Olá pessoal, Calborghete aqui, como estão todos?
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Então agora sem mais enrolação, boa leitura.
"Diálogos"
- Pensamentos -
"Conversa via Rádio"
"Auto conversa."
Nota de Responsabilidade:
Evangelion, seus personagens e cenário são propriedade de Hideaki Anno. Qualquer marca, filmes e séries mencionado nesta Fanfic é propriedade de seus criadores.
(*)
Capítulo 11.
Muita coisa eu aprendi na minha nova vida, sempre imaginei as coisas como uma ordem natural, que estava predestinado a acontecer de alguma forma, mas com o tempo eu realmente acreditei que era tudo novo, mas parece que eu estava errado.
Olhando para baixo, eu finalmente volto o meu pensamento para a terra, posso ver os eventos que estavam acontecendo, Lilith tinha me explicado como tudo isso tinha começado, sempre igual, essas foram as palavras dela.
Posso sentir Yui dentro daquele maquina infernal, ainda não consigo entender os motivos que a levaram a concordar em fazer isso, mas muita coisa ainda eram em branco para mim, a mente humana era confusa.
Sentindo novamente um calafrio percorrendo minhas costas, um leve sorriso nasce em meu rosto, eu sei o que isso significava, Lilith novamente veio falar alguma coisa comigo, me viro com um sorriso leve no rosto confirmando minhas suspeitas.
Parada a poucos metros de mim, Lilith como sempre vestida com seu uniforme escolar, rapidamente um pensamento vem em minha mente, uma lembrança de tempos passados, para muitos era muito tempo, mas para mim era como se fosse ontem.
Lilith olhou para o rosto de Thanato, podendo ver que ele estava novamente pensando naquele dia, ela somente queria que ele ao menos entendesse a motivação que levou Yui a fazer o que fez e o que isso iria levar para o futuro da humanidade.
"Espero que tenha entendido algumas coisas agora."
Thanato olha para ela com curiosidade, pensando em como ela poderia saber exatamente o que ele estava pensando.
"Ainda é um grande mistério para mim, mesmo estando presente na sua decisão."
"Sim, eu mesma demorei para entender os motivos por trás daquela decisão, mas com o tempo e as repetições que eu passei finalmente pude entender os motivos dela, então espero que você possa entender por si mesmo."
Lilith falou ainda com seu rosto sem vida, ela estava pronta para falar ainda mais, mas Thanato começou a falar primeiro, sua voz sempre era suave para as pessoas que o escutava.
"Fizemos o certo?"
Lilith vira a cabeça em dúvida com isso, não podendo entender o seu raciocínio, Thanato pode perceber isso, ele rapidamente lhe lança um sorriso ao continuar seus pensamentos.
"Eu ainda não estou em paz com isso, sempre faço o caminho contrário... parte de mim grita dizendo que foi um erro, que é contra a minha natureza... mas eu não sei o que pensar sobre isso."
Lilith abaixa a cabeça, ela sabia a que ele estava se referindo, pensando em suas próximas palavras com cuidado.
"Era necessário se não fizéssemos isso, nada iria mudar." Ela fala ainda estudando as emoções do ser na sua frente, torcendo para que isso pudesse ajudar de alguma forma.
Thanato dá uma longa respirada, logo seus olhos focam no sol na sua frente, com sua luz iluminando sua pele pálida, ele vinha repetindo essas palavras a muito tempo, mas parecia que ainda era errado.
"Eu sei... mas ainda acho que foi errado, mas foi certo eu sei..."
Olhando para Lilith com grandes dúvidas, ele pensava na raça ancestral, eles não gostavam de ter seus pedidos negados ou contra a vontade deles, isso de alguma forma assustava ele.
"Posso entender seus sentimentos Thanato, mas pense que iremos ajudar as pessoas que nos interessamos, não podemos ficar girando em círculos para sempre, isso não é certo, tudo tem que começar e terminar, mas o nosso mundo parece ter alguma coisa contra isso, a muitos anos eu assistia a vida começar a crescer..."
Lilith começa a falar, sua mente inundada por dezenas de lembranças de suas antigas vidas, de toda a dor e sofrimento que ela sentia sempre que seu coração começava a voltar ao normal, cada vez que ela pensava que o mundo iria conseguir crescer sem a morte por um impacto.
"A muitos anos eu sempre acabo me decepcionando com tudo que sempre acaba acontecendo novamente, de novo e de novo... Meu corpo não aceita mais isso, eu tenho que fazer alguma coisa Thanato, mas não posso fazer sozinha."
Thanato olha para aqueles olhos intensos vermelhos, ele podia ver a dor neles, em alguns raros momentos, Lilith mostrava alguma emoção, isso deixou ele querer ajudar, mas sua linha de criação ainda tinha certo poder dentro de seu corpo, lentamente ele deixou ela falando.
"Sempre eu vejo minha criação sendo consumida por ganancia e ódio, a guerra contra os anjos sempre acaba destruindo tudo, eu não aguento mais isso... e pouco me importa se tenho que incomodá-los, eu tenho que parar isso."
Lilith fala com ligeira determinação em seus olhos, ela podia ver que Thanato estava pensativo, ele não foi feito para criar a vida, justamente para o feito contrário.
"Eu posso entender sua dor, não é fácil lutar contra a nossa intuição original, mas eu somente posso pedir que siga meus passos, me ajude quando eu precisar de sua ajuda, fique do meu lado quando for necessário... é somente isso que eu peço."
Thanato escutou aquilo atentamente, ele não teve mais dúvidas, ele iria ajudar aquele ser de olhos vermelhos, algo dentro dele gritava para parar, reverter o que ele tinha feito algum tempo atrás, mas Lilith conseguia ser muito convincente, para ela era mais fácil, tendo vivido muitas outras vidas, anos de experiências em lutar contra seu pensamento original.
"Eu vou te ajudar, posso parecer hesitante no começo, mas com o tempo eu vou melhorando, vou estar ao seu lado sempre que precisar de mim." Thanato fala seriamente ao encarar Lilith nos olhos, ele pode ver um pequeno sorriso nascer em seu rosto, muito tímido para ser visto por outras pessoas, mas seus olhos puderam ver.
Flash Back.
"Temos que fazer alguma coisa Thanato, ela precisa estar lá." Lilith fala ao olhar para o amigo parado olhando para o espaço novamente, ela sentia que os anjos estavam próximos.
Sentindo um sentimento que nunca tinha experimentado antes, Thanato olhou para baixo e olhou para a terra, perder aquele humano em especial foi difícil, principalmente depois do que escutou dela mesmo.
"Entendo, mas isso que você me pediu é impossível, minha tarefa é levar as almas, não implementar." Fala o Deus ao se virar e olhar para Lilith.
"Eu sei, mas com minha ajuda pode acontecer." Rei fala ao encarar a morte.
"Mari morreu naquele dia Lilith, eu ainda não busquei sua alma, pois não posso me aproximar." Thanato fala com determinação, o pedido de Lilith era algo que ele nunca cogitou na sua vida.
"Ela precisa voltar, Ikari-kun vai precisar dela..." Rei fala ao se aproximar, ela sabia que seria difícil, mas não poderia ter tempo para convencer a morte.
Ainda sentindo o corpo estranho pela perda, Thanato não conseguiu resistir as emoções que Lilith estava passando para ele, a morte de Mari de alguma forma machucou sua própria alma.
"Eu não sei... vai contra meu dever."
"O seu dever é cuidar das almas que vão ao meu encontro, essas almas são minhas Thanato..." Lilith fala com ligeiro aborrecimento ao pensar nisso, mas ela não tinha tempo para cordialidades.
"Eu somente peço a sua ajuda para pegar e nada mais..."
"Eu... eu..." Thanato fala apressadamente ao pensar nisso, de alguma forma ela tinha certa lógica, ela era a progenitora do mundo Lilin na terra, as almas voltam para seu devido criador quando sua hora chega.
"Mas isso vai contra a raça ancestral... eles não vão permitir uma volta." Thanato fala ao pensar em uma solução, Lilith tinha um pequeno sorriso no rosto, pelo menos ele pensava a respeito do assunto, ela não tinha poder suficiente para entrar no mar de Dirac, mas com o poder dele, isso poderia ser possível.
"Eu cuido disso quando chegar a hora, mas aposto que não vão se incomodar com isso, tenho que causar a ordem neste mundo, esse foi o pedido deles, então eu posso fazer tudo que estiver ao meu alcance para que a ordem possa ser concretizada.
Thanato ainda sentia o seu corpo ficando tenso com o pensamento, mas alguma coisa dentro dele dizia para ajudar, ele tinha que ajudar Lilith, com uma suspirada final ele abaixou a cabeça, com a mente em um turbilhão de pensamento.
"Ok Lilith... mas eu não sei como podemos fazer isso."
"Vamos encontrar um jeito para entrar no mar, temos que criar uma realidade para conseguir entrar em contato com a alma perdida, seus dons vão poder sentir isso, eu cuido de criar o ambiente." Lilith falou com um pequeno sorriso no rosto.
Thanato piscou, indo para o último lugar onde Mari tinha ido, parado na frente da grande esfera vermelha agora com uma cor opaca, uma grande caixa dizendo para todos se afastarem por causa do risco biológico que aquilo representava.
"Os Lilins brincando de Deus, manipulando o núcleo de Adão." Lilith falou ao tocar a pequena bola com os dedos, podendo sentir uma coisa a chamando, mas ela se concentrou na alma que navegava sem rumo lá dentro.
Thanato olhou para aquilo, sabendo que foi ali que Yui perdeu um pouco de sua vida, foi ali que o mundo começou a desmoronar, lentamente ele esticou a mão e tocou a esfera, sentindo nada além de frio.
"Estou pronta." Lilith falou sem desviar o olhar, ela podia sentir que Thanato estava com dúvidas.
"Somente abra seu coração para mim, eu faço o resto." Terminou a garota ao tocar o ombro de Thanato, essa foi a primeira vez que ambos se tocaram, Thanato sentiu uma coisa em seu corpo, ele pode sentir Lilith entrando em sua mente, assim como ela pediu, ele não prestou resistência.
Rei fechou os olhos, sentindo seu corpo ficando mais poderoso com a força da morte, ela rapidamente reabriu os olhos, brilhando em um vermelho forte com isso, ela se concentrou, podia sentir o campo AT do núcleo lutando contra ela.
Thanato fechou os olhos, somente sentindo seu poder sendo drenado de seu corpo, ele nunca tinha sentindo uma coisa tão intensa antes, mas assim que começou... acabou, reabrindo os olhos, ele somente via o nada.
"Onde estamos?" Perguntou o homem.
Lilith olhou ao redor, somente vendo o branco, ela sorriu ao saber que tinha conseguido, se virando e falando com seu amigo.
"Estamos no mar de Dirac."
Thanato olhou em volta, não podendo ver nada além de branco, não podendo negar que ficou altamente decepcionado com o que via.
"Isso?"
Lilith novamente fechou os olhos, manipulando seu campo AT para conseguir projetar alguma coisa, eles tinham uma missão aqui, rapidamente ao seu lado, um belo campo aberto preencheu o lugar.
Thanato sorriu ao ver a manipulação de Lilith, o lugar escolhido ao menos tinha sido bom para os seus olhos, rapidamente ele começou a sentir uma coisa, uma sensação familiar, uma alma estava próxima.
"Vamos procurar por ela." Rei falou ao começar a andar, seus passos delicados percorriam seu mundo falso, Thanato andava logo atrás, olhando para tudo que seus olhos poderiam enxergar.
Lentamente seus dons a localizaram, Thanato olhou para um ponto em especial, flutuando no nada, uma pequena esfera vermelha, do tamanho de uma maça, ele sorriu ao reconhecer a energia, era ela.
"Mari Makinami... piloto de teste do projeto núcleo." Rei falou ao se aproximar, pegando a pequena esfera, sabendo que ela não estava sentindo nada, pois sua alma não tinha voltado para sua criadora.
Um brilho forte inundou o local, Thanato olhou com curiosidade enquanto Lilith absorvia a pequena esfera, ele sabia que ela tinha que voltar para sua criação, mas isso iria durar pouco.
"Estamos feitos." Lilith falou ao sentir a alma dentro dela, estava machucada, almas assim não foram feitas para vagar pela terra, mas ela iria conseguir ajudar de alguma forma.
"Pensei que ela iria estar aqui." Thanato falou ao se aproximar de Lilith, rapidamente sentindo uma onda de cansaço tomando conta de seu corpo, ele sabia que sua fonte de energia estava ficando cada vez mais fraca neste mundo.
Lilith percebeu isso, ela rapidamente olhou para longe.
"Temos que ir, se não ficaremos presos neste mundo falso e sem vida."
"OK." Foi tudo que Thanato conseguiu falar, rapidamente ele pode ver o mundo voltando ao nada, Lilith com certeza lutando para controlar o que sobrou das energias dos dois, assim como começou, num piscar de olhos eles estavam fora, sentindo o corpo caindo para trás, Thanato sabia que estava prestes a desabar.
"Descanse, por pouco não tirei tudo de seu corpo." Lilith falou ao olhar para a própria mão, sentindo a alma de Mari em seu corpo agora.
"Preciso disso, o que aconteceu?" Thanato responde ainda confuso.
"Conseguimos o nosso objetivo, agora eu vou tratar de fazer um novo corpo para ela." Lilith falou ao se afastar, ainda sem emoção em sua voz, Thanato olhou para a garota se afastando, de alguma forma isso lhe deu um sorriso no rosto, ele tinha conseguido ajudar de alguma forma.
Lilith partiu em um piscar de olhos, rapidamente ela se viu dentro da instrumentalidade, vendo as almas que estavam ao aguardo de reencarnar em um novo vaso da vida, em sua mão a pequena esfera de Mari, ela nunca tinha feito isso antes.
Usando seu campo AT, ela rapidamente se moveu, olhando para uma grande sala, na parede um símbolo com uma sigla, nela tinha a escrita IPEA, ela sabia que isso estava contra os desejos da raça ancestral.
Parando na frente de um grande cilindro, Lilith rapidamente abriu uma tampa, esticando a mão e rapidamente uma pequena cascata de LCL começou e encher o tanque, ela sorriu com isso.
Andando tranquilamente, um técnico do IPEA tinha uma pequena ficha nas mãos, ele estava terminado seu turno ao ver uma coisa na sala de pesquisa da instituição da ONU, com o olhar franzido ele entrou, seus olhos não esperavam ver o que estava na sua frente, vendo uma forte luz branca no centro, ele rapidamente apertou um botão na parede.
Lilith olhava para o liquido, ela sabia que tinha uma pessoa logo atrás dele, mas isso não era importante, num piscar de olhos, ali na sua frente, um corpo se formou.
Correndo até a sala, várias pessoas armadas entraram, um homem frio com a voz rouca acompanhava seus homens, ele foi informado sobre a presença do intruso.
"Quero um perímetro de segurança naquela sala, a coisa não deve sair!" Ordenou Albuquerque ao checar a munição em sua pistola, seu rosto marcado em determinação, ele já tinha ciência da guerra contra os anjos.
Todos os homens pararam na frente da porta, podendo ver a luz branca que emanava de dentro da sala, com um sinal de cabeça, o comandante ordenou que a sala fosse invadida.
Ao som de vários gritos e passos, todos os homens entraram na sala, cada um teve uma reação diferente ao ver aquela luz branca e pura.
Tirando as pessoas da frente, rapidamente o diretor Albuquerque olhou para dentro da sala, vendo a luz forte parada na frente de um dos cilindros, pegando sua arma e rapidamente apontando para o ser.
"Fogo!" Gritou Albuquerque, rapidamente uma forte rajada de tiros inundaram a sala, mas Lilith nem se importou com isso, seu campo AT não permitiu que os disparos a machucassem, lentamente ela abaixou a esfera vermelha para dentro do corpo recém-criado.
BATIMENTO CARDIACO.
Com um sorriso final, ela olhou para trás, vendo os homens a olhando com medo, mas Albuquerque tinha somente uma carranca no rosto, ela sabia que o homem era mais calmo que os outros, Mari com certeza iria conseguir convencer essas pessoas.
Com um pequeno flash de luz ela se foi, deixando somente os homens olhando para o tubo na sua frente, contendo uma garota de mais ou menos dezesseis anos, com cautela todos entraram, procurando o ser misterioso.
Albuