Capítulo 11: Encontros...

- Por quê, Luigi? Só me responde por quê!

- Eu fui fraco, Melanie.

- Ok, então me responda uma última coisa: você me ama?

Ele hesitou.

- Só quero saber isso, não vou mais te interrogar.

- Sinto uma grande admiração por você, eu gosto de você mas...

- Não me ama. Diz, não é tão difícil.

- Não sinto mais desejo, não amo do jeito que deveria, o amor acabou.

- Era isso basicamente o que eu queria saber.

Ela não demorou para arrumar as malas. Não, ela não daria o gostinho de sair de sua própria casa. Apenas iria viajar, a coisa que ela mais gostava na vida. Dayana quis ir também, para cuidar da mãe e ter seu merecido descanso adiado há tempos. Luigi foi morar com Martha. Quando a esposa voltasse, recorreriam ao divórcio oficial.

Melanie adorava Londres... e no primeiro dia de compras, Dayana encontrou uma mulher muito perturbada que tropeçou num buraco.

- Você está bem?

- Não, eu não estou bem! E por favor, me deixe sozinha...

- Não acha melhor parar em algum lugar, sentar e se acalmar? A senhora está tremendo... eu sou médi-bruxa, posso ajudá-la.

- Não, não pode. Só se você fosse uma daquelas assassinas sob encomenda poderia realmente me ajudar.

- Vamos até aquela sorveteria e você se acalma, está bem?

- Obrigada, mas preciso ir para casa.

- Você parece ser teimosa, mas saiba que eu também sou.

Elas sentaram numa das mesas e pediram sorvetes, que aliviam a angústia e qualquer um. Então a atormentada mulher começou a confiar na outra que lhe dava atenção. Dayana começou a falar de sua vida, o motivo de estar ali... e vendo que a outra se acalmou um pouco, perguntou o motivo da angústia.

- Eu escrevo alguns artigos para o Profeta Diário, e resolvi defender a causa dos elfos domésticos, que são maltratados pelos donos e nem recebem salário! É um absurdo e notei isso desde a adolescência. Então depois de publicada a matéria vieram as críticas que eu já esperava. Porém, Rita Skeeter convenceu várias pessoas a me processar! E ela conseguiu, não consigo nem sair na rua direito, hoje eu fui linxada e por isso vim tão aborrecida e perturbada.

- É, eu nunca havia visto isso... Ninguém se importa muito com eles, mas o fato é que gostam de trabalhar. Lá na Austrália não tem muitos, só nos casarões. Na minha mesmo não tem, minha mãe e eu sempre adoramos cozinhar. Pagamos às vezes uma amiga nossa pra fazer uma limpeza. É injusto o que estão fazendo com você, e se quer saber, faz sentido esse negócio de que eles são injustiçados e escravizados demais.

- O pior é que nenhum advogado quer me defender!

- Eu acho que isso não será problema... meu cunhado é advogado, recém-formado mas é bom, está sem clientes e sem dúvida precisa sair de casa... posso pedir para que cuide disso, o que acha?

- Acho ótimo! Nem sei como agradecer!

- Me diz qual o seu endereço que te mando uma coruja quando ele estiver vindo.

Ao dizer seu nome completo, Dayana percebeu que encontrou a pessoa certa...

- Ok, pode esperar que ele virá. Quer que eu te acompanhe até a sua casa?

- Na verdade, sim...

As duas ficaram amigas, e Hermione nem imaginava o bem que Dayana faria... Dayana mandou a coruja assim que chegou no hotel. Estava empolgada, se livraria de um peso enorme fazendo ele descobrir a verdade. Pressionou para que ele não demorasse a vir. Porém, não mencionou o nome da sua nova cliente.


Dois dias depois...

- Você vai? – perguntou Hilary, desconfiada.

- Vou, preciso ganhar algum dinheiro e você não pode ficar trabalhando tanto.

- Não seja orgulhoso, e tem mais: se for, vai demorar para voltar, você não conhece Londres...

- Dayana disse que Melanie não vai sair de lá tão cedo e se acontecer algo, ela fica comigo.

- Ah, não mesmo! Com ela? Você só vai se me levar junto.

- Hilary, não acho uma boa idéia. Você não vai ter o que fazer lá, e vai perder seus pacientes que precisam de você.

- Não acabou de dizer que não quer que eu trabalhe demais?

Naquele momento, ele queria cortar sua língua fora de tanta raiva.

- Se demorar eu venho te buscar.

- Quem é o cliente?

- Dayana não me disse.

- Me leve... precisamos relaxar, o clima aqui ainda tá pesado por causa do papai...

- A Cláudia também precisa do seu apoio, esqueceu?

- Promete que não vai sair sozinho?

- Prometo.

- E que também vem me buscar se demorar mais que 3 semanas?

