Capítulo 24 - Os dois meses

- É pra mim?

- Claro, Gu. Pra quem mais seria?

- Desculpe, é que acostumei a receber presente só no meu aniversário. Obrigado, Gina!

- Você gostou do passeio de ontem?

- Muito! Você também levou a Anna esses dias atrás, né?

- Levei.

- Posso te fazer uma pergunta?

- Claro que pode – ela adorava mexer nos cabelos dele.

- Por que você está fazendo tudo isso pra mim?

- Eu gostei de você, queria lhe fazer um agrado.

- Ah, sim. Como fui burro!

- Burro?

- É, burro porque fiz uma pergunta tonta. Quando o Harry volta?

- Na próxima semana. Tenha a certeza que ele irá lhe visitar.

- Puxa, nem acredito! Harry Potter e a esposa dele gostaram de mim!

- O que isto representa pra você?

- Ah, sempre fui fã do Harry, sabe? Ele é o meu herói! E você é a mulher dele, também te admiro muito!

- O tem como um mito.

- E quem não tem?

- Pois é, você tem razão. Mas, fora a parte de herói, você gostou dele?

- Sim, ele foi legal comigo. Mas me olhava de um jeito esquisito...

- Gu, quem é o seu pai?

- Ninguém me diz o nome dele pra mim. Por quê?

- Nada. Quer passear de novo?

Ele olhou para Anna e disse:

- Ela pode ir junto?

- Pode – Gina maravilhou-se ao perceber a cumplicidade dos dois.

Fazia duas semanas que Harry estava viajando e Gina não respondera coruja nenhuma dele. Edwiges parecia implorar para Gina responder, porém, ela não cederia. Daquela maneira ao menos, não.

Com Hermione, tudo ia bem. Recebia cartas de Rony freqüentemente e Neville lhe deu uma trégua, mesmo não namorando Ana. O único aborrecimento dela era com Snape, que adorava criticá-la.

Gina chegou em casa exausta numa noite. Acendeu as luzes e deparou-se com flores de várias espécies, em tons vermelhos e alaranjados.

- Harry Potter, onde quer que você esteja: não pense que vai me comprar. Ouviu?

Surgiram palavras que foram escritas no ar para ela:

"Não quero lhe comprar, pois sou teu. E a única coisa que peço é o teu perdão."

- Muito engraçadinho! – ela ria – Agora seja homem pra aparecer aqui e dizer essas coisas melosas na minha cara!

Gina sentia mãos lhe envolverem. Quando não viu ninguém na sala, constatou o artifício do marido: a capa da invisibilidade.

- Que golpe sujo, Harry...

- Você não precisa me ver, apenas me sinta...

- Não estou gostando nada disso – Gina parecia ter um vulcão dentro de si.

- Então farei você gostar – ele sabia como acalmá-la.


Frida garantiu que conversou com o pai de Augustus. Assim, o casal comunicou sua decisão à caridosa mulher:

- Vamos adotá-lo – disse Harry.

- Soube que há um casal interessado em Anna. Acho que ele realmente precisa mais de nós. Mas enquanto não a adotam, podemos visitá-la?

- Claro, Virgínia. Garanto: o pai até me agradeceu por isso.

- Como ele reagiu ao saber quem seriam os pais adotivos?

- Harry, não cabe a mim dizer este tipo de detalhe. Ele pediu-me sigilo e assim será.

- E se Augustus quiser saber o nome do pai um dia?

- Dirão a ele que não é necessário saber. Tem mais: ele é muito parecido com a mãe. Lembra o pai vagamente, aliás, nem sei como vocês o acharam familiar tão rápido.

- Talvez conheçamos bem o pai dele – concluiu ele, taciturno.

- Talvez. Esqueçamos este assunto, ok? Os termos legais serão resolvidos logo. Avisarei-os quando poderão levá-lo. Não vão falar com ele?

- Vamos, mas preferimos esperar para contar que o adotamos – disse Gina.

- Façam como achar melhor. Tenho certeza que ele ficará muito feliz.


Chegou então o casamento de Fred e Angelina, e Jorge e Katie. Em um lugar amplo e naturalmente bonito pelo verde, os noivos não suportavam-se de tanta ansiedade. Quando Hermione aparatou e foi correndo para seu lugar, a música começou a tocar. Katie e Angelina aparataram e estavam mais lindas do que nunca.

