Capítulo 19 – Processos
Dumbledore pedira à Hermione que lecionasse em Hogwarts novamente, porém ela não quis comentar sobre as confusões com Rita Skeeter, por vergonha. "Como uma professora responsável pode ser conhecida no mundo mágico como baderneira e revolucionária?", pensava ela. Contudo, o sábio bruxo percebera o temor dela, que sempre insistira em ser corretíssima. Arranjou-lhe um ótimo advogado e Rita quase teve um surto. Portanto, aquelas divergências que foram longe demais teriam um fim. Afinal de contas, a jornalista intrometida do Profeta Diário subornou várias pessoas para processar Hermione. Sem contar a roubada em que meteu Harry.
E por falar nele, a bendita "audiência" chegara. Cho Chang estava imponente e confiante na vitória: queria Harry preso e mais humilhado. A mulher de Draco Malfoy estava para assistir o "espetáculo". Não somente por ser uma redatora do Semanário das Bruxas, mas para falar tudo ao marido.
Gina, Hermione, Molly e Sirius foram dar um apoio para Harry, que estava a beira de um ataque, totalmente pessimista e arrasado. Rony mandara uma carta para ele e para a família, contando algumas novidades e desculpando-se por não poder comparecer à audiência.
Tudo corria bem (para Cho, lógico) e Harry queria sair correndo dali. Até que um dos auxiliares do advogado de Harry chegara afobado dizendo que havia uma testemunha de última hora. A rígida juíza permitira que a pessoa entrasse, e Cho empalideceu quando vira quem adentrou o lugar...
- Senhor Krum, o que tem de tão importante a acrescentar?
- Eu estava no aparrtamento da senhorrita Chang naquela noite - até que o inglês dele melhorou consideravelmente, pensava Hermione.
- E o que viu?
- Ela prrovocou o senhorr Potterr falando mal de sua esposa. Ainda consegui verr Chang apunhalando-o nas costas, parrecia querrerr matá-lo.
- Mas o senhor Potter não a atacou?
- Sim, mas parra se defenderr, não acrredito que...
- Isto é especulação! - disse o advogado de Cho.
- Ok, não suponha nada senhor Krum. Continue.
- Depois da apunhalada, ela o empurrou com a intenção de jogá-lo, e isto estava muito clarro. Ele, parra não cairr segurrou-se nela e acho que não mediu a força com que agarrou-a, e foi assim que Cho caiu.
- A senhorita confirma que Vitor Krum estava naquela noite em seu apartamento?
- Não, meretíssima! Nunca tive nenhum tipo de relação com este homem além de profissional.
- Eu posso prrovarr que você está mentindo. Diga logo o que prretendia com o Potterr antes que tudo se complique parra você!
- Não permitirei brigas nem ameaças aqui. Que prova seria esta, senhor Krum?
- Estes contratos de compra e venda, prromissórrias... como farria um emprréstimo desses parra qualquerr um? Caso prrecise, tenho fotos nossas. Somos amigos de longa data, mas querríamos evitar fofocas sobre nós, já que érramos rrivais no quadrribol...
Ela observou tudo atentamente, até as fotos. Não houve como negar mais. E o desespero de Cho era explícito deveras. Harry tinha esperanças de sair dali e voltar para casa. Num pequenino intervalo, muita coisa aconteceu...
- O que você tem na cabeça, Vitor?
- Dignidade, Cho. Eu cansei de serr suborrnado e humilhado porr você.
- Vai se ferrar junto comigo agora, está satisfeito?
- Muito.
- Sua víbora! O que pretendia fazer com meu marido? - perguntava uma Gina furiosa.
- Chegou a santa! Escuta aqui, isto não é da sua conta, viu, enferrujada?
- Você vai ver quem é que vai enferrujar...
- Virrgínia, não vale a pena gastarr tempo com ela - disse Vitor, segurando a mulher pelo braço.
- Venha me bater, sua franguinha. Mas venha com vontade, tá bom? Bata em uma pobre bruxa que nem com o feitiço mais poderoso pode voltar a andar...
- Sua nojenta! Merece estar assim, toda entrevada!
- E você também merece ser inútil... ao menos eu era uma mulher completa. Além de linda, totalmente fértil.
- Agora eu te mato!
Harry correu para ajudar Vitor, pois quando Gina saía de seu juízo, era um verdadeiro furacão. Hermione, que estava conversando com Sirius e Molly, foi conferir a confusão.
- Sua chinesa idiota! Inválida! Devota de Voldemort! Encalhada! Mentirosa!
- Gina, chega! - disse Harry, energicamente.