- Tudo bem... estou indo amanhã.

Sibila não deu resposta alguma durante a semana e ele resolveu ir para Londres mesmo ansioso. Pediu para Luigi que se houvesse notícias ele viria imediatamente. O médico, sabendo para onde o genro iria, preveu que sua filha sofreria nos próximos dias...


O advogado de Harry exigiu que fosse dado Veritaserum para Cho, mas ela se recusava pois era alérgica a uma das ervas que compunha a poção. Todos se comoviam com ela por causa de seu estado e Harry continuava com seu status de herói, porém agora um tanto abalado. Rita Skeeter deitou e rolou... escreveu mal dele até não poder mais e ainda mostrou a sua prova incontestável: a ameaça que ele fez no campo de quadribol, fora as pessoas que viram o escândalo no parque.

Gina não pedia mais o divórcio, mas não sabia se acreditava no marido. Sirius, Lupin, Hermione e a pequena Kim acreditavam na inocência dele.

- Gi, ele não faria uma coisa daquelas.

- Como não? Ele estava fora de si alguns dias antes de fazer aquilo, lembra?

- Mas ele não seria capaz de fazer, eu te garanto. Pode ter pensando, mas só!

- Gina, eu posso conversar com você?

- Eu vou deixar vocês sozinhos. Gina, não me olhe assim, vocês precisam conversar.

Andando de um lado para o outro, ele começou a se explicar...

- Eu fiquei com muita raiva dela, mas na hora eu não consegui machucá-la. Aí ela começou a falar mal de você e eu fechei a boca dela. Ela se debateu, me deu uma facada e tentou me jogar da sacada, eu pensei que ia cair e então me segurei nela, e quando fui ver ela tinha caído...

- Mesmo assim você tem culpa, se não fosse você ela não teria caído.

- Eu precisava me defender.

- Harry, eu vi como você ficou naquele dia em que ela me provocou.

- Fiquei com raiva, não tenho direito? Até você acha que tenho que ser o racional o tempo todo?

- Não, mas eu nem te reconheci...

- Ouça, eu nunca faria mal a ela daquela forma... e eu te amo. Não te perderia pra matar aquela imprestável. E ela teve seu castigo. Não acredita no meu amor também?

Ela baixou a cabeça e ele continuou:

- Todos me olham torto, dizendo que eu sou um estuprador, que Voldemort trocou de lugar comigo, nem posso mais sair em paz! Kimberly brigou com alguns amigos por minha causa, Hermione já está tendo problemas suficientes e ainda se preocupa comigo! Perdi a mulher da minha vida, a minha liberdade... me sinto um fracassado. E no fundo sempre fui isso mesmo. Um tonto que ganhou fama por uma coisa que nem lembra ter feito e depois com o sacrifício de um amigo, que era como meu irmão, pra consolidar a fama de herói! E eu devia ter lembrado que héroi bom é morto...

- Não! Não fala mais nada, por favor...

Eles se beijaram com paixão, as carícias estenderam-se... e isso terminou na cama de Hermione...

E por falar nela, foi até a casa de Sirius ler a coruja que recebeu de Dayana e não teve tempo, já que Gina estava muito abalada...

Hermione,

Meu cunhado aceitou e está vindo. Bem, onde ele pode te encontrar? Acho melhor não ser num lugar público, a conversa vai ser longa. Ah, ele se chama Michael Salk. Responda o mais rápido possível, ok? Ele chega amanhã, certamente.

Espero que dê tudo certo!

Atenciosamente,

Dayana.

Hermione marcou em sua casa, à uma hora da tarde. Neville já havia se conformado que ela demoraria para ir a Hogwarts por conta dos processos.

- Acha que desta vez aquela teimosa se rende?

- Sim, tem que se render... eles se amam, Sirius.

- É, mas isso não estava bastando.

- Ainda bem que aquela lambisgóia ficou sem as pernas!

- Kimberly, isso é coisa que se diga? – repreendeu Hermione.

- Ela está sendo sincera, e criança não mente.

- Ah, mente sim! Pra conseguir armar as coisas dela sabe mentir, sim.

- Kim, mãe é tudo igual, só muda de endereço, nome e corpo...

- Não me desautorize perto da menina.

- Mãe, eu prometo que não falo mal da pira... da Cho.

- Mostra as mãos.

- Ah, isso não é justo!

Ela estava com os dedos cruzados e escondidos nas costas...

- Creuza!

- Olha aqui, se você me chamar de Creuza de novo vai ficar sem jantar!

Creuza era o novo apelido de Lupin, que num ataque resolveu limpar a casa, que estava um nojo. Além de tudo, a namorada de Sirius, antes de ser dispensada por ele, disse que a comida de Lupin era ótima, mas pensou antes que era feita por um elfo e como o nome do elfo dela era Creuza...

- Lupin, não liga...