Hermione então preocupou-se em procurar Rony discretamente com o olhar. Ao decepcionar-se por não achá-lo, suspirou e colocou a mão nas perninhas da filha que estava sentada o seu lado, sem olhá-la. Porém sentiu que as pernas de Kimberly estavam mais grossas… E teve ímpetos de gritar ao descobrir o dono das pernas...

- Rony! Você é louco! – vociferou, corando violentamente.

- Desculpe, só queria fazer uma surpresa – ele achava engraçado o jeito dela.

- Vai ficar rindo de mim, é?

- Só porque estou sorrindo você acha que é sarro?

- Preste atenção na cerimônia e não me irrite, ok?

- Ok – ele ainda teve coragem de dar um risadinha abafada e pôs Kim em seu colo.

Hermione contemplava o ritual emocionada, pois aquilo reacendia suas lembranças.

------Flashback------

- Hoje deu tudo errado, mas prometo que me caso com você.

- Sei que não foi culpa sua.

- Mione, pense que quando der nos casaremos junto com o Harry e a Gina. Como os amigos que somos, em um momento perfeito.

- E este momento existirá?

- Existirá. Nos sobreviveremos.

- Como pode garantir?

- Não deixarei que nada lhe aconteça. E não pense que vai se livrar de mim! Vai ter que me aturar até ficar velha e mais rabugenta!

- O que você quis dizer com isso, Ronald?

- Nada, eu estava brincando. E então teremos muitos filhos e netos...

- Ficou louco? – ela divertia-se com a idéia tresloucada dele.

- Não. Sempre quis uma família grande pra ver nas crianças um pouquinho de nós.

- Que bonito, Rony...

- É bonito porque é verdade. E você será a noiva mais linda de todas. A minha noiva.

------Fim do flashback------

- Mãe?

- O que foi, Kim?

- Estou te chamando faz um tempão. Você tá bem?

- Sim, estou.

- Então por que tá chorando?

- Ah, nem tinha percebido! Besteira, filha.

- Eu fiz alguma coisa? – perguntou Rony.

- Não. Foram apenas lembranças.

Ele não tinha resposta para dar, imaginou os tipos de recordações que Hermione teria diante de um casamento. Permaneceu calado até o final, em que os gêmeos carregaram suas mulheres correndo até o bolo, a primeira vítima deles.

Rony conheceu finalmente Augustus. O menino adorava Kimberly e os dois juntaram-se a Samir e Sofia, filhos de Gui.

Lupin parecia bem e animado. Sirius desconfiou daquela alegria e resolveu encher o amigo:

- A alegria tem nome ou nomes, Aluado?

- Sirius, logo você saberá, não se preocupe.

- Eu sabia! Francesinha?

- Não.

- Pare de mistério, vai! Por que não diz quem ela é? Pelo menos choveu no seu Nordeste?

- Não.

- Você veio preparado pra dizer nãos?

- Não – disse, entre risos.

- Rony também está diferente e tenho certeza que aprontaram alguma. Perceba como ele olha a Hermione. Isto não acontecia antes.

- Muitas coisas mudaram nele. Nem parece que passaram-se dois meses.

- Pra você eu acredito que os dias foram longos! – quanto mais ele crescia, pior ficava.

Kimberly adorava o primo e eles viviam grudados. Gina e Harry estavam muito felizes com o garoto em casa e obviamente os jornais não falavam de outra coisa, na semana em que Augustus tornou-se um Potter. A única dificuldade foi livrar o garoto da idolatria, pois ele estava acostumando-se a encarar Harry como um pai e não um herói inatingível e intocável. Gina aceitou a ajuda do marido para abrir uma loja, porém mesmo na condição de patroa quis continuar trabalhando um pouco, pois gostava de cuidar do filho.

Katie e Angelina cismaram de jogar seus buquês de copos de leite. Ana e Hermione foram as sortudas. Neville intimidou-se com o olhar de Ana sobre ele e desviou sua atenção para Mione, que não teve coragem de encarar Rony. Porém ele foi até ela um pouco depois da algazarra e a quase fuga dos noivos.

- Quando for o casamento me convida, hein?

- Você está com um humor invejável hoje! A viagem lhe fez bem.

- Realmente. Pude pensar sem ninguém para me atormentar, sem problemas a resolver, de quebra ganhei um pouco com um cliente...

