Notas da autora

Shaadii quase...

Atemu decide...

Mahaado fica...

Yo!

Eu peço desculpas pela demora.

Aconteceram algumas coisas e acabei atrasando a postagem.

Tenham uma boa leitura.

Capítulo 83 - Yami no Geemu – Shaadii - Final

Ao abrir mais a porta, observa a entidade sentada em uma cadeira espaldar alta de madeira, fazendo com que ele ficasse surpreso ao encontrar a câmara dele porque julgava que havia encontrado apesar de pairar uma dúvida em sua mente porque esperava uma dificuldade maior.

"Finalmente consegui chegar a sua câmara?" – ele pergunta a si mesmo demonstrando preocupação apesar da sua face nada demonstrar.

Porém, ao dar o terceiro passo para dentro da sala para caminhar na direção da entidade, ele sente seu pé afundar e fica alarmado, para depois, ver que o chão embaixo dele desapareceu, revelando mais uma armadilha em forma de buraco que dava para uma escuridão assustadora enquanto exclamava em pensamento, buscando se agarrar em algumas pedras:

"Não! É uma armadilha! Se eu cair na escuridão, ficarei perdido na alma desse garoto para sempre."

Ao erguer o rosto para cima, observa a entidade mais velha do que o garoto olhando-o do alto com as mãos nos bolsos enquanto perguntava a si mesmo após dar uma leve risada:

- Devo puxá-lo?

O semblante de Atemu não demonstrava o fato de se sentir incomodado com a visão do homem caindo nas trevas.

Claro, houve o desejo inicial de puni-lo por ter invadido a mente do seu amado após usar o poder do Sennen Aitemu contra ele, mas conforme refletia na sensação de familiaridade e de gratidão por algo que não conseguia se recordar, descobriu que o desejo de puni-lo se desfez, fazendo com que desejasse apenas assustá-lo. As sensações de familiaridade e de gratidão impeliam ele a ajudá-lo e de fato, é o que ele faz. O Faraó sentia que não podia deixa-lo cair na escuridão.

O Faraó estende a mão para Shaaadii, fazendo com que o Guardião da tumba exibisse surpresa em seu semblante com o gesto dele porque nunca imaginaria esse gesto a menos que fosse para fazê-lo cair o quanto antes. O pensamento do gesto ser feito para ajudá-lo era demasiadamente surreal para ele, considerando que estava em um Yami no game e que havia perdido oficialmente.

Vendo a desconfiança nos olhos do bronzeado, o espírito dá uma leve risada e fala sorrindo com confiança, desejando passar confiança ao invasor:

- Tudo bem. A minha mão não é uma armadilha.

O Guardião da tumba fica estarrecido enquanto observava lentamente a postura e o olhar da entidade acima dele. Ele podia ver a sinceridade em seus olhos, demonstrando que o desejo de ajudar era genuíno.

Ademais, havia a sensação de familiaridade e de confiança. Por um momento, ele jurou ter visto vestes egípcias e uma coroa nele. Mas ao piscar os olhos, a ilusão sumiu e ele jurou estar vendo coisas que não existiam, acreditando que era fruto do medo e da situação em que se encontrava enquanto se recordava que aquela visão fugaz o fez sentir um desejo intenso de se curvar em respeito.

Espanando tais sensações e pensamentos, ele estende a mão e segura a mão do Faraó que o ergue facilmente, fazendo-o ficar surpreso com a aparente força, mesmo que ele tivesse conseguido ajudar um pouco.

Enquanto se recuperava, ele vira o rosto para o seu salvador que estava com os punhos fechados, olhando para um ponto qualquer no seu lado direito.

- Nunca imaginei que me salvaria. Se você for mesmo... Ei estou em dívida com você.

De fato, Atemu pensava nas sensações que surgiram desde que viu pessoalmente o intruso.