- O que é agora? Está defendendo a coitadinha? - ela já berrava.
- Só queria evitar esse tipo de escândalo ridículo! Não ligue para o que ela fala.
- É tão fácil! Tendo duas mulheres quase se estapeando por você!
- Gina, já basta. Paranóia de novo não. Está aqui para me apoiar ou brigar com ela? Será que preciso dizer de cinco em cinco minutos que te amo para não ficar insegura? - disse ele, num tom mais baixo, para que somente Gina escutasse.
Fitando os verdíssimos olhos de Harry, ela percebera o quanto seu comportamento fora infantil. Dar corda para Cho era bobagem, porém evitar isso não era fácil. A mulher sabia seu ponto fraco.
Gina não podia dizer que Harry era perfeito e que não desejava outras mulheres. Entretanto, o amor que ele tinha por ela era inegável e intenso.
Sem ação por culpa da vergonha, saíra dali e deixara Cho com o semblante vitorioso enquanto Vitor a fuzilava com o olhar. Todos foram chamados de volta e o nervosismo tomou conta do ambiente.
- Diante dos fatos, decidiu-se que Harry Potter abdicará o uso da varinha por 5 meses. Cho Chang responderá ao Ministério por falso testemunho e Vitor Krum como cúmplice de tentativa de desvio de dinheiro. Não há mais nada a esclarecer.
No fim, a juíza transformou-se em um canário rosa e se foi. Cho queria pular no pescoço de Vitor e Harry, apesar de aliviado, sabia para quem teria de entregar sua varinha. Draco Malfoy. Além de responsabilizar-se pela investigação de praticantes de Magia Negra, o homem cuidava dos que eram suspensos de usar a varinha. É como Arthur dizia: "Pode ser arrogante e detestável, mas ainda sim o jovem Malfoy é indiscutivelmente eficiente e confiável."
Obviamente, Harry não cria na idoneidade do ex-colega de escola. Hermione ficara possessa com aquela situação. Também julgava que Cho merecia um castigo melhor... e foi acalmada por Sirius, que lhe disse: "A justiça tarda, mas não falha. Inclusive se o seu eterno sogrinho é o Ministro da Magia!".
Voltando ao assunto das cartas de Rony...
"Família,
Não pude voltar mais cedo porque meu filho nasceu. Fraco e muito prematuro, mas irá sobreviver, tenho fé. Ainda não escolhi o nome, se quiserem estou aberto a sugestões! Prometo que assim que meu menino sair do hospital, visitarei-os.
Mamãe, você estava certa: ele é loirinho como a mãe. Só não vi ainda os olhinhos, se são castanhos como os nossos ou azuis como de Hilary...
Harry, espero que dê tudo certo na audiência e a Cho se ferre! Conversamos melhor depois e ficarei devendo a partida que combinamos.
Jorge, espero que Katie releve o que aconteceu naquele dia conosco. Quem sabe isso não dá em casamento?
Meu garoto é lindo. Precisam ver como é a minha cara!
Rony."
A outra carta foi para Hermione. Só que fora Kim que abrira...
"Hermione,
Sei que não quer mais falar comigo, aliás, fui um completo idiota! Queria pedir-lhe perdão por deixar-lhe constrangida quanto a minha mulher. Deu tudo errado, não pude negar para Kimberly que eu estava realmente vivo, nos tocamos e ela apavorou-se! Doeu perceber que vocês duas tiveram ódio de mim. Não queria magoar ninguém, e me sinto muito mal. Estou com muitos problemas por aqui, meu filho nasceu prematuro... quando puder, volto para conversarmos melhor. Não sei se tenho o direito, mas... mande um beijo para a Kimberly. Como você me disse, ela é linda! Pena que eu nunca tive o coração deste anjinho.
Você foi a única que me ajudou, contou-me a verdade. Desculpe-me mesmo pelo ocorrido! Espero que um dia nossa filha entenda a minha situação. Não creio que posso recuperar a admiração mantida por ela só através de fotos minhas, nem a sua confiança pois começo a pensar que não as mereço.
Rony."
Hermione ficara muito feliz com a carta e não soube que a filha a tinha lido, contudo mandou o beijo que ele pedira. A menina mostrou-se indiferente e, naquele momento, Hermione percebera que precisava conversar novamente com a filha sobre o pai.
- Não deve ser fácil para você entender o que aconteceu. Mas não sinta-se pressionada a perdoá-lo.
- Tio Harry me explicou tudo, junto com a madrinha... mas ainda estou confusa. Como ele sabia quem você era, mamãe?
