Notas da autora
Na cidade...
No palácio...
Yo!
Eu peço desculpas pela demora.
Aconteceram algumas coisas e acabei atrasando a postagem.
Tenham uma boa leitura.
Capítulo 84 – Palácio invadido
- Eu não sei.
- Será que eles são provenientes de Yukiko?
Os amigos se afastam quando alguns destes seres saltam na frente deles e antes que eles usassem os seus Ka para atacá-los, as bestas giram as suas cabeças em uma direção, fazendo com que os nobres seguissem o olhar das feras.
Então, o quarteto avista uma viela e dela surgem alguns ladrões que eram identificados pelas vestes extravagantes oriundas de saques e com armas nas mãos.
As criaturas de gelo rugem e avançam com ferocidade contra os bandidos que tratam de correr com eles em seu encalço e ao virarem uma esquina, Jounouchi e os outros ouvem o som de gritos de dor enquanto que eram visíveis alguns esguichos de sangue, para depois, as criaturas saírem com um liquido carmesim em suas garras e mandíbulas.
Novamente, os seres viram a cabeça para um lado e todos observam os olhos se estreitando justamente quando alguns bandidos surgem correndo perseguindo por outras bestas de gelo, com os rostos exibindo o mais puro terror. Os nobres observam que as demais pessoas que fugiam de medo eram deixadas em paz porque as feras estavam se focando apenas nos invasores, com Ryou comentando:
- Acredito que isso responde as nossas perguntas. Eles são feitos de gelos e só estão atacando bandidos. Eles são de Yukiko.
- Ainda bem que não tivemos tempo de usar os nossos Ka. – o moreno comenta.
- Com certeza. – Mariki fala enquanto consentia.
- Eu gostaria de ir ao palácio. Mas, acho que é melhor nos ajudarmos os guardas da cidade porque muitos destes bandidos usam Ka.
- Sim. Não sabemos se essas feras conseguem lidar com Ka.
- Verdade. Uma coisa é lidar com bandidos fisicamente. Outra é lidar com um Ka.
Então, um rugido reverbera pelo local e ao olharem para o alto, observam uma das criaturas de gelo alada rasgando uma espécie de pássaro fantasmagórico e que após estraçalha-lo, desce em uma determinada direção, com eles acreditando que está avançando contra o portador do Ka após este se recolher para dentro dele.
- Bem, agora sabemos que eles podem lidar calmamente com os Ka.
- Eles são poderosos.
- Com certeza.
- Põe poderosos nisso.
- Vamos nos juntar a eles! – o loiro exclama erguendo a sua espada.
- Sim! – Todos exclamam, erguendo as suas respectivas armas, para depois, fazerem os seus cavalos galoparem enquanto eram seguidos pelos seus respectivos Ka.
Nesse interim, no palácio, todos os Guardiões Sagrados, superintendente dos exércitos e general, assim como a superintendente da grande casa, seu filho e o superintendente da guarda do palácio, além de Atemu e Yuugi, observaram o colar de Isis brilhando intensamente, fazendo com que ela fechasse os olhos enquanto posicionava as duas mãos com palmas espalmadas em cada lado do Sennen Aitemu.
A superintendente da Grande casa que estava mais perto, pergunta:
- Alguma visão Hemt-netjer Isis?
- O meu colar detectou um futuro preocupante. – ela responde a pergunta alguns minutos depois ao abrir os olhos e exibir um semblante preocupado.
- O quê?! – Karim exclama estarrecido enquanto que as pessoas que aguardavam o julgamento dos itens olhavam para os que estavam nos degraus acima dele com confusão ao mesmo tempo em que os guardas começavam a assumir uma postura defensiva.
- Uma sombra maléfica se aproxima do palácio e é alguém com incríveis poderes de Heika (magia). Porém, não está sozinho. Há outra sombra ainda mais maléfica e de poderes obscuros. Além disso, tive uma visão do ataque de ladrões do deserto a cidade.
- Rishido, organize as tropas.
- Yukiko já retirou os ladrões e está lutando contra eles e as suas sombras no deserto, Nsw. O meu irmão mais novo Mariki, além de Jounouchi, Honda e Ryou já cuidaram de alguns que conseguiram fugir das criaturas de gelo criadas por Yukiko. A situação está sobre controle – Isis fala respeitosamente.
- Enfim, aquela besta mostrou alguma serventia. - Akhenaden fala enquanto disfarçava a raiva pela interferência dela.