As sensações vinham pelo que ele conseguiu identificar, do passado que não se recordava. Ele sabia que vinha de algum lugar. Sabia que nunca esteve sempre dentro do item. Estas mesmas sensações como familiaridade e gratidão o impeliram a salvá-lo a despeito do seu desejo inicial. O pensamento do homem caindo nas trevas lhe incomodava e que contrário aos seus planos iniciais quando sentiu o poder do outro objeto sendo usado contra o seu amado, se sentiu impelido a salvar a vida dele.

Mesmo com essas sensações, ele desprezava as invasões nas almas que o bronzeado exercitava, descobrindo nas conversas que o homem tinha o hábito de invadir a alma das pessoas, algo que ele não concordava porque o egípcio praticava a invasão, aparentemente, em qualquer um, independentemente da pessoa ser inocente ou não, como foi comprovado com a invasão realizada no seu amado, algo que ainda lhe revoltava e que fazia ele desprezar a si mesmo por ter salvado Shaadii ao se permitir seguir as sensações que surgiram nele.

Claro, o espírito não era uma hipócrita em condenar o outro por usar o poder dos Sennen Aitemu. Ele mesmo usava o poder do Sennen Pazuru contra os outros. A diferença entre ambos é que ele só usava os poderes contra bandidos, nunca contra inocentes e no caso do seu amado, usava para impedir que Yuugi sentisse medo ou pensasse que estava enlouquecendo.

Ademais, a visão de uma entidade dentro dele pode ser considerado um pensamento assustador para qualquer um.

Portanto, Atemu era cuidadoso ao usar o seu poder, não o utilizando em todos por um mero desejo egoísta ao contrário do bronzeado que invadiu a mente de Mutou ao ser motivado pelo desejo de descobrir qual era o poder do Sennen pazuru, visando tomá-lo do Yuugi, sem se importar com as consequências do seu ato.

Portanto, vira o seu rosto para o intruso e fala com a voz profunda como o abismo mais escuro ao mesmo tempo em que exibia um semblante sério, exprimindo a sua aversão pelas invasões em almas inocentes pelo uso do poder mágico dos Sennen Aitemu em seu rosto e postura:

- Não gosto dessa sua mania de invadir indiscriminadamente as almas das pessoas. É melhor você ir embora agora mesmo.

Ele consente e se levanta, saindo da sala e após alguns minutos, retorna à sala inicial onde avistou o espírito.

O bronzeado se vira para sair e fala, sem virar o rosto:

- Então, eu perdi este jogo.

Porém, por algum motivo desconhecido para o espírito, Atemu passa a ter a sensação de que não era o final, considerando o fato de que o homem ainda desejava saber o poder do objeto, considerando a determinação que demonstrou ao desejar buscar a câmara a despeito dos perigos.

Ademais, mesmo não gostando do que ele fazia, chegando ao ponto de ter aversão, reconhecia o ato de Shaadii porque ele não tentou usar o poder do objeto para tentar remodelar a sua câmara da alma. Ele aceitou as condições e regras do Yami no game, tornando-o distinto daqueles em que ele aplicou o Yami no game até este dia.

- Não. Isto é apenas o começo.

- Sim. Você tem razão. Adeus.

Ele caminha até a porta que tinha um olho esculpido e abre, saindo da câmara.

Para Yuugi, nada se sucedeu e ele fica surpreso ao ver que o bronzeado parecia cair de repente, de joelho na frente dele, demonstrando cansaço ao ponto de ver o suor em seu rosto.

Shaadii procura digerir o stress em sua alma que foi redirecionada para o corpo, como se tivesse andado vários quilômetros. A sensação de ter quase morrido ainda pairava dentro dele, além do esgotamento mágico e mental, com ele decidindo que iria até o apartamento do seu amigo.

"Entrei na alma desse garoto para testá-lo, mas quem acabou testado fui eu." – o bronzeado pensava consigo mesmo enquanto se recuperava.