- Ele lembrou-se de mim por um instante, querida - disse, constrangida por lembrar o que Rony disse-lhe a respeito de seus pensamentos e sonhos com ela.
- E de mim não - concluiu, sentindo-se rejeitada.
- Kim, eu soube que estava grávida depois que seu pai sumiu.
- Tudo bem, esquece. Eu acho que só posso gostar dele se conhecer ele de verdade.
- E é isso que você quer?
A menina hesitou, mas depois respondeu firme:
- Sim, é isso que quero.
- Que tal começar com uma carta?
- É difícil... vou escrever o quê?
- O que você sente. Seja franca com ele. Não é assim que se arranja amigos?
- Você acha que ele vai gostar de mim?
- Quem não gostaria de ter uma filha como você? Deixe de ser insegura, Kim. Quer que eu lhe ajude a escrever?
- Seria bom - disse, nervosa por não saber o que fazer.
Rony não falou com Hilary durante os quatro dias que se passaram. Brigara com Luigi neste intervalo, porém quando contou-lhe as peripécias de sua esposa, a expressão do homem mudara. Ficara envergonhado. E como se não bastasse, ainda teve de ouvir a versão da filha.
- Pai, eu fiz isso por amor!
- Isto é doença, Hilary. Como pôde mentir desta maneira suja? O que lhe ensinei a vida toda? Sua mãe também quando souber disso... - ele pensava aflito e disse algo que não devia - Por que você não é como a sua irmã? Nunca me deu desgosto algum na vida, muito pelo contrário! Dayana é meu orgulho...
- Orgulho? - gritou ela.
- Sim, ela não é uma pessoa egoísta como você! Tem noção que destruiu a vida de um homem?
- Em compensação, a sua santinha matou o seu filho!
- Logo que tiver alta eu mandarei você para a dra. Hellen.
- Não estou doente e nem necessitando de psiquiatra! Dayana matou o Jacob! Eu vi!
- Eu vou perder a paciência, Hilary! Esse argumento é horrível.
Luigi ficara melancólico por lembrar da morte de seu único filho homem, a coisa que ele mais almejou na vida. O que o "consolou" foi a personalidade de Dayana, parecidíssima com a sua; e isto acarretava uma cumplicidade mútua que dissolveu-se consideravelmente depois da separação entre ele e Melanie. Era duro ouvi-la chamá-lo de Luigi e não de pai.
Hilary não desistira da acusação apesar de seu pai já ter-lhe dado as costas para retirar-se. Em tom de súplica, disse:
- Pai... acredite em mim... ela matou o Jacob. Não sei se foi sem querer, mas ela o fez.
- Como quer a confiança de alguém nesta altura do campeonato? E com uma afirmação absurda desta! Pare antes que eu não meça minha rispidez contigo.
- Ok, descreia. Porém, tente testá-la. Posso parecer rancorosa mas acho que o senhor precisava saber da verdade.
- Não tinha idéia do tamanho do equívoco que cometi. Eduquei-lhe mal, bem que Melanie advertiu-me dos mimos que sempre lhe fiz quando era pequena.
Desta vez, o medi-bruxo saiu totalmente arrasado. Não cria na criminalidade de sua primogênita, e decepcionava-se com a loucura da caçula. Ou será que finalmente Hilary falara a verdade?
A única certeza mantida era da grande vergonha... julgava-se uma ótimo pai até aquele instante em que Rony disse-lhe: "Ela conseguiu destruir minha vida, levou sem pedir licença todas as alegrias que eu teria. Sabe o que consegui até agora? Um olhar de raiva e decepção da minha filha. Não tivemos oportunidade de nos amar e conhecer. Fora uma mulher maravilhosa que me ama e eu não posso correspondê-la."
Criara aquele ser individualista. Amara-o incondicionalmente e a recompensa era esta: conviver enganado com a réplica de sua irmã Sibila.
Dayana e Melanie pensaram em voltar, contudo era difícil para a última rever o marido nos braços da antiga amiga e confidente. Com a notícia do nascimento do primeiro neto, não houve como Melanie conter-se: voltaria para Back Sunset o mais rápido possível.
Hermione, ao despedir-se da amiga, acrescentou:
- Obrigada por trazer o Rony de volta.
- Não fiz mais do que minha obrigação. Ah, faça-me um favor: livre-o de minha irmã.
- Parece odiá-la mesmo. Francamente, não devia ser assim.
- Caso a conheça, saberá do que falo. Além do mais, a felicidade de vocês foi interrompida - disse Dayana, convicta.
- Talvez fosse pior se ela não o levasse. Seria duro para mim notar que aquele com quem convivi tantos anos não lembrava-se de nada.
