Capítulo 4
A Primeira Guerra - Parte I – Amizade Com O Inimigo.
Hermione não acreditou no que ouvia, até virar-se e notar que o ratinho havia se transformado em um homem, um pouco velho, de quem o trio recordava muito bem. Pedro Petgreew. Ele apressou-se em pegar a ruiva caída no chão e aparatou.
"Harry, isso é um plano, com certeza". Disse Mione.
"Mas... mas, bem Harry, minha mãe não vai gostar nada de saber que Gina não está conosco, e sim, com um bando de comensais, servindo de isca para o Harry Potter". Falou Rony, um pouco vermelho.
"Vamos logo, pois são quase seis e meia". Disse Mione novamente com tom de autoridade de uma monitora. "Devemos falar com Dumbledore, não faremos nada sem supervisão de um adulto". Seguiram então para fora do Salgueiro, indo em direção aos Portões de Hogwarts.
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Gina acordou em um lugar estranho. Estava em uma cela, as paredes de pedra fria congelando seu corpo, coberto apenas pela camisolinha. Percebera que não tinha mais sua varinha. Onde estaria? O que estava acontecendo? Muitas perguntas povoavam a mente da grinfinória. Até que ela ouviu passos, e tratou de encolher-se mais ainda nas sombras do aposento.
Draco Malfoy vinha, acompanhado de um elfo, tratar da 'hóspede'.
"Quem será nossa mais nova isca para o famoso Potter?" Aproximou-se da cela, e, em meio às sombras, reconheceu um rosto sardento e cabelos ruivos. "Weasley? Meu pai literalmente pirou. Pegar essa Weasley para trazer Harry Potter não vai funcionar. Ele mal se lembra que ela existe".
"Malfoy, xinga, mas não abusa". Disse Gina.
O elfo empurrou uma bandeja com comida por um buraco estreito que havia nos pés do compartimento, e então Draco tornou a falar.
"Tudo bem Weasley, o que deseja saber?". Disse ele, com uma irritação anormal estampada no rosto.
"O que está acontecendo lá fora? Eu vou morrer?". A ruiva tinha o semblante assustado.
"A guerra do bem contra o mal começou. Provavelmente". Falou ele.
Então Gina teve uma idéia, que não funcionaria sem a ajuda de Malfoy. Mas será que ele estava disposto?
"Malfoy, me empreste aquele medalhão que a trouxa lhe deu?".
"E se eu não quiser?".
"Malfoy, lembra-se da profecia que a mulherzinha fez? Então, nós precisamos estar juntos, e eu creio que este medalhão possa ser uma chave de portal".
A sobrancelha de Draco deu uma levantadinha, mostrando surpresa.
"Que idiotice a sua de acreditar numa trouxa, eu nunca irei ter nada contigo".
"Claro, nem eu quero isso, apenas quero fugir dessa guerra, vamos, por favor".
Draco Malfoy aproximou-se das grades e puxou o amuleto de dentro das vestes negras, então hesitou.
"Se eu fizer isso, terei sérios problemas com meu pai". Pensou o loiro. E olhou para o rosto esperançoso daquela Weasley, murmurando para si mesmo. "Não sou igual a meu pai. Também não quero seguir o mesmo caminho que ele".
"Okay, você não é igual ao seu pai, então vamos!". Gina deixou escapar.
O loiro sorriu afetado.Elesentiu algo mais próximo de ternura por aquela garota. Estendeu o medalhão, Gina pegou-o e uniu-o com o seu, frente a frente. Gina e Draco piscaram, mas não sentiram a famosa pressão no umbigo. Apareceram rapidamente naquela mesma vila onde encontraram a mulherzinha. Gina falou:
"Isso não era uma chave de portal, e sim um...?".
"Teletransportador". Disse a mulher morena.
Nimue entregou a Gina uma capa, para ela proteger-se e levou-os à vila, sempre arrastando consigo seu cavalo.
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O trio estava n'Toca ouvindo a discussão de Dumbledore, Sr. e a Sra. Weasley, Olho-Tonto Moody, Sirius e Lupin. Todos falavam sobre como poderiam vencer Voldemort e como resgatar Gina. Harry estava muito impaciente. Doía dentro de si saber que Gina, a quem ele considerava uma irmã, estava nas mãos de Voldemort.
