Rony desembarcou no trem das 11 horas, da plataforma King Cross, em Londres. O Ministério o havia chamado de volta, tirando-o da África. A sua espera estava apenas Harry, seus pais haviam morrido a uns anos, Gui, Carlinhos, Fred e Jorge andavam muito ocupados trabalhando no exterior (Fred e Jorge patenteando seus produtos na América), não falava com Percy a anos e Gina estava em algum lugar do mundo desde que fugira com Draco Malfoy. Sua família estava toda espalhada pelo mundo, desde a morte dos pais. Ele mesmo havia ido embora, formar uma nova familia com Hermione, que acabara pouco antes de começar. Tudo que lhe sobrara era Harry, mas ele não decepcionava Rony. Estava sempre ali.

-Rony! Como é bom tê-lo de volta!- Harry o abraçou com mais força que o normal, não se viam a muito tempo, e o amigo sentia que devia mostrar seu apoio mais que nunca, por causa da morte de Hermione.

-E aí, Harry?- Rony respondeu, o soltando.

-Senti saudades desde que você foi embora para a Africa, andei meio solitário, sabe?

-Você tem sua esposa e seus filhos aqui.

-Sinto muito pelo que aconteceu com a Hermione.- Harry respondeu, pondo a mão no ombro de Rony. Achava que era melhor tocar no assunto de uma vez, já que ele também sofria com a morte da amiga. Seus olhos se enxeram de lágrimas.- Muito mesmo. Sinto falta dela também.

-Obrigado.

-E como você está?

-Indo.- Rony deu de ombros.

-Isso mesmo, tem que continuar. Sei que pode parecer desesperador no começo, a falta que ela vai fazer é enorme, e não vai passar, mas pelo menos você vai se conformar com o tempo. Ficará menos doloroso.

-É.- Rony sussurrou, a verdade é que não achava que ficaria menos doloroso, a cada dia que passava parecia pior. Não só pela falta dela, mas também por que agora ele tinha tempo para pensar e perceber que eles não eram mais os mesmos, e que talvez ela morrera porque estava infeliz casada com ele, indo ver outro.

-Já sabe o que vai fazer aqui, agora que voltou?

-Tenho um almoço marcado com o chefe de minha seção, e depois estou livre.

-Aqui está a chave da casa da Hermione.- Harry tirou a chave do bolso e deu a Rony.- Só se quiser passar por lá, você sabe que é bem vindo em casa, a qualquer hora. É só aparecer lá, eu e Jack vamos ficar em casa, Luna, Henry e o bebê vão passar o fim de semana na casa do pai dela.

-Você teve uma menina, não é?

-Jane, já esta com 6 meses.- Harry respondeu orgulhoso.

-A idade que teria meu filho.- Rony murmurou.

-Bem, te vejo mais tarde.- Harry mudou de assunto, não podia e nem queria pensar no que o amigo passava com a perda do filho e seis meses depois o da mulher. Ele ficaria louco se algo assim acontecesse com sua família. Mas, Rony parecia estar reagindo bem, dentro do possível.- Você sabe como chegar em minha casa e tem dinheiro para o táxi, certo?

-Você tá parecendo minha mãe.- Rony sorriu.- Não se preocupe, eu sei me virar.

-Se cuida.- Harry sorriu, abraçando o amigo mais uma vez, e pegando a mala dele para já leva-la para casa, estendendo a mão para uma táxi trouxa.

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Rony chegou ao restaurante no hotel cinco estrelas, fazia muito tempo que não ia lá. Sempre fora a negócios, o lugar era muito caro, embora seu salário não fosse pouco. Logo que entrou, foi conduzido a uma mesa, onde um senhor alto, magro e de aspecto rude e severo o cumprimentou com um sorriso falso. Seu nome era Thomas Bradford, braço direito do Ministro da Magia, Sturgis Scringeour. Ele se levantou, apertando a mão do ruivo, assim que este se aproximou.

-Um prazer revê-lo, Weasley.-falou, se sentando e aceitando o menu que o graçom lhe estendia.

-O mesmo, Bradford.- Rony respondeu aceitando o menu que lhe era dirigido- Obrigado.

Escolheram seu almoço em silêncio, e fizeram seus pedidos, o graçom se afastou com uma leve curvatura.

