Capítulo 10: A fúria de Harry

- Por que você está me olhando com essa cara de espanto?

- Você está estranho. – respondeu Gina, com um medo nada disfarçado.

- O que é agora? Parece que viu o Voldemort, caramba! Eu fiquei te esperando pra ver se você ia continuar com aquela história de tempo e pra te falar uma coisa.

- Fale então.

- Posso até respeitar a sua decisão, mas não vou desistir de você. E muito menos vou permitir que aquela galinha acabe com o nosso casamento, porque se ela chegar perto de você, eu a mato. E não pense que eu estou brincando. Faço ela sangrar até a última gota que ela tiver nas veias. Podem mexer comigo à vontade, mas com você e os meus amigos, nunca.

Ele falava com requintes de crueldade, parecia que de seu olhar saíam faíscas, tinha as mãos fechadas e com intenções de socar alguma coisa, a respiração era lenta, e Gina teve mais medo naquele momento do que quando viu Lupin na sua forma de lobisomem por acidente. Mesmo receosa, preferiu que ele não saísse de casa no estado em que estava, poderia cometer alguma loucura.

- Harry, fique esta noite e amanhã resolvemos o que fazer, ok?

- Tudo bem, boa noite.

Ele sentia uma raiva quase incontrolável e não conseguiu dormir bem.

Gina falava com Hermione pelo espelho. E por precaução, trancou a porta.

- Mione, eu não sei o que deu nele, está parecendo um monstro! Senti um calafrio quando olhei em seus olhos...

- Eu acho que ele não estava mentindo, Gina. Ela deve ter roubado aquele cinto, sei lá, mas eu já vi o Harry assim, deste jeito que me descreveu. Rony e eu também ficamos com medo. Foi quando ele descobriu o passado da mãe dele e Você-sabe-quem fez ironias com ela e Tiago, além de mandar que batessem-nos, enquanto o xingávamos. Do nada, Harry o atacou, aí tirou quase todo o poder que ele tinha. Ficou inconsciente por dias e o resto você sabe.

- Agora eu me recordo o dia em que você me falou que teve medo dele. Mione, o que eu faço?

- Tente ficar longe dele até esta raiva passar. Eu não creio que ele te machuque, mas é melhor prevenir... do jeito que você fala, parece que ele está fora de si.

- Acha que ele é capaz de matar a Cho?

- Harry não é um assassino. Mas está apaixonado, e isso é um perigo.

- Mãe! Vem aqui me ensinar, vem!

- Vai lá, Mione. Qualquer coisa eu grito.

- Ótimo, o Neville não vai voltar hoje, pode gritar mesmo.

Hermione estava ensinando Kimberly a ler e escrever fazia um tempo, e isso era cômodo já que a menina não tinha dificuldade para aprender. A coisa que ela mais gostava era ficar com sua filha, a única pessoa capaz de fazê-la crer que sua vida não era vã.

Tinham uma televisão e ficaram assistindo um filme depois da "aula". Elas dormiram abraçadas no sofá, e Neville as olhava com ternura. Desligou a televisão, passou a mão delicadamente na franja de Kim e na bochecha de Hermione, e ficou pendurado no sofá, admirando a beleza de sua amada. Saindo de seu transe momentâneo, preparou o café da manhã. Teriam uma longa conversa.

Gina acordou e logo foi procurar Harry, que aparentava não ter dormido bem. Ele a olhou e encabulado, desviou o olhar. Gina suspirou aliviada, prevendo o pedido de desculpas e notando que finalmente ele voltou ao normal.

- Você me assustou.

- Eu sei, me perdoe. Não consigo explicar como a raiva me domina, eu tive uma vontade imensa de cometer uma loucura.

- Que loucura?

- Matar, eu queria matar a Cho. E quase fiz isso ontem.

- Entenda que foi difícil acreditar que você era inocente depois daquela prova quase incontestável... Hermione também achou que você tinha culpa.

- É, eu tenho uma certa tendência pra me meter em confusão... sempre foi assim.

- Mas você admite que encontrou-se com ela.

- Nos encontramos por acaso, ela falou que gostaria que eu tivesse no time dela, aí fomos tomar um suco, conversar sobre nossas vidas.