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Draco e Gina tinham a certeza de estarem naquele lugar encantado há um dia, mas a mulher insistia em dizer que deveriam ficar um pouco mais, até a guerra esfriar. Gina correu entre as árvores, onde encontrou uma grande o bastante para ela sentar-se no tronco. Então, começou a chorar. Grossas lágrimas caíam de seus olhos. Draco aproximou-se dela sem dizer nada, apenas observando-a chorar. Aquele país era extremamente confuso. Como se brumas impedissem a visibilidade e o tempo passasse rápido demais.
Gina lembrava-se de apenas algumas coisas que aconteciam, como se estivesse meio acordada, meio dormindo. Chorara por dias, tendo sempre a companhia de Draco, que de repente parara de zombar de sua pobreza. Até que então, depois de perder a noção de quantos dias estavam por lá, foram mandados de volta a Inglaterra.
Qual não foi a surpresa quando descobriram que ficaram sumidos por quase um ano inteiro. Tinham certa certeza de que não ficaram mais de dez dias naquele país encantado. Harry Potter e uma Ordem, chamada de Ordem da Fênix fugiram para uma ilha 'perdida'. Voldemort havia dizimado quase toda a população bruxa de Londres, e procurava incansavelmente os fugitivos. Lucio Malfoy perdera um de seus braços por deixar que seu filho fugisse com uma Weasley. Estavam sendo procurados, com recompensa: a vida poupada para quem entregasse Draco Malfoy e Gina Weasley vivos.
Gina, ainda confusa, agarrou-se em Draco em meio a soluços. Tinha febre alta, e Malfoy não sabia o que fazer. Soluçava e gritava por Harry, para que não a abandonasse, para que parasse de fazê-la sofrer. Malfoy tinha ciúmes, não admitia, mas sofria internamente ao vê-la gritar pelo maldito Harry Potter. A febre durou alguns dias. Os dois haviam se escondido num beco, em uma das vilas dizimadas, onde poderiam sobreviver por algumas semanas.
Quando a garota recobrou seus sentidos, pediu a Draco que ele nunca a abandonasse, como Harry fez. Dormiu várias vezes ao lado do loiro, com um medo intenso, que a fazia chorar.
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Tom Riddle a perseguia. Ela corria, mas ele sempre a alcançava, e ela estava sem sua varinha. Encontrou Harry, caído no chão, o sangue a jorrar-lhe de uma ferida no braço, uma ferida envenenada. Ela iria morrer, seu amado Harry estava morto! Tudo por causa de um maldito. Então, Draco Malfoy avançou, a varinha em punhos. Nocauteou Voldemort jovem, e voltando-se para Gina, abraçou-a fortemente.
Gina acordou, Draco ainda dormia ao seu lado. Sentiu uma vontade imensa de tocar naqueles cabelos loiros, e começou a fazê-lo, até o rapaz acordar. Retirou rapidamente a mão, pensando que ele iria xingá-la, mesmo sabendo internamente que ele havia mudado seu modo de agir. Tratava Gina 'bem'. Levantou-se e voltou a sentar. Iria começar a chorar novamente. Gina estavagostava de Malfoy, masamava Harry. E não sabia onde ele estava. Estava bem? O que estavam planejando para Voldemort? Tantas perguntas e nenhuma resposta. "Porque coisas assim têm de acontecer comigo?" Perguntava para si. Olhou para Draco, que a observava.
"Porque Harry nunca olhou para mim? Sou tão abominável assim que não possa despertar paixão em alguém?".
"Não, você não é tão abominável, mas ele é cego e não te merece".
"Mas, ainda assim, eu o amo! Sofro a sete longos anos, sonhando que algum dia ele irá olhar para mim. E nunca bosta nenhuma acontece para que ele olhe para mim sem aquela imagem de 'irmã'. Porque?".
Draco achou melhor não dizer nada, pois não tinha o que dizer.
Um pequeno estalo despertou-os de seus sonhos. Gina não acreditou no que estava a sua frente. Harry Potter, sua mãe, seu pai, Rony, Mione...? Não, estava em mais um de seus sonhos. Pediu a Malfoy que a beliscasse, o que ele fez, usando força demais. A grinfinória gritou, piscou, passou a mão pelos olhos e, quando sua mãe falou, correu para abraçá-la.
"Gininha querida, que saudades. Não sabe como sentimos sua falta. Quem é este rapaz?".
"É Draco Malfoy, mamãe. Sem ele eu já estaria morta".
Aquele grupo imenso de pessoas aparatou, levando consigo, Gina Weasley e Draco Malfoy, para a tal ilha perdida. Não partiram sem antes Rony, verde de ódio, ameaçar matar Malfoy.
Mal sabiam eles que Voldemort havia preparado uma armadilha. E eles haviam caído como patinhos.