-Sinto pelo que houve na África, com sua esposa.- Bradford murmurou, e Rony pode perceber que ele não sentia nada. Nunca gostara do ruivo e este dele, havia muito preconceito envolvido pelo ruivo, ser um Weasley, uma família antiga bruxa, mas sem qualquer importância e ter atingido um nível tão alto no Ministério.

-Obrigado. - Rony respondeu educado.- Recebemos as flores que o Ministério enviou, no enterro.

-Certamente uma perda terrível para a comunidade mágica.- o outro respondeu, mostrando revolta.- Principalmente doloroso para você.

-E para outras pessoas também, aparentemente.- Rony grunhiu.

-Como assim?

-Eu li uma carta...- Rony começou, mas resolveu se calar, não iria discutir assuntos pessoais com Bradford, especialmente envolvendo Richard, que trabalhava no Ministério Americano, e portanto era um contato importante do Ministério.

Mas, a expressão do outro o espantou, era quase como se Bradford estivesse com medo. Estava pálido e olhava com os olhos arregalados para Rony.

-Você... viu a carta de Richard?- Bradford conseguiu falar novamente, tentando recuperar a friesa.

-Li, encontrei no meio das coisas dela. Você sabia dela? Por que?

-Você não a tomou como uma ofença pessoal, ou tomou?- o outro continuou, mal o escutando.

-Como assim? Claro que tomei! Ele dizia...

-Não precisa repetir, sei da falta de classe com que a chamaram. Mas, estavam nervosos, precisa entender. Ninguém realmente pensava isso dela. Richard jamais permitiria, claro.

-Do que você esta falando?- Rony perguntou, surpreso.

-Do que você está falando?- Bradford repetiu a pergunta, ainda mais surpreso, como se pego em flagrante em algo que não devesse ter sido descoberto.

-A carta de amor que Richard mandou a Hermione. Do que você está falando?

-Nada.- Brandford respondeu rapidamente.- Me confundi de carta. Então, Richard escreveu uma carta de amor pra sua mulher? Que vergonha, ele tem um filho, poderia ser mais discreto.

-Que carta que você falava? Do que a chamaram?

-Nada Ronald.- o outro respondeu friamente, ele nunca chamara Rony pelo nome. Nesse momento a comida foi servida- Foi um engano, já concertado. Por que não aprecia esse delicioso almoço, e não esquece o assunto. Afinal, passado é passado.

O resto do almoço foi silencioso, exceto por algumas frases soltas e tensas, sobre trabalho, e o que Rony faria agora que voltara para Londres. Rony comeu seu almoço sem questionar o outro, mas por dentro pensava furiosamente, se houvesse uma coisa que ele não faria, seria esquecer a carta misteriosa, mencionada acidentalmente, por Bradford.

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A casa de Harry era um pequeno e aconchegante sobrado, numa parte acolhedora de Londres. Logo na entrada, depois da cerca de tijolos a vista com um portãozinho de ferro, e antes da parede com a porta de entrada, coberta de hera, havia uma árvore com um balanço e fitas coloridas, decoração feita provavelmente pela esposa de Harry, Luna. Quando Rony chegou, o amigo e o filho mais velho jogavam quadribol no pequeno jardim dos fundos, mas pararam imediatamente para recebe-lo. Jack era uma mistura dos pais, moreno de cabelos lisos, e imensos olhos verdes, se pareceria muito com Harry, exceto pelo rosto que era mais largo. Ele saldou Rony com um aperto de mão empolgado, e o ruivo se lembrou do quanto ele e Hermione se davam bem.

-Como foi o almoço?- Harry perguntou sorridente.

Rony imediantamente lhe contou sobre a estranha conversa com Brandford, e sobre a carta que Richard recebera, envolvendo Hermione.

-Ele não quis nem pensar mais em falar sobre o assunto, parecia furioso consigo mesmo, e comigo.- o ruivo falava revoltado, andando para cima e para baixo na sala.- Fiquei com medo que se insistisse, ele me atingisse com um feitiço de memória por debaixo da mesa.

-Isso é estranho de verdade. O que será que a Hermione tem a ver com esses caras?

-Fora direitos para elfos-domésticos, que eu saiba, nada. Mas, não posso imaginar o que os elfos tenham a ver com tudo isso.