Afinal, durante o caos, seria mais fácil para ele eliminar o seu odioso sobrinho.
- Não ouse falar dela assim! Ela não é uma besta! – Yuugi exclama com raiva, para depois, perceber o que fez.
Ele tampa a boca com as mãos enquanto olhava para Atemu, esperando um semblante de raiva.
Porém, ficou surpreso ao ver um semblante gentil, com uma mão amável sendo colocada no seu ombro enquanto o monarca falava com o seu amado:
- Você está certo em sua repreensão. Eu já havia avisado que não toleraria essa forma de se referir a ela. Além disso, ela é a sua amiga e você quer defendê-la.
O jovem relaxa ao mesmo tempo em que cora ao ver os olhos carmesins quentes na sua direção, para depois, o monarca dirigir um olhar furioso para o seu tio.
- Não vou tolerar essa forma de se referir a ela. Yukiko salvou a vida do meu pai e agora, protegeu Kemet de uma invasão. Nunca mais se refira a ela como uma besta. Entendeu, hem-netjer Akhenaden? – o monarca pergunta em um tom ameaçador que não aceitava contestação.
- Sim, Per'a'ah. Eu peço desculpas. – ele falava enquanto se curvava levemente, ocultando a fúria fervente dentro dele e o seu desejo ainda maior de acabar com a vida do seu irmão e sobrinho.
Afinal, com Akhenamkhanen vivo, ainda podia haver uma linhagem direta dele e isto era indesejável porque ansiava em subir ao trono. Antes pensava em fazer o seu filho se tornar rei, mas, agora decidiu que ele deveria ser o novo rei de Kemet.
Então, todos os olhos se voltam para Mahaado. Mais precisamente para o Sennen Ringu que brilhava intensamente enquanto as pontas apontavam freneticamente para frente.
- O que há de errado, Hem-netjer Mahaado? – Shada pergunta.
- O meu anel detectou um grande poder das trevas. Porém, eu sinto a confusão do objeto porque por um momento, ele julgou que eram duas grandes fontes de poder das trevas.
- Isso é estranho. Os sete tesouros são infalíveis. Não consigo acreditar que eles podem chegar a ficarem confusos. – Shimon murmura estupefato – Além disso, a Hemt-netjer Isis comentou sobre duas fontes de poder das trevas, com um deles sendo imenso.
De repente, surgem guardas correndo para dentro do salão e aquele que liderava a corrida, exclama após se prostrar para o seu soberano:
- Nsw-bity! Dois ladrões de tumba rumam em direção a sala do trono!
- Aqui? Isso é impossível! O que os outros guardas estão fazendo?! – Seto exclama com desagrado em seu semblante e voz enquanto segurava firmemente o cajado em uma de suas mãos.
Os demais guardas que estavam correndo se prostram após desviarem das pessoas reunidas em frente ao torno no alto, com um deles falando:
- Ambos parecem verdadeiros demônios.
Então, o monarca e os outros ouvem sons do lado de fora do salão, com as portas duplas sendo escancaradas violentamente, revelando os guardas mortos do lado de fora e a entrada de um homem bronzeado de cabelos prateados com uma cicatriz em sua face direita. No lado dele, havia outro homem com cabelos prateados e pele de marfim.
- Finalmente! A sala do trono. – o bronzeado de cabelos prateados exclama enquanto sorri após fingir um suspiro de cansaço.
- Aquelas moscas foram muito irritantes. – Kura comenta enquanto fingia espanar o pó das roupas.
Atemu se levanta enquanto o seu general e Guardiões Sagrados assumem postura defensiva ao mesmo tempo em que aqueles que aguardavam o julgamento dos itens saem desesperados da sala para fugirem do confronto. Um dos que fugiam, olha rapidamente para Akhenaden que consente com a cabeça enquanto que alguém observava de trás de uma pilastra, o rumo dos acontecimentos.
O monarca pergunta com uma voz profunda como um abismo escuro e imbuído de autoridade enquanto os seus olhos penetrantes de tonalidade vermelho sangue que eram onipresentes, afiados e calculistas observavam com escrutínio os que ousaram invadir o seu palácio:
- Quem é você? Ou melhor, o que são vocês?
O bronzeado de cabelos alvos curtos fala em tom de deboche, fazendo uma mesura em forma de escárnio:
- Eu sou o Rei dos ladrões e este é o meu amado Kura. Nós decidimos visitá-lo e claro que não esquecemos de trazer um presente. Eu espero que esteja de acordo com a ocasião.
Com descaso, ele puxa a corda com força e arremessa uma múmia no centro do salão, fazendo com que todos os outros ficassem estarrecidos enquanto o bronzeado gargalhava, para depois, falar:
- Ele tinha roupas excelentes e muitas joias. Eu as estou usando agora. Eu achei que era um desperdício ficar com ele. Como agradecimento, resolvi trazer o seu avô. Eu Imaginei que queria rever o seu parente.
Essa revelação faz muitos deles ficarem enfurecidos, principalmente Atemu porque apesar de nunca ter conhecido o seu avô, o seu pai havia contado sobre os feitos dele. O ato do invasor de desrespeitar o corpo após roubar a tumba apenas insuflava a sua fúria.
Yuugi observa a múmia e se recorda do que sabia daquela cultura, fazendo com que se recordasse da visão deles da vida após a morte e que fazer aquilo com um corpo era extremamente desrespeitoso.
- Como você ousar violar a tumba dele?!
- Eu vim atrás dos Sete Tesouros. Mas, eu decidi que eu e o meu amado precisávamos de trajes e joias condizentes com um palácio.
- Devo confessar que vocês keméticos tem gostos interessantes para roupas e acessórios. – Kura comenta, fazendo todos olharem para o albino, o identificando imediatamente como um estrangeiro.
- Eu imagino que esse seria o momento de eu ser julgado. Mas, até parece que vermes inúteis como vocês podem me julgar. – ele fala em tom de escárnio enquanto apontava para os Guardiões sagrados.
- Com certeza.
- É necessária muita coragem para ladrões miseráveis como vocês ficarem de frente para os Guardiões Sagrados. Nós certificaremos que o canopo para os seus corações seja especial. – Seto fala com um sorriso arrogante.
- Ouçam bem ladrões. A lei e a ordem neste mundo são mantidas pelos Sete tesouros. Os únicos que podem utilizá-las são os Hem-netjer e Hemt-netjer que treinaram as suas almas para esta finalidade, além do filho dos Netjer, o divino Heru vivo que rege estas terras. Se pessoas como vocês, que portam um coração maléfico e impuro, tocarem em um dos sete Tesouros, sua alma será extinta. Os próprios Netjers os punirão com a morte!
- Vocês me animaram. Agora, eu os quero ainda mais! – o bronzeado dá uma risada de prazer.
- Faço minhas as palavras do meu amado. Eu adorei. – Kura exibe um semblante sádico, fazendo algumas pessoas atrás das pilastras se encolherem ainda mais porque era um rosto perturbador para muitos.
Afinal, era uma face ensandecida de prazer.
- Não se preocupe. Nós os puniremos com a morte, antes. – Seto fala ainda mantendo o sorriso arrogante.
- Isso é interessante. Eu vou desafiar todos vocês, primeiro. Podem vir de todos de uma vez! – ele se vira e exibe um semblante preocupado para Kura – Tudo bem, meu amor? Não quero estragar a sua diversão.
- Não se preocupe. Terei outros momentos para me divertir. Seria injusto se somente eu me divertisse. Se divirta com esses vermes. – ele o beija e depois, se afasta levemente enquanto o rei dos ladrões sorria antes de voltar o olhar para os sacerdotes.
Então, Shimon murmura para Atemu:
- Não há nada com o que se afligir, Heru. Os ladrões é quem devem se preocupar. Ninguém em sã consciência enfrentaria o heika de todos os seis Guardiões Sagrados.
- Existe um monstro na alma dele também. Não parece ser um simples ladrão. Há Ka que possuem habilidades. Não é comum, mas existe. Não acho sábio menosprezar um oponente. Ademais, ele parece estar bem seguro. Ele e o seu namorado. Ambos estão relaxados. Claro, pode ser meramente arrogância. Mas, não acho que seja somente arrogância.
- Eu entendo as suas preocupações, Heru. De fato, é uma hipótese. Mas, normalmente, ladrões como eles possuem monstros de nível baixo. O ka dele mostrará a sua forma maléfica e será selada na placa de pedra Wedju pelo heika dos Guardiões Sagrados e depois, armazenada junto das outras.
Enquanto o o tjaty (Vizir) e Conselheiro real falava era posicionada uma enorme placa de pedra um pouco atrás de ondem estavam os Guardiões sagrados, com dois soldados se posicionando de cada lado da placa.