- Ah, não é? Pensa que eu não estou vendo sua cara sarcástica, Hermione?

- Não fica assim, mesmo você gostando de cozinha, continua sendo meu tio preferido, viu, Creuzinho?

- Kimberly não piora...

- Creuzinho? Creuzinho? Deixa o Mundungo chegar...

Sirius ria junto com Hermione na sala, Kim tentava acalmar Lupin mas piorava a situação ainda mais.

Hermione abriu sorrateiramente a porta e ao ouvir certos barulhos vindos de seu quarto, deduziu que teria de dormir fora de casa naquela noite...

- Cre... Lupin, eu...

- Tava demorando pra você me chamar de Creuza... fala.

- O Sirius disse que vai dormir na sala, a Kim na cama dele... posso dormir no seu quarto?

- Claro, não vai acontecer nada de estranho. Lua minguante.

- Que bom...

Ela demorou para dormir, e sonhou com Rony. Na manhã seguinte, seu coração batia depressa com a idéia de voltar para casa.

Para Gina e Harry, tudo ia muito bem...

- Senti tanto a sua falta... meu amor...

- Eu não vou mais desconfiar de você, prometo. Estarei com você no que precisar, e vamos sair desta enrascada juntos.

- É o que mais desejo no momento. Você.

- Sabia que nós expulsamos a Mione de casa?

- E não era isso que ela queria? Ela só vai precisar vir à uma, ainda são onze da manhã...

- Onze? Harry, pelo amor de Merlin, eu vou perder o meu emprego!

- Madame Malkin é uma mulher compreensiva... e você não sai daqui nem sob decreto.

- Ah, é?

- É sim... sou eu quem proíbo.

- E quais são seus argumentos?

- Isso não se conta...

- De novo? Harry, você está insaciável hoje!

- Pára de falar que você tá adorando isso, vai! Só até meio-dia...

- E eu tenho opção?

- Não...

Meio-dia e quinze Hermione estava ansiosa e nervosa...

- O homem vem da Austrália só para cuidar do meu caso e os dois esquecem da minha necessidade?

- A necessidade deles é bem maior que a sua... quer dizer, quase...

- Sirius, eu estou falando sério! Ora, francamente você só pensa nisso!

- E o que você acha que eles estão fazendo até esta hora? Conversando? – perguntou, como se estivesse inconformado com a "inocência" de Hermione.

- Ué, mas eles não estão conversando, tio Fadinha?

- Kimberly, tampe os ouvidos e continue sendo pura e inocente, ok? Eles estão conversando sim, pode acreditar.

- A noite inteira e até agora?

- Sim, meu anjo... até agora. – disse, com uma malícia escancarada.

- Sirius, por favor!

- Hermione, eu não estou falando nada que comprometa a educação que dá a ela...

- Eu tenho que fazer alguma coisa...

- Se você for lá interromper, pode ficar traumatizada...

- Poupe-me das gracinhas. Eu não vou fazer isso que está pensando!

De repente, Edwiges entrou com uma cartinha:

Hermione, nos desculpe! Já liberamos a sua casa, que está arrumadinha. Obrigado pela força e paciência, conseguimos nos acertar! Boa sorte com o advogado.

Beijos,

Harry e Gina.

- Foram continuar a longa conversa em casa... esse é o meu afilhado! E que cínico... precisava dizer que tinha se acertado com ela?

- É, ele cínico e você um tarado, sr. Black! Leva a Kim na casa da Dayana antes de ir trabalhar?

- Claro, vai ser ótimo conhecer sua nova amiga... brincadeira! Ah, boa sorte.

Sirius trabalhava no Departamento de Bruxos e Seres Mágicos Imigrantes. Ele julgava quem podia permanecer no país ou não. E ele adorava fazer isso, já que tinha muitas bruxas estrangeiras e interessantes... mas sonhava em investigar os praticantes de Magia Negra, deveria ser mais emocionante. Por ironia ou não, Draco Malfoy ocupava este cargo...

Hermione pegou a matéria, as intimações... e sentia-se estranhamente ansiosa e feliz. Seu coração batia depressa, a respiração era irregular... era como ficava quando tinha algum encontro marcado com Rony. E quem disse que ela estava sentindo isso na hora errada?

A campainha tocou. Ela deixou tudo cair, tamanho fora o susto. Enquanto tentava recolher os papéis e colocá-los na pasta, mandou que ele entrasse. O homem olhava para a casa como se já houvesse estado lá. Até que Hermione se levantou, com a pasta na mão e o viu. Seus olhares se encontraram e os corações batiam no mesmo ritmo taquicardio... a pasta foi para o chão e os papéis que ela recolheu espalharam-se novamente... e a maleta dele também resolveu cair, assim como o assunto Rita Skeeter, que estava esquecido a partir daquele momento para ambos...