Enfim a menina saiu da ala médica. Ela ia conversando com Charlie pelos corredores da fábrica enquanto os dois andavam até a sala comestível onde a sra. Bucket os esperava para dar as boas-vindas à "garotinha". Todo mundo da fábrica sabia que a menina dos cabelos brilhantes estava de volta na fábrica, menos Willy Wonka.
Ela contou a Charlie suas desventuras enquanto estava fora da fábrica. Não descobrira nada sobre ela, só ficava cada vez mais confusa. Tinha sido perseguida varias vezes e em todas se safara por pouco. Não lembrou de contar ao menino que tinha apanhado de uma gangue.
Ela, apesar de ter sofrido, demonstrava felicidade. Estava de volta ao lugar onde tinha sido feliz (pelo menos lembrava que tinha).
-Ah! Ai está ela! – Disse o avô Joe na soleira da porta da casinha dos buckets.
A sra. Bucket saiu da casa e deu um abraço na menina.
-Seja bem vinda novamente. – Cumprimentou ela.
-Obrigada sra. Bucket – Agradeceu a menina pelos cumprimentos – Estou muito feliz por ter voltado.
Todos lhes deram as boas vindas e ela contou a eles que infelizmente não tinha encontrado o que procurava.
-O sr. Wonka vai adorá-la vê-la de volta. – Comentou o avô Joe.
-Sim, vamos ver o Willy – Disse Charlie empolgado se pondo de pé. Afinal, ele tinha procurado-a por causa de Willy.
Como ela estava com saudades daquele homem de olhos violeta. Quem não sentiria saudades dele afinal!
---WW---
Willy Wonka estava sentado no chão da Sala de invenções. Ele tinha trabalhado duro no caramelo capilar, mas não conseguia encontrar solução alguma. Cansado deu uma pausa para si mesmo, encostado na maquina das balas sem fim (que sucesso que aquelas balas haviam feito quando lançadas... mas depois de um tempo seu sucesso diminuiu, afinal, quem já tinha não precisava comprar outra porque ela não acabava mesmo...)
Willy fechara os olhos por alguns instantes pra descansar um pouco a visão... Ele estava cansado... Talvez fosse melhor ele parar de trabalhar aquele dia... apesar de ainda ser cedo, ele não dormiu bem durante a noite, se é que podia se dizer que ele dormiu... Foi umas daquelas noites que o vazio era a única coisa que ele sentia e ele resolveu olhar as estrelas... Engraçado que sua favorita já não brilhava mais... havia muito tempo que não via sua estrelinha preferida.
Esse pensamento o fez lembrar da sua pequena menina que partira para descobrir sua identidade...
-WILLYYYY!
Que susto que Willy Wonka levou. Aquela voz... Aquele grito, então alguém o abraçando. Um corpo menor e mais frágil que o seu, que o pegara desprevenido sentado no chão o fizera cair pra traz ficando estirado no chão da sala de invenções.
Ela estava ali. Abraçada a ele, num gesto completamente inocente, que poderia ser visto com malicia por outras pessoas, mas não por quem estava naquela sala.
Assim que a menina se levantou e estendeu uma mão a Willy para ele se levantar, ele pode pensar com mais clareza. Aquilo estava mesmo acontecendo? Sua pequena estrela estava mesmo na sua frente?
Willy coçou os olhos. Era ela mesma. Willy não mais queria ouvir e saber dela... Mas a vendo-a em sua frente, ele não conseguia pensar que não queria saber dela. Sentia tantas saudades...
-Oi!- Disse ela.
-Oi! – Respondeu ele... Willy não sabia o que dizer. Então ela o abraçou novamente. Se não fosse por esse abraço eles ficariam um olhando para a cara do outro por um sabe-se lá quanto tempo. Esse segundo abraço foi que quebrou a tensão que havia entre os dois. Ele retribuiu o abraço passando um braço em volta da cintura dela.
Willy estava tão feliz que esqueceu que queria fazer ela sofrer o mesmo tanto que ele sofreu caso viesse a encontrá-la. Que sentimento horroroso esse de vingança que ele teve... Não, ele não faria uma coisa dessas com alguém que ele gosta tanto e que gosta tanto dele.
Quando eles terminaram o abraço perceberam que Charlie tinha ido embora. Willy e a menina sem nome foram pra outro lugar onde pudessem conversar melhor.
Depois de conversarem – e que conversa – estavam os dois passeando pela fabrica...
-Estrelinha... Ei... EIII! – exclamou Willy.
-O que foi? – perguntou ela.
-Sabe de uma coisa, sabe.. você não pode continuar assim, uma pessoa sem nome. Já que você não tem nome, então porque você não escolhe um?
-O quê? Não sei... Que nome eu escolheria?
-Que tal Wilda?
-Que horror Willy! Credo!
-Walda?
-Pelo amor de Deus, NÃO!
-Wendy?
-Isso parece com Peter Pan!
-O que é Peter Pan? – Questiona Willy Wonka curioso.
-Você não sabe? – Riu ela – Você por acaso nunca viu filmes?
-Eu não costumo sair da fábrica como você sabe... Lá fora é lugar horroroso, sem grama de menta-açucarada... Sem TETO!- disse ele excêntrico.
-Sem teto? – exclamou ela – Você não gosta de lugares sem teto?
-Na verdade eu tenho medo.
-Medo?
-Sim! Toda aquela imensidão...
-Eu pensei que você gostasse do céu... afinal você gosta de estrelas...
-De estrelas, Estrelinha, não do grande vazio.
-Isso é tão estranho – riu ela – nunca vi alguém que tivesse medo do céu...
-E falando de você... Você viu filmes quando estava procurando alguma informação sobre você? – Perguntou ele inquieto.
-NÃO! Nossa... isso... estranho... – Era estranho... como então ela se lembrava de ter visto filmes se não se lembrava nada a respeito de si mesma.
-Uau! Você se lembra de alguma coisa afinal! Quem sabe um dia você não se lembre de mais alguma coisa? Lembra-se agora?
-Não – disse ela depois de pensar e fazer algum esforço mental
Ela não sabia, mas só havia lembrado de algo porque estava muito feliz, e só conseguia se sentir feliz quando estava com Willy. Afinal, ele era o motivo de ela estar ali.
-Macacos loucos! Que coisa! – Exclamou Willy
Os dois ficaram em silêncio por um tempo. Pararam em frente ao elevador de vidro e entraram. Willy Apertou o botão que os levaria ao quarto dele... Pelo menos levaria ELE ao quarto dele, porque o elevador parava numa salinha que havia antes da entrado do quarto. E ela não entraria no quarto dele, e sim no dela. Willy estava cansado, o dia havia sido longo.
Bom, então até mais Estrelinha, disse ele quebrando o silêncio quando saiu do elevador. Acho que um bom nome pra você é estrela. Vou te chamar assim. – E ele entrou no quarto fechando a porta atrás dele. Ela, lembrando a ultima vez que esteve lá (e única) foi ao quarto que havia sido entregue a ela e viu com um sorriso que estava tudo do mesmo jeito que ela havia deixado. Tudo, até o travesseiro jogado ao lado da cama.
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