Capítulo 5
A Primeira Guerra – Parte II – O Duelo De Varinhas.
Gina abriu os olhos. Sorriu levemente ao perceber que estava em uma cama. Afastou as cobertas, cuidando para não bater a cabeça na parte de cima do beliche onde se encontrava. Olhou ao redor. Harry na parte de cima do outro beliche; Hermione na debaixo; Rony em cima da sua cama. Assustou-se momentaneamente percebendo que Draco não se encontrava ali. Acalmou-se, dizendo para si: "Depois de um banho, verei onde ele está".
Correu os olhos pela barraca-casa em que estava e então avistou o cubículo que era o banheiro. Dirigiu-se a pia, onde lavou seu rosto. Logo se despiu e entrou no minúsculo chuveiro. Trinta minutos mais tarde saiu e começou a secar-se com uma das toalhas. Só então percebeu que havia esquecido suas roupas. Vestiu-se em roupão, abriu a porta e cuidadosamente andou até o quarto-sala de onde enxergou sua mochila. Torcendo para que Harry não acordasse, pois morreria de vergonha, encaminhou-se ao cubículo novamente. Com um feitiço secou os cabelos. Colocou um jeans, uma camiseta roxa e uma capa marrom velha e gasta.
Resolveu sair da barraca para contemplar o céu realmente claro naquela manhã. Viu, lado a lado, mais três barracas, que poderiam ser facilmente confundidas com barracas trouxas, se dentro não fossem amplas, podendo abrigar até quatro pessoas no modelo comum. Ao notar que a primeira estava aberta, andou até lá. Colocou a cabeça para dentro, percebendo que havia uma cama de casal. Devia ser a barraca de seus pais. Dirigiu-se até a segunda, que também estava aberta, notando três camas de solteiro grotescamente organizadas ao lado de uma mesa bastante grande. Finalmente chegou a última, onde viu Draco dormindo como um anjo.
"Um anjo diabólico". Pensou ela.
Então, para sua surpresa, ao entrar completamente na barraca, percebeu Fred e Jorge num beliche mais ao lado. Aproximou-se sorrateiramente da cama de Draco. Aparentemente não lhe faltava nenhum pedaço: o mesmo rosto pontudo; a mesma boca fina; os mesmos cabelos azuis;
Espera, desde quando Draco Malfoy tem cabelos azuis?
Inesperadamente, o sonserino despertou. Gina soltou um grito surpreso, Fred caiu da parte de cima do beliche e Jorge bateu a cabeça no mesmo. A ruivinha olhou para Malfoy contendo o riso. Os gêmeos soltaram gargalhadas. Draco empurrou as cobertas e levantou-se procurando o banheiro. Gina corou ao perceber que ele estava sem camisa. Após encontrar o aposento e mirar-se no espelho, Draco Malfoy olhou furiosamente para os rapazes, que ainda gargalhavam. Apressou-se em encontrar sua varinha e aponta-la para o queixo dos gêmeos.
"Calma Malfoy, o efeito passa em menos de uma hora". Disse Fred.
"Não resistimos". Completou Jorge, olhando para Gina, que não sabia se ficava brava, ou se sorria.
Decidiu-se por intercalar as duas faces.
"Malfoy, espero você lá fora". Disse, voltando a corar ao olhar para o peito de Draco.
Saiu da barraca para encontrar Rony e Harry, com caras de bobos, discutindo porque, de um tempo para cá, Hermione demorava a trocar-se.
"Não foram apenas vocês que cresceram". Falou Mione, vindo da barraca de onde Gina havia dormido com o trio.
Draco Malfoy apareceu completamente vestido de preto, ainda bufando, de cabelos azuis. Harry e Rony não ocultaram o riso, apontando escandalosamente para Malfoy.
"Parem de rir seus estúpidos". Defendeu Gina. "De quem foi a idéia de deixa-lo com Fred e Jorge?".