- Você está bem? Você parece pálido. Você fechou os olhos e parou de se mexer. – Yuugi pergunta com preocupação genuína em seu semblante e voz, se questionando mentalmente se deveria chamar ajuda médica para o egípcio.

- Sim. Eu estou bem. – ele procura falar com um sorriso confiante a despeito dos olhos aparentemente cavados pelo cansaço mental e físico, com ele comentando o final em tom baixo para si mesmo – Você é um garoto estranho.

Então, Yuugi observa ele mexendo na sua túnica enquanto falava:

- Ah, eu quase esqueci. Se não estou enganado, isto é seu – ele tira o Sennen aitemu do bolso e estende para o jovem.

- Legal! É o meu Sennen Pazuru! – o jovem pega e coloca no seu pescoço – Então é isso! Você estava com ele! Doumo arigatou gozaimasu.

- Não precisa me agradecer. Eu estou em dívida com você.

- "Dívida"? Eu te emprestei alguma coisa? – Yuugi pergunta enquanto dobrava os braços atrás da cabeça, exibindo um semblante pensativo.

- Foi o outro você.

"Como assim?" – Yuugi pensa consigo mesmo, decidindo ignorar as pequenas sensações que o haviam tomado nos últimos dias por acreditar que era proveniente da preocupação e estresse que o afligia com a chegada iminente das provas.

Afinal, ele sempre se classificava como o aluno que tinha a maior nota e esperava continuar como o número um, com as suas amigas vindo depois dele nas notas, fazendo com que os quatro fossem os melhores alunos do colégio inteiro.

- O "outro"?! – ele faz uma careta, para depois, gargalhar.

"Do que ele está falando? Que cara estranho!" – Mutou pensa consigo mesmo.

Shaadii fica surpreso e comenta em pensamento:

"Esse menino... Ele ainda não percebeu a existência do seu outro "eu"?!"

- Não pode ser! Eu sou o único "eu" que existe.

- Menino... Qual é o seu nome?

- Me chamo Mutou Yuugi. Não é "menino". É Yuugi.

"Esse garoto tem duas personalidades, mas ele ainda não se deu conta disso... Quando as duas personalidades se juntarem, o verdadeiro poder do Sennen pazuru será despertado!" – o egípcio pensa consigo mesmo.

Shaadii acreditava que havia duas personalidades dentro do jovem porque o seu pensamento inicial de ter uma outra entidade independente dentro dele era impensável porque seria surreal demais. Era mais fácil acreditar erroneamente que era outra personalidade porque ele já tinha ouvido falar de dupla personalidade e até indivíduos que tinham mais de uma personalidade.

Portanto, havia lógica em seu pensamento de ser outra personalidade porque a medicina aceitava a existência de outras personalidades dentro de uma pessoa enquanto que acreditava que talvez fosse consequência do poder misterioso do Sennen Aitemu e não de um elemento trágico na vida do jovem que o levou a desenvolver outra personalidade.

Afinal, aquele Sennen Aitemu era como um quebra cabeça sofisticado e isso corroborava com a ideia de dividir a personalidade de alguém.

Os ancestrais dele não sabiam toda a verdade sobre aquele item e o fato de que a alma de um Faraó, cujo nome foi apagado de qualquer registro fazendo com que se tornasse conhecido como o Faraó inominável de um reinado considerado curto e cujos acontecimentos foram apagados assim como o seu nome, se encontrava selado dentro do objeto para proteger o mundo de uma criatura maligna que ansiava somente a destruição e que quase destruiu não só o Egito como o mundo inteiro senão fosse o sacrifício de um Faraó e da maioria dos seus Guardiões Sagrados, com Atemu selando a sua alma para conter a criatura e caso fosse necessário a sua ajuda para deter esse mal novamente por causa da sua perícia em magia, combate e jogos juntamente com o fato de ter usado o seu nome como um selo final ao mesmo tempo em que foi negada a sua entrada no Outro Mundo pelo fato do seu nome ter sido apagado de todos os registros.