-Você sabe que esse é um assunto delicado, os direitos dos elfos-domésticos, que pode desestruturar toda a economia bruxa, Rony. Isso que está acontecendo, pode ter a ver com os elfos.

-Quer dizer, sobre a morte dela?

-Foi estranho, Rony.- então Harry abaixou a voz por causa do filho.- Que tipo de assaltantes estupram e matam uma mulher, sem levar seu relógio de ouro?

-Tenho me perguntado o mesmo.- Rony respondeu, o estômago revirado de tristeza, pensando no que acontecera com ela.

-Se eu pudesse, te ajudava a descobrir... Mas, não posso. Tenho minha família para cuidar. Mas, conte comigo no que eu puder fazer daqui!

-Estava pensando,Harry. Você ainda tem aquela caixa de papéis dela que te mandei, semana passada?

-Está tudo guardado, como você me pediu. Vou buscar já.

Voltou logo com uma enorme caixa lotada de papéis, apoiou-a na mesa de centro, onde os três se ajoelharam em volta, mexendo nos papéis e separando qualquer coisa interessante.

-Ei, tio.- Jack, chamou depois de um tempo, Rony levantou os olhos de outra caixa de remédio vazia, para elfos-domésticos, vinda da indústria Três Varinhas. Por que Hermione insistia em guarda-las?- Qual é mesmo o nome do homem com quem você almoçou hoje?

-Thomas Brandford.- Rony respondeu, se aproximando do sobrinho.

Jack segurava um recorte de jornal, onde várias pessoas acenavam em frente a um prédio enorme. Na legenda embaixo da foto, o nome de Brandford estava destacado.Rony puxou a foto mais para perto e viu, o bruxo cobrindo o rosto com a mão, para impedir o sol de cega-lo. E logo acima de seu ombro, o logotipo do prédio.

-É a fabrica do Três Varinhas.- Rony murmurou, erguendo a caixa de remédio em sua mão, e comparando o simbolo das três varinhas cruzadas, soltando faíscas.- Que estranho. O que ele está fazendo ali?

-Tem um papel aqui, um rascunho de carta para uma mulher na Alemanha.- Harry falou, se aproximando- É sobre a Três Varinhas. Fala de uma cordo entre a indústria e o Ministério da Magia Inglês, "Um casamento arranjado que só gera frutos podres." Que expressão estranha.

-O quê?- Rony interrompeu o amigo, apanhando a carta. Ela usara aquela expressão, na tarde em que conversava com Arnald, e brigara com ele por causa do inseticida da Três Varinhas, logo depois da morte de seu filho. Olhou a data, era daquela mesma tarde. Um alívio tomou conta de seu peito. Afinal, não era deles que ela falava com Arnald, era sobre o acordo da Três Varinhas! Ela não estava infeliz com o casamento, ela não o culpava pela morte do filho deles!

-E tem outra aqui, para a amiga alemã dela também.

Rony pegou a carta e leu a letra firme e caprichada de Hermione.

"Querida Anika,
sei que deviamos falar apenas de trabalho, mas preciso desabafar com alguém. A alguns dias a resposta, de Londres, de meu relatório chegou, mas meu 'amigo', Richard, não queria me deixar vê-la. Disse que bastava saber que a reposta não era satisfatória. Mas, eu precisava ler a carta, então cometi um erro enorme. Eu propus uma coisa repulsiva para conseguir a carta. Me prometi para ele. Não sabe o quanto me odiei por isso, mas precisava ler a carta. Todos aqueles xingamentos que me dirigiam, não se aproximava do nojo que sentia por mim mesma. O único consolo que tenho, é que sei que jamais irei cumprir essa promessa, nunca pretendi. Errei por mentir, mas foi preciso. Só que Rony não pode saber. Ele vai me odiar se descobrir, e se isso acontecer, nada mais fará sentido. Eu acabo se o Rony desistir de mim. Você não sabe o quanto é duro. A pessoa com quem você mais quer conversar, é justamente a única que não pode saber. Seria egoísmo da minha parte pô-lo em perigo, contando-lhe o que descobrimos. Preciso ser forte, e continuar, mantendo-o fora disso. Obrigada por me ouvir, espero ter melhores notícias para lhe dar, na próxima.
Se cuida, e cuidado. Mande um beijo para o Bernard por mim,
Hermione Weasley."

-Jack, você está bem?- Harry murmurou, desviando o olhar da carta e se aproximando do filho, que olhava tristemente um pedaço de papel.

-É a cópia do cartão que ela me mandou no meu último aniversário.- Jack murmurou.

Rony se aproximou, e um nó se formou em sua garganta. Era um foto de Hermione, com um chapéu de festa, segurando um bolinho com uma vela que soltava faíscas. Ela cantava sorridente "Parabéns a você" em africano. Sentiu lágrimas em seus olhos, se esquecera o quanto ela era adorável. Harry e Jack se levantaram, deixando Rony sozinho, em meio as fotos. Ao vê-la ali, como ela costumava a ser, tornou a dor pior. Quando só tinha momentos tristes para se lembrar, junto com o fato de achar que estava sendo traído, era quase como se o confortassem. Mas, agora que sabia o quanto se enganara, a dor parecia pior e mais real. Como pudera pensar mal dela?

Encontrou um vídeo impresso no papel, do qual não se lembrava. Hermione subia na cama, onde ele dormia enrolado no lençois. "Hora de acordar", ele podia ouvir voz doce dela dizendo. "Não", reconheceu seu grunhido. "Oh, sim." ela sorriu, beijando-o no rosto e no pescoço. "Você precisa acordar.". "Me deixa dormir, Hermione." resmungou. "Acho que meu marido está sonhando com seu mundo perfeito" ela continuou, alegremente "Um mundo sem ervas daninhas." .

Rony abaixou o papel, parecendo haver um buraco em seu peito. Por que não acordara e aproveitara seu dia com ela, enquanto podia? Eram tão felizes! Ela era tão incrível! Por que teve que morrer? Por que teve que ser tão corajosa, e se arriscar tanto? E guardando os papéis de volta na caixa, se levantou e saiu.

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Ele abriu o conhecido portãozinho de ferro, tudo parecia tão igual ao que sempre fora, mas uma parte essencial estava faltando. Ele deu a volta na casa, e saiu direto no pequeno jardim dela. Estava tudo abandonado, sujo e morto. Folhas caidas em cima da mesa e das cadeiras, a roseira marrom e sem flores, a árvore resistindo, o mato tão alto como os joelhos dele. Ele se aproximou do vidro sujo, dando as costas ao lugar se parecia tanto com sua alma, e viu a casa quase totalmente vazia. Apenas a mesa de jantar, os armário da cozinha, e parte da cama de casal. Ele sentiu como se de repente estivesse morrendo cada dia uma pouquinho, desde a morte dela. E pela primeira vez entendeu que ela havia morrido da maneira mais horrível possível, e que jamais voltaria para ele a consolar, ou para consola-lo.

Ele apoiou no vidro, lágrimas escorrendo rapidamente por seu rosto, era a primeira vez que chorava. Lembrou-se dela, quando se conheceram, como ele ajudara a salva-la do trasgo montanhês, de quando a vira petrificada e seu corção pareceu tão apertado, aponto dele entrar na floresta proibida em busca de aranhas, em quando eles brigavam, nela tão linda no baile de Inverno, com Krum, o rosto dela ao vê-lo com Lilá, o primeiro beijo, o casamento, e o sorriso de felicidade ao lhe contar que estava grávida. Uma lembrança, maior que todas veio e ele chorou com mais tristeza, eles naquela cama, mostrando um ao outro como se amavam de verdade.

"Eles estavam deitados na cama, um ao lado do outro. Fora a primeira vez deles, e estavam tentando aproveitar todas aquelas sensações, desde alegria a euforia, ao mesmo tempo. Ele virou para o lado, e viu que ela o encarava, encolhida debaixo das cobertas.

-Muito obrigado por esse presente maravilhoso.-ele disse.

Que generosidade a minha.- ela respondeu séria.

-Não, não foi isso que eu quis dizer.- ele respondeu depressa, soara como se esse fosse o tipo de presente que ela dava a todos. Hermione então, que até ali estivera séria, caiu na risada. Ele suspirou aliviado.-Ah, então você me entendeu.- ele riu, a beijando e se levantando da cama.

-Ronald!- ela riu, pegando a samba canção dele do chão e jogando para ele.- Vista isso!

Ele, vermelho, vestiu a cueca, e se dirigiu para o jardim dela. Por algum motivo, não conseguia parar de sorrir.