- E você resolveu contar que eu não conseguia engravidar.

- Não, ela me perguntou o motivo de eu não ser pai, já que eu desejava tanto.

- Ok, não precisa explicar mais nada. Eu preciso trabalhar daqui a pouco e se não se importa, prefiro manter a minha decisão por enquanto. E por favor, não faça nenhuma besteira... só quero refletir sozinha.

- Não vou mentir, eu quero ser pai. Mas nunca te culpei por isso não ter acontecido.

- Eu sei, você não me cobrava. Mas ultimamente nós só estamos brigando, não podemos ficar uma noite sem discutir e isso já se estende há duas semanas. Entende?

- Sim, e respeito. Vou ficar na casa do Sirius, caso precise...

- Tudo bem, tchau Harry.

Eles se olharam demoradamente e Gina ficou com o coração apertado, porém não voltou atrás e entrou no quarto rápido. Mais um pouco que olhasse para ele, sabia que não suportaria.


Em um "almoço família", todos conversavam na sala esperando Luigi chegar. Melanie se preocupou e resolveu ir na clínica. Rony tentou evitar, pois já desconfiava o motivo do atraso, mas não conseguiu contê-la.

Ela estava demorando e quando Rony e Rômulo resolveram procurá-la, ouviu-se a gritaria...

- Cinqüenta e dois anos não serviram pra te dar juízo? Se você é um médico respeitado e uma pessoa de bem, deve a mim, que lhe dei este sobrenome honrado! Eu vou falar pra todos qual é o seu nome de solteiro, você quer? Eu destruo a sua vida em segundos, Luigi!

- Melanie, eu posso explicar...

- Leve as suas explicações pra outra idiota! Como eu fui burra...

Ela gritava e chorava sem parar, ninguém entendia além de Rony.

- Gente, mais o que é isso? – perguntou Hilary, confusa.

- Pergunte para o seu pai e a amiguinha dele, a grande amiga e companheira de tantos anos e sacanagens!

- Ela está alterada, querida, não dê atenção...

- Tem um caso com a Martha! É, uma das nossas amigas! É isso, minhas filhas, seu pai passa o bisturi é nela!

- Melanie, pelo amor de Deus!

- Não fale em Deus agora e lave a sua boca!

Ela não suportou a emoção e desmaiou. Levaram-na para o quarto e Rony já previa o que Hilary e Dayana fariam pela mãe...

- Então o que viviam especulando pelos corredores era verdade?

- Dayana, me perdoe...

- Eu sempre admirei o senhor, mas nunca pensei que faria isso com a mamãe, ela não merecia.

- Não sabe como me arrenpendo...

- Há quantos anos você pula a maca, dr. Salk? – perguntou Hilary, furiosa.

- Sei que errei e vocês têm toda a razão, mas continuo sendo pai das duas e como tal mereço respeito!

- Ah, sim sem dúvida... – disse, sarcástica - mas ainda não respondeu a minha pergunta.

- Há perguntas que não precisam ser respondidas.

- Luigi, por favor vá embora, elas não vão te ouvir agora... depois você e a Melanie conversam com calma... – disse Rômulo.

- Eu vou, mas volto.

Dayana era a mais inconformada, pois sempre teve uma enorme admiração pelo pai. Hilary ficou com a mãe e pediu que Rony e Rômulo cuidassem de Dayana.

- Como ele teve coragem?

- A pergunta é como você não desconfiou!

- Rômulo, piadinhas agora não...

- Mick, fala sério! Ela trabalha com ele, é impossível não ter percebido.

- Eu não acreditaria a menos que ele me contasse! Você não entende, meu pai sempre foi pra mim o melhor homem do mundo, um exemplo de profissional e de tudo e de repente isso tudo cai por terra! É difícil aceitar o fato de que ele é um mentiroso!

- Sua mãe estava nervosa, mas ela insinuou que o nome de solteiro dele é vergonhoso. Por quê?

- Rômulo!

- Michael, tudo bem... um dia isso viria à tona. Ele é irmão daquela Comensal da Morte, Sibila Trelawney.

- Sério? Caramba... que barra... – disse Rômulo, perplexo.