"Não sabemos realmente". Disse Jorge. "Acho que foi porque era a única barraca com uma cama vaga". Concluiu Fred.
Gina, farta daquela estória, saiu abruptamente para procurar Molly e Arthur, seus pais. Caminhou entre as árvores da pequena ilha, até chegar a uma clareira, onde uma grande mesa havia sido posta e cinco pessoas discutiam. Molly virou-se para Gina.
"Gininha querida, o menino Malfoy já acordou?".
"Sim mamãe, e graças aos gêmeos, com cabelos azuis".
"Vou pegá-los depois. Agora, querida, poderia dar-nos licença? Os adultos precisam resolver algumas coisinhas".
"Er... bem, vou dar uma volta então...".
"Oh, sim querida".
Virginia Weasley estava cansada de ser tratada como criança. Não podia saber de nada. "Somente os adultos. Incluem Harry, Rony e Mione nesse grupo, não? Injustiça". Resolvera pensar em algo que estava lhe causando dor de cabeça: Draco Malfoy. Sempre ouvira que devia odiar e temer o sobrenome Malfoy, mas Draco parecia lhe tão confuso. Como se precisasse de um amigo para desabafar e Gina sabia como era sentir-se confusa. Era uma garota solitária, de poucos amigos. Será que todos pensavam que ela ainda era a 'doce Gininha' de cinco anos atrás? Aquela que derrubava qualquer coisa quando estava perto de Harry Potter? Que fechava a boca, mesmo sendo tagarela, quando Harry poderia ouvir lhe? Sim, ela não negava que ainda gostava de Harry, mesmo que em seu quarto ano, tenha tido um quase namorado para tentar esquecê-lo, uma tentativa frustrada. Mas não era a criança que todos pensavam. Tinha 16 anos, era curiosa, sozinha, medrosa e talvez até frustrada por causa de Harry, mas gostaria de conhecer Draco Malfoy melhor. Gostaria de entende-lo. Mas o loiro não sabia, ou não queria demonstrar suas emoções. Parecia lhe que ele havia sido criado para ser o perfeito menino mau: esnobe, rico, odiado por todos, não suportava pobres e sangues-ruins, sonserino. Mas Gina era uma grinfinória extremamente curiosa. Tendo seis irmãos, pelo menos de Rony, Fred e Jorge ela já ouvira desabafos. Ansiava por descobrir o ponto fraco de Malfoy. Como fazê-lo confiar? Como dizer que queria ser sua amiga, que sobrenomes e classes sociais não importavam para uma amizade? Esse era o mais novo desafio de Gina Weasley, que parecia mil vezes mais fácil do que o antigo, ainda não realizado: conquistar Harry Potter. A ruiva caminhava lentamente por entre as árvores, pensando em sua vida.
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Voldemort pulava de excitação. Finalmente seu mais fiel servo havia sido útil. Pedro Pettigrew havia feito algo despropositalmente, mas acertara. Aquilo nunca passaria pela cabeça de Alvo Dumbledore.
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Draco Malfoy sentou-se aos pés de uma das árvores sem acreditar. Há algum tempo, desde que estivera com ela no país das fadas, estava sentindo uma leve afeição por Virgínia Weasley... Era como se ela realmente quisesse tornar-se sua amiga. O sonserino estava mais confuso de que sempre fora. Os idiotas do Cabbe e Goyle nunca foram o que poderia ser chamado de 'amigo', e ele não tivera experiências muito boas com 'amigos'. O garoto loiro tinha receios de aceitar a amizade de Gina e ela trair-lhe. Lembrou-se então de quando tinha cinco anos. Havia criado um pequeno, realmente estúpido e malfeito boneco, que começara a chamar de Tim. Carregava-o para todos os cantos, escondido em suas vestes e insistia em conversar com ele, mesmo ouvindo comentários do tipo: "O menino Malfoy endoidou", dos elfos e "Draco, largue esse trambolho antes que seu pai encontre-o com você", de sua mãe. Então, um dia, enquanto conversava com Tim, seu pai, farto daquela tolice, arrancou-o de suas mãos e transformou-o em pó. O garotinho não conseguiu evitar o choque, começando a chorar. Só parou depois da surra que acabou levando. "Onde já se viu um Malfoy deste tamanho, chorando por bobagens? Malfoys não choram, me entendeu? Não torne a derramar uma lágrima, ou não viverá para contar esta estória". Foram as palavras de seu 'amado' pai. Draco passou então a tentar agradá-lo, mas sem sucesso. Não conseguira vencer Potter e há pelo menos três anos passara a odiar Lucio. Desistira então de agradá-lo. Absorto em suas recordações mantinha o rosto levemente retorcido, em sinal de raiva e dor, algo que Gina pôde notar. "Ele tem sentimentos", pensou ela, "Apenas não sabe como demonstrá-los". Aproximou-se sorrateiramente e sentou-se ao seu lado.