Se Shaadii soubesse disso, não acharia estranho o desejo que sentiu de ser curvar naquele momento e a forte sensação de respeito e até de obediência juntamente com o fato de ter sido tomado por uma sensação de familiaridade e de nostalgia ao segurar o Sennejou, assim como o fato de não ter sentido receio ao segurar o item porque uma sensação dentro dele dava a garantia de que passaria facilmente no teste do Sennen Aitemu e de fato, passou facilmente para espanto da sua família.

Afinal, ele era reencarnação do Hem-netjr (sumo sacerdote e chefe dos templos) Shada, um dos Guardiões Sagrados da corte do Faraó Atemu e portador original do Sennenjou que foi herdado do tjaty (Vizir) e Conselheiro real, Shimon Muran.

Quanto ao Sennen Bakari, se o bronzeado conseguisse se recordar do seu passado, compreenderia a sensação de tristeza que teve ao tocar o item porque ele e Karim eram grandes amigos e tinham uma amizade que beirava ao de irmãos, com Karim sendo o portador original do Sennen Bakari.

Então, o bronzeado caminha, passando por Yuugi, mas não sem antes falar para ele enquanto o olhava:

- Yuugi... Há algo que você deve fazer. Você tem que descobrir o seu outro "eu" - o jovem de olhos ametistas fica estarrecido ao ver a seriedade no semblante e na voz do egípcio que continua falando ao virar para frente, fechando momentaneamente os olhos – E você tem que solucionar o mistério sobre o verdadeiro poder do Sennen pazuru, o Sennen Aitemu que ficou oculto por mais de três mil anos e que nunca foi montado até você tê-lo em suas mãos. Esse é o destino daquele que consegue montá-lo. É o seu dever.

"Meu outro eu? O verdadeiro poder do Sennen pazuru?" – o adolescente pensava consigo mesmo enquanto exibia um semblante estupefato ao mesmo tempo em que a sensação de que não estava sozinho voltada como um sentimento inquietante e que talvez, não fosse apenas impressão sua.

Naquele momento, Yuugi lutava contra a hipótese de ter algo dentro dele por mais que isso explicasse alguns dos seus momentos de amnésia e as sensações que antes eram superficiais e que naquele momento, pareciam se intensificar de forma indesejada e impossível de serem silenciadas novamente.

- O meu nome é Shaadii. Essa é a primeira vez que eu falo o meu nome para alguém que não é um egípcio. – ele dá uma leve risada no final ao perceber o que fez.

Afinal, o Guardião da tumba disse ao seu nome antes de pensar no que estava falando.

Ele somente sabia que foi tomado por uma súbita vontade de revelar o seu nome. Até aquele momento, somente os seus amigos mais próximos ou pessoas do seu clã sabiam qual era o seu nome. Revelar o seu nome para alguém fora do Egito, o surpreendeu e enquanto tentava compreender o motivo daquele ato impensado, o bronzeado se afasta e somente quando o jovem saísse do museu, liberaria os guardas da prisão mental que os colocou após manipular as memórias deles.

Yuugi saí dos seus pensamentos e se vira, olhando para as costas do bronzeado que se afastava, com ele mal conseguindo ouvir o que o egípcio dizia para si mesmo enquanto que jurava que podia sentir uma aura de fúria que emanava dele:

- Há mais uma pessoa que tenho que julgar. Outro homem que profanou o território dos Deuses, o Vale dos Reis.

Ele não conseguiu ouvir muito e somente conseguiu distinguir as palavras "julgar" e "profanou" enquanto que as outras palavras eram ininteligíveis.

Meia hora depois, Mahaado estava sentado em frente de Mana que executava a sua técnica mágica de levitar algumas maçãs, para depois, transformá-las em outras frutas, quando a campainha no apartamento soa.

A bronzeada cessa a magia, com os seus orbes verdes de esmeralda olhando para a porta enquanto exibia o cenho direito arqueado, observando o seu pai adotivo caminhando até a porta, para depois, abrir.