Capítulo 5 – Milão
Draco estava sentado em sua cama, na Mansão Malfoy, olhando os presentes que inundavam seu quarto. Sophie se encontrava no banheiro, provavelmente se desfazendo do vestido e se aprontando pra viagem. Olhou para sua mão esquerda e fitou a enorme aliança de platina e ouro branco que carregava. Agora era um homem casado, e com uma bela mulher. Levantou-se da cama e pensou nela. Naquela que sempre invadia os seus pensamentos, sem ao menos pedir permissão. Que sempre aparecia nos momentos mais inoportunos, mas ele sempre se sentia acalentado ao lembrar do sorriso acolhedor e os olhos castanhos profundos...
- Draco, meu amor... Já estou quase pronta.
Ele sacudiu a cabeça como se expulsasse os seus pensamentos. Teria que pensar somente em Sophie. Precisava pensar nela e apenas nela. Começou a desfazer o nó da gravata, tirou o colete, a blusa e jogou em cima da cama. Pegou a sua roupa e já ia se dirigindo a outro banheiro quando este se abriu com um clique.
Sophie apareceu na porta, com os cabelos presos em um rabo de cavalo descontraído e um vestido de tecido leve, degradée de tons do vermelho até o branco e ia até um pouco abaixo do joelho. Usava uma sandália branca, com salto agulha bem alto. Draco levantou o olhar e percebeu que havia olhado-a de cima a baixo. Ela tinha um sorriso enorme no rosto.
- Você está linda... - ele murmurou.
- Obrigada... - ela respondeu de leve. – Agora, vá se arrumar. Se não vamos perder a Chave do Portal. Estou louca pra ir pra Milão! - finalizou com um gritinho, o que fez Draco sair do transe.
- Não sei porque você está tão empolgada. Nós já fomos pra Milão milhares de vezes. - ele disse, entrando no banheiro. Ela começou a verificar se estava tudo dentro das malas.
- Oras... Não é óbvio? É porque agora eu vou como sua mulher e na nossa lua-de-mel. É muito mais especial.
- É verdade. Você tem razão. - ele respondeu com a voz baixa e Sophie percebeu que ele deveria estar entrando no banho.
- Você está levando roupas o suficiente? – ela perguntou em um tom de voz mais alto, pra que ele conseguisse escutá-la debaixo do chuveiro.
- Creio que sim.
- Mas você só está levando duas malas!
- Eu não sou você, Sophie! Duas malas são suficientes.
Ela soltou um muxoxo e encerrou o assunto. Passou a se concentrar na tarefa de verificar as malas e se tudo estava em ordem. Poucos minutos depois, o chuveiro foi desligado e Draco saiu do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e outra secando os fios platinados.
- Ah...! Me sinto outra pessoa... - ele disse, enquanto sentava na cama pra colocar as meias.
- Você tem certeza que vai com essa roupa? Acho que não deve estar tão frio em Milão, Draco.
- Qualquer coisa, eu tiro o suéter. - respondeu com a voz abafada. O suéter estava preso na sua cabeça.
- Por Merlin, Draco! Como você é enrolado. Não sabe nem se vestir. - ela ralhou.
- Pare de reclamar, Sophie! - ele respondeu, contrariado. Ela fez uma expressão triste que não foi vista por ele.
- Quer ajuda? - ela perguntou baixinho.
- Não, eu me viro.
Em seguida, Draco conseguiu colocar o suéter. Olhou para a mulher e ela deu de ombros. Ele se virou e foi em direção ao banheiro. Forçou-se para não rir da própria imagem refletida no espelho. Seu rosto estava completamente vermelho e seu cabelo estava muito bagunçado. Era deprimente, mas era engraçado. Porém, Sophie não achara graça nenhuma. ' Se fosse a Virgínia, ela cairia da cama rindo...', ele pensou para se repreender depois. Seria mais difícil do que imaginava esquecer aquela ruiva.
Ele saiu do banheiro, embaraçado. Ela deu um sorriso condescendente. Ele murmurou algo como 'Isso não acontece todos os dias... Acho que foi o whisky' e ela deu um sorriso largo. Draco suspirou. Ela tinha um pouco de senso de humor.
- Temos que ir senão perderemos o portal... – ele bateu palmas e dois elfos apareceram. – Carreguem as nossas malas lá pra baixo. AGORA!
Ele se aproximou dela e a abraçou.
- Vamos para Milão, sra. Malfoy.
Ela deu um gritinho de satisfação e o beijou.
Ele já havia estado várias vezes em Milão e já não se importava mais. Porém, a julgar pelos olhos brilhando da sua esposa, ela não sentia o mesmo. Ele entendia porque ela estava tão empolgada: Sophie, como todas as mulheres compulsivas por compras e moda, amava Milão. Lembrou-se do dia em que eles estavam escolhendo o roteiro para a lua de mel... O agente de viagens oferecera vários pacotes, para variados lugares exóticos e afrodisíacos, porém, ela não quisera nem escutar: quis Milão e nada mais.
Tudo bem que a lua de mel deles não iria se restringir apenas a Milão. Iriam fazer uma viagem de trem que passaria por Verona (a cidade dos lendários Romeu e Julieta que até os trouxas os conheciam) e Veneza. Entre essas cidades, Draco também dava preferência a Milão. Para ele, Veneza ficava muito cheio durante todo o ano, com turistas trouxas e bruxos de todos os cantos do mundo, que se acotovelavam por aquelas vielas que não foram construídas para suportar tanta gente. Já Milão não. Lá era uma área nobre. Uma cidade rica e cosmopolita. Além de ser completamente freqüentada pela mais alta sociedade, ela ainda mantinha ares de cidade do século antigo, com obras de arte de pintores bruxos e trouxas que entraram pra história. Sim, ele se interessava muito por artes. Era algo que, para gostar, era necessário ter requinte e muitos galeões. Era algo tipicamente Malfoy.