-Olhe essas plantas!- exclamou, ao verificar os vasos no jardim.- Se fossem crianças, você seria processada, e elas seriam tomadas de você.

-Ah, eu as rego.- ela sorriu, se aproximando, enrolada no lençol.- Quando eu lembro, pelo menos.

-Deveria se preocupar um pouco mais com elas, e menos com os elfos.- Rony respondeu, beijando-a.

-Eu sempre digo que criaturas mágicas falantes e conscientes primeiro.- ela respondeu, beijando-o de volta".

Ainda chorando, Rony se afastou do vidro. Estava com raiva. Como puderam fazer uma coisa tão odiosa com ela, que não fazia mais do que se preocupar com outros mais do que consigo mesma. Ele se ajoelhou em meio a terra, arrancando violentamente as ervas daninhas. Bastardos! Filhos-da-mãe! Por que fizeram isso com ela? Não precisavam de nada disso, por mais prejudicial que fosse a descoberta dela, poderia ter sido resolvida sem estupro ou assassinato.

Caiu chorando, coberto de terra. Ainda lembrando-se dela, como fora estúpido. Como não percebera nada do que estava passando com ela, acreditando em cartas anônima que diziam que ela o traía, ao invés de se lembrar que ela jamais faria algo assim.

"A chuva caia pesada, o que era muito raro naquela parte da África, sentado na mureta da varanda, viu um vulto descendo do carro de correndo para dentro. Hermione estava encharcada, tentara se cobrir com um casaco, mas tudo que conseguira fora que este ficasse molhado. Ela sorriu ao ver Rony ali, e se aproximou o beijando.

-Oi, estava me esperando?- Hermione perguntou, se secando com a varinha, menos os cabelos que se arrepiavam se ela o fizesse.

-Pensando na verdade.- ele respondeu sério.- Você desapareceu sem dizer aonde ia.

-Desculpe, foi uma emergência. A coruja, que Arnald, me mandou dizia que eu devia me apressar.

-Eu... eu não quero que você saia mais com ele.- Rony respondeu sério, o ciúme matando-o por dentro. Queria gritar que já sabia de tudo, de toda a traição, mas não podia. Maior que a tristeza e a humilhação, era o medo de perde-la para sempre, sem nenhuma chance de tentar uni-los novamente.

O sorriso dela desapareceu imediatamente, e Hermione deu um passo para trás, furiosa.

-Você também!- ela exclamou.- Eles conseguiram virar até você contra mim! Querem que você me controle!- e saiu correndo.

-Hermione, não é nada disso.- ele a interrompeu, seguindo-a pela casa. Não sabia quem eram 'eles', mas também não se importava. - Eu quero que você não fique mais com ele, eu! Ninguém me virou contra você e não quero controla-la.

Ela saiu do quarto, enxugando o cabelo com uma toalha.

-Então, me deixe fazer meu trabalho.- pediu com lágrimas nos olhos, passando por ele, mas, Rony a segurou delicadamente pelo braço.

-Eu deixo.- ele suspirou, resignado.- Afinal, combinamos que eu não me envolveria no seu trabalho, que ele é problema seu.

-Obrigada.- ela murmurou, ainda chorosa.- É que estou tão cançada, e ainda tenho esse relatório para terminar.

-Por que não se dá uma folga hoje?- ele perguntou esperançoso, a abraçando.- Vá tomar um banho, comer alguma coisa, e aí prometo que leio um daqueles seus livros grossos e chatos para você dormir. O que acha, hein?

Ela riu, parecendo em dúvida, mas então suspirou.

-Soa maravilhoso, e eu adoraria poder fazer tudo isso. Mas, meu trabalho é realmente muito importante, e eu tenho que terminar esse relatório.

Rony sentiu-se muito desapontado, fazia muito tempo que não passava um tempo com ela. Hermione o beijou carinhosamente na bochecha, e saiu para seu escritório, fechando a porta."

NA- É, a Hermione gostava mesmo do Rony. Vocês acharam que eu escreveria uma fic que esses dois não são um casal apaixonado? Pense duas vezes! Ai, ai. E essa carta? O que está acontecendo? O que os elfos domésticos e o relatório de Hermione tinham de tão ruim, que precisaram mata-la? Vocês vão ter que continuar a ler para descobrir. Muito obrigada pelos comentários. Beijos, Mary