A Única Esperança

Capítulo 6 - A Volta de Miwa

Japão, Tóquio...

Dias, semanas e meses se passaram desde o terrível acontecido. O caso havia sido abafado e por isso a população não tomou conhecimento do que houve. Os Mitsuya se puseram às ordens e Harimoto, o chefe da família, por sua imensa admiração pelos Ushida e principalmente pelo imperador, ocultou os fatos e garantiu sigilosidade.

O Japão ainda se encontrava em caos. Doenças e enfermidades, guerras civis e o fim da Era Feudal. Tudo isso estava pesando nos ombros de Miroku. Clãs de vários milênios estavam brigando internamente e se dispersando, ocasionando o enfraquecimento do Império. Alguns poucos se mantinham intactos e fortes.

Sango sentia-se só. Miroku não a procurava mais e não requeria sua presença como antes. A ignorava completamente e nem sequer foi vê-la quando perdeu o bebê. Precisava dele, agora tomava conhecimento de seus sentimentos. Amava seu imperador.

Sabia que ele não tinha tempo. Estava lutando contra os problemas deixados por seu pai. "Este fora o dote que ganhou..." pensava Sango enquanto suspirava. "Uma esposa difícil e um império fadado ao desastre...".

Mesmo assim, ela não era boba. Também sabia que não era apenas a falta de tempo que o impedia de vê-la. Miroku a estava evitando. Por qual motivo... Era isso que ela queria saber.

Todo o dia tentava inutilmente falar com Miroku. Pedia gentilmente uma audiência com o seu marido, mas ele sempre estava "ocupado demais para suas futilidades".

"Ora, quem ele pensa que é?" - Bufou enquanto falava alto, sentada em sua cama.

Hoje... Hoje com certeza ela conseguiria falar com ele, nem que fosse a ultima coisa que fizesse em sua vida!

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Japão, Nagoya, Sede do Clã Aisho...

"Preparada para voltar?"

"Mais do que nunca. Nem precisava perguntar".

"Já sabe o que fazer, não é?"

"Claro que sim".

Ele sorriu.

"Perfeito então. Vamos voltar à Tóquio assim que amanhecer... Miwa".

"Faça como quiser... Naraku".

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Japão, Tóquio...

"Majestade?"

"O que há?"

"Senhor Imperador, sua esposa, a Imperatriz, deseja vê-lo".

Miroku suspirou. Estava tornando-se cada vez mais difícil evitá-la.

"Diga-lhe que não posso falar-lhe agora".

"Mas senhor..."

"Já disse! Não me faça repetir!"

"Sim, vossa alteza..." - O rapaz curvou-se em submissão.

Passou os dedos nervosamente sobre os cabelos. Era uma mania que tinha quando estava nervoso ou ansioso com algo. Mais cedo ou mais tarde teria que encará-la, não poderia fugir por muito tempo.

Kutsu, seu fiel amigo e general, estava consigo naquele momento. Antes de serem interrompidos, estavam a falar sobre os procedimentos de intervenção com relação aos focos de revolta do país. Era um homem vivido e muito gentil, às vezes avoado... Porém apenas em aparência, pois seu senso de percepção era incrivelmente aguçado.

"Senhor, perdoe-me à intromissão, mas acredito que deveria falar com vossa esposa. A encontrei por acaso nos jardins e parecia muito aflita".

"Kutsu, meu amigo, agradeço o conselho. Mas creio que a situação é muito mais complicada do que pode imaginar".

"Entendo". - Sorriu de maneira gentil e condolente.

Pararam a conversa quando estranhos barulhos vindos do lado de fora os fizeram focar suas atenções para a porta. Sango entrou sem cerimônias e fuzilando o seu marido com o olhar. Parecia que queria arrancar-lhe a vida com as próprias mãos.

"San-Sango!" - Respirou com dificuldade ao ver sua esposa frente a si e com aquela expressão tenebrosa na face.

"Kutsu, poderia nos deixar a sós?" - Disse Sango sem dirigir o seu olhar para o velho homem.

"Mais é claro. Imperador, Imperatriz... Com sua licença eu me retiro".

Enquanto Kutsu se dirigia à porta, o rapazinho anunciante estava desesperado tentando explicar-se com relação à entrada não autorizada da imperatriz. Kutsu apenas sorriu e amenizou o conflito do jovem, o mandando sair para deixarem os dois.

