Capítulo 20 – Logan Salk Weasley
- Não houve motivos até este momento para que eu duvidasse de você, filha.
- Por que diz isso, Luigi?
- Pai, por favor. Não suporto ouvir chamar-me de Luigi, Dayana.
- O que fez para a mamãe foi horrível. Pensei que fosse íntegro de todo.
- As pessoas cometem erros. E quero saber se cometera um.
- Afinal, o que quer saber?
- Isto é ridículo, mas... Hilary disse-me que você... - ele suspirou e disse de uma vez - matou o Jacob.
Ela empalideceu e Luigi desconfiou que Dayana desmaiaria.
- Desculpe-me fazer uma pergunta tão insolente, filha. Dê-me um abraço, vai... senti sua falta...
Dayana chorou ao fazer isso, e apertou mais o pai quando ouviu ele dizer:
- Que besteira foi acreditar em Hilary. Ela sabia que caso você tivesse feito uma barbaridade daquela, eu nunca conseguiria lhe perdoar. Por que você ainda chora?
- Eu não posso mais... mentir para você.
- Como assim?
- Eu não sabia que o remédio da mamãe era aquele, troquei as poções sem querer. - disse, num fio de voz. Vendo que ele não a respondia, continuou - Eu tinha somente 7 anos, como saberia a diferença entre duas poções? Quando ele tomou, eu fiquei desesperada e aí apareceu Hilary. Ela começou a me acusar e eu lhe supliquei que nunca contasse nada... e ela somente me ameaçou quando eu descobri a verdadeira identidade de Michael. Eu não fiz por vontade, foi um acidente...
O desespero de ambos crescia e Luigi não sabia como agir diante daquela situação.
- Dayana, por favor: deixe-me só.
- Pai, perdoe-me...
- Por favor!
Ela retirou-se devagar, sabendo que poderia ser a última vez que olhava para seu pai, ou que dera-lhe o último abraço. Não teria coragem de confessar aquilo mais uma vez e por isso, Melanie saberia da verdade somente por Luigi.
Esta revelação acontecera depois do escândalo de Hilary. Rony foi até Rômulo depois de levar Logan até a sala de amas e disse:
- Ela literalmente não presta.
- Vai dizer que você não se assustou?
- Mas não esqueci que ele é o meu filho! Cego ou não, nunca teria medo ou nojo dele.
- Ela é um pouco escandalosa, demoramos para contê-la. Com o tempo ela se acostuma, foi somente um susto...
- Não, Rômulo. Foi uma declaração de que ela não ama este filho. Só o teve por minha causa. E quando ele tiver alta, o levarei para Londres comigo.
- Não estaria tão certo se fosse você.
- Por falar em certeza, que amigo você é! Por que não me disse nada sobre a cegueira?
- Martha decidiu que falaria com vocês dois amanhã, descobrimos há três dias atrás! Durante todo este tempo, ele nem tinha forças para abrir os olhos, precisávamos saber se era somente isso e tal...
- E tem mais alguma coisa?
- Não, ele é normal em questões psicológicas. A não ser que vocês dois queiram pirar este garoto. Agora, falando mais sério... ele precisará de muito carinho, atenção e paciência, concentre-se nisso. Achamos que há um dom nele também, mas isso só será confirmado quando terminarmos todas as avaliações.
- Não era mais fácil pegar uma daquelas bruxas que adivinham o futuro?
- Luigi proibiu isso terminantemente há tempos! De charlatã, já basta a irmã dele, né? E aliás, quando porá um nome neste garoto?
- Escolherei, espere um pouco... Andrew?
- Brega.
- Robert?
- Você quer ser assassinado, né?
- Logan?
- Taí alguma coisa que presta. Se soubesse como detesto meu nome!
- Rômulo, aproveitando a conversa... eu não entendo como Logan ficou cego. Hilary se cuidou durante gravidez, sempre foi tão saudável!
- Luigi teve que confessar a maldição que lançaram nela para mim, já que Martha sabia disso. Digamos que esta cegueira é um "efeito colateral".
- E como todos, um dia some?
- Sim. Mas eu não sou nem louco de te contar como.
- Começou, agora termine!