Chegaram ao hotel que, por sinal, era belíssimo. Pessoas com ares aristocráticos passavam a todo o momento, conversando baixo entre si. No enorme bar do hotel, homens conversavam enquanto tragavam seus charutos e bebiam conhaque ou whisky. As mulheres estavam no salão do hotel, provavelmente com falsas amizades, quando na verdade, queriam demonstrar quantas jóias possuíam, quantos sapatos compraram ou quantos dólares e galeões tinham gastado durante o dia. Sim, o hotel era freqüentado tanto por bruxos quanto por trouxas. Eles não se misturavam entre si, até porque os trouxas que ali se hospedavam não faziam idéia que existiam bruxos. Por isso, todos aqueles que eram do mundo mágico e se hospedavam lá, tinham que assinar um termo de responsabilidade afirmando que não deveriam praticar nenhum tipo de atividade mágica dentro dos limites do hotel. Draco achava isso um absurdo, óbvio, porém, ele não deixaria de se hospedar no melhor hotel de Milão por pequenas divergências.
Foram até o último andar, onde se encontrava a suíte presidencial. Ela era simplesmente enorme. Era toda decorada em tons pastéis. Na entrada, vinha uma saleta, onde tinha lugares específicos para deixar paletó, sapatos e bengalas. Logo após, vinha a sala de estar, que mesmo sendo da mesma cor de toda a suíte, era um pouco mais escura. Tinha dois sofás muito confortáveis, uma mesa ao centro e algumas mesas decorativas. Do lado esquerdo, tinha uma entrada para a sala de jantar particular, onde tinha uma mesa a dois, já decorada com castiçais e um piano ao canto. E a entrada da direita era para o enorme quarto. A cama de casal king size ficava no meio e um pouco no alto. Estava coberta com um edredom branco muito pesado, que parecia esquentar até nos dias mais rígidos do inverno, e tinha várias almofadas em cima como decoração. De cada lado, tinha uma mesinha de cabeceira, com seu próprio abajur. Do lado de cada mesinha, tinha uma cortina, que cobria a porta que dava acesso à varanda, da qual dava pra ver grande parte de Milão, inclusive a Piazza Del Duomo e grande parte de sua famosa catedral. No quarto ainda tinha sofás para descansar, um imenso closet que deixou Sophie radiante, vários objetos decorativos e é claro, uma saída para o não tão pequeno banheiro, que possuía banheira de hidromassagem (com loções e sais para banho como cortesia, as quais Sophie se recusou veementemente a usar) e uma ducha que tinha aparência de ser reconfortante.
O carregador de bagagens trouxe as malas e as deixou na saleta. Draco deu algumas moedas pra ele, que se retirou. Foi até o quarto e encontrou Sophie olhando cada canto do quarto.
- Gostou? - ele perguntou quando ela saiu do banheiro.
- É perfeito, meu amor! – ela veio na direção dele e o abraçou. – Eu te amo tanto...
- Eu também... - ele disse baixo, com a cabeça afundada nos cabelos dela.
" Ele jogou uma pedrinha na janela. Nenhum movimento foi notado. Ele já estava ficando impaciente... Não era para ele estar ali. Estava se arriscando muito... Mas sabia que valeria a pena. Valia a pena por ela.
Empinou a vassoura pra baixo e pegou outra pedrinha no chão. Tacou novamente na janela. Dessa vez o barulho foi maior. Subiu com a vassoura e rodeou a janela por um momento. Sentiu um frio na barriga. Se ela demorasse muito, certamente seria pego ali. Escutou um barulho no quarto. Era ela. Em poucos instantes, ela abriu a janela e ele se deparou com os grandes olhos castanhos, olhando pra ele, assustada.
- Draco! Seu louco! - ela sussurrava, mas ele sabia que se ela pudesse, ela estaria berrando a plenos pulmões. - O quê que você está fazendo aqui?
- Se você não me convidar pra entrar, eu não vou poder te contar, porque vou ter virado uma pedra de gelo... Está muito frio aqui fora, Virgínia!
Ela olhou pra dentro do quarto, mais especificamente pra porta. Caminhou até ela, passou a tranca e voltou pra janela, murmurando coisas inaudíveis pro loiro.
- Anda... Entra logo antes que alguém te pegue aqui.- em seguida, murmurou - Você é um louco... E eu sou mais ainda por te deixar entrar.
Ele entrou no quarto e tratou de se esquentar, passando as mãos várias vezes nos braços. Seus lábios tremiam. Ela ainda murmurava sem parar, enquanto estava sentada na cama.
- Que tanto você murmura aí? - ele perguntou, tentando soar contrariado, mas falhando totalmente na tentativa.
- Você ainda me pergunta, Malfoy? - ela sempre o chamava pelo sobrenome quando estava irritada. E isso era o primeiro sinal pra ela começar a falar sem parar. - Você taca um pedregulho na minha janela que provavelmente deve ter acordado a minha casa inteira, fica rodando em volta dela com uma vassoura sabendo que eu tenho milhões de irmãos muito maiores do que você aqui dentro, além de uma mãe histérica e um garoto que te odeia e está esperando a oportunidade perfeita pra te matar, invade o meu quarto e ainda por cima isso tudo é feito às duas horas da manhã!
Ele permaneceu encostado na parede enquanto ela falava. Ela parou pra tomar fôlego e o fitou.
- Pra quê toda essa loucura, Draco? - ela perguntou, mais calma.
Ele olhou para o chão e disse, como quem dizia a maior banalidade do mundo.
- Apenas pra te ver.
Ela ficou sem reação. A sua boca abriu por uns instantes e ele teve uma vontade louca de rir da cara que ela estava fazendo. Mas se controlou.
- Agora que eu já te vi e já percebi que eu não sou bem vindo aqui... Estou indo embora.
Ele se abaixou pra pegar a sua vassoura, quando sentiu a mão delicada dela tocar no seu braço.
Ele se levantou. Ela estava próxima de si, balançando os pés pra frente e pra trás. Ficaram em silêncio, apenas um olhando para o outro.
Ela entrelaçou sua mão na dele de um modo tão natural, que ele nem havia percebido. Deu mais um passo na direção dele.
