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Então agora sem mais enrolação, boa leitura.
"Diálogos"
- Pensamentos -
"Conversa via Rádio"
"Auto conversa."
Nota de Responsabilidade: Evangelion, seus personagens e cenário são propriedade de Hideaki Anno. Qualquer marca, filmes e séries mencionado nesta Fanfic é propriedade de seus criadores.
(*)
Capítulo 09.
BATIDA DE CORAÇÃO
BATIDA DE CORAÇÃO
BATIDA DE CORAÇÃO
BATIDA DE CORAÇÃO
"Pai por favor!
BATIDA DE CORAÇÃO
BATIDA DE CORAÇÃO
BATIDA DE CORAÇÃO
BATIDA DE CORAÇÃO
"Não me deixe aqui pai!"
BATIDA DE CORAÇÃO
BATIDA DE CORAÇÃO
BATIDA DE CORAÇÃO
BATIDA DE CORAÇÃO
"Por favor!"
"Acorde."
Shinji rapidamente abriu os olhos, olhando para os lados de seu quarto, cada dia era o mesmo, nada fora do normal, as suas coisas estavam em cima de sua pequena mesa, a sua televisão desligada, era um item que quase nunca foi ligado antes.
Piscando para limpar a mente, sentindo que seu corpo estava molhando com o suor de mais uma noite mal dormida, isso era algo comum para o jovem garoto de quatorze anos, ele nunca se lembrou de quando teve uma noite de sono decente desde que foi enviado para morar com seus tios no interior do Japão.
Mais uma vez ele sonhou com ela, uma garota que tinha olhos vermelhos e pele pálida, ela sorria antes de se lançar para ele num movimento rapido e era aí que ele sempre acordava, quem era essa garota? Pensava o jovem Shinji.
Olhando para o seu relógio na parede, sua mente logo se lembrou do motivo de sua agitação fora do normal, esse era o dia, o dia em que ele pensou que seu pai iria querer ele novamente de volta em sua vida, lentamente seus olhos caíram no papel recentemente reconstruído com fita.
Sentindo novamente a ira tomando conta de seu corpo, Shinji lentamente se levantou, ainda sentindo o corpo adormecido por ter acordado de forma abrupta, seus passos lentos ecoaram pelo pequeno quarto, seus olhos nunca saindo do papel na sua mesa.
Pegou novamente e olhou para as linhas censuradas, Shinji travou seus olhos numa pequena frase, nem completa estava a escrita, era somente uma simples palavra genérica.
"Venha."
Uma única palavra sem vida, uma palavra sem amor ou sentimento, era somente tinta em uma folha em branco, ele sabia que pertencia ao seu pai, ele sabia que o homem o queria ao seu lado, mas seria pelo proposito certo? Ele finalmente o queria de volta? Essas perguntas nunca saiam de sua cabeça, ele ainda queria saber o motivo de ter sido abandonado por seu pai.
Soltando um pequeno suspiro, Shinji abaixou os olhos, sentindo o mesmo sentimento que a anos convivia com ele, tristeza, era somente isso, tristeza da forma mais cruel que poderia assolar seu corpo.
Nem uma lembrança boa dos tempos de sua mãe, nem uma lembrança de seu rosto, do calor de seu corpo lhe protegendo dos perigos que o cercavam, ele não lembrava de nada, Yui Ikari era somente um nome que ele sabia a muitos anos, somente sua morte era conhecida.
Fechando os olhos ao sentir os olhos ardendo com isso, o menino se sentia culpado por não se lembrar da própria mãe, isso era algo que ele nunca iria se perdoar, que tipo de filho não iria se lembrar da mãe?
Respirando fundo, lentamente sua mão se fechou em um aperto forte, seus dedos estalavam com a força em que ele as fechou, tudo isso para controlar suas emoções que a muito tempo estavam fechadas.
"Eu não vou chorar." Falou o garoto com raiva ao se controlar, ele podia sentir seu corpo ficando cada vez mais rígido, a cada dia que passava ele sentia que era mais difícil de controlar.
"Eu não vou chorar." Repetiu o garoto.
"Eu não vou chorar."
"Eu não vou chorar."
Lentamente ele foi voltando ao seu controle, abrindo sua mão devagar, sua respiração voltando ao ritmo mais normal, ele sabia que teria que preparar as malas para sair, seus tios o lembrou que teria que ir, era um pedido de seu pai.
"Pai." Shinji repetiu com tristeza, querendo saber o motivo de ter sido abandonado pelo homem que deveria lhe ensinar como ser um homem, mas ele nem se importou com isso, nunca, nem uma vez se quer, Shinji somente conhecia seu pai pelo dinheiro que era enviado por ele para custear sua "hospedagem" na casa de seus tios.