- Não, tem certas coisas que não podem ser ditas. E esta é por questão de ética! - dizia com seu natural sarcasmo - Concentre-se em cuidar dele. E não adianta me olhar com esta cara porque eu não vou te contar, Michael!
- Me faz um favor: me chama de Rony...
- Por falar nisso, e aquela sua noiva que te deu um gelo? Prentende jogar a velha conversa da separação que nunca acontece ou já partir pro ataque?
- Não pretendo casar com a Mione.
- Olha a intimidade! Vocês vão acabar juntos, eu tenho certeza! Tudo bem que ela não é linda como a Hilary, mas é a mãe de sua outra filha, tá cheia de amor pra dar... e você pra receber...
- Eu não quero mais saber de mulher nenhuma.
- Vermelho do jeito que você tá desde quando falou da Mione - ele enfatizou o nome dela -, dá pra notar que você não vai querer fazer nada com ela quando voltar!
- Ela não é qualquer uma, veja lá como fala, entendeu?
- Vou adorar ser o padrinho. Quando for o casório você me convida! - Rony alterou-se e o amigo preferiu mudar de assunto. - Ah, e na separação com o bichão, por favor, faça uma festa decente.
- É capaz de eu dar uma festa mesmo. Não vai demorar para o meu pai regularizar a minha situação e eu voltar a ser Ronald Weasley. Aí meu casamento com o bichão...
- É totalmente inválido! Só queria ver a cara dela quando souber disso!
- Esta é a melhor parte, ela não vai saber antes que tudo já esteja resolvido!
Entrementes, Cláudia perguntara para Hilary o que ela achava do nome Logan.
- Bonito. Michael tem bom gosto.
- Por que não olha para mim enquanto falo?
- Desculpe, estou desnorteada! Arrependo-me pelo o que fiz hoje, mas se já achava difícil cuidar de uma criança normal, que dirá uma cega!
- Logan é normal, Hilary! Pelo o que eu soube, não terá nenhum distúrbio mental. Você nunca se satisfaz?
- Como Michael pode voltar para mim se eu lhe dei um filho imperfeito?
A mulher ficou estática de perplexidade e disse inconformada:
- Eu fingirei que não ouvi isso. Aliás, eu nem sei como consegui ser tua amiga durante todos estes anos.
As únicas pessoas que ainda conversavam com Hilary eram Martha e Melanie, o que era realmente uma ironia. Depois de um tempo e muita insistência de Rony, Logan teve alta. Porém, ele ainda teria de "conversar" com a ex-mulher:
- Só vim lhe avisar que levarei o Logan para a minha casa, lá em Londres. Quando você melhorar, eu o trago.
- Você está brincando, não? Acha que levará o meu filho para a sua eterna noiva sangue-ruim cuidar?
- Não ouse falar assim de Hermione, ouviu?
- Como se ela fosse uma santa! Olha aqui, Logan somente sairá do país comigo junto.
- E você morará num brejo? - a ironia dele escondia uma raiva quase incontrolável.
- Desde que você não tenha a brilhante idéia de me espancar, posso aceitar.
Ela usava este argumento porque sabia que ele não podia defender-se.
- Eu sou a mãe, não pode sair com Logan sem a minha permissão.
- Você nem quer ficar com ele, só me prender! Tem nojo dele que eu sei!
- Ah, sim! E é você quem amamenta ele diariamente, hein?
- Não interessa, eu vou levá-lo com ou sem a sua permissão. Vim aqui só te avisar!
- Vai me levar junto então! E tenho dito!
Ele não via muita solução, pois caso tirasse Logan dali ela certamente iria atrás dele e isso seria pior. Melanie reivindicou alegando que aquilo só poderia dar em confusão, porém ele manteu-se firme em sua decisão, queria curtir o filho e receava Hilary que fizesse algum tipo de mal. Aproveitou o "protesto" de Molly por querer ver o neto e perguntou se isto a incomodaria, apenas por conveniência, pois previa a resposta.
Rony, enquanto arrumava as malas, vira a coruja de Hermione. Ela já havia respondido-lhe apenas: "Eu lhe perdôo, e mandei o beijo que pediu-me. Parabéns pelo filho". Sim, fora seca demais e isso o desanimou, porém ainda tinha esperanças de que ela o perdoasse realmente. Pegou o pergaminho e surpreendeu-se. As lágrimas foram inevitáveis...