- Tudo bem, encerremos este assunto. Não esqueça de me escrever e seja forte para enfrentar aquela jornalista abusada, pois você irá livrar-se deste problema em breve.
- Que Merlin lhe ouça!
Colin Creevey ainda trabalhava no Profeta Diário e lamentou muito a saída de Hermione. Por isso, ficou de olho em Rita para descobrir algo que ajudasse sua amiga. Isto fora útil, pois ouvira uma conversa valiosa...
- Isto é pouco para o escândalo que armei semana passada! Pensa que posso brincar com o Ministério desta forma? Eles estão de olho nisto. E acredite se quiser: essa reivindicação dos direitos dos elfos está tendo uma ótima repercussão entre os pós-lords...
Nota da autora: esta expressão "pós-lords" foi empregada para nomear os bruxos pacifistas que exigiam a paz e igualdade entre bruxos e criaturas mágicas em geral. Alguns deles eram aliados de Lord Voldemort por obrigação.
- Ninguém vai perder dinheiro com elfos, eles não querem ser libertados!
- Não querem, mas desde que o elfo Dobby fez sucesso com uma de suas lojas... muitos deles mudaram de idéia. Não saem das casas mas exigem um salário ou um pouco de conforto.
- Você é um bruxo de influência, precisa me ajudar. Já lhe fiz muitos favores.
- Porém não entro em batalhas onde posso perder. Retirarei os processos ainda hoje.
- Então entregarei você ao Ministro... e a outra pessoa também...
- Você não faria isto. Tem muito a perder.
- Não tanto quanto você. O emprego que preza e defende será de um pé-rapado.
- Então paga-me o dobro. Preciso subornar aquele lerdo para continuar meu plano.
- Não sou rica, ouviu?
- Mas é matreira. Saberá dar-me tudo o quero em troca de apoio.
- Amanhã entregarei-lhe os galeões - disse, pensativa.
Colin tirara fotos e colocara um feitiço silenciador na máquina, além de contar com o auxílio de uma penseira. Prestara a atenção necessária em tudo, no entanto preferiu não contar à Hermione o resultado de sua perseguição, mesmo porque ela realmente não o levou a sério quando prometeu desvendar os planos de Rita.
Neville tomou coragem para escrever à Kimberly, dar-lhe notícias. Porém, fora seco quando referiu-se à Mione. Ela cria que ele alimentava rancores desde a noite em que soube do retorno de Rony. Caso o homem não acostumasse-se novamente a falar com Hermione, como lecionaria em paz tendo-a a seu lado?
O encontro de Harry e Malfoy não foi nada agradável, pois acabaram desentendendo-se. Todavia nada atrapalharia a conversa que o rapaz precisava ter com Gina...
- Eu andei pensando numa coisa antes de voltar a jogar e acho que agora que o pesadelo acabou, seria o momento perfeito para... - ele tentava ser delicado quando tocava no assunto com ela - termos um filho. O que você acha?
- Harry, eu não agüento mais me frustrar com isso. Não sei se conseguirei desta vez.
- Gina, não estou exigindo nada de você, por favor, não fique assim. Eu pensei em fazermos isso por outro método.
- Outro?
- Sim. O que acha de... adoção?
Gina já havia refletido nesta opção e tinha receio da reação de Harry, afinal não sabia se ele sentiria-se incomodado pela criança não ter seu sangue e achar que ela era paranóica para engravidar. Vendo a generosidade dele e o manifesto do desejo por esta escolha...
- Perfeito! Mas certamente quer um bebê, e isso é um tanto difícil, não?
- Decidiremos juntos o que fazer, apesar de eu achar injusto escolhermos a dedo. Iremos para aquele lar onde há bruxos abandonados e esperaremos uma resposta...
- Concordo, seria injusto. Vamos amanhã mesmo verificar isto, ok? Madame Malkin não me ponderará. Não costumo faltar ao trabalho.
- Ok, só terei um compromisso de manhã. E o que acha de passearmos? Não está frio hoje e poderemos aproveitar para comprarmos os presentes...
Fred e Jorge casariam-se com Angelina a Katie, respectivamente. Rony fora avisado quando Molly mandara uma carta a ele. Aliás, ultimamente o apartamento de Rômulo vivia cheio de corujas por causa do amigo. Rony não tivera coragem de entrar em seu apartamento novamente depois da briga ente ele e Hilary, que não se falaram mais. Porém, esta situação teria de acabar... e da pior maneira possível...
