virou o rosto para trás, esticando a língua a fim de tocar a língua de Milo. Levantou um pouco o tronco, e finalmente puderam trocar um beijo ávido, sôfrego.
"Paixão e luxúria!", foi o pensamento de Camus no momento em que, com as pernas bambas, sentiu o amante explodir dentro de si. Respirava ofegante, e mal conseguia ficar em pé. Sentia as forças esvaírem-se. E esvaíram-se mesmo, logo depois que gozou, libertando-se de toda aquela angústia nas mãos de seu amante. Exaustos, verdadeiramente exaustos, caíram no chão, Camus apoiado no peito de Milo.
O francês tremia, com a respiração entrecortada. Milo aos poucos foi se recobrando, e encarou o céu estrelado enquanto acariciava o rosto de Camus, que jazia entregue em seu peito.
– Camus, você está bem? – perguntou o inglês, preocupado porque o outro não voltava ao normal.
– Não, mas vou ficar... – balbuciou Camus. – Que sensação maravilhosa, Milo! – por fim disse o francês, beijando o peito desnudo de seu amante.
– Você me proporcionou um dos momentos mais espetaculares da minha vida agora, meu amor! – murmurou o inglês, beijando a cabeça de Camus. O francês ainda estava trêmulo, mas Milo foi aos poucos tomado por um gostoso torpor. Arrastou Camus mais para cima e deu-lhe um beijo nos lábios, acomodando-o melhor em seus braços. – Camus... precisava te contar uma coisa... sabe a sua foto? Sua de cabelo comprido? Pois bem, eu roubei, tá comigo... me perdoa, tá?
– Isso não é justo, seu safado... – respondeu Camus ofegante. – Me diz isso comigo nessa situação. Não tenho nem força pra brigar com você!
– A intenção é justamente essa, Bri! – riu Milo.
– Tá, fica pra você! – também riu Camus.
O inglês desvencilhou-se de Camus, rolando por cima dele, encarando-o nos olhos. – Agora não preciso mais. Tenho o original, só pra mim... – disse, pousando os lábios delicadamente nos do francês, que acariciou sua bochecha com as pontas dos dedos. Milo fechou os olhos e suspirou, tomando coragem. – E pra sempre, né?
– Pour toujours, Milo! Pour toujours! – respondeu Camus.
Abraçados, adormecendo, tiveram apenas o luar como testemunha. O dia seguinte seria agitado, longo e perigoso. Mas para os dois, era apenas o primeiro dia do resto de suas vidas. Se seriam heróis ou vilões, eles não sabiam. E naquele momento, aquilo tudo não tinha a menor importância. Eram soldados valorosos, e com certeza dariam tudo de si para que o plano funcionasse. Porém ali, nos braços um do outro, não eram nada: não eram soldados, não eram homens. Eram amantes, e só amantes. Livres. E, como Milo dissera, a liberdade era azul. Azul da cor dos olhos de Camus.
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1 – Ai, que saco! Vou assassinar Milo com minhas duas mãos!
2 – Meu Deus, que eu fiz pra merecer isso?
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A/N: Esse demorou mais que o normal, né, pessoal? Mas eu fui viajar com papai, dia dos pais e ele merece, né?
Espero de verdade que o lemon não tenha ficado vulgar. Eu tenho um medo imenso disso.
Sobre esse capítulo, bem desculpem por ficar enoooooooooooooorme. E desculpem também pelos reencontros corridos, mas foi o jeito. Queria dar uma atenção especial para o reencontro deles, mas não deu. Paciência! Espero que não tenha ficado corrido demais, nem arrastado demais.
Capítulo sem ação, né? Mas o próximo vai ter bastante! Prometo. Aliás, próximo capítulo: Fomos Heróis. Vamos ver se eu consigo atualizar mais rápido. É isso! Vamos aos reviews anônimos!
Bia: Pelamordedeus, me explica o que você quis dizer com o review anterior que eu não entendi. Li e pensei: socorro! Hahahahahha. Bom, espero que tenha curtido esse. Bjoks!
Allkiedis: Ai, ai, reviews como essa me deixam mal acostumada, de verdade! Tiro essas idéias de minha mente pervertida mesmo, rs. Que bom que você gostou! Espero que curta esse tb! Bjoks!
Uotani: Taí, o Aiolos apareceu! E conheceu o irmão! Vamos ver como eles se comportam juntos agora! Ah, e sim, vou dizer sim toda a relação Kanon / Saga / Julian / os outros. Mas acho que só no capítulo que vem ou no outro. Espero que goste deste. Bjoks!
Sylvia: É que o Camus é tão lindo que fica fácil, fácil... valeu! Espero que goste deste! Bjoks!
Nine66: O hino é lindo mesmo! Vive la France, rs! Ah, e não tinha como não brincar com Poseidon, rs. Valeu pela review! Bjoks!
Francine: Sinto sua falta no orkut, mas já te add no msn! Espero saber de vc logo, logo! Bjoks!
Sayuri: Nem preciso dizer né? Valeuzão! E tua fic vai ficar linda!
Babi Death Mask e Kaoru, minhas amigas de msn, bjão!