"Eu queria falar com você pessoalmente um dia. Não vou dizer que vou te perdoar fácil, mas seria legal ter uma amizade com você, porque tenho curiosidade de saber como é o meu pai. Sua história é muito maluca, mas espero entender. Ouvi muitas coisas boas ao seu respeito, queria mesmo saber se tudo é verdade. Dizem que eu sou teimosa e bravinha como você, mas eu acho que não. Queria conhecer meu irmão também, você traz ele quando vier?
Até um dia,
Kimberly."
- Não sabia que depois que um homem vira pai ele fica tão besta... - disse, enxugando o rosto divertidamente.
Luigi, Melanie e Dayana lamentaram a falta que Logan faria, pois adoravam brincar com ele às vezes, mesmo com toda a cautela. Melanie ainda tentou ofereceu-se para ir na última hora, contudo Rony não deixou-a fazer tal coisa, pois não encostaria mais a mão em Hilary, nem se fosse para dar os tapas que ela sempre mereceu. Dayana e Luigi evitavam-se ao máximo e o homem não teve coragem de contar à ex-esposa a revelação que a filha lhe fez.
Exaustos, chegaram até A Toca.
- Roniquinho, meu amor! Que saudade... - disse Molly, o abraçando.
- Também senti sua falta, mãe! É... essa aqui é a Hilary e este anjinho...
- Logan. E como se parece com você! - disse, toda derretida.
- Concordo. Os dois são parecidos - disse Hilary, com muita educação e simpatia.
- Vamos entrar? Seu pai não está aqui, mas Harry, Fred e Jorge ficaram para lhe receber - ela estava eufórica.
Rony apresentou Hilary para os três e ela rapidamente subiu com Molly, que mostrou-lhe o quarto onde ela dormiria. Mimava o filho e o exibia com orgulho, ninguém fazia diferença quanto aos brancos olhos do menino, pois souberam antecipadamente da cegueira.
- Ele vive para rir, não?
- Será esperto como eu, Harry, pode estar certo!
- E grifinório, sem este seu jeitinho convencido! Sabe, Rony, você está pagando pelas pragas que rogava em Malfoy - disse Fred.
- Pois é, o menino é loirinho! Se a doninha aguada vir isso...
- Jorge, ele nem sabe direito do que falamos! - disse Harry, risonho.
- Posso não saber bem, mas que sempre achei ele irritante até mesmo por fotos, ah, isso sim eu achei! E aí, Harry? Como foi desbancar aquela perua?
- Um dos maiores prazeres da minha vida! E, bem, nem penso mais nisso, só em quando serei pai.
- Vou te dar um aviso: isso é muito louco, deixa você bobo, chorando e babando quando ele dá uma risada ou pega no seu dedo com essa mão pequenininha...
- Vocês dois estão hilários, sabiam? Coitado do Logan, em vez de ter mulheres em volta, tem dois homens babões!
- Não enche, Jorge! - disse Rony, com sua habitual careta de desaprovação.
- E vamos falar sério... que mulher é aquela? Maninho, você tem um enorme bom gosto!
- Tudo bem que eu acho a Mione legal e vocês combinavam, mas essa Hilary é demais! Tá um pouquinho cheinha, mas bem servida por Merlin! – disse Fred, concordando com o irmão.
- Linda, admito. Mas por dentro é mais podre que bomba de bosta.
Hilary dormiu e Rony agradeceu mentalmente por isso. Molly brincava com o neto e o filho, nada podia interromper a felicidade dela. E Harry animou Rony com uma notícia:
- Tem uma pessoa te esperando lá fora.
- Mione?
- Não exatamente...
Ao sair, ficou perplexo com a visita.
- Oi.
- Oi, Kimberly... Como você está?
- Bem. Por que você fica tão longe de mim?
- Ah, desculpe. Eu fiquei surpreso com a sua visita.
- Acho que você não gostou que eu vim aqui, né?
- Claro que gostei. Só não sei o que te dizer.
- Nem eu sei! Estou um pouco...
- Envergonhada? - ela respondeu com uma tímida afirmação de cabeça - Eu também! E, bem... você gosta de voar?
- Adoro! Tio Harry sempre que pode me leva pra casa de vassoura...
- Quer dar uma volta?