"Em que está pensando Malfoy?".
"Não é da sua conta Weasley". Disse rispidamente.
"Okay, não está mais aqui quem falou".Respondeu-lhe.
Um silêncio incômodo caiu sobre eles e foi quebrado pela aparição do trio. Rony, em sua pose de irmão protetor iria discutir por encontrá-la em companhia de Malfoy, mas foi contido.
"Ron, não me venha com mais uma de suas ceninhas. Eu não tenho 11 anos".
"Vim apenas avisar que mamãe nos chama, devemos almoçar".
"É melhor irmos então Malfoy".Disse Gina. O loiro apenas confirmou com a cabeça, segurando os insultos mal educados que estavam presos em sua garganta.
Então todos saíram em direção a clareira.
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Voldemort dava mais um de seus pulinhos.
"Malditos, não imaginam como serão facilmente eliminados".
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Todos almoçavam quando Harry soltou um débil grito.
"O que houve Harry?". Preocupou-se Gina.
"A cicatriz... Voldemort está planejando algo".
Malfoy iria soltar um insultinho, mas conteve-se.
Dumbledore interrompeu seu almoço para chamar Harry à sua barraca. Devia ter lhe dito aquilo há muito tempo. Gina agitou-se, percebendo o olhar angustiado de Harry, de quem está prestes a descobrir algo terrível. Uma a uma as pessoas foram deixando seus lugares na mesa, até restarem apenas Draco e Gina, ambos parados, fitando seus pratos. De vez em quando, Draco abria a boca, mas tornava a fechá-la momentos depois. Gina cansou-se e levantou, seguindo para sua barraca, a fim de fazer algo.
Nunca tinha se cansado tanto. Jogar snap explosivo com Fred e Jorge não era novidade nenhuma, agora, ser cobaia de Fred e Jorge sim. Era muito cansativo também. Depois de ficar com uma mão invisível, três buracos na língua e quase perder um olho a ruivinha estava em estado deplorável. Ansiava por um banho, pois a tarde estava estranhamente quente. Como sempre, Malfoy parecia indiferente, respondendo apenas com palavrões e ofensas, queixando-se das acomodações e xingando a pobreza dos Weasley.
"Ainda bem que papai não está ouvindo isto", comentou Fred à Gina, "Pois já teria posto esse metido em seu lugar".
"Oh, pois sim. Diga-me Jorge, quando o efeito invisível sai?".
"Talvez em uma ou duas horas, porque?". Disse-lhe com um meio sorriso nos lábios.
"O quê! Assim que minha mão tornar a aparecer eu mato vocês!" Prometeu-lhes.
Uma ora mais tarde, Gina pôde tomar seu banho. Quando Molly chamou a todos para jantarem, Gina usava um vestido azul claro de alcinhas, um palmo acima do joelho, e Mione uma saia branca e uma blusinha rosa. Rony ficou encabulado ao notar as pernas de Hermione e quase teve um ataque ao notar os olhos de Harry e de Malfoy nas de Gina. Uma calma não bem vinda estabelece-se sobre todos. Virginia aproveitou para lançar seus encantos sobre Harry, que, depois de corar ao pensar em Gina como algo além de irmã, parecia disposto em não lhe dar bola. Farta, a menina levantou-se e seguiu para sua barraca, para dormir.