Pulando esta parte, voltemos à Hermione e Rita. Com as provas inegáveis de Colin, a professora de Feitiços ficara com a dignidade limpa diante do Ministério e da comunidade mágica. Já Rita Skeeter...
- Teve o que merecia! E aquele filha da...
- Sirius, dá pra ser um pouquinho mais educado? - perguntou Lupin, olhando para Kim.
- Por quê? Eu sei muito bem o palavrão que o tio Fadinha ia falar, era filho...
Desta vez, Lupin tampou a boca dela, pois se Mione sonhasse que a garota diria aquilo, era capaz de pular em Sirius.
- Como pode um bruxo ser frouxo assim? Lupin, o cara queria roubar o teu lugar!
- Já disse que não precisava do trabalho no Ministério.
- Mas é a pessoa mais competente que conheço para ocupar o cargo daquele imbecil.
- Tudo bem, mas ele não conseguiu e vou trabalhar lá. Acalme-se.
- Ah, sim... e saber que a Mione passou todo aquele nervoso. Nos últimos tempos, as mulheres só dão problemas. Veja Harry e Rony também! Por isso que adoro ser solteiro.
- Claro, cada noite é uma diferente. Você é um homem de sorte.
- E você um tonto. Não está tão feio assim, nem muito velho... e dorme no ponto! Já vi muita mulher falar de você.
- Só na sua imaginação.
- Não mesmo! Olha aqui Aluado, não vou permitir que você se torne um Snape da vida!
- Concordo. Lupin não pode continuar nesta solteirice.
- Se candidata, Mione? - perguntou Sirius.
- Não, mas acho que preciso apresentá-lo para alguém...
- Ah, aquela sua amiga gostosa que é cunhada do Rony?
- Eles formariam um belo casal... você está coberto de razão!
- A namorada dele sou eu! - disse Kim, cheia de gracinhas.
- Viram? Já tenho uma dona e das rigorosas!
O clima familiar era muito agradável. Hermione chamara Harry e Gina para comemorarem também a vitória dela e quando eles chegaram, as conversas pegaram fogo. O anúncio de que um priminho para Kim estava chegando animava a menina... e Gina nunca sentira-se tão ansiosa, mas quem superava esta euforia era Harry, que vivia sorridente e animado com tudo, mesmo não possuindo sua varinha.
Hilary e Rony não se falavam e, por essas e outras, não entraram em consenso quanto ao nome que dariam ao filho, ainda necessitando de cuidados. O garoto não abria os olhos de maneira alguma e isto preocupava Hilary, que começou a amamentá-lo quando foi liberada. Percebera que havia um feitiço ali, e depois de semanas resolveu certificar-se do motivo daquilo. Tudo a favorecia: nenhuma enfermeira e nem Rômulo estavam lá. Pegou a varinha e desfez o feitiço. Não teve forças para gritar. A voz sumiu-lhe subitamente, as mãos afrouxaram e nada mais era notado por ela. O bebê já queria chorar de fome e foi delicadamente posto no colo pela mãe, com o semblante contendo um misto de pavor, dor e nojo. A mulher tomou coragem e olhou para o filho novamente, e este já chorava a plenos pulmões. Então, ela gritou.
- O que está acontecendo aqui? - perguntou Martha, assustada.
- TIRE ISSO DE CIMA DE MIM! - ela berrava desesperada.
A médi-bruxa pegou a criança e quando ia procurar uma enfermeira, encontrou Rony.
- Por que ele está chorando...?
- Leve-o até a sala das amas, rápido!
- TIRE ESTA MALDIÇÃO DAQUI, POR FAVOR!
- Ela está falando de mim, é?
- Não dê atenção a ela, vá!
Martha, Rômulo e uma enfermeira entraram no quarto e o trancaram. Rony via o bebê chorar compulsivamente e não entendia coisa alguma. Sentou e tentou fazer ele parar de chorar. Balançou-o, fez o que pôde, tentando ser o mais carinhoso possível. Ajeitando-o em seu braços da maneira correta, implorou que ele parasse e bebê o obedeceu. Aliviado, começou a admirar a criança e perguntar-lhe o motivo pelo qual sua mãe estava naquele berreiro, como se ele o compreendesse. Então o garoto, pela primeira vez em tempos, o encarou. O primeiro pensamento que ocorreu-lhe foi sair correndo, porém lembrou-se rapidamente que aquele era o seu filho, e não o abandonaria por nada no mundo.
Nota da autora: Na época em que escrevi, não sabia que os olhos do Rony eram azuis. Não posso mudar isto na fic, porque senão alguns capítulos ficam comprometidos, sem sentido.