Rony lembrava daquele nome. E de repente uma lembrança lhe ocorreu: o momento em que ele acordou, num jardim um pouco detonado e uma mulher estava apontando uma varinha para ele, que tentou se defender e foi atingido por um feitiço do qual não se lembrava...

- Michael? Michael?

- Dayana, tem alguma foto dela?

- Tenho, mas pra que você...

- Pega, por favor.

- Cara, o que foi?

Ela pegou a foto e ele reconheceu-a imediatamente.

- Eu me lembro dela!

- Lembra?

- Sim, ela jogou algum feitiço em mim... quando eu não sei... onde o Luigi foi?

- Ele deve ter ido pra clínica de novo, adora se enfurnar na sala...

Rony nem deixou Rômulo terminar. Chegando na sala do médico, ele já disparou:

- Foi Sibila quem me deixou desmemoriado, não foi?

- Sente aqui.

- Me responde logo!

- Rapaz, eu não posso deixar que você chegue perto dela sozinho! Sente e me ouça!

Contrariado e nervoso, ele sentou e ficou bufando.

- Ok. Já percebi que uma das minhas filhas resolveu jogar tudo no ventilador. Sibila é minha irmã, e desde que virou Comensal me atormentava mais. Nós brigamos faz tempo, ela preveu que amaldiçoariam Hilary e eu pensei que ela faria aquilo, mas foi um velho inimigo meu. Ela se sentiu injustiçada e continuamos em pé de guerra. O objetivo dela tornou-se destruir a vida de Harry Potter e principalmente de Hermione Granger, uma antiga aluna que recusou-se a ter aulas com ela e a odiava. Esta mesma aluna a denunciou para Alvo Dumbledore e todo o Ministério, alimentando mais o ódio de Sibila. Aí ela também resolveu visitar Hilary, já que Dayana nunca lhe deu atenção. Claro que minha filha não manteve amizade com a tia, mas teve a última visita de cortesia no dia em que te encontrou. Tudo o que sei é isso.

- E o que eu tenho a ver com ela?

- Pelo jeito você estava do lado de Dumbledore. Hilary só me contou que a encontrou naquele dia com você há dois anos atrás.

- E esta Hermione Granger? Esse nome não é estranho pra mim.

- Suspeito que você foi o noivo dela.

- Noivo?

- É, mas só Sibila pode lançar o contra-feitiço para você descobrir se todas as minhas suspeitas estão corretas.

- Onde Hermione mora? Eu posso procurá-la, e tirar isso a limpo!

- Não, se tudo o que penso estiver correto, todos pensam que você está morto, não dá para chegar de repente perguntando isso...

- Por quê? É a minha vida que está em jogo! Me dá o endereço dela.

- Ela pode estar com outro.

- E daí? Eu só quero saber quem eu sou e não recuperar esposas perdidas.

- Espere Sibila me dar uma resposta.

- Esperei cinco anos pra ter essa resposta!

- E por que não pode esperar mais um pouco? Ouça, eu só estou te contando isso porque eu não suporto ver como sofre e... por tudo que está fazendo pela minha filha. Vai cumprir a promessa?

- Vou, eu sou um homem que tem uma palavra só. Não deixarei Hilary viver os últimos anos da vida sofrendo e frustrada.

- Quando eu tiver a resposta, marco um encontro com ela e te aviso.

- Obrigado, Luigi. E, boa sorte pois você vai precisar, nunca vi Melanie daquele jeito.

- É, eu sei o que me aguarda.

- Ah, Hilary sabia das suas suposições e que eu poderia ser o noivo daquela mulher?

- Há certas perguntas que não precisam ser respondidas.

- Posso encarar isso como um sim?

- Não. Ela nunca me falou que sabia de alguma coisa, e sobre minhas suposições por respeito ao amor dela eu não falei nada.

Para Rony, Hilary poderia ser estourada e tudo, menos cruel ao ponto de esconder alguma forte revelação sobre o passado dele. Portanto, eliminou qualquer desconfiança sobre a mulher. Agora, só o que importava era esperar a resposta de Sibila. Ah, e agora sabia que a sua sensual mulher de olhos e cabelos castanhos não era uma mera ilusão, ela existia e era sua noiva! Hermione Granger. Sim, ele recordava... a sua Mione. Agora, precisava lembrar-se dela totalmente, de cada momento. Queria encontrá-la e jogar tudo pro alto. Mas nada era tão fácil assim. Se esperou cinco anos, o que são dias?