Assim que saíram, Sango olhou profundamente para Miroku, como se o analisasse sem pressa. Cruzou os braços e levantou a cabeça, pondo-lhe uma aparência imponente. Quem a visse naquele momento teria medo, mesmo se a conhecesse.

"Quanto tempo?"

"O quê?"

"Quanto tempo pensou que conseguiria fugir de mim?"

Ele engoliu em seco enquanto tentava pensar rapidamente numa resposta.

"Eu... Eu não estava fugindo! Não vê a situação desse país? Seu pai lhe deixou uma herança que está em completo desastre! Estou apenas cuidando e tentando recuperá-la para você".

"Oh, sério? Verdade mesmo?" - Disse, fazendo desdém. - "Acha que sou idiota? Miroku... Não se venha fazer de vítima! Não comigo!"

"Sango... Eu..."

"Você o quê? Passou meses sem sequer visitar-me! Eu perdi seu filho e nem foi ver-me quando estava em uma cama sofrendo a dor da perda do meu bebê! E você? Onde estava? Resolvendo os problemas do seu amado país? Dane-se o país!" - Berrou.

"Feh! Acha que não sofri com tudo isso? Acha que foi fácil para mim? Por que acha que me mergulhei em trabalho?"

"Eu desprezo pessoas fracas como você! Como você e meu pai!"

"O quê?"

"Isso mesmo que ouviu! Quando minha mãe faleceu, ele se trancou do mundo e parecia trabalhar sem fim. Nem se importando com a existência do filho que fazia tanta questão! Odeio! Odeio gente como ele e como você! Odeio!"

Miroku levantou-se bruscamente enquanto Sango gritava e chorava ao mesmo tempo. Ele a empurrou contra a parede de maneira nada gentil a fazendo cessar o choro e assustar-se com sua repentina atitude. Estava colado a ela, olhando fundo em seus olhos, perscrutando sua alma.

"Não ouse comparar-me ao seu pai. Não sou como ele". - Sussurrou em seu ouvido. - Não cometerei os mesmos erros que ele. Pode ter certeza que não serei fraco como ele. - Começou a arrancar-lhe o obi (1) que prendia seu kimono.

"Não!" - Sango berrou tentando impedi-lo de continuar.

"Não? Tem certeza que não estava com saudades depois de todo esse tempo? Duvido".

Não lhe deu espaço para responder calando-a com um beijo forte que a desarmou completamente. Ele conhecia suas fraquezas e sabia muito bem como usá-las contra ela. Ela ainda tentou lutar, esmurrando seu peito e se debatendo contra ele. Miroku, porém, segurou-lhe as mãos e aprofundou ainda mais o osculo.

"Para... - Suspirou. - Por favor..."

"Não acho que queira que eu realmente pare". - Novamente sussurrou de maneira provocante contra seu ouvido.

Seu kimono, agora, estava solto. Ele apenas empurrou seu tomesode (2) que caiu até o chão. Miroku olhou fascinado para àquele corpo se perguntando mentalmente como havia conseguido ficar tanto tempo sem tocá-la.

Queria senti-la tremer contra si. Queria que ela lhe pedisse 'mais', como se morresse de prazer. Levou uma de suas mãos ate a parte mais sensível de seu corpo. Sentiu-a estremecer com aquele toque íntimo.

Enquanto brincava com aquela parte oculta, ele mordiscava seu pescoço a fazendo gemer incontrolavelmente. Sango agarrava-se a ele, colando suas unhas em suas costas largas. Sentiu-se perdida mais uma vez.

Sem conseguir se conter mais, Miroku retirou rapidamente as vestes de si e colocou-a contra a parede, levantando suas pernas. Sango gritou num misto de prazer e susto pelo modo repentino.

Eles se satisfaziam, se completavam, necessitavam um do outro. Por mais que brigassem ou trocassem ofensas, seus corpos, por fim, sempre cediam aos misteriosos encantos da paixão.

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Mais uma vez estava sério e compenetrado, como deveria ser no posto de imperador. Estava aliviado, pois pelo menos havia conseguido driblar o seu problema com a esposa. Além de extremamente satisfeito...