- Então o encontro com Hilary foi bom, como você disse. – cortou ela.

- Não a vi. Melanie estava cuidando de Logan. Aliás, ele está tão grande!

- As crianças não demoram para crescer. São os pais que não enxergam isto direito!

- Sua teoria está certa, pois só percebi que ele cresceu e engordou quando o peguei.

- Como ficou uma semana em Back Sunset e não viu Hilary? – insistiu.

- Como eu lhe disse, ela me convidou para ir visitar Logan já que escrevi para Dayana dizendo que queria vê-lo. Segundo Melanie, ela estava na casa do pai.

- Mas ele não estava morando com a amante?

- Estava! Separaram-se, ao menos até eu voltar estavam assim. A melhor das notícias eu te contei.

- Ah, sim! Ambos combinam-se. Ela escreveu-me contando tudo.

- Mulher é uma coisa: não sabe guardar segredo!

- Francamente, Rony! Nós somos amigas e ela quis compatilhar a alegria dela comigo!

- Nunca vou entender essas coisas. Ah, o Gu parece um pouco com o Harry, né?

- Bem pouco, acho que só o cabelo e o gosto por quadribol.

- Por falar em cabelo, você nunca quis mudar um pouquinho o seu?

- Seu grosso! – ela indignou-se e saiu esbravejando.

- O que eu fiz agora?

- Por que ela ficou brava assim? – perguntou Gina.

- Sei lá! Só disse pra ela que seria legal ela mudar um pouco o cabelo, mas não disse que o dela é ruim!

- Rony, o Harry é míope mas não faz isso comigo, sabia?

- Isso o quê?

- Rony, acorde! A Mione alisou o cabelo e o cortou! E você tem coragem de dizer que não tem nada de diferente no cabelo dela?

- Nossa, que mancada! Vou tentar consertar isso.

- Se fosse você, não iria agora. Ela deve estar muito nervosa.

Conselhos para um Weasley nem sempre são bem aceitos. Por este motivo, Rony procurou Hermione. Arrependeu-se: ela consolava-se com Neville. Ana estava com eles, contudo, a conclusão do tamanho da importância do professor para ela era frustrante. Juntou-se a Harry, Sirius, Lupin, Gui e Carlinhos para falar besteiras.

A festa ainda estava animada e cheia. Molly liderava a bagunça, divertia-se falando dos netos e da infância dos filhos para as amigas. As crianças corriam e badernavam, tirando o fôlego e a paciência das mães.

A música voltou a tocar ao anoitecer. Casais formaram-se e Hermione ficou sozinha, assim como Rony. Tentando ignorar as investidas de Rony, aceitou dançar com Lupin. Aquele foi dançar justo com uma fotógrafa que Hermione detestava. Então quando ocorreu uma troca de casais, Rony puxou Hermione para junto de si e disse:

- Só não notei no seu cabelo porque você fica linda de qualquer jeito.

- Não venha com essa!

- Me desculpe a falta de atenção. Qualquer homem faz isso uma vez ou outra.

- Nem todos!

- Deixe de ser teimosa, custa esquecer uma bobagem desta?

- Custa porque pra você isto não significa nada! Passa dois meses sem me ver e não consegue perceber uma mudança tão drástica! Aposto que se fosse com Hilary...

Ele a calou com um beijo. A maioria olhou discretamente para eles e continuaram dançando como se nada tivesse acontecido, dando risadinhas.

- Não estou com Hilary e nem penso nela como em você. Não estrague meu dia falando nela.

- Deixe de ser mentiroso...

- Neste tempo todo eu não conseguia notar o quanto você sempre foi importante...

- Mentira! Neste tempo tão curto não há como ninguém se apaixonar.

- Só que você esqueceu de um detalhe: você sempre esteve em meus pensamentos.

- Aprendeu a ser canalha? Não se brinca com os sentimentos dos outros desta maneira!

- Falo sério! O que posso fazer se não conseguia mais ficar longe? Hermione, gosto muito de você.

- Pois não acredito. E me deixe em paz, por favor.

Algo a dizia que Rony confundira certos sentimentos e, nestas condições, uma aproximação era inconcebível. Encararam-se e ele sentia que exagerara nas ações. Entretanto, não arrependera-se de nenhuma palavra que disse para Mione.

- Mãe, o Gu pode dormir lá em casa?

- Vocês ficaram juntos a semana inteira. Acho melhor deixarem pra outro dia.