- Eu quero - disse, vermelha e com o coração a mil.
Rony ia devagar por causa do braço, porém não irritou-se com ele: ter sua filha era uma doce compensação.
- Vai mais rápido!
- Não posso... tenho medo de deixar você cair.
- Eu me seguro, não tem problema.
- Esse braço aqui não é muito bom, fica dormente. E tenho medo que não consiga segurar a vassoura com força...
- Tenho uma solução. Eu seguro na sua mão bem forte e aí não tem como ela desgrudar da vassoura.
- É perigoso...
- Não sabia que era covarde! Duvido que alcança aquela coruja!
- Duvida, é? Então vai ver quem é covarde aqui... se segura porque aquela corujinha vai ser ultrapassada...
Ele foi rápido e ultrapassou a coruja. Kimberly ria incessantemente, adorava fazer coisas perigosas. Ficaram voando por mais um tempo e pararam embaixo de uma árvore.
- Gosta de maçã?
- Adoro! - respondeu, empolgada - E você?
- Também, mas sem casca.
- É, a casca não é tão boa... tira pra mim?
- Despiatie! Melhorou?
Comeram muitas maçãs, até Rony dar-se conta do exagero...
- Acho que já comemos demais.
- Olha, não conta para a mamãe que eu comi tanto. Ela vai ficar brava com a gente.
- Sua mãe é muito brava?
- E como! Tudo tem que estar certinho pra ela. Disse que comer demais é feio.
- Ela tem razão, mas não precisamos sempre cumprir as regras, você não acha?
- Claro! O que acha da gente voar mais um pouco?
- Já está ficando tarde, anoiteceu... é melhor voltarmos.
- Fala que não gosta de regra mas tá agindo igual a mamãe! Vocês adultos são tão mentirosos e complicados... nunca vou entender.
- Pensamos nas conseqüências dos nossos atos. Mas um dia você entende. E, sinceramente, é muito chato ser adulto!
- Você não lembra de nada de quando você era criança?
- Não. Mas acho que foi bom. Vendo as crianças parece que elas são tão felizes e livres...
- E os adultos não são livres?
- Não, temos que obedecer várias regras. É difícil um adulto fazer o que quer.
- Então quero ser criança pra sempre! Isso dá pra fazer?
- Dá sim - ele parecia sentir alguma dor.
- O que você tem?
- Acho que é indigestão, mas se Mione souber me mata. Como vou levar você pra casa agora? - a dor aumentara.
- Vamos chamar o tio Harry, ele não vai contar nada. Me empresta a sua varinha?
- E você lá sabe mexer em varinha!
- Sinceramente! Já vou fazer 6 anos e não saberia mexer numa varinha?
- Eu aprendi com 11... e sua mãe também - disse, involuntariamente.
- Como sabe?
- Sei o quê?
- Que a mamãe aprendeu magia com 11 anos. Você tá mentindo pra todo mundo dizendo que perdeu a memória, né?
- Não... ai... Kimberly, eu...
- Nem explica, eu já entendi!
Quando ela foi pegar a vassoura para ir sozinha para a Toca, Rony a pegou e disse energicamente:
- Posso não ter convivido com você, mas não foi por culpa minha ou falta de vontade! Eu só queria tentar recuperar um pouco do tempo perdido, e não mentir pra você, porque se eu realmente quisesse isso, eu não tinha lhe dito que era seu pai naquele dia, teria mentido! Essas lembranças vêm e vão sem que eu perceba... só notei no que eu disse quando você me alertou!
- Por que eu acreditaria em você? Quem pode me dizer que você não vai embora com a sua mulher e seu filho depois que me enganar?
- É difícil, mas tente...
Ele levou a mão à boca, correu o quanto pôde e vomitou atrás de uma "moitinha". Kimberly fez cara de nojo, virou-se e pensou em fugir... porém começou a lembrar do que Harry e Gina lhe falaram, a confirmação de Mione ao dizer que ele não mentira, e vira Rony caído.
- Que nojo, deve ter vomitado até o almoço de ontem! Mas ele não levanta... será que desmaiou? Que se dane, quem mandou mentir pra mim e comer que nem um louco?
Tentou ajeitar-se na vassoura e quando pensara estar pronta, olhara novamente para o pai.
- Será mesmo que ele tá mentindo? Parecia que não, mas... - os olhinhos dela marejaram-se - ele é o mesmo que tava nas fotos, o meu pai... queria tanto viver com ele e agora desconfio dele? O padrinho não vai ficar bravo comigo, tenho certeza.
Perdoar Rony significava excluir o sentimento de paternidade que ela declarou a Neville, mentir. Obviamente, o amor pelo padrinho não diminuiria, todavia tinha medo de magoá-lo de alguma forma. Não podia negar que Rony tomara a iniciativa e eles estavam se dando bem. Ambos queriam descobrir-se e conviver. E fora este coração puro mantido pela inocência da idade que permitiu-lhe ser flexível naquele momento.
- Rony! Rony! - ela correu até ele.
- Kimberly? - estava esgotado...
- Você tá bem?
- Ótimo, meu estômago se acalmou - disse, sem emoção.
- Pode levantar?
- Não sei, acho que vomitei até a alma.
- Tá ficando tarde, mas eu prometo que não falo pra mamãe o que aconteceu.
- Isso quer dizer que você me dará uma chance?
- É... olha, eu te dou a chance, tá? Mas é só essa! Aproveita que não tem ou...
Ele a abraçou desajeitadamente e disse:
- Obrigado!
- Não precisa acabar com a minha coluna por isso, né?
- Desculpe... ah, deixe eu ficar um pouco de molho aqui e logo nós voltaremos, ok?
- Ok. Eu não vi o meu irmão!
- Ele vai te adorar, é um menino muito alegre e agitado! Mas, eu tenho que te contar uma coisinha antes de você vê-lo...
Hilary dormia pesadamente e nem viu Hermione, que conversava com Angelina, Katie e Molly sobre o bebê de Rony...
- Não deve ser agradável para você ver o filho dele com outra.
- Não é mesmo Angelina, mas esta criança não tem culpa alguma da minha dor, é tão engraçadinha! Não posso negar isso.
- Apesar de sofrer desde o nascimento, é alegre e fofo! Não é, Logan? - dizia Katie, com uma voz infantil e brincando com o garoto que, como sempre, ria com carinhos.
- Molly, como é a tal Hilary?
- Elegante, educada e muito bonita. Disse estar exausta e por isso deve estar dormindo até agora.
- Eu já tinha visto uma foto dela. Francamente! Para que Rony a trouxe?
- Mione, ela é mãe, não deixaria Rony trazer o filho para cá.
- Prova que tem bom caráter.
- Molly, me desculpe, mas não foi isso que Rony me disse sobre ela.
- Concordo, Mione. E se é bonita, certamente é fresca.
- Parem de colocar defeitos na moça! Caso ela desça, tratem-na com respeito, por favor - ralhou Molly.
Angelina ficou contrariada e Hermione calada, pensando na sua infantilidade ao conspirar contra Hilary. Não falara ainda com Rony e preocupava-se com a demora dele e de Kimberly. Katie continuava a mimar Logan.
- Vou esperar o Rony lá fora.
- Boa sorte! - disse Angelina, com uma ponta de malícia.
Olhava para as estrelas, já anoitecera. Sentara e refletira alto:
- Com ela aqui, como ele pode olhar para mim? Hilary é bonita, educada e deu um filho a ele, que além de tudo é especial. Não quero que Rony tenha pena de mim! E também não quero ficar desejando a morte dela, isso vai contra os meus princípios. - lembrou-se então do beijo que ele lhe deu quando encontraram-se - E que moral existe quando estamos apaixonados? Por Merlin, como posso amá-lo tanto ainda?
Kimberly a abraçou por trás e deu-lhe um beijo.
- Mamãe, por que você tá chorando? Eu já voltei, não aconteceu nada.
- Hermione, desculpe a demora, não queria lhe preocupar...
- Por favor, não façam mais isso, já anoiteceu e não gosto de passeios noturnos.
- Prometemos que isso não vai mais acontecer. Não é, Rony?
- É sim. - ele sabia que iria demorar um tempo para Kim chamá-lo de pai, e não surpreendeu-se. Olhou para Hermione timidamente e disse à filha - Não disse que queria ver seu irmão?
- Ah, quero sim! Posso ir, mamãe?
- Claro, minha filha. Aproveite e cumprimente sua avó direito.