Sentindo novamente seu corpo ficando com raiva, Shinji lentamente olhou para sua pequena mochila, contendo o que ele mais achava necessário que era somente suas roupas, a cada segundo que passava, Shinji se irritava ainda mais com a sua vida.
Se virando e socando sua pequena cama, ele pode escutar o som do material sofrendo contra seus golpes, o colchão vagabundo e velho que seus tios tinham lhe comprado não era mais adequado para uso, mas como sempre, ele sabia que o dinheiro de seu pai era usado para outras coisas, ele estava no final da fila.
Parando ao começar a sentir seu corpo ficando cansado com o esforço, Shinji encostou a cabeça na cama, sentindo novamente o corpo querendo chorar com o pensamento que era somente uma mera ferramenta, como sempre foi e iria sempre ser.
"Inútil."
"Quando ele vai embora."
"Dinheiro."
"Incompetente."
Novamente aqueles pensamentos o cercou, ele podia escutar as vozes lhe dizendo o que ele era, seus tios nunca escondendo o desgosto de sua presença, sempre deixando claro que ele representava a prole de um homem que não merecia honra, muitas noites Shinji desejou não acordar mais, ficar no mundo perfeito dos sonhos, onde não havia dor, tristeza... onde não havia nada.
A única pessoa que o respeitava era sua tia, uma doce mulher que pelo menos o tratava com algum respeito, mas sua mente sempre gritou dizendo que era somente um grande teatro, que ela somente fazia isso para que ele não fugisse, o dinheiro de seu pai era o que mais importava.
Sentindo o corpo lentamente relaxando, Shinji novamente abriu os olhos, escutando o som das cigarras gritando do lado de fora, um sinal de que ele tinha acordado para mais um dia, ele realmente tinha nascido para sofrer.
Se levantando lentamente, Shinji olhou para a porta de seu quarto agora fechada, com sua mão livre ele pegou sua pequena mochila e saiu do seu quarto, o chão de madeira fazia um pequeno som a cada passo que o garoto dava.
Descendo a escada com passos lentos e deprimidos Shinji pode sentir o cheiro de sua tia cozinhando alguma coisa para o café da manhã, colocando sua mochila no batente da escada, o garoto caminhou até a mesa.
"Olha quem decidiu levantar." Falou o homem mais velho ao ler um jornal, nem se dando ao trabalho de olhar para seu sobrinho, pelo menos ele estava mais alegre hoje, esse seria o dia em que finalmente Shinji iria embora de sua casa.
"Bom dia." Shinji falou com a voz mais baixa ao se sentar, olhando para as costas de sua tia preparando alguma coisa, muitas vezes era ele quem cozinhava para os dois, sua tia é uma enfermeira do hospital local, era ela que cozinhava em suas raras folgas de trabalho.
Shinji somente escutou um rosnado do homem que deveria ser sua figura paterna, ele não se importava mais com isso, a dor e sofrimento eram sua família.
"Então? Ansioso pelo reencontro?" Sua tia falou com um sorriso no rosto, Shinji não podia dizer se era feliz ou falso, mas ele não se importava com isso, pensando na pergunta de sua tia.
"Não." Foi sua resposta simples, ele não queria mais encontrar com o pai, muitos anos de abandono e depois de dez malditos longos anos ele tentou entrar em contato com ele.
"Shinji... vai ser bom." Sua tia falou ao se aproximar e colocar um pouco de comida na sua frente, Shinji a olhou com indiferença.
"Pelo menos aquele assassino vai fazer alguma coisa." Resmungou o homem ao abaixar o jornal, olhando para Shinji com ira.
"Querido!" Brigou sua esposa, não que ela se importasse com Gendo, mas falar assim na frente de Shinji ainda a machucava.
"O que?" Retrucou o marido com raiva, logo seus olhos caíram em Shinji.
"Ele mata a esposa e nós temos que cuidar dele!"
Sua tia estava pronta para retrucar, mas Shinji rapidamente falou, usando sua voz calma e abatida, não por causa das palavras duras de seu tio, mas sim com a falta de vida que reinou em seu corpo nestes anos.
"Desculpa por isso."
"Shinji... Isso não é sua culpa." Tentou ajudar a mulher, mas ela podia ver que o estrago estava feito.
"Eu vou para Tóquio 03 agora, assim não vão mais ter que lidar comigo, vão poder cuidar da própria vida de vocês." Disse o garoto ao comer um pouco de sua comida, ela parecia areia em sua boca, uma coisa sem vida.
Um grande silencio tomou conta do pequeno cômodo, Shinji lentamente foi comendo sua comida, ignorando completamente as tentativas de sua tia em iniciar uma conversa.