- Por favor! O tio Harry e a madrinha deixaram...

- Kimberly, já disse que não. Estou cansada e preciso de um pouco de silêncio em casa.

- Então usa um feitiço!

O olhar que Kim conhecia bem ficara intensamente ameaçador, o que a obrigou a cessar suas tentativas e dizer para Gu que nada deu certo. Combinaram de encontrar-se no dia seguinte, com seus outros primos.

- Mione, o que foi?

- Gina, não suporto o seu irmão!

- Não suporta? O que foi aquele beijo? Uma demonstração de indiferença ou irritação?

- Ora, francamente! Ele me beijou à força! E foi tão canalha!

- Canalha? Peraí, não é possível...

- É sim! Ele me disse que gosta muito de mim e parecia querer me seduzir!

Gina começou a rir.

- Qual é a graça?

- Mione, ele descobriu que gosta de você! Não é maravilhoso?

- Será que você não percebe que tudo isto é uma mentira? Não se ama alguém assim, do nada e com pouco tempo de convivência.

- Um olhar foi suficiente para eu amar Harry verdadeiramente. E não durou nem um minuto! Escute-me: ele perdeu a memória, concordo. Mas lembrava-se de você, está cheia de saber dos sonhos dele. Nisto, te encontra e a admira muito. Descobre que tem uma filha linda e você ainda o ampara no momento mais difícil da vida dele. Viaja um tempo e não suporta ficar uma semana sem mandar pelo menos 3 corujas. Se isto for uma simples atração, quando ele te amar vai declarar-se todos os dias, subir escadas de joelhos, arrumar malas e viajar sem magia...

- Não consigo acreditar em nada! E sua história com Harry é muito diferente: você era uma criança.

- E ele quando começou a me amar era um garotão, tinha quase 17 anos! Hermione, essas coisas não tem um tempo certo pra acontecer, basta um segundo e pronto! Bem, se não quer crer, ótimo. Ignore-o, espere ele lhe dar provas.

- Antes Rony era mais tímido com estas coisas.

- Por que ele não tinha tempo a perder, nunca tinha lidado com mulheres. Aceite que ele é um homem impulsivo e não tão retraído como antigamente.

- Mas deixou-se manipular pela ex-mulher.

- Todos os homens são manipuláveis. E isto você quem me disse! Esqueceu, é? – elas riram um pouco e Gina sentiu-se melhor vendo Hermione sorrir – Agora deixe de ser teimosa e deixe Gu dormir na sua casa. Kim falou nisso desde o começo da festa! Meu filho é tão baderneiro assim?

- Não, mas quando junta-se com Kim não pára um minuto! Me obedece, claro. Porém confesso que não deixei por puro estresse. Ele é um menino de ouro.

- Eu sei! Amo-o demais. Sinto-me literalmente mãe! Não sabe como é bom ouvi-lo chamar-me assim...

- Imagino. Vocês se apegaram a ele de tal maneira que ninguém pode dizer que não são uma família feliz!

- E somos. Temos nossos probleminhas, mas nada se compara a nossa união. Às vezes nem acredito que tudo isto está acontecendo!

- Você e o Harry merecem.

- Um dia você sentirá o mesmo que eu. Agora já tenho certeza disto!

- Quando você tomará jeito? – a cara de irritada era familiar e Gina não se importava.

Hermione escutava de seu quarto Augustus e Kimberly conversando. Achava engraçado como podiam entender-se tão bem desde a primeira vez que encontraram-se. Uma relação muito saudável, pois ele era filho de seus melhores amigos. Sim, ninguém considerava Augustus um filho adotivo, aceitaram-no de uma forma encantadora. Algumas pessoas maldosas provocavam Harry, porém ele não costumava importar-se, assim como Gina. O pai biológico do garoto manteve-se quieto. Ninguém o descobriria, pois somente Frida sabia de seu paradeiro.

Rony voltou para A Toca e finalmente pôde conversar com Harry direito e a sós.

- Mione estava nervosa, mas Gina não me contou o que falaram.

- Quem entende as mulheres? Falei para a Hermione que gostava muito dela e levei o maior sabão!

- Mas isto é verdade mesmo? Sei que me escreveu sobre seus sentimentos para com ela, mas convenhamos que nada é simples assim.