- Hogwarts? Oba! Eu quero ir!

- Neville, não tem como irmos pra lá agora...

- Você sempre quis lecionar em vez de escrever artigos, não é?

- Compreenda, quem vai cuidar de Kim?

- Eu sei me cuidar, mãe!

- Já terminou seu café, então vá para o seu quarto que a conversa aqui é de adultos.

- Mas me diz respeito.

Hermione a olhou irritada, e conhecendo muito bem o que ele significava, Kim saiu.

- Neville, você pode ir mas eu não! Nos dias em que saio preciso deixá-la com alguém se você não está. Se formos para Hogwarts, quem cuidará dela enquanto estivermos lecionando?

- O Lupin pode voltar pra lá.

- Você sabe que ele não quer! Faça o seu futuro tão sonhado e não dê atenção para mim, só atrapalhei a sua vida.

- Nunca mais repita isso. Você e a Kim foram o melhor que aconteceu na minha vida. E não vou me separar de vocês – tomando coragem, ele falou firmemente – se não forem eu também não vou.

- Deixe de criancice, Neville...

- Você sabe bem que não é birra, só não falo o motivo real porque tenho certeza que Kim está ouvindo.

- Ok, eu vou pensar. Pensar! Não se empolgue.

- Pense rápido, eu parto amanhã.

A professora Sprout precisava descansar, e Neville foi o melhor substituto que Dumbledore julgou. Hermione tomaria o lugar de um professor de Feitiços que teve uma briga medonha com Snape. Ela tinha dúvidas, se em casa a lembrança de Rony era forte, imagine em Hogwarts, onde tudo começou...

Mas ela aceitou, e mandou uma coruja para Dumbledore, explicando que sua filha teria que acompanhá-la. Ele lhe respondeu algo que deixou Neville irritado:

Srta. Granger,

Pode trazer tua filha, será um prazer para todos nós revê-la também. Porém, por motivos que não posso revelar, sua vinda será adiada por enquanto. Eu lhe direi quando poderá vir. Desde já lhe digo que será um prazer tê-la novamente aqui. Minerva e Papoula estão mandando lembranças para você e Kimberly.

Cordialmente,

Alvo Dumbledore.

No dia seguinte, Neville partiu para Hogwarts.

Harry pediu para levar Kimberly num parque que ela queria e Hermione não negou, já que tinha de entregar a matéria dos elfos. Eles estavam se divertindo muito, até encontrarem Gina e uma amiga, que estava com os dois filhos.

- Oi, Gina.

- Oi, Harry. E você, mocinha, se divertindo?

- Demais! Eu não sabia que o tio tinha medo de lutar com espadas!

- Eu já disse que não é medo.

- Querida, ele tem trauma...

- Isso é frescura! – disse com deboche.

Reparou que havia crianças ali e começou a conversar com elas. A amiga percebeu que Gina queria ficar sozinha com Harry e levou as três crianças para brincar.

- Tudo bem com você?

- É, dá pra sobreviver com as gororobas do Sirius e do Mundungo.

- Lupin não cozinha mais?

- Quebrou o braço.

- Ah...

- E você, como está indo?

- Bem, até acho que serei promovida...

- Que bom.

- É.

Olharam-se e ela queria dizer que o perdoava, mas seu orgulho e desconfiança a alfinetavam... foram chegando perto, perto e... se beijaram. Sim, eles não suportaram! Um longo e apaixonado beijo. E dali em diante, a vida deles seria um inferno por um tempo que pareceria interminável... alguém batia palmas...

- Lindo! Que romântico! Chega a ser comovente!

- O que você tá fazendo aqui?

- Não interessa. Eu apenas estou me importando com o que acabei de ver. Foi na bruxa que te recomendei, Virgínia?

- Cale a boca.

- Harry, deixe de ser grosso, eu estou falando com ela! – disse Cho, falsamente ofendida.

- Pois não terá dentes para falar com ninguém se não sair daqui agora. – disse Harry, entre dentes.