- Pode deixar. Rony, até logo...
- Até, baixinha - ela não gostava muito do apelido, mas o aceitou.
Estavam rubros e retraídos, como se voltassem aos 16 anos.
- Seu filho é uma graça.
- Obrigado, e... a Kim também é um doce de criança...
- Pelo o que vi, vocês reconciliaram-se.
- Mais ou menos. Estamos nos conhecendo ainda, mas teremos muito tempo para isso.
- Vai ficar aqui definitivamente?
- Pretendo. Papai disse que logo eu poderia usar meu nome verdadeiro e meu casamento não será mais válido, eu já queria me separar de Hilary...
- Sua vida com ela não me diz respeito. - disse, secamente.
- Desculpe a inconveniência, só queria explicar o motivo...
- Guarde para você este tipo de explicação. - o ciúme a enfureceu.
- Afinal, o que eu fiz pra você?
- Nada!
- Você falava daquele seu amigo que vivia na sua casa e eu não fiquei bravo deste jeito!
- Claro, você não me...
- Eu não o quê?
- Esquece.
- Você acha que eu desprezarei a Kim por causa do problema do Logan?
- Não.
- Então! Não entendo qual é o problema agora. Já lhe pedi desculpas, você aceitou e me trata mal quando volto. Por que mulher é tão complicada? - perguntava a si.
- Você não me entende porque não me ama! Acha que é fácil pra mim tudo isso? Acha? Eu iria me casar com você! Nunca amei ninguém antes nem depois de você! Será possível que não entende a minha dor?
Ela tentou fugir dele, pois envergonhou-se com o dito. Porém, Rony a segurou e disse:
- Eu não amei mulher alguma pra sentir ciúmes. Se é difícil pra você me ver com outra, é constrangedor pra mim saber que não posso lhe corresponder.
- Não quero sua pena!
- Nem eu a sua.
Estavam próximos demais. Os olhares demostrando um enorme confronto de sentimentos. As respirações acalmaram-se gradativamente, os braços roçando-se na tentativa de um simples toque mais terno. Os lábios encontraram-se lentamente...
- Desculpe, não posso - disse ela.
- Não queria?
- Seria um erro, estaria me enganando. Por favor, não faça mais isso.
- Mas, podemos ao menos ser amigos?
- Por que insiste em manter uma amizade comigo, Rony?
- Sua companhia me faz bem, e... eu gosto de você. É tão difícil perceber?
- Ok, amigos.
Ela apertou a mão dele e notou como Rony estava frio, o que fora imperceptível quando o tocou da outra vez, tamanha a sua distração.
- Tem certeza que está bem?
- Sim, acho que é fome... - mentiu ele.
- Francamente, você ainda só pensa em comer?
- Vou me esconder de você! Me conhece como a palma da mão! Mas duvido que é mais rápida que eu.
- Como?
Ele já sabia onde Fred e Jorge guardaram suas vassouras e pegou uma.
- Tente me alcançar e pegar este chaveiro de ouro que vou colocar nas costas.
- Para quê?
- Mostre que é boa em tudo! E que não tem medo de altura, pois Harry andou contando como você gritou como uma louca, quando ele a levou na moto de Sirius. Aliás, começou a bater nele e outra coisa que eu nem vou falar... - ele estava risonho e irônico, o que a aborreceu.
- Você verá então quem é Hermione Granger! Pode pegar esta vassoura e preparar-se para perder!
Semelhante a duas crianças, começaram o desafio. Harry observava tudo pela janela e usou um feitiço para ouvir a conversa deles.
- Eles foram feitos um para o outro, é impressionante. Voldemort não conseguiu o que queria, muito menos aquela nojenta da Trelawney.
Nota da autora: Feitiços e demais maldições que não entendam de onde surgiram, vieram desta cabeça de vento que lhes escreve. Não sou muito boa nisto, entretanto tento não dizer coisas muito absurdas. Caso achem-nas estranhas, digo de antemão que não domino o latim e peço-lhes desculpas! Ah, prometo que até o final, não inserirei mais notas, a não ser que sejam indispensáveis. E obrigada pelos e-mails e comentários! Eles motivam-me muito! Não citarei o nome de todas as pessoas que mandaram, pois posso injustamente esquecer de alguém...