Sorriu abobalhado lembrando-se de instantes atrás. Relembrando cada momento que havia passado com a sua Sango. Apesar do modo intenso com que ela se entregara para ele, assim que recuperou a razão, foi embora enquanto o xingava de todos os nomes existentes.

Era muitíssimo engraçado incitá-la. As reações sempre eram adversas e inesperadas, mas como sempre muito divertidas. Não conseguia viver mais sem ela. Sua presença era necessária para ele. Por mais que não admitisse que a amava, sabia que era uma jóia preciosa em sua vida.

"Majestade?" - O anunciante entrou com cerimônia, curvando-se contra o seu imperador.

"Fale".

"Naraku Aisho, Filho do chefe do Clã Aisho de Nagoya e ministro da Casa Real, deseja falar-lhe vossa alteza".

"Deixe-o entrar".

Frio e imponente, Naruku parecia não demonstrar possuir qualquer sentimento que fosse. Era objetivo e nada carismático, por isso não conseguia muitos aliados com facilidade. Os que se interessavam, apenas aceitavam a aliança por conta de sua força.

"O que o traz de volta a Tóquio Naraku? Pensei que fosse resolver um grande problema na sede do seu Clã".

"Foi o que fui fazer, vossa Magnificência. Porém as coisas já estavam meio andadas quando assim cheguei. Havia enviado uma carta um mês antes de minha ida através de um mensageiro e eles já estavam meio instruídos do que deveriam fazer".

"Que bom. Fico feliz em saber que tudo ocorreu bem. Se houver algo em que possa ser útil, sabe que pode contar com minha ajuda".

"Fico grato. Creio que poderia realmente me ajudar vossa alteza. Não só a mim, mas a todo Clã Aisho".

"Diga o que é que tentarei fazer o meu possível".

"Casa-se com a minha irmã mais nova".

"Como é que é?"

"Ela foi desonrada vossa alteza. Foi roubada de nossa casa por uma impertinente ama de leite que se apaixonou por minha irmã e sua terna beleza, fugindo com ela ainda bebê para criá-la como se fosse sua. Creio que já deve saber sobre a fraqueza de minha mãe com relação à saúde e por isso só pôde ter a mim como filho e a minha irmã. Por isso meu pai fez de tudo para encontrá-la. Enfim, nós a achamos".

"Como? Não havia dito que ela foi roubada ainda bebê?"

"Sim, mas sabe como é essa gente. A ama burra acabou contando seu paradeiro à sua melhor amiga que era criada em nossa casa. Nós a torturamos até dizer-nos o local onde estavam. Mas meu pai foi um pouco abusivo demais e a criada acabou falecendo dizendo apenas uma palavra antes de ir embora... Osaka".

"Osaka?" - Assustou-se por ouvir o nome de sua cidade natal.

"Exato. Demoramos cerca de dezoito anos até termos a certeza que a havíamos encontrado. Achamos a ama maldita, mas ela já havia morrido de uma grave doença no coração. Apenas encontramos a suposta 'filha' de dezoito anos da ama morando em uma casa ruindo em pobreza".

"Buda! Esse é o problema que foi resolver na sede de vosso Clã?"

"Sim, ela não estava aceitando com facilidade a vivência em nossa casa, mas com a minha chegada ela rapidamente integrou-se bem no nosso meio. Apenas há um problema... Para ter a certeza da existência de sua pureza a fechamos num quarto com mulheres para elas checarem sua donzelice, porém ela já havia sido desonrada".

"Oh! Eu sinto muito... Creio que não poderei lhe ajudar. Não estou interessado em me casar por enquanto, além do que sua irmã já foi tocada. Não é do meu feitio ser o segundo, se é que me entende".

"Sim, é claro". - Sorriu. - "Só que vossa alteza não seria o segundo, se é que me entende".

"Como?"

"Entre Miwa!"

A jovem garota entrou em toda a sua pose e gala legítimos de uma dama. Estava trajando um belíssimo kimono furisode (3) que destacava com perfeição e leveza todas as suas curvas. Estava incrivelmente bonita com um pequeno ramo de sakuras a enfeitar-lhe o coque na cabeça.