- Ah, você vai me matar como prometeu?

- Harry, você ameaçou ela?

- Você não acreditou, não é? – perguntou ele para Gina.

- Não faça isso... – respondeu ela, quase suplicando.

- Faz! Isso é amor que eu sei! Cospe no prato que comeu com direito a bis! E depois vem com aquela ameaça. Harry, me perdoe, mas você não tá matando nem mosquito... – disse Cho, concretizando o escândalo.

- Vamos embora. – finalizou Harry, pegando a mão de Gina.

- Vai então! Anda! Mas só vou te dar um aviso: esqueça o seu filho!

- Que filho? Deixe de ser louca e não faça eu perder a minha paciência!

- Eu estou grávida, Harry. E é seu, eu tenho certeza.

- Não acredito em nada porque eu nunca toquei em você! Agora me deixe em paz!

Gina olhou bem para Cho. Daquela vez, não achou que ela estava brincando. E isso a fez falar algo que Harry não esperava ouvir:

- Harry, eu tomei uma decisão.

- Gina, não ligue pra ela, acredite em mim!

- Eu quero o divórcio.

- Mas eu não quero e não aceito.

- Ótimo, a gente resolve isso por intermédio de advogados. Não tenho mais o que pensar.

Ele levou Kimberly para casa calado. Depois foi para a casa de Cho.

- Pensou melhor?

- Sim, eu pensei.

- Então acredita em mim, e isso é bom. Eu não quero este filho. Mas eu sei que você não vai admitir que eu tire.

- Que tal conversarmos dentro da sua casa?

- Ah, que cabeça a minha... quer beber o quê?

- A coisa mais forte que você tiver.

Ele tremia e não queria transparecer o seu ódio. Beberam, mas não conversaram. Até que ela falou:

- Você não veio aqui para se embebedar. Quer o que sua esposa não soube te dar?

- Quero.

Ela achou estranho mas foi até ele, o beijou, e começou a tirar sua roupa. Harry percebeu que havia mais alguém naquela sala, contudo não distinguiu o rosto da pessoa, que foi para o quarto, porém havia bebido o suficiente para ter alucinações. O plano dele era matá-la, mas e a coragem para fazer isso? Não era da sua natureza, ele não era um assassino.

Cho percebeu que ele não a correspondia e que estava com sua varinha, além de um punhal. Olhou para ele e viu a raiva tão óbvia. Entendeu as reais intenções dele e se afastou.

- Você não faria isso...

- Era a minha vontade, mas eu... eu vou embora.

- Eu te amo, sabia? E é por amor que eu faço tudo isso, a Gina não merece você.

Ela abriu a janela enorme e dirigiu-se à sacada. Harry ficou para ouvir o que ela ainda tinha a dizer.

- Você me trocou por ela, desconfiou que eu trabalhava pra Você-sabe-quem. Eu nunca deixei de te amar, e não posso desistir de lutar por você. Eu detesto aquela dissimulada da sua ex-mulher. Ela se finge de santa mas bem que deve ter gostado do tempo em que passou sendo prisioneira dos Comensais. Fazia o estilo santinha, mas vivia com aquele gordo do Longbottom pra cima e pra baixo, sem contar o casinho com Colin Creevey. Você não merecia uma pessoa tão sonsa, inútil, idiota... deve sonhar com o Tom Riddle de maneiras nada decentes enquanto você se descabela...

- Agora chega! Não vou deixar você falar mal dela porque eu a amo, já não há mais nada entre nós e você vai ter que aceitar!

Ele fechou a boca dela com a mão. Cho tentou se esquivar, porém Harry era mais forte. Ela o feriu com o punhal que ele tinha no bolso, tentou empurrá-lo da sacada baixa e ele sentindo que cairia segurou-se nela, que acabou caindo em seu lugar. Estavam no segundo andar, mas ele pensou que ela havia morrido. Tirou o punhal das costas e foi chamar ajuda.

Teve que ficar uns dias no hospital por conta da facada e Gina não teve coragem de visitá-lo. Quando acordou, Cho o acusou de tentativa de homicídio, pois havia ficado paraplégica e sofrido um aborto. O pior é que parecia não haver testemunhas para desmentir a versão que ela inventara...