- Não vá. - ela murmurou, e ele deu um sorriso enviesado. - Ao menos não agora."
Ele abriu os olhos quando viu que ela havia levantado a cabeça. Percorreu os olhos por todo o rosto da mulher que estava a sua frente. Sim, ela era belíssima. Com certeza, não havia alguém que discordaria disso.
Mas, os olhos dela eram azuis... Muito azuis... Não castanhos. Não eram grandes nem tão parecidos com chocolates. Não eram quentes, embora também fosse acolhedor. Não tinha todo aquele poço de sinceridade que ele estava acostumado. Não passava toda aquela confiança, que fazia com que ele acreditasse nela cegamente.
Sophie fechou os olhos e entreabriu os lábios. Ele se aproximou para beijá-la.
" Ele levou a mão ao cabelo dela. Mesmo estando preso em uma trança, ele o achava belíssimo. Sim, ele ainda odiava toda aquela família de cabelos vermelhos. Mas aquele cabelo, em especial, ele amava. Ele amava o cheiro, a textura, o movimento. E ele sabia o porquê... Ele sabia que, na realidade, amava tudo nela. Ele a achava perfeita, com todas as suas imperfeições.
Desceu a mão pelo pescoço, que ela deixou pender levemente para o lado. Ele não resistiu em apenas tocá-lo. Aproximou seu rosto e ficou passeando com o nariz por ali, causando arrepios nela. Tocou-a com os lábios, dando beijos de leve. Levou a mão até a nuca, fazendo movimentos circulares. Ela soltou um gemido. Começou a beijá-la com mais força. Sabia que provavelmente aquilo deixaria marcas no outro dia. Mas não se importou. Nem ela pareceu se importar.
Sentiu a mão dela nas suas costas. Os dedos estavam no mesmo ritmo dos beijos dele. Quando ele dava beijos leves, eles apenas acariciavam... Quando ele mordia, ela fincava as unhas. E ele parecia ser motivado por isso.
A boca dele moveu-se do lado para o centro do pescoço, beijando e mordiscando desde o queixo até o colo. Depois, ele subiu vagarosamente até o queixo, onde se concentrou por um instante. Então, ele subiu e mordiscou de leve o lábio inferior.
Ela abriu os lábios e ele começou o beijo. Ele amava beijá-la. Levou as mãos até a cintura dela e a puxou pra perto de si, sem nenhuma delicadeza. Ela se desequilibrou e ele acabou encostando-se à parede, com o corpo dela colado ao dele. Ele a apertou mais na cintura, puxando-a um pouco pra cima. Ela ficou na ponta dos pés.
O beijo se aprofundou e as línguas se procuravam avidamente. As mãos dela passeavam livremente pelo abdômen dele, enquanto as dele estavam concentradas novamente na nuca dela. Ele colocou uma das mãos no cabelo e os movimentos eram ora bruscos, ora delicados. Em um certo momento, ele enterrou a mão no cabelo dela e puxou a cabeça dela para trás, deixando novamente o pescoço livre para os beijos dele. Soube que estragou toda a trança do cabelo dela nesse momento. Não se importou.
Desceu por todo o pescoço, mordiscando de leve até que alcançou o colo. Ali, ele dava beijos molhados, enquanto ela suspirava e apertava a cabeça dele contra si. A mão dele agora se encontrava passeando pelo lado externo da coxa, subindo e descendo conforme a intensidade do beijo. Em certo momento, ele subiu a mão até mais do que o esperado e levantou um pouco da camisola dela. Ela se afastou."
Ele abriu os olhos quando ela se afastou do beijo e engoliu em seco. Por alguns instantes, tinha devaneado. Tinha imaginado que estava beijando-a. Por alguns instantes, sentiu o gosto do beijo da Gina ao invés do beijo da Sophie.
Engoliu em seco. Porém, tratou de seguir em frente. Fazer o que tinha que ser feito. Sem nem ao menos pensar, pegou na mão de Sophie e a levou em direção à cama.
"– Ahn.. .- ele começou desconcertado. - Acho que já está na hora de ir... Já está tarde.
Ele olhou pra ela, que não disse nada. Apenas o fitava. Ficaram em silêncio. Ele já estava desconcertado.
- Bom... Então, eu vou indo...
Ele se aproximou pra dar um beijo nela, mas ela o impediu, colocando a mão no ombro dele. Ele gelou. Achou por um momento que ela terminaria com ele por ele ter levantado a camisola dela. Mas isso era um absurdo! Ele já havia ido muito mais longe do que isso...
- O quê houve, Virgínia? - ele tentou não soar preocupado.
- Não vá. - ele a viu ruborizar e olhar para o chão.
- O quê? - ele perguntou, meio assustado, meio se divertindo com a situação.
- Não vá. Fique comigo aqui. - ela levantou o olhar. - Esta noite.
Ele sorriu instintivamente.
- Você tem certeza?
Gina sacudiu a cabeça, afirmando.
- Absoluta.
Ele a beijou carinhosamente dessa vez. Como se fosse um agradecimento. Ou apenas um modo de fazê-la perceber que ela não estava tomando uma atitude errada. Que ela não iria se arrepender.
Ela o pegou pela mão e o levou em direção a sua cama. Ela sentou e ele permaneceu em pé, olhando-a do alto. Passou a mão carinhosamente pelos cabelos vermelhos. Ela sorriu."
Já estavam deitados na cama... Um sob o outro. Ela deu um sorriso inocente para ele, que se puniu intimamente. Desde quando estavam ali, naquele quarto, Gina não havia saído da sua cabeça. Ele tentava se concentrar na Sophie, mas não conseguia. Era mais forte do que ele.
Passou a mão pelo cabelo dela... Tão loiro. Tão distante das mechas de fogo dela. Eram muito bonitos, mas não eram ruivos. Era discreto... Não chamava atenção ou atraía olhares onde quer que fosse. Muito menos reluzia tanto em contato com o sol.
Suspirou.
Foi acariciando-a, até que atingiu a pele macia dela. Impecável. Sem nenhuma marca. Não possuía sequer uma sarda. Ao contrário de Gina, que tinha o corpo todo pontilhado por elas. O mais impressionante era que ele conhecia a ruiva tão bem, que ele sabia exatamente em quais partes do corpo dela que tinha sardas. Costas, colo, rosto... Ele a conhecia por inteiro. Conhecia cada pequeno detalhe daquele corpo delicado. Aquele que um dia fora dele... E, algum lugar dentro de si ainda afirmava que ele ainda o pertencia.
Lembrou-se do que Blaise havia lhe dito antes e depois do casamento. Como havia sido tão tolo a ponto de ter renegado seus sentimentos? Tudo isso por ser fraco o suficiente para não poder admitir que estava errado ou pra não ter que mudar a situação? Ele não havia conseguido desistir, mesmo que fosse isso que seu coração tinha implorado que ele fizesse. Por quê não havia conseguido dizer "não"?
" Toques. Gemidos. Sussurros. Pedidos.
Dois amantes.
Duas pessoas perdidamente apaixonadas.
Sabiam que aquilo era errado, que ninguém aceitaria. Mas ao estarem juntos percebiam o quanto que poderia ser certo... Que ninguém tinha que se intrometer na vida deles dois. Pra quê teria que existir família quando eles tinham um ao outro?
Promessas de amor.
- Eu te amo, Virgínia...- ele murmurou, ainda tentando controlar a sua respiração.
- Eu também te amo e serei sua pra sempre...
- Apenas minha? - ele perguntou, no pé do ouvido dela, fazendo-a estremecer.
- Apenas sua. Sempre."
Draco estava sentado em uma das poltronas do quarto, lendo o Profeta Diário que havia terminado de ser entregue por uma camareira. Sophie se encontrava no banheiro. Havia acordado e ido diretamente para lá, sem dizer nem ao menos uma palavra. Esse era um hábito que ela tinha e o loiro já estava acostumado.
Um bom tempo depois, a porta se abriu e Sophie apareceu no quarto com uma expressão não muito boa. Mas isso não foi notado por Draco, que continuava bastante interessado no seu jornal.
- Bom dia. – ela disse, seca.
- Bom dia. – ele respondeu vagamente.
- Hum... Draco? - ela chamou a atenção dele pra si, o que não adiantou muito. Ele permaneceu lendo a notícia. Ela bufou. - Eu quero alguns galeões para ir fazer compras.
- Já vai gastar, Sophie? - ele a olhara de relance, voltando logo a atenção pra parte de trás do jornal. - Mas nós mal chegamos aqui.
A indiferença dele pareceu irritá-la.
- Gastar o seu dinheiro é o mínimo que eu posso fazer depois de você ter passado a noite inteira me chamando por outro nome! - ela respondeu com fúria, mas sem alterar o tom da voz. Nesses momentos, ela lembrava muito Narcisa Malfoy.
Draco finalmente abaixou o jornal e olhou pra ela. Ela tremia, provavelmente tentando controlar sua raiva. Tentou não demonstrar o quanto estava desconcertado. Tinha a exata noção de que passara a noite inteira pensando em Gina, mas não tinha percebido que deixou transparecer. Muito menos que havia pronunciado o nome dela. "Maldita fixação", praguejou mentalmente.
- Não sei do que você está falando. - ele tentou parecer calmo.
- Como não? Não se lembra que você clamou a noite inteira por aquelazinha? - ela estava furiosa.
- Você deve ter entendido errado... – era sua última cartada.
- Oh... Claro que sim... Tem razão. Deve ter sido isso. - fingiu uma falsa calma. - Afinal, Virgínia e Sophie são nomes EXTREMAMENTE PARECIDOS! - dessa vez, ela gritou e isso era a senha pra que ele descobrisse que a situação estava crítica. Ela havia perdido o controle. Isso não era bom. Por isso resolveu não alongar a discussão.
- Olha, Sophie... Eu não me lembro de nada disso... E acho melhor você tirar essas coisas da sua cabeça. Você é a minha mulher agora.
Ela cruzou os braços, mas o olhou de um modo mais ameno. Ele continuou a falar:
- Eu vou tomar um banho rápido e nós vamos tomar o nosso café da manhã juntos. - falou, enquanto dobrava seu jornal. Em seguida, se levantou. - Depois, nós dois sairemos pra fazer compras, ok?
- Nós dois? – ela o encarou com uma sobrancelha levantada.
- Sim... Nós dois. Algum problema?
- Claro que sim. Quero fazer compras em paz e isso não inclui alguém resmungando atrás de mim a cada cinco minutos.
Ele sorriu.
- Eu prometo que não vou reclamar.
Ela o olhou mais desconfiada ainda.
- Promete?
- Prometo., palavra de Merlin. Posso te acompanhar?
- Já que você insiste... – ela deu de ombros.
- Então, enquanto eu tomo meu banho, você pede o nosso café, ok?
Ela murmurou algo parecido com um 'sim' e Draco se dirigiu ao banheiro.
Gina se remexeu na cama macia e a primeira coisa que sentiu foi o enorme peso em sua cabeça. Em seguida, sentiu-a latejar. Doía tanto que ela tinha medo de abrir os olhos, com medo de piorar. Estava beirando o insuportável.
Tentou se lembrar da noite passada. Casamento do Draco... Champanhe... Whisky... Danças... Zabini.
Abriu os olhos em um impulso, ao se lembrar de Blaise. Depois, se arrependeu amargamente por isso. Sua dor de cabeça piorara. Demorou um tempo até seus olhos se focassem. O quarto ainda girou por um momento, antes que ela pudesse, enfim, analisá-lo. Definitivamente aquele não era seu quarto. Era enorme. Um sentimento de pânico a invadiu: não sabia onde estava.
Resolveu se sentar. Não conseguia. Tateando, foi ver o que a impedia e encontrou um braço pesado e esparramado em cima da sua barriga. Gelou. Com medo do que ela iria encontrar, virou-se para o lado lentamente e deu de cara com tudo o que ela menos queria ver: cabelos negros bagunçados, rosto muito belo, sorriso safado. Tinha aparência angelical e ela sabia que era somente porque ele estava dormindo. Era Blaise Zabini.
Berrou.
Deu um pulo da cama, junto com o moreno que se sentou em um pulo, olhando freneticamente para os lados, a fim de descobrir de onde vinha o grito. Quando viu de onde era, bufou:
- Perdeu a cabeça ou a bebida afetou seu cérebro, Virgínia?
- SÓ POSSO TER PERDIDO MESMO! EU ESTAVA NA MESMA CAMA QUE VOCÊ! - ela continuou gritando. - VOCÊ SE APROVEITOU DE MIM, SEU TARADO! SEU PERVERTIDO!
Ele bocejou.
- Do jeito que eu estava ontem, era mais fácil você ter se aproveitado de mim. - ele suspirou. - Por falar nisso... Seja uma mulher boazinha e respeite a minha dor de cabeça. Ela está péssima. - ele resmungou, voltando a deitar e tampando o seu rosto com um travesseiro.
- RESPEITAR A SUA DOR DE CABEÇA, UMA OVA! VOCÊ ABUSOU DE MIM, BLAISE ZABINI! ISSO É IMPERDOÁVEL! OH, MERLIN, ONDE EU ESTAVA COM A CABEÇA? EU FUI PRA CAMA COM VOCÊ! QUER DIZER... VOCÊ ME CARREGOU PRA SUA CAMA E EU NÃ---
Ele se sentou na cama, revoltado.
- PARE DE BERRAR, WEASLEY LOUCA! OLHA PRA VOCÊ! - ele berrou mais alto do que ela, assustando-a e fazendo-a parar de berrar. Aproveitou e baixou o tom de voz. Não ia conseguir gritar por muito tempo com aquela dor de cabeça.
- Olhe pra você, Virgínia... Você ainda está completamente vestida... Seu vestido está intacto e aí de baixo deve ter meia calça, cinta, espartilho e todas aquelas parafernálias que as mulheres costumam usar pra esconder as suas gorduras. - Gina o olhou com raiva. Ele a ignorou. - Se eu conseguisse fazer alguma coisa com você sem tirar isso tudo daí debaixo, eu deveria receber a Ordem de Merlin por ser o bruxo mais sacana do mundo mágico. - ele deu um sorriso safado. - E outra, minha querida, pode apostar que se nós tivéssemos feito alguma coisa, suas roupas não estariam no seu corpo nem pensar...
Ela o olhou meio constrangida, mas ainda não parecendo convencida. Ele, percebendo, continuou.
- O quê? Só falta você estar pensando que eu tirei a sua roupa, nós transamos e você colocou a roupa de novo...
Ela ficou em silêncio. Ele gargalhou.
- Não acredito nisso, Virgínia! Ontem à noite você não conseguia nem tirar seus sapatos, imagina se vestir! - ele continuou a gargalhar. Depois parou subitamente. - Droga, rir piora a minha dor de cabeça...
Ela então se lembrou vagamente da sua luta para desabotoar as sandálias. Não havia conseguido durante bastante tempo tentando e então, Blaise teve que fazer o serviço por ela. Também demorou bastante, mas no fim, ele conseguiu.
- Bem... – ela começou a falar, muito vermelha. - Me desculpe! Mas você sabe como é... Bebi muito ontem e acordei aqui, na sua cama. E como eu não lembro de quase nada, isso me assustou.
Ele suspirou.
- As mulheres costumam berrar de excitação ao perceberem que estão na cama comigo. Sabe... Não são todas que tem a honra de acordar ao meu lado. A maioria, eu despacho no meio da noite mesmo.
Ela o olhou contrariada.
- Você não presta, Zabini!
- Mas você me adora do mesmo jeito, Weasley. Agora, pare de drama e venha se deitar aqui. Vai ser melhor pra você terminar o seu sono, se não você pode passar mal o dia inteiro. E eu estou morrendo de dor de cabeça.
- Não, Blaise... Eu tenho que ir pegar a Anabelle e...
- A Anabelle está com a avó dela e ela, há essa hora, deve estar dormindo. Relaxe e durma. Mais tarde eu te levo na Mansão, você pega a pequena e eu levo vocês duas até a sua casa. Só me deixa dormir mais um pouquinho... – ele bocejou. - Durma também, eu não vou te agarrar... - ele deitou na cama e virou para o lado.
Gina ainda ponderou por um instante. Era certo deitar na mesma cama que o Blaise? Era fato que eles eram amigos há anos e tinham uma certa cumplicidade. Porém, não esquecia que Blaise era considerado o homem mais conquistador do mundo mágico.
Em poucos minutos, ela percebeu que ele estava completamente entregue ao sono, já que ele ressonava baixinho. Como sua cabeça já começava a pesar e seu corpo apelava por uma cama, ela cedeu ao pedido do moreno e deitou ao lado dele para dormir.
Eles já haviam passado pelas maiores lojas do mundo, tanto no âmbito geográfico como no âmbito financeiro. Perderam um tempo considerável na área do "Quadrilátero de Ouro", onde se encontravam as lojas mais famosas do mundo. Sophie entrara em todas elas e experimentara praticamente todos os vestidos, até aqueles menos interessantes. E no fim de tudo, levava todos pra casa. Em apenas um dia, Draco estava se aproximando de tudo que ele havia gastado na festa do casamento e isso tudo estava deixando-o apavorado. Até onde Sophie aliviaria toda a sua fúria usando o seu dinheiro como terapia? Porém, ele nada poderia reclamar. Era dar margem a mais uma série de insultos, todos vindo da parte dela. Além do quê, ele havia prometido a ela que não reclamaria em nenhum instante. Embora, várias vezes, tivesse vontade de reclamar, ele refreava o impulso e ficava calado.
- E então, Sophie...? Está satisfeita? - Draco perguntou olhando-a de rabo de olho, enquanto caminhavam de mãos dadas pela cidade.
- Ainda não... - ela respondeu, desinteressada.
- Ainda não?! - ele exclamou. - Mas você comprou tanto que não conseguiu carregar as próprias bolsas e eles vão ter que entregar no hotel!
- Isso é o mínimo de cortesia que eles podem me oferecer depois da quantidade absurda de dinheiro que eu gastei em cada uma das lojas... - ela continuava com ar relapso e mantinha-se olhando as vitrines.
- Do meu dinheiro, você quer dizer, não é?
Ela o olhou rapidamente.
- Do nosso você quer dizer, não é, meu marido?
Draco bufou, e ela voltou o olhar para as vitrines que passavam. Ficaram um longo tempo em silêncio. Ele, não se conformando, resolveu tornar a falar:
- Tá legal, Sophie! Você já comprou sapatos, bolsas, vestidos, saias, blusas e sabe-se lá mais o quê. Eu só não consigo ver o que mais está faltando pra você não estar satisfeita! - ele soltou a mão dela, pra demonstrar que estava realmente aborrecido.
Finalmente, ela o olhou fixamente e deu um sorriso.
- Falta o presente que toda mulher merece ganhar, Draco... Jóias.
- Ah, é claro... Como pude esquecer a sua maior fixação? Jóias... É óbvio. - ele pareceu pensar por um momento. - Hum... Tenho uma idéia.
- Que idéia? - pela primeira vez, ela pareceu interessada.
- Você verá.
Eles andaram por mais algumas ruas, dobrando em outras. Sophie já estava ficando perdida e Draco olhava atentamente as placas, mordendo de leve os lábios finos.
- Onde você está me levando, Draco? Não agüento mais andar. Estou de salto, sabia?
- Espera... Já estamos chegando.
Andaram por mais cinco minutos e ele finalmente parou diante de uma loja enorme. Era toda feita de mármore negro e estavam expostas na vitrine jóias belíssimas, que deixaram Sophie com os olhos brilhando.
- E então...? O que acha?
- Oh, Draco... Elas são lindas. - ela disse, suspirando.
- Vamos entrar. - ele colocou uma mão na cintura dela e os dois entraram na loja.
- Boa tarde. Giovanni Maldini, por favor.- Draco disse pra vendedora.
- Só um momento, senhor. - ela respondeu, com um sotaque carregado.
Poucos instantes depois, um homem saiu pela porta dos fundos da loja. Era alto, moreno e tinha cabelos negros ondulados até a altura dos ombros. Seus olhos eram verdes, como esmeraldas e tinha uma leve barba por fazer.
Ao ver Draco, ele abriu um largo sorriso:
- DRACO! Stai bene? Draco! Como você está? – ele perguntou, vindo-o cumprimentá-lo.
- Sono benissimo! Estou muito bem!... – Draco respondeu. - Agora, por favor... Fale minha língua porque senão minha esposa não vai entender nada.
Os dois sorriram. Draco olhou pra trás e Sophie ainda olhava algumas jóias.
- Sophie...
Ela olhou pra ele.
- Oh, são lindas... - os olhos dela bateram no amigo do Draco enquanto ia na direção dos dois. - São realmente lindas.
- Grazie, signora Obrigada, senhora.
- Este é Giovanni Maldini. Giovanni, essa é minha esposa, Sophie Malfoy.
Giovanni puxou delicadamente a mão de Sophie e beijou-a na mão.
- Piacere di conoscerti...
Ela olhou desconcertada para Draco, que sorriu. Giovanni, então, disse:
- Prazer em conhecê-la, senhora...
- Ah, sim... – ela sorriu, um pouco envergonhada por não ter entendido. - Igualmente.
- Há quanto tempo estão na Itália? - Giovanni perguntou, enquanto puxava uma cadeira para Sophie sentar.
- Chegamos ontem mesmo. Lua-de-mel. E já estamos fazendo compras. Não é absurdo?
- Assim é Milão, Draco. Para as mulheres é praticamente impossível não fazer compras. Ainda mais as que possuem muito bom gosto. - ele sorriu para Sophie, que retribuiu timidamente. Draco notou a troca de sorrisos, mas não se importou.
- Pois então, Giovanni... Depois de passar o dia em compras incansáveis, minha mulher ainda não comprou nenhuma jóia. Lembrei logo de você.
- Veio no lugar certo, amico. Vou buscar as melhores jóias para sua esposa. - ele fez uma leve reverência e se retirou. Os olhos da Sophie ainda estavam postos no rapaz e Draco (que estava de pé, atrás dela) percebeu. Porém, não sabia de certo o motivo, mas novamente não se importou.
- Conheci o Giovanni em umas férias que passei na Itália com meus pais. - ele falou subitamente atrás dela, assustando-a. - Acho que eu estava indo pro sexto ano em Hogwarts. Nossos pais eram amigos, se é que você me entende...
- Sim... Hum... Claro, entendo perfeitamente.
- Mas nós nunca chegamos a ser amigos como nossos pais. - ele pareceu pensar. - A família dele sempre esteve envolvida no ramo das jóias. São as melhores jóias trouxas e bruxas já vendidas no mundo. E é engraçado justamente o Giovanni estar tomando conta dos negócios... – ele disse, tentando parecer casual.
Sophie se virou pra ele.
- Por quê justamente ele?
- Porque o Giovanni é o Blaise da Itália. Com a diferença de que, Giovanni costuma ser fiel. Mas tal qual o Blaise, ele só pensava em mulher.
- E ele mudou por quê? Se casou? - perguntou tentando disfarçar a curiosidade.
Draco deu um sorriso enviesado.
- Não sei. Se ele se casou, não me convidou para o casamento dele, assim como nós não o convidamos pro nosso.
Logo se ouviu barulho de passos e os dois pararam de conversar.
- Aqui estão as jóias mais belas que eu tenho na minha loja. Não são tão belas quanto a senhora, mas acho que elas chegam perto.
Sophie experimentou todas as jóias com o auxílio do Giovanni, enquanto Draco se mantinha um pouco afastado, apenas fazendo sinal de positivo ou negativo com a cabeça. Depois de cerca de quarenta minutos, Sophie decidiu pelos dois colares mais caros que tinham na loja.
Draco pagou os colares e já ia se despedir, quando Giovanni apareceu com um pequeno embrulho.
- Um presente da casa para a nova sra. Malfoy, como congratulações pelo casamento.
Quando ela abriu, era um anel de ouro amarelo, ouro branco e várias pedrinhas de diamantes no detalhe.
- Oh... Muito obrigada.
Draco apenas deu um sorriso de meia-boca para o outro homem.
- Nós já vamos, Giovanni. Gostei muito da sua loja. Você é bastante receptivo.
- Sim... Concordo com você, Draco. É ótimo o atendimento daqui.
- Meu dever é servir bem aos clientes. Sempre que a senhora quiser comprar jóias, pode voltar aqui...
Draco lançou um olhar penetrante ao homem e saiu da loja junto com Sophie. Não andaram nem por dois minutos quando ela deu um gritinho:
- Não acredito! Como sou esquecida!
- O que houve?
- Esqueci minha bolsa na loja. – ela deu um tapa de leve na cabeça dela.
Draco sorriu pra si mesmo.
- Vamos lá buscar, querido? - ela perguntou.
- Não... Vá você, a loja é ali perto. Eu quero fumar um cigarro.
Ela olhou pra ele meio sentida, mas deu meia volta e se dirigiu até a loja.
Então Draco riu. Gargalhou.
Estava casado há menos de 24 horas e acabara de mandar a sua esposa para os braços de outro homem. Por que ele sabia que ela não tinha esquecido a bolsa. Por que ele sabia que Giovanni havia se interessado nela. Por que ele sabia que Sophie havia se interessado nele. Por que ele sabia que Giovanni não deixaria essa oportunidade passar.
Ele sabia que se, sua mulher tivesse um caso com outro homem, sua reputação ficaria manchada. E seria taxado de vários nomes pela sociedade. Porém, ele não sabia bem o porque que ele se manteve parado ali, naquele lugar e não a impediu de ir até lá. Não conseguiu entender por quê ele não se importava com isso.
"E se fosse com a Virgínia...?", ele não conseguiu evitar de pensar.
Bem, ele sabia que se fosse com a sua ruiva, ele teria mandado toda aquela loja para o espaço e lançado um Avada Kedavra em Giovanni pela audácia dele de paquerar a sua mulher na sua frente.
Mas não era Virgínia. Era Sophie. E com ela, ele não se importava.
E, dessa vez, ele parou de teimar consigo mesmo. Ele gostava de Sophie sim. Como amiga. Afinal, ela era uma das mulheres mais especiais que ele já havia conhecido.
Talvez, se ele tivesse conhecido Sophie antes, ele pudesse amá-la. Mas não. Ele amava Virgínia Weasley.
Sim, ele amava a sua ruiva. E admitia pela primeira vez para si mesmo em quatro anos.
E se sentiu livre. Foi como se um peso saísse de suas costas.
Sophie veio na direção dele, segurando a sua bolsa. Estava com as bochechas rosadas. Ele sabia que ela estava envergonhada. Ele deu de ombros... Seu orgulho o impedia de querer saber o que se havia passado lá dentro.
Deu o braço para a mulher e foram em direção a um táxi que estava estacionado ali perto.
Tinha que pensar... Tinha que pensar muito. Por isso, escolheu ir tomar o chá das cinco na Galleria Vittorio Emanuele II, que ficava perto do hotel e onde ele poderia ter calma para pensar.
Sophie, para seu alívio, preferiu ir direto para o hotel, onde ia esperar as suas compras chegarem. Não sabia se ia conseguir ficar calado ao lado dela, sabendo exatamente o que poderia ter acontecido na loja. Ele seguiu para galeria, sozinho, de onde pode desfrutar do belo pôr do sol de Milão. Na realidade, não se importava com a beleza do por do sol e sim, ele queria algo que disfarçasse o que ele realmente queria fazer: pensar. Com essa desculpa, ele se sentou em uma das mesinhas da galeria, pediu um capuccino e se permitiu a pensar nela e somente nela.
Por todas as horas que se seguiram. Como se não houvesse mais nada no mundo. Como se tudo se resumisse apenas nele e nela. Exatamente como era há quatro anos atrás, quando ele a abandonara.
Pensou em tudo. Ponderou todas as suas atitudes durante o tempo em que ficaram afastados. Tudo o que ele havia prometido a ela e que ele não cumpriu. Pensou se nesse momento ela poderia estar nos braços do Blaise, como ele havia deixado bem claro que iria fazer. Pensou. Pensou. Pensou.
E a única decisão que chegou foi que ele amava Virgínia Weasley e que cometera outra burrada se casando com Sophie.
Ele não sabia o que fazer. Estava perdido. E ele já não sabia mais quantas vezes havia pensado isso em apenas um ano.
Havia acabado seu tempo de omissão.
Agora, só restava saber o que ele teria que fazer pra conquistar Virgínia novamente...
N/A: Viram??? Dessa vez o capítulo veio rapidinho! Podem comemorar! /o/
N/A2: Na realidade, era pra ele ter vindo mais cedo, porém, eu estava em semana de provas e não deu... Por outro lado, agora eu estou de féééérias!
N/A3: Gostaram da provinha de D/G no início do cap? -
N/A4: O Draco demorou pra tomar essa atitude, não? .
N/A5: O próximo cap não terá uma ação propriamente dita. Na realidade, nós só vamos descobrir algumas coisinhas interessantes nele. E, provavelmente, a Gina não vai aparecer.
N/A6: No Quadrilátero de Ouro estão as maiores lojas do mundo: Armani, Versace, Gucci, Valentino.. Entre outros. Ou seja: o paraíso.
N/A7 Bobagens de MSN:
Eu, Nana Malfoy e Chloe num Chat no MSN.
Chloe: Ei... O Draco não vai colocar camisinha não né? Tá, eu sei que isso é dar um bom exemplo, mas é um nojo qdo ele para pra se "proteger". Pior qdo ele ainda faz um feitiço qualquer...
Eu: Não, Chloe, ele não vai colocar a camisinha, satisfeita?
Nana: Ei... Ele poderia colocar a Camisinha Protectorial!
Eu: Ahn? o.o
Nana: Tá, eu acabei de inventar. Mas podia ser a 'Camisinha Protectorial', aquela com sabores para seu prazer!
Chloe: Sabor de quê? Hortelã?
Nana: Feijoada XD
Chloe: QUE NOJO!
Nana: Viu, Tati? Não se esqueça de dizer q eles usaram a camisinha Protectorial Camisolex!! A unica que dá mais "sustança", saúde e ainda tem gostinho de feijoada! XD
N/A 8: Vamos aos agradecimentos: /o/
Lux Você escrevendo como a Anabelle é tudo de bom! Hahahaha! Ri muito!
Exotic Willmore: "Aqui é a beta dessa budega falando"
Sério.. Amei sua review ¦lt;/p>
Ninde Seregon: Sophíbora é criação by me! /o/
O pior foi que ele saiu do nada! Tipo, eu estava escrevendo e ele saiu... Bizarro.
E o Blaise é muito gostoso mesmo!
E eu já estou recuperando minhas mp3...
Bjusss!
Bebel Malfoy : Eu? Má? Imaginaaaa!
E claro, se rolar um barraco entre Gina e Sophie, o soco vai ser dedicado a vc, ok?
E eu não demorei com o cap, viu?
Bjss!
Isa Potter: Me assustei com o tamanho da sua review, sério! Acho que foi a maior q eu recebi até hj e isso inclui Fenômeno. Eu a-m-e-i!!
Nossa.. Desculpa... Mas não sabia q o casamento ia te abalar tanto.. rss.
Mas acho q esse capítulo vai melhorar um pouquinho as coisas, não?
E eu amei o deusa da escrita! Hahahahaha
Obrigada mesmo!
Bjss!
Adara Black: Filhota do meu core!
Queria entender o que vc e a Chloe vêem na Sophie, but...
E calma que vai ter um D/G action propriamente dito.
Nesse cap foi só uma prévia.
Bjss!
Miaka O Blaise é o mais relapso porém é o mais certo de todos eles.
Eles deveriam escutar mais o Blaise, não acha?
Obrigada pela review!
Ana Bya Potter: Sim, eu mando um e-mail pra vc avisando da atualização!
Bjsss!
Miah Canyo: Estou vendo que o Blaise é unanimade!
Vamos abrir um fã clube do Blaise! /o/
Topas?
Seria até legal um Blaise e Gina, mas Draco e Blaise são muito amigos mesmo. Vcs vão ver melhor no próximo capítulo :roll:
E, por favor, não roube meu travesseiro! Eu não consigo dormir sem ele!
Rafinha M. Potter: É.. Vc Acertou de cara! Fiquei pasma!
O Draco não vai sofrer por muito tempo, pode deixar.
E o Blaise é tudo de bom mesmo!
Suki W. Malfoy: AHHHHHHH! Obrigada, fofa!
Amei sua review!!!
Comenta mais, ok?
Nika Gwen: É.. Coloquei o casamento pra dar uma apimentada na fic, pq senão ia ficar muito sem graça. E pode apostar q a coisa vai ficar ainda mais enrolada.
Bjusss
Ninha Obrigada pelos elogios!
Fico muito felizzz!
Bjuss!
Mione G. Potter RJ: Bem.. Não foi um D/G action atual... mas foi um "flashback", né... Acho que conta. Espero ter gostado!
E foi barra perder tudo mesmo. Mas eu estou recuperando!
Bjss
Fefs Malfoy:
'Maravilhosamente horroroso', eu fiquei um bom tempo pra adivinhar se isso era bom ou ruim! Rs
'Faz ele broxar na noite de núpcias', bem.. vc quase adivinhou! Foi quase isso!!! Gostou da noite deles? Hehehehe
Espero q tenha gostado!
E o capítulo veio rapidinho, viu?
Bjusss!
Lilli-Evans Obrigado por ter colocado a fic nos seus favoritos!
Espero que tenha gostado desse capítulo.
Bjusss!
Thaty Ei... Será que vc é minha xará?? Eu me chamo Tatiana!
E, bom... A Sophie não morre.
Espero q vc tenha gostado do cap.
Bjusss!
Manu Potter: Que bom que os personagens não estão OOC. Eu morro de medo disso!
Eu lembro do seu nick.. Qdo revisava Fenômeno!
Bjsss
Nana: Pare de spoilear a fic!
Vai ficar de castigoooo!
Tinhamu, sua vaca!
Bjsss
MSM: Viu? Acabou que a outra review veio!
E vc é D/H, mas está parecendo uma D/G doida! Hahahaha
Mais uma q ama o Blaise... Sim, temos que montar um fã-clube!
E vcs ainda vão gostar da Sophie... Tenho certeza! Ela não é vilã.
Bjss, filhota.
Mya-Lee É.. A gente não conversou muito mas eu adivinhei q era vc!
Meu MSN é: linamalfoyarrobaglobo ponto com
Bjusss
Kah Aqui tem um pouquinho de D/G...
Espero que vcs tenham saciado um pouquinho a vontade.
Mas não vai demorar muito pra ter um verdadeiro D/G...
Bjssss!
Cenas do próximo capítulo:
- NÃO É BEM ASSIM O QUÊ, BLAISE? VOCÊS DORMIRAM JUNTOS NO DIA DO MEU CASAMENTO!- Draco finalmente se irritou.
- EI! VOCÊ DISSE BEM! SEU CASAMENTO! O QUÊ VOCÊ PODE EXIGIR????
Draco procurou outra coisa pra tacar em cima dele e não achou. Então correu atrás dele, que correu para o outro lado da sala e se protegeu atrás do sofá.
- Você se dizia meu amigo, não é? Aquele que me conhece durante anos... BELO AMIGO VOCÊ ESTÁ SENDO!
- AH! QUE ENGRAÇADO! VOCÊ PODE ESTAR CASADO, MAS A VIRGÍNIA TEM QUE FICAR SOLTEIRA PRA SEMPRE?
- TEM!- vociferou.