Draco Malfoy estava furioso. Só faltava que a Weasley lambesse o chão em que o maldito Potter pisava. Ela praticamente jogava-se em cima dele e o tapado nem aí... mas, o que ele tinha a ver com isso? Ele nunca se interessaria por uma Weasley – não é mesmo? A ruivinha era uma vadia por lançar-se em cima do Potter e por que ele se importava? Aquele ciúmes todo era porque a garota não lhe dera atenção? Não, claro que não, não tinha nada a ver – será?
A noite caiu abafada, causando em todos um grande desconforto, pois não estavam acostumados com o calor. Hermione contou para Gina, Harry e Rony, que um dia, antes de entrar para Hogwarts, ela e seus pais trouxas haviam visitado alguns países da América do Sul, onde o calor dura, praticamente, o ano inteiro. Depois de rolarem pelas camas por alguns minutos, eles adormeceram.
Harry sonhou com Lord Voldemort e acordou com a cicatriz queimando, pouco antes do sol nascer. Ele pensava consigo: "Por que tudo tem de acontecer comigo? Oh, por Merlim, já estou cansado dessa maldita ilha e desse calor infernal, e ainda assim, devo permanecer aqui". O garoto só voltou a dormir quando a manhã já era visível. Mione, Rony e Gina acharam melhor deixarem-no dormindo, saindo então, devidamente vestidos com as roupas mais curtas que puderam encontrar. Ao chegarem à clareira, onde a imensa mesa de café da manhã estava posta, notaram uma pessoa a mais. Severo Snape, o seboso professor de Poções jazia ali, com seu enorme nariz e a cara de poucos amigos, o que não agradou nenhum pouco Rony.
Após tomarem o desjejum, Mione e os Weasley seguiram então para perto das barracas. Lá, Fred e Jorge haviam montado uma mesa, onde jogavam xadrez de bruxo. Rony, como sempre, aproximou-se dizendo:
"Quem quer jogar a próxima partida comigo?".
Hermione reclamou: "Eu não, você sempre vence".
"Mas eu aceito". Disse Gina.
Passaram a manhã jogando xadrez ou snap explosivo, servindo também de cobaia para os gêmeos. Harry só acordou depois do almoço, e com um humor nada agradável, respondendo e gritando mais que Malfoy, que por sinal, andava sumido.
Gina cansou-se das brincadeiras e após o almoço, em que Draco não compareceu, foi procurá-lo. Caminhou por entre as árvores, e então resolveu costear o mar, onde encontrou Malfoy sentado na areia, pensativo.
"Em que pensa Malfoy?". Disse, já sabendo que ele não responderia. Mas para seu espanto o garoto falou-lhe.
"Em minha inútil vida Weasley, da qual, você não faz parte". Como o esperado, isso calou a boca da ruiva por alguns minutos. Então ela replicou:
"Poxa, Malfoy, eu aqui, tentando fazer você ver que estava disposta a ser sua amiga e você nem colabora. Pois sim, já me cansei". Falou, levantando-se e preparando-se para voltar as barracas.
"Já vai tarde". Rebateu Draco.
Mal sabia ele que iria sentir falta daquela impertinência toda.
A semana passou lentamente para Gina, Malfoy e trio. Só mesmo Fred e Jorge conseguiam e pareciam muito satisfeitos em suas novas invenções, mesmo Hermione garantindo que iria conta à Sra. Weasley sobre as 'escapadas' noturnas dos dois. "Precisamos estocar as Gemialidades Weasley, mas sem matéria prima não podemos fabricá-las, e afinal, nos cuidamos muito bem, não é Fred?".