Terminando seu pequeno prato, Shinji lentamente se levantou, pegou seu prato e o lavou, deixando na pia para secar apropriadamente, lentamente seus passos foram em direção da sua porta, com um movimento mais lento, o garoto pegou sua mochila.
"Vou para a estação agora, obrigado por tudo e... adeus."
Seu tio nem se importou em retribuir com uma frase mais calma ou mentirosa, sua tia rapidamente olhou para a porta se fechando lentamente, ela tinha separado as coisas de Shinji para que fossem levadas pelos funcionários da NERV.
Se levantando e indo em direção da porta, a mulher rapidamente a abriu, vendo como Shinji já a alguns passos pela rua, ela rapidamente correu para sua direção.
"Shinji espere..."
Parando e se virando para trás, Shinji pode ver a mulher se aproximando com um olhar desconfortável no rosto, ele esperou para ver aonde isso iria dar.
Rapidamente a mulher se aproximou do garoto, parando a poucos metros dele, esticando seus braços e o puxando para um abraço, Shinji tentou sentir alguma coisa, mas não tinha carinho ali, era somente duas carnes encostadas um no outro.
Ele sabia que sua tia não o odiava como seu tio, mas ela também não o amava, lentamente os dois se soltaram, ela falou com desconforto.
"Tome cuidado lá."
"Eu vou." Shinji respondeu ainda sentindo abatido, lentamente ele se virou e começou a sair, para muitas pessoas, a partida é um momento difícil, muitas lembranças boas impediam isso, mas Shinji não se sentiu triste por partir, ele não sentiu nada, somente o pequeno impacto que seus pés faziam ao tocar o solo.
Sabendo que era uma viagem relativamente longa, Shinji pegou o seu item mais precioso, seu tocador SDAT, colocando os fones em seu devido lugar, lentamente as músicas foram fluindo, empurrando as lembranças que a tanto tempo assolava.
A caminhada foi longa, mas para um garoto como Shinji isso não foi nada, ele estava acostumado a andar, a música o ajudou a passar o tempo, as pessoas ao seu redor o olhava com pena, para os outros, Shinji era o garoto que foi abandonado pelo pai depois da morte da mãe, isso foi motivo para o bullying que sofreu de algumas crianças, outras simplesmente o deixavam em paz.
Sentindo o seu pé batendo um alguma coisa, lentamente o garoto levantou a cabeça, vendo que estava na frente dos degraus que davam acesso ao sistema de transporte, rapidamente ele se ajustou, pegando o bilhete que seu pai enviou para sua viagem.
Vendo que ainda tinha tempo para a partida, Shinji rapidamente se sentou na frente da plataforma de transporte, somente olhando para os rostos das outras pessoas, cada uma em seu mundo particular e próprio, os sorrisos nas famílias que iriam começar uma viagem com as crianças felizes e empolgadas com a nova aventura.
Os minutos foram passando, mas para Shinji, isso foi muito tempo, sua mente pensando em tudo que podia, mas ele nunca conseguiu responder à pergunta que assolava sua mente a muito tempo, porque seu pai o abandonou.
Sentindo o seu corpo ficando irritado, Shinji somente queria um motivo, ele com certeza o odiava, isso não era dúvidas para o jovem garoto, sua mão se fechou novamente com a adrenalina que tomou conta de seu corpo.
"Está com dor?" Uma voz delicada falou na sua frente, Shinji rapidamente abriu os olhos, vendo quem era a pessoa que estava atrapalhando sua auto piedade, mas na sua frente tinha uma pequena pessoa.
"O que?" Respondeu o garoto ao remover os fones de ouvido, olhando atentamente para a garotinha que estava na sua frente, ela deveria ter mais ou menos seis anos de idade e olhava atentamente para Shinji.
"Eu perguntei se está com dor?" Repetiu a garotinha com um sorriso tímido no rosto, Shinji lentamente se acalmou com a pequena garota de olhos azuis.
"Não... eu somente estava pensando." Respondeu o garoto da melhor forma possível.
"Querida!" Uma mulher se aproximou dos dois, ela rapidamente pegou a mão da filha, olhando para ela com desaprovação.
"Não atrapalhe as outras pessoas!"
"Mas mamãe..." Tentou a criança.
"Está tudo bem senhora..." Shinji falou com um sorriso falso no rosto, mas ele sabia que não era culpa da pobre menina.
"Desculpe por isso, ela é muito curiosa com tudo." Disse a mulher ao segurar a filha, uma rápida olhada na hora revelou que estava perto de seu trem.
