Capítulo 2
Começa A Ser Verdade
Três anos após o fatídico dia do suposto ressurgimento de Voldemort que apenas Harry Potter presenciou e no qual apenas Dumbledore acreditou, as notícias de que ele regressaria estavam mais fortes, mas ainda assim o Ministério teimava em discordar.
Todos estavam animados em mais aquela manhã, afinal estariam prestes a ver o último jogo do ano em que Harry Potter jogaria: Grinfinória X Sonserina. As arquibancadas estavam lotadas. Em um lado três das casas sustentavam chapéus de cabeça de leão, enfeitiçados para rugirem 'Grinfinória vai!' a todo instante e, em outro, os sonserinos gritavam vaias e agitavam bonecos descabeçados de Harry Potter.
Após a entrada da casa do leão e da serpente, Madame Wooch soou seu apito. Subiram ao ar o time da Grinfinória, composto por: Harry Potter, o apanhador; Ronald Weasley, o goleiro; Gina Weasley e Hairu Kamyoto, as batedoras; Érika e Konn Sars, as gêmeas e Judity Erikson, todas artilheiras. E o time da Sonserina, composto por: Draco Malfoy, o apanhador; Jonathan Len, o goleiro; Uriah Stronger e Sara Chan, os batedores; Paul Pernoud, Gilbert Weiss e Aronne Bond, os artilheiros;
Harry olhava atentamente através de seus óculos, procurando pelo pomo de ouro. Draco Malfoy seguia seus passos, sem desgrudar os olhos de Harry.
"A posse da goles está com Judity Erikson, que passa para Konn Sars, ela se aproxima do gol e joga-a para Érika, que pretende marcar, mas é atacada por um balaço, uhh essa doeu! Agora a posse está com Bond, que voa velozmente para o gol do Weasley, desvia de um balaço e... marca! 10x0 para a Sonserina."
Gina tentava prestar atenção no jogo, mas seus olhos viravam automaticamente para um certo apanhador de cabelos negros. Ela não conseguia mais esconder e já era fato provado que estava apaixonada por Harry Potter. Alguma das artilheiras havia feito um gol e logo depois outro, estando 30x10 para a Grinfinória. O jogo corria rápido e Harry estava cada vez mais interessado em encontrar o pomo, enquanto Draco, em seus calcanhares, estava atento a cada movimento de Harry, quando um balaço vindo em direção a Potter, não foi notado pelo garoto. Gina não pensou duas vezes antes de rebatê-lo com força total, sorrindo logo depois para si mesma. Porém seu sorriso desapareceu quando percebeu figuras encapuzadas vindo em direção ao campo de quadribol. Apertou os olhos castanhos ao perceber que eram dementadores. Harry também pareceu notar, e um mundo de emoções negativas tomou conta do rapaz.
"Pensamento feliz, algo feliz", pensava ele desesperado.
Vasculhou em sua mente o pensamento mais feliz que lhe vinha à memória e então, gritou, com a varinha em punhos.
"Expectro Patronum, expectro patronum!" Só que suas idéias não pareciam felizes o bastante para um grupo tão grande de dementadores. Gina, percebendo a aflição no rosto de seu amado, procurou alguma emoção completamente feliz para poder ajudá-lo. Lembrou-se de quando fora selecionada para batedora da Grinfinória a dois anos atrás, da cara de bobo de Rony, que também havia recebido a notícia, da felicidade incontrolada que a fez abraçar um Harry perplexo, pulando de tanta emoção, quando ele realmente lhe mostrou um sorriso sincero. E depois de todas essas recordações momentâneas, gritou a plenos pulmões.
"EXPECTRO PATRONUM, EXPECTRO PATRONUM!" Aquilo pareceu adiantar, fazendo os dementadores afastarem-se. Harry sorriu-lhe em agradecimento. Dumbledore agitou-se em seu lugar na arquibancada. Todos os alunos fizeram um completo silêncio que só era rompido pelos barulhos dos chapéus de cabeça de leão. O diretor fez um feitiço em sua garganta, para que sua voz se elevasse.
"Alunos acompanhem os monitores de suas casas até as Salas Comunais das mesmas, sendo expressamente proibido andar por Hogwarts sem a companhia de algum professor".
"Maldita hora para dementadores aparecerem, não acha Harry?" Perguntou Rony vermelho, enquanto se dirigiam aos Portões Principais de Hogwarts. "Agora com certeza não haverá mais jogos", completou. Harry apenas suspirou aliviado, pois dementadores ainda eram seu ponto fraco. Lembrou-se que deveria agradecer Gina, pois ela estava sempre disposta a dar sua vida pela dele e mais uma vez o havia ajudado.
Passaram-se longos minutos até todos estarem acomodados no Salão Comunal da Grinfinória. Gina dirigia-se ao dormitório do 6º ano, para que pudesse tomar o merecido banho que ela aguardava e parou somente porque Harry projetou-se a sua frente.
"Olá Harry". Disse com alguma emoção.
"Gina espere. Queria agradecer-lhe por estar sempre ao meu lado".
"De nada".
"Você é muito importante para mim. É como a irmã que eu não tive".
Pronto. Ele conseguira estragar aquele momento mágico. Respondeu-lhe com um sorrisinho amarelo e seguiu ao dormitório.
Do outro lado do castelo, um sonserino platinado brincava distraidamente com o amuleto prateado que a tal trouxa maluca lhe dera. Qualquer hipótese de que ele, um Malfoy, teria filhos com uma Weasley pobretona estava totalmente fora de cogitação. Perdido em seus pensamentos não notara a estúpida Pansy Parkinson chegar despercebida e abraçar-lhe por trás.
"Draquinho querido, não esqueça do que me prometeu". Disse ela.
"Não, lógico que não". Falou Draco em tom divertido. "O que te prometi?".
"Iria assumir nosso namoro em público".
"Mas, me diga Pansy, desde quando estamos namorando?". Perguntou e completou antes de deixá-la falar. "Porque, como posso assumir algo que nunca existiu?".
"Mas... mas". Pansy abria a boca e tornava a fechá-la milhões de vezes.
De repente, olhou para Malfoy com cara de ofendida (que convenhamos, não combinava nada bem com seu rosto de buldogue) e disse-lhe antes de virar as costas e sair. "Não torne a me procurar, Malfoy".
Pensando que ele se desculparia se afastou rapidamente, mas ele fez exatamente o contrário. Deixou escapar um "Graças a Merlim".
Gina rolava pela cama. O corpo suado grudando em sua camisola. Não obstante, acordara. Tom Riddle voltara a atormentar-lhe os sonhos. Agora ameaçava Harry com a varinha, e o rapaz estava desacordado. Precisava ajudá-lo, mas não conseguia mover-se. O basilisco se aproximava rapidamente, o sangue escorrendo pelos olhos furados... Afastou do pensamento os sonhos e levantou-se, após empurrar as cortinas da cama de dossel. O dormitório estava sobre a penumbra da madrugada e o único som ouvido eram as respirações das garotas que lá dormiam. Saiu do dormitório sorrateiramente, sabendo que agora não poderia passear pelos corredores de Hogwarts. Conformou-se em descer a Sala Comunal. Sentou-se em uma das poltronas que lá havia e ficou a observar o lugar vazio. Começou a cochilar, mas foi despertada pelo som de passos. Harry Potter estava sem sono.
"Olá Gina, também perdeu o sono?". Pediu ele.
"Sim, Tom Riddle mais uma vez". Respondeu ela
"Ele ainda te atormenta?". Disse sentando-se ao lado dela.
"Sim. Eu costumava dar uns passeios quando ficava sem sono, mas com a ordem de Dumbledore, a Mulher Gorda está mais chata do que nunca!" Falou-lhe corando levemente quando suas pernas encostaram-se as dele.
Gina deixou cair uma lágrima teimosa, rezando para que Harry não tivesse notado. De repente, sem dizer nada, o garoto apenas a abraçou. Quanto tempo permaneceram assim nenhum dois pôde dizer, e Gina acabou dormindo nos braços de seu amado.
Um barulho do lado de fora os fez despertar e rapidamente aproximaram-se do retrato da Mulher Gorda. Esta não lhes deu ouvido, trancando a passagem com mais garra. A curiosidade de Gina a aflorar e ela sem poder fazer nada. O que estaria acontecendo no andar debaixo? Com certeza algo bom não era, pois se ouviam gritos histéricos. Desistiram de pedir a Mulher que lhes abrisse a passagem. Logo apareceram alunos assustados com cara de sono e grandes pontos de interrogação no rosto, Harry e Gina apenas deram de ombros, esperando que alguém aparecesse para contar-lhes o que havia acontecido, e então, sem explicação nenhuma, um ser encapuzado adentrou o buraco. Enquanto algumas terceiranistas desmaiavam, Colin soltou um grito agudo.
"COMENSAIS!".