Miroku não conseguia responder. Estava em uma enrascada, havia sido posto contra a parede. Miwa era sua amante na juventude e com certeza foi o primeiro e único em sua vida. Ele nunca a amara, mas sabia que ela sentia algo extremamente profundo por ele e sempre que podia lhe dizia isso.

Nunca havia cogitado na idéia de Miwa pertencer ao mais importante Clã de todo o Japão. Sem o apóio dele com toda a certeza o império, já enfraquecido, iria desmoronar. Se casasse salvaria o império e Sango comer-lhe-ia o figado, mas se não casasse o império ruiria.

Queria casar futuramente com uma bela moça, apenas para garantir a sua prole. Só não queria que fosse tão cedo e com uma ex-amante que provavelmente sua esposa não gostaria. Estava confuso internamente, mas sabia qual a decisão que deveria tomar.

"Está certo Naraku. Tomarei a responsabilidade que me é devida. Casar-me-ei com a sua irmã..."

Continua...

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Obi - Cinto que segura o Kimono no lugar.

Tomesode - Um estilo de Kimono usado apenas por mulheres casadas. Possui mangas mais curtas e é decorado apenas na metade inferior.

Furisode - Um estilo de Kimono usado apenas por mulheres solteiras. Possui mangas longas e esvoaçantes.

N/A: Oi gente! Demorou, mas chegou! Mais um capítulo para esta fic! Espero que estejam gostando!

AVISO: A FIC MUDOU A CLASSIFICAÇÃO. AGORA É "M".

Devido a alguns imprevistos (hehehe xD) tive que mudar a classificação da fic. Para os menos informados pretendo enviar um e-mail quando tiver mais tempo avisando da mudança.

Beijos e vamos às respostas! xD

Ushiha Kayra: Todas nós xD. Ninguém gostaria de estar no lugar da coitada da Sango u.u. Chuta que é macumba! Da vontade de mandar ela tomar um banho de arruda! xDD. Hohoho... Você ta curiosa pra saber que maldição é essa? Leia e descubra! (sim... eu sou má xD). Beijos e continue acompanhando, por favorzinho!

Sra.Taisho: Que bom que você ta gostando! Fico feliz em saber! É, eu sei que demorou... Mas o colégio não deixa! i-i. Sabe como é... Tempo é fods. Não sabe como foi difícil conseguir digitar esse capítulo xD. Não se preocupe! Com certeza você vai ler esta fic ate o fim... A não ser que você não goste mais dela i-i. Beijões e continue acompanhando! Obrigada!

nathBella: Oii nath-chan! VOCÊ QUASE O QUÊ? Blergh! Aff nath-chan! Eu imaginei a cena você vomitando enquanto a pobre Sango era levada ate o quarto. Que menina sem coração é você xDD. Cahem... ¬¬... Mas é claro... Ainda vão tem muitos capítulos ate que todas as respostas apareçam! Demorou esse capítulo, mas farei o possível para que o próximo não demore tanto! Ah, que legal nath-chan! Espero ansiosa para que você publique logo sua one-shot! Quando estiver pronta você me fala! Beijos! Continue acompanhando! Valeu!

CyberTamis: Heh... Com certeza, esses dois são fogo! E que fogo! HOHOHO xD. Eu também amo esse casal! Adoro Inuyasha e Kagome também, mas vamos ser originais né? xD Miroku safado? Imagina! xD... Só um pouquinho xD. Que bom que ta gostando! Beijos doces! Obrigada e ate o próximo!

Haruka-chan: Valeu Haruka-chan! Fico muito feliz em saber que você ta gostando! Depois agente se fala no MSN okay? Beijões!

Luh: Que bom que você ta gostando! Continue acompanhando viu? Beijos pra você!

Hinata-chan: É... Sango sofreu coitada xD. Vamos esperar pra vê ne? Quem sabe as coisas melhorem para ela xD. Beijões e espero realmente que você tenha gostado! n.n. Continue acompanhando!

Karol Misao: Heii Karol-chan! Que bom que você ta gostando! Fico muito feliz! Tomara que God queira mesmo xD. Beijos e espero você no próximo capítulo viu? xD

Kagura-Ithilien: Kagura-chan! Posso te chamar assim? Que bom que gostou! Fico muitíssimo feliz! Desculpa a demora e espero que goste deste capítulo! Beijos doces e até o próximo!