"Não se preocupe com isso, é bom eles terem imaginação." Shinji falou com um sorriso completamente falso, a criança lhe lançou um sorriso, mas a mãe rapidamente a puxou para longe.
"Temos que ir, novamente desculpe." Revelou a mulher ao começar a se afastar, Shinji acompanhou o pequeno grupo, ele pode ver a criança o olhando com tristeza, ele sabia como era o sentimento, mas uma coisa nela o deixou desconfortável, aqueles intensos olhos azuis fizeram com quem uma coceira reinasse em sua mente.
Pensando aonde aquilo era relevante, Shinji tentou pensar o melhor que podia, mas nada vinha em mente, ele sabia que tinha alguma coisa com aquela cor em especial, mas nada vinha em sua memória, assim como o rosto de sua mãe.
Lentamente o garoto foi voltando ao seu estado de tristeza, olhando para os trens partindo um após o outro, o garoto pensou no que estaria fazendo, se tudo isso iria valer a pena, se seu pai lhe daria as respostas que ele queria.
Soltando um longo suspiro, Shinji olhou para o horizonte, vendo como o sol estava tocando tudo com sua luz, seus olhos foram na bela paisagem, perdido em pensamento com tudo que lhe aguardava.
Logo seus olhos viram uma coisa, uma coisa que não seria possível, uma garota... de cabelos azuis e uniforme escolar estava parada olhando para ele, seu rosto não tinha emoção, não tinha nada, não era a primeira vez que ele a via.
"Trem 2357 HMS2 com destino a Tóquio 03 partirá em dez minutos, todos os passageiros se dirijam para o portão de embarque 02... repetindo trem 2357 HMS2 com destino a Tóquio 03 partirá em dez minutos, todos os passageiros se dirijam para o portão de embarque 02."
Shinji olhou para cima, escutando a voz eletrônica anunciando que seu trem estava pronto, com o som de asas de pássaros, Shinji novamente olhou para o local onde a misteriosa garota estava, mas agora não tinha mais nada.
Balançando a cabeça para limpar os pensamentos, lentamente o garoto se levantou e foi até o seu destino, ele podia ver o veículo parado a sua espera, não perdendo tempo, logo entrou e se sentou, ainda olhando para o local onde ela estava.
Inspirando ao saber que era novamente sua imaginação lhe pregando peças, lentamente o vagão foi carregado com pessoas, a maioria indo trabalhar, mas Shinji não se importou com isso, ele somente olhou para fora, vendo a paisagem se movendo conforme o trem ganhava velocidade.
Algumas horas passaram, Shinji olhou para o grande mar vermelho que lentamente foi tomando forma, ele já tinha visto isso antes, os seus professores mostraram fotos antigas mostrando sua cor azul cheia de vida.
Vermelho... porque essa cor chamava tanto a sua atenção? Pensava o garoto, azul e vermelho, dois polos opostos, o que isso significava para ele, isso ainda não sabia.
Soltando um longo suspiro, lentamente as pessoas foram saindo indo para os seus destinos, conforme mais próximo ele chegava da cidade, mas o trem ficava vazio, fechando os olhos ao começar a sentir o corpo entrando em estado de sono.
ALARME.
GRITOS.
ROXO.
GRITOS.
"Acorde."
Uma voz falou em sua mente, novamente a pessoa de cabelos azuis pulou na sua frente.
Shinji não sabe quando tempo dormiu, mas ele lentamente abriu os olhos, escutando o som do comandante alertando sobre a proximidade da cidade fortaleza, o garoto rapidamente limpou o sono do rosto, olhando para o trem parando na plataforma, ele era o único no vagão.
Caminhando pela plataforma agora vazia, Shinji olhou para os lados em busca de qualquer pessoa, mas não tinha ninguém, seus olhos percorreram tudo em busca de qualquer informação, mas a plataforma estava vazia.
Caminhando para fora, olhou em volta procurando a pessoa que prometeu busca-lo, mas ao não encontrar nada Shinji foi em direção ao telefone público, abrindo novamente a sua mochila em busca de um papel onde estaria o contato da pessoa que iria busca-lo.
Olhando para a foto de uma mulher bonita, Shinji abriu um sorriso com isso, não pelo fato dela estar numa posição onde seu decote dava uma bela visão de seus seios, mas sim o sorriso no rosto da mulher de cabelos roxos.
"Misato Katsuragi." Shinji leu o nome escrito a mão ao lado de uma mensagem.
"Olá, me espere na estação... eu vou te buscar."
Beijos... Misato Katsuragi.
PS. Repare no decote.
Soltando uma risada com a falta de maturidade da mulher, Shinji lentamente pegou o telefone, olhando para o número que estava escrito do outro lado, ele queria poder avisar que tinha chegado.