- Então me explica o motivo de eu pensar tanto nela. Querer estar junto, conversar, beijar, abraçar. Sentir um calafrio horrível quando chego perto demais, ensaiar o que falar diante dela e no fim esquecer tudo! Sentir-me um idiota quando ela fica chateada. Querer pegar aquele gordo do Neville, mandar ele ficar com a Ana e desistir da Mione?

- É o começo, meu amigo. Você está apaixonado mesmo! Mas isto costuma ser um desastre. Sentia essas coisas quando gostava de Cho, depois veio a Gina, e todos estes sentimentos e calafrios duplicaram de uma hora para outra. O fundamental é ter paciência.

- Não sou alguém muito paciente.

- Terá que se superar. Acho que a Mione está com medo de que você esteja enganando-a com tudo isso, que quer somente levá-la para a cama.

- Óbvio que quero fazer isto também, mas não é só. Acha que se eu tiver essa tal de paciência, consigo ao menos namorá-la?

- Sim, mas vá com calma. Seja romântico, não dê mais um fora tenebroso como aquele do cabelo!

- Foi um deslize, não precisava de tanto drama!

- Para as mulheres tudo é motivo para dizer: "Você não me ama mais como antes."

- Pois é. Complicadas, não? Aliás, estou pasmo com Hilary.

- Eu também. Nem te procurou!

- Dayana me disse que a criatura está em seus dias de paz, amor e harmonia. Não briga, trabalha bastante e nem fala mais de mim. Aquele amor doentio foi embora rápido, não?

- Duvido. Acho que ela cansou de apanhar.

- Não me venha com essa, ela bem que mereceu tudo o que eu fiz. Mas passado é passado e eu não colocarei mais a mão nela e nem em nenhuma mulher.

- Tomara. Hermione lhe mataria se apenas pensasse nesta possibilidade.

- Você quer que eu desista dela? Já aviso que não vai conseguir!

- Não, estou por enquanto lhe alertando que minha amiga não é qualquer uma!

Hermione voltara para Hogwarts, despedira-se de Rony secamente. Ele não se importou, pois faria uma surpresa dias depois. Porém, o surpreso foi ele.

- A profa. Granger está ocupada, sr. Weasley – disse Minerva.

- Tudo bem, eu esperarei.

- Não aqui. Acho conveniente ficar na sala dela, pois as aulas são lá fora hoje. Acompanhe-me, pois certamente ela não demorará.

Rony sentou-se e olhava com curiosidade a sala, organizada e impecavelmente limpa. "Faz o tipo dela", pensou. Snape entrou ali e disparou:

- O que está virando este lugar!

- Boa tarde, Snape – o ânimo de Rony ao vê-lo era notável.

- Só se for para você. Não basta o sr. Longbottom cair de amores nos corredores pela profa. Granger, e tenho de agüentar a presença do sr. Potter e agora a sua.

- O Harry esteve aqui?

- Ele está aqui – Snape divertia-se com a informação.

- Onde?

- Perto da casa do gigante...

Rony saíra afobado, pois se Harry foi até lá, algo de errado acontecera. Viu os dois entrarem numa casinha e deduziu que era o lugar que Snape mencionara. Seguiu-os o mais rápido que pôde e não incomodou-se por ouvir parcialmente a conversa deles:

- Harry, isso é horrível!

- Eu sei, mas é a pura verdade. Teremos que contar para todos com muita calma. E, faça-me o favor de não sair daqui hoje.

- Não me peça isso, entenda que preciso...

- Mione, sempre estarei aqui. Não precisa tentar suprir a falta com esse costume fustigante!

- Você é um anjo. Só não posso...

- Não fale mais nada, até porque já vi que é inútil insistir. Vou com você desta vez, ok?

- Gina ficará chateada se descobrir, acho melhor não.

- Mas vou e está decidido. Posso começar?

- Pode, mas não se apresse, pois pode não encontrar nada se não se concentrar.

- Sim senhora! – ele fingia estar animado e Rony não percebeu isto.

Pela janela ele não conseguia ver mais do que silhuetas. E não gostava nada do que via: Harry parecia estar em cima de Hermione. Ela ria gostosamente e pedia para ele ter cuidado, pois estava lhe fazendo cócegas. Rony não controlou-se e entrou, a porta não fora trancada.

- Harry? Mione? O que é isso?

Nota: Pelo amor de Deus, não me matem depois dessa! Foi necessário!