"Claro Jorge. Aparatar é algo muito fácil, eu até poderia ensinar à vocês, e, ficar nesta ilha sem nenhum Catarro de Dragão, ou Doença Espumante não tem graça nenhuma".
Mione, ao perceber o olhar esperançoso de Rony com a idéia de aparatar antes do tempo, (as aulas haviam sido cancelas, então como aprender?) cortou o assunto rapidamente.
"Nem pense nisso Rony, teremos tempo para aprender depois que esta guerra acabar, eu assim espero. E não devemos correr nenhum risco".
As duas últimas aparições de Snape, um tanto quanto espalhafatosas, causaram certo nojo em Gina. O professor parecia cada dia mais estranho, seja lá qual fosse sua parte nas investigações. Snape não era o que se possa dizer, agradável e agora Dumbledore exigia que Harry tivesse aulas de DCAT com ele. Nada aprazível, pois bem. O humor de Potter não melhorou muito na última semana, o que causou confusão, por que havia discutido com Rony, chegando a xingá-lo de pobretão. Chamou Hermione de sangue-ruim e respondeu grosseiramente para seu padrinho, Sirius.
Malfoy descobriu sem querer que era algo como primo de Sirius Black, pois sua mãe era irmã da do padrinho de Potter. O ex-prisioneiro também era de família rica e sangue-puro, mas havia ido para a Grinfinória, sendo expulso de casa por envergonhar sua família. Draco duvidava que tivesse um coração, quanto mais um bom. Estava estranhamente amargurado, depois do dia na praia, Gina resolvera dar-lhe as costas, não o procurando mais, e isso, de certo modo, afetou-o.
Largadas em um canto da barraca dos gêmeos, cinco vassouras, das quais quatro eram velhas e gastas, jaziam. Um estranho objeto vermelho, do tamanho de uma unha, piscava incessantemente.
A primeira noite agradavelmente fria desde que tinham chegado à ilha fez todos adormecerem ligeiramente, tornando o local, nada mais que uma ilhinha desabitada. E então, tudo aconteceu:
Gina despertou, ouvindo algo como vários 'puff'. Congelou ao notar vários seres encapuzados adentrarem a barraca onde estava. Arregalou os olhos ao ver a Marca Negra no pulso de um deles, e então fingiu estar dormindo.
Do lado de fora, Dumbledore, Black, Lupin e o Sr. e a Sra. Weasley nocauteavam vários comensais, estuporando-os ou matando-os. Lucio Malfoy saiu de uma barraca arrastando Harry Potter, que se debatia desesperadamente. Fred e Jorge aparataram, levando Gina consigo.
Após nocautearem o Sr. Weasley e ferirem gravemente Sirius Black, os últimos comensais seguiram para dentro da 'floresta'.
Voldemort, em seu próprio corpo, e Harry Potter, de pijamas, duelavam com as varinhas. Um fio de luz ligava as duas varinhas irmãs. Do lado de Harry, o fio era vermelho, e do de Voldemort, verde.
Dumbledore deu um olhar para Potter, que apenas consentiu com a cabeça. Havia chegado sua hora.
No mesmo instante Fred, Jorge e Gina voltaram, a caçula correu na direção de sua mãe, sem acreditar no que estava vendo.
Um duelo de varinhas.
De repente, a ligação das duas varinhas terminou, e então maldições eram proferidas da boca de Voldemort. Após gritar Crucio e ver Harry contorcendo-se, um sorriso fino formou-se em seus lábios, que logo depois se transformou em dor. "Que diabos está acontecendo?". Perguntou-se. Atingiu Harry novamente com o Crucio e voltou a sentir a dor extrema. Devia ser algum tipo de defesa... decidido por terminar logo com as chances do rapaz proferiu-lhe um golpe, que, antes de atingi-lo foi bloqueado por Harry.
"Não sabe ele que está cavando sua própria sepultura". Pensou o garoto com um meio sorriso nos lábios. Desviando e proferindo disparos de luz, até chegar ao ponto que esperava. Daria a quem matou seus pais uma morte dolorosa, mesmo que sofresse uma também. Estavam ligados. Se Voldemort morresse, Harry morreria. E Potter preferia matá-lo a morrer primeiro, então disparou: "Sechszehn Messer-stich".
Um facho de luz vermelha saiu da varinha de Harry, atingindo em cheio o peito de Voldemort, derrubando e deixando-o sem ação. Aquela era uma maldição não muito usada, pouco conhecida, sem cura, que matava pouco a pouco, causando extrema dor e desconforto, facas invisíveis eram espetadas e logo depois retiradas de seu corpo lentamente. Uma morte muito dolorosa. Minutos depois começou a sentir as facas em seu corpo, perfurando-o.
Gina desvencilhou-se dos braços de Rony e correu até onde o corpo de Potter jazia, os olhos perplexos.
"Não, Harry! Não morra! Que diabos está acontecendo? Porque? Eu faço qualquer coisa, mas não morra! Eu te amo Harry, eu te amo! Porque você nunca ligou para meus sentimentos?". Perguntava a ruiva desesperada.
"Eu... não... não pude Gina... me perdoe, mas..".
"Não fale, não se canse, nós vamos leva-lo daqui, você vai ficar bom, você vai ver..". Abraçou-o ternamente, e beijou-o de leve nos lábios.
"Não.. Gina... esta maldição não tem... cura.. e vou mo...".
"Não Harry! Você vai viver, eu te amo! Por Merlim, não morra! Você vai viver, nós vamos nos casar...". Gina estava enlouquecendo, delirava e soluçava em meio às lágrimas.
E então, ao que pareceu a Harry uma eternidade, tudo ficou escuro.
"NÃO! NÃO HARRY!". Gina correu até Draco, que a fitava incrédulo.
"Malfoy, mate-me, por favor.. mate-me... MATE-ME!
"Bem que eu gostaria Weasley, mas você está fora de si.. não...".
"MATE-ME... POR FAVOR... MATE-ME..". Dizia ela, altamente atormentada, soluçando e batendo com os punhos no peito de Draco. Ela então escorregou aos seus pés, ainda soluçando loucamente: "Mate-me.. mate-me.. eu imploro... mate-me.."
A Sra. Weasley caminhou até sua filha e abraçou-a, pegando-a no colo, embalando-a como se fosse um bebê.
"Gininha.. calma... por favor pare...". Sacudiu-a levemente, mas a garota parecia louca e repetia incansavelmente: "Mate-me... mate-me..".
Draco Malfoy sentiu um maldito aperto no coração ao ver aquela garota frágil, enlouquecida, mas logo afastou esses sentimentos. Lucio Malfoy, sem um dos braços, aproveitou para fugir, assim como Pedro Pettigrew.
Gina saiu do colo de sua mãe para sentar-se ao lado do corpo de Harry Potter, sem vida. Continuava dizendo loucamente "Mate-me..", enquanto acariciava os cabelos negros de Harry. Chorava sem parar e não se cansava de repetir "Por favor, mate-me..".
A Sra. Weasley chorava baixinho ao ver no que sua filha havia se transformado. Rony, muito abalado, e Fred carregaram-na para uma das barracas e puseram-na em uma das camas.
De repente, a ruivinha parou de chorar. Ficou realmente séria e levantou-se, ainda repetindo o pedido. Seguiu para fora da barraca, com Rony e Fred em seus calcanhares. Andou até a cosa do mar, e sem pensar em nada se atirou nele. Fred pulou junto para busca-la, trazendo-a em seguida. Então ela parou de fazer qualquer ruído, olhando fixamente para o nada, sem piscar.
Entre as árvores, Malfoy observava-a, com uma vontade insana de abraçá-la, mas conteve-se. Ela havia enlouquecido, certamente.
O que faria agora?