"Todas as linhas foram bloqueadas devido ao estado de emergência, procure o abrigo mais próximo..."
Shinji olhou para o aparelho confuso, os noticiários não tinham falado nada sobre alguma calamidade pública, lentamente o garoto olhou em volta buscando qualquer sinal de pessoas, mas era somente o vento e o som das portas de metal rangendo.
Olhando para longe novamente, Shinji a viu, parada no meio da rua, a misteriosa garota de roupa escolar o encarando como sempre, ele queria saber quem ela era, mas antes de poder fazer qualquer outra coisa, Shinji olhou para baixo, sentindo uma forte onda de choque passando pelos seus pés, olhando para frente, novamente tinha sumido.
"O que está acontecendo?" Perguntou o garoto ao começar a ficar assustado, mas antes de poder pensar em mais alguma coisa, o som de vários aviões de combate passando por cima dele baixo o suficiente para que o vento de seus motores o empurrasse.
Olhando para cima com os olhos arregalados, Shinji deu alguns passos para trás, não acreditando no que seus olhos estavam vendo, logo mais ao fundo, um ser gigante caminhava tranquilamente indo em direção a Tóquio 03, ignorando completamente os disparos contra seu corpo.
Shinji sentiu seu corpo caindo no chão, sua respiração estava acelerada ao olhar fixamente para o monstro, ele queria gritar, mas sua voz não saia, seus olhos nunca saindo daquele ser que estava caminhando.
Sachiel olhou para os lados, sentindo a presença de seu pai, ele procurou atentamente seu ponto mais forte, os VTOL's atiravam contra sua pele, mas isso não era nada, nem arranhavam sua pele, mas tudo tinha um certo limite.
Esticando um de seus braços, Sachiel num movimento lento e delicado materializou um lamina rosa de sua mão e com um movimento simples, ele não teve problemas para destruir os VTOL's que estavam na sua frente, ele tomou alguns segundos para vê-los caindo na cidade como moscas, vendo que não eram mais um ameaça, lentamente ele continuou seu caminhou pela cidade.
Shinji olhou horrorizado quando uma das naves caíra bem perto dele, explodindo em uma grande bola de fogo, finalmente sentindo que seu corpo estava funcionando novamente, o garoto se levantou e começou a correr, indo o mais rapidamente possível para longe do grande monstro, ele podia escutar o som de seus pesados passos indo em direção da cidade.
Olhando para trás, Shinji podia ver quando enormes projeteis rasgavam os céus na esperança de conseguir deter o grande monstro, mas como sempre, os disparos nada podiam fazer contra o inimigo, Shinji somente correu o mais rápido possível.
"Porcaria!" Rosnou Misato ao acelerar seu Renault Alpine pelas ruas vazias de Tóquio 03, ao seu lado uma pasta mostrando uma foto de Shinji, ela tinha se voluntariado para busca-lo, mas saber que o anjo tinha finalmente chegado atrapalhou seus planos.
Virando uma esquina ao dobro da velocidade permitida, Misato passou pela estação, ela sabia que Shinji não tinha entrado em um dos abrigos, a NERV teria descoberto isso na hora que ele desse entrada.
"Cadê aquele garoto?" Perguntou a mulher ao olhar para todas as direções, logo seus olhos caíram no inimigo, vendo Sachiel disparando um feixe de luz roxa em direção aos batalhões de tanques que tentava inutilmente detê-lo.
Vendo uma bola de fogo que eram os VTOL's que tinha caído, Misato sentiu um grande medo tomando conta de seu corpo, será? Pensou a mulher com medo, mas ao virar e entrar em uma grande avenida, Misato cerrou os olhos ao ver uma pessoa correndo, deduzindo pela altura e postura que podia ser Shinji.
Acelerando seu carro o mais rapidamente possível, Misato sorriu ao escutar o doce som do motor V6 de seu amado carro, escutando o ronronado dele acelerando, ela amava aquele carro.
Shinji corria, ele podia sentir seus pulmões ardendo com a necessidade de oxigênio, mas ele não iria parar, ele podia escutar o som da pequena batalha logo atrás dele, os passos do monstro logo atrás dele ganhando cada vez mais som, parecia que ele estava tentando lhe alcançar.
Ele queria fugir, mas uma coisa o bloqueou, vendo um carro azul cruzando sua frente, o som de seus pneus contra o asfalto o fez parar sua corrida, pelo menos era um carro, pronto para oferecer alguma carona para longe, mas uma mulher sorrindo abriu a porta do passageiro.
Olhando para o sorriso dela, Shinji rapidamente se lembrou da foto, com certeza era ela, com seu cabelo roxo e tudo mais, mas seu sorriso foi o que a fez reconhecer aquela mulher atraente.
Soltando um longo suspiro ao ver que era Shinji Misato não perdeu tempo ao chama-lo para dentro do carro.
"Olá Shinji! desculpa a demora."
Não perdendo tempo, rapidamente o garoto correu para o carro, sentando no banco de couro, Misato nem esperou ele colocar o cinto de segurança, novamente ela sorriu ao escutar o doce som de seu carro rasgando a rua.
Shinji finalmente se controlou, se ajustando no banco e olhando para trás, vendo como Misato estava rapidamente se afastando do monstro que quase o esmagou algumas vezes.
Finalmente vendo que a coisa estava um pouco mais segura para Shinji, Misato virou a cabeça e olhou para o garoto ao seu lado, vendo como ele estava um pouco assustado, ela não podia culpá-lo por isso.
"O que era aquela coisa?" Shinji perguntou ao olhar para frente, ele podia ver que eles estavam indo muito rapido.
Sorrindo nervosamente, Misato logo pensou no que falar, ela não sabia ao certo qual era o nível de segurança que Shinji iria ter, ela somente soube que teria que buscar um garoto na estação, ela sabia que ele era filho do comandante, podia ver isso em seu rosto.
Ainda pensando na resposta que iria dar, Ritsuko poderia muito bem dar uma resposta melhor, mas ela estava ao lado do assustado garoto, resolvendo abrir um pouco o jogo, ele tinha visto o inimigo em primeira mão.
"Bem, aquilo era um anjo."
"Anjo?!" Shinji falou com os olhos arregalados, rapidamente sua mente ligou as imagens sobre anjos que os filmes passavam, do seu pequeno conhecimento religioso, mas essa coisa não parecia um anjo.
"Que merda está acontecendo!?"
"Merda!" Gritou um dos generais ao ver a imagem na tela, mostrando o anjo ainda caminhando em direção da grande cidade, eles tinham total fé nos militares para conseguir deter aquela coisa.
"Nem está arranhando o maldito!"
Gendo olhou para frente, vendo a imagem do anjo andando tranquilamente, ele sabia que as armas convencionais não iriam conseguir machucar o inimigo, mas parecia que os militares iriam ter que aprender da forma mais difícil.
"Que desperdício do dinheiro público." Fuyutsuki falou ao parar ao lado de Gendo, tendo sua postura arrogante de professor universitário, sua voz carregava uma tristeza absoluta, os tempos não foram fáceis para ele.
"Deixe eles acharem que estão no controle." Gendo falou ao juntar as mãos na frente do rosto, um pequeno sorriso nasceu em seu rosto com isso.
"EXPLODA O FILHA DA PUTA!" Gritou um dos generais ao se levantar de sua mesa, olhando para tela principal do centro de comando da NERV, em sua mão um telefone vermelho que lhe dava linha direta com a força aérea.
Gendo teria revirado os olhos se não tivesse focado no anjo na sua frente, o mesmo acontecia com o velho professor ao seu lado.
Misato correu o mais rapidamente que conseguiu, parando o seu carro em uma encosta e pegando um binoculo que estavam aos pés de Shinji.
"Paramos porquê?" Perguntou o garoto mais calmo ao ver Misato pegando uma coisa no chão do carro.
"Vamos dar uma olhada nele..." Misato falou sorrindo ao ver o anjo parado no centro da cidade, ignorando completamente estar esmagando Shinji contra a porta de seu carro, ela pensou em como poderia conseguir derrotar o inimigo sendo que seu principal piloto estava bem machucado para isso, virando os binóculos para cima, Misato arregalou os olhos ao ver uma coisa.
"Puta merda! Eles vão jogar uma mina N2!"
"Mina o que?" Shinji perguntou preocupado, mas ao julgar pela preocupação da mulher, ele sabia que não era nada bom.
Pegando a cabeça do garoto, Misato rapidamente subiu em cima dele, usando seu corpo como um escudo, ela sabia que a onda de choque iria ser forte pela distância que eles estavam, logo uma grande luz branca iluminou tudo ao redor.
"Se abaixa!" Gritou Misato ao segurar fortemente Shinji.
Shinji fechou os olhos ao sentir o calor da luz, sentindo como se tivesse entrado num forno, mas rapidamente ele escutou a explosão, tudo que ele se lembrava era de sentir o carro chacoalhando muito e Misato lutando para se segurar junto com ele.
"Perdemos contato visual com o alvo." Maya relatou de seu lugar no centro de comando, na sua frente os relatórios dos MAGIS mostrando que muito provavelmente eles tinham falhando, mas não seria ela que iria dizer aos generais.
"Toma isso!" Comemorou um dos generais com extrema felicidade, ele rapidamente se virou para trás, dando um olhar arrogante para Gendo e Fuyutsuki.
"Parece que seus serviço não vão ser necessários."
Gendo sorriu por trás de suas mãos, ele esperou para que o general pudesse ver com seus próprios olhos, Kozo balançou a cabeça negativamente com isso.
"Restabelecendo conexão." Hyuga relatou profissionalmente, todos na sala arregalaram os olhos ao ver o inimigo parado, como se nada tivesse machucado ele.
"O que!?" Gritou o general completamente surpreso, sua melhor tática não tendo funcionado, não demorou para ele escutar o telefone em sua mesa tocando novamente, ele sabia que era a ONU.
"Sim.. OK... entendo completamente senhor." Terminou o homem com tristeza em sua voz, ele rapidamente se virou ao ver Gendo se levantando e indo para frente da mesa deles.
Gendo não demonstrou, mas ele se divertiu com a imagem humilhada dos homens na sua frente.
"Muito bem Ikari, a ONU está passando o comando operacional para você... acha que pode matar o monstro?" Perguntou o general mais velho.
Levando a mão e ajustando os seus óculos, Gendo rapidamente respondeu com confiança.
"Sim... é para isso que existe a NERV."
"Ai... isso doeu." Misato resmungou ao se mover dentro de seu carro, olhou em volta em busca de Shinji, ela rapidamente sorriu e corou com a imagem, ele estava deitado embaixo dela, com o rosto enterrado entre seus seios.
Virando a cabeça para o lado, ela pode ver que ambos estavam deitados no teto do carro, soltando um longo gemido ao temer pelo seu amado carro, mas ela tinha uma preocupação maior.
Se ajustando o melhor que podia, Misato rapidamente olhou para Shinji em busca de ferimentos.
"Você está bem?"
Sentindo uma forte dor de cabeça, Shinji abriu os olhos ao se deparar com o peito de Misato, ele rapidamente corou ao desviar o olhar, sua mente logo se lembrou de escutar a pergunta dela.
Colocando a mão na testa, o garoto falou com um gemido de dor.
"Sim, estou bem."
"OK então... vamos sair daqui." Misato falou sorrindo ao ver que pelo menos a porta do carro estava aberta, se arrastando o melhor que podia, ela conseguir sair, e com uma ajuda simples removeu Shinji.
"O que aquele velhos tem na cabeça?" Misato resmungou ao limpar seu vestido preto, vendo que com certeza ela teria que comprar outro no futuro, mas logo seus olhos caíram no seu carro, tendo parado de lado com o impacto da explosão.
"Meu carro..." Disse a mulher com a voz chorosa.
Shinji pode ver o estrago, rapidamente se sentindo mal por ela, ele colocou a mão na nuca.
"Me desculpe por isso."
"Esqueça..." Misato falou abatida ao sinalizar com as mãos, não era culpa dele, logo ela olhou para o menino nos olhos, podendo ver seu rosto, suas feições quase femininas, mas o que mais a chocou foi seu olhar abatido, ela lhe lançou um sorriso.
"Esqueci de me apresentar apropriadamente." Disse a mulher ao se aproximar e estender a mão.
"Eu sou Misato... Misato Katsuragi."
Esticando a mão e apertando timidamente, Shinji respondeu com um falso sorriso.
"Eu sou Shinji Ikari."
"Prazer Shinji, me ajude a colocar meu bebê de volta em quatro rodas." Misato falou ao se aproximar de seu carro completamente amassado, Shinji assentiu com isso, ele rapidamente parou ao lado da mulher e esperou pelas ordens.
Com um rugido de força, ambos conseguiram colocar o carro em ordem, com Misato segurando as lagrimas com o estado de seu amado carro.
"Vamos?"
"É um milagre que esteja andando, acredita que ainda tenho vinte e duas parcelas para pagar?" Misato tentou aliviar o ânimo, mas Shinji olhava para fora com tristeza.
"Pelo menos a NERV é quem vai pagar o concerto dele."
Shinji segurou uma risada ao escutar isso, mas ao saber que estava cada vez mais perto de seu pai, isso drenou qualquer felicidade de seu corpo.
Misato olhou para o garoto, vendo como ele estava com um olhar sombrio no rosto com a viagem, uma rápida olhada no espelho confirmou que o inimigo ainda estava parado.
"Tenho certeza que era por aqui que tinha que virar à esquerda..." Misato falou sozinha ao ter um pequeno mapa em suas mãos, ela com certeza estava perdida.
Shinji olhou em volta e pode ver o labirinto de caminhos, mas resolveu ficar calado.
"Um elevador!" Misato falou sorrindo ao ver a máquina, pelo menos tinha chegado em algum lugar, Shinji rapidamente a acompanhou, com um bip suave as portas de metal se abriram.
O caminhou foi lento, com somente o som indicando os andares, Misato olhava para Shinji com curiosidade, ele não tinha falado nada até agora, somente tinha o olhar abatido nos olhos, pronta para perguntar alguma coisa as portas se abriram.
Misato olhou para fora com os olhos arregalados, na sua frente estava sua amiga de faculdade, com uma forte carranca no rosto.
"Perdida novamente?" Ritsuko falou com aborrecimento, ela teve que parar seu trabalho para resgatar Misato.
"Eu ainda não decorei o caminho." Misato falou rindo.
Ritsuko olhou para Shinji com indiferença, vendo sua postura passiva e olhar abatido, podendo ver a semelhança com Gendo e Rei, já sabendo da origem da garota.
"Então é ele?"
"Sim... o próprio." Misato falou sorrindo ao apontar para Shinji.
"Menino vamos." Ritsuko falou com indiferença, ignorando completamente o olhar desaprovador que Misato tinha lhe dado.
Shinji escutou isso, sentindo uma ira crescendo dentro dele, ele sabia que não poderia deixar as pessoas pisarem nele.
"Eu tenho nome!"
Misato arregalou os olhos ao escutar isso, Ritsuko se virou ao escutar alguma coisa, olhando para o rosto determinado de Shinji, ela não se sentiu intimidada por ele.
"Meu nome é Shinji Ikari!"
"OK... Shinji." Falou a mulher ao se virar e começar a caminhar, Misato olhou para Shinji com um sorriso tímido no rosto.
A caminhada foi lenta, Shinji olhou para os lados ao ver que eles entraram em uma sala escura, ele podia sentir o cheiro metálico e liquido ao seu redor, mas não poderia saber o que estava lá.
"Muito bem Shinji... agora vou lhe mostrar o futuro da humanidade." Falou a cientista ao apertar um botão, vendo as luzes se acendendo e revelando o enorme rosto da unidade 01.
Shinji deu um pequeno pulo para trás, vendo a enorme cabeça roxa na sua frente, uma pontada de dor deu em sua cabeça, de alguma forma ele sentia que não era a primeira vez que via aquela coisa, mas o choque tinha superado qualquer outra coisa.
"O que é isso?"
"'isso' é a unidade humanoide Evangelions... o EVA 01" Ritsuko falou com orgulho ao ver a máquina tendo ajudado sua mãe a terminar algumas coisas.
Misato olhou para o EVA, vendo como o gigante estava à espera de seu piloto, ela sabia do estado de Rei, ainda não entendendo o motivo de tanto drama com relação a isso, Shinji poderia ser apresentado depois, a não ser... Logo um calafrio percorreu seu corpo.
"Então é nisso que ele trabalha?" Shinji perguntou para o nada, olhando para o rosto da unidade 01 e toda a sua familiaridade que seu cérebro lutava para lembrar, mas nada vinha.
"Exato." Uma voz fria falou vindo de cima, Shinji a olhou e sentiu um choque, lá estava ele parado friamente com uma mão no bolso.
"Pai..." Disse o garoto com abatimento.
"Pai por favor!"
"Não me deixe aqui pai!"
"Por favor!"
Milhares de lembranças daquele dia ecoaram em sua mente, destruindo qualquer surpresa que tinha ganhado.
Gendo sorriu com isso, seu filho estava exatamente como ele queria que estivesse, uma lembrança ecoou em sua mente, ele olhou para o filho e rapidamente se lembrou da esposa, sentindo uma pequena ira percorrendo seu corpo ao ver o filho novamente, mas ele tinha que se controlar, muita coisa tinha que acontecer antes de tudo.
"Já faz muito tempo... Shinji."
Notas do Autor: Olá pessoal Calborghete aqui, temos enfim o capítulo 08, espero que tenha sido de agrado de todos, como sempre não deixem de segui-la e salva-la em seus favoritos para não perderem mais nenhuma atualização futura.
Todos devem estar pensando... "O que aconteceu? QUE SALTO DE TEMPO É ESSE!?" Calma pessoal, tudo vai ser explicado no seu devido tempo, agora começamos a saga realmente, mas nos próximos vai ter algumas explicações e flashbacks para explicar tudo e revelar as coisas com o tempo certo.
Então não se preocupem com isso, tudo será revelado quando chegar a hora.
Por favor revisem, suas críticas (Boas ou ruins) são muito importantes para mim, vocês sabem que eu levo muito em consideração o que é dito e também me dá forças para continuar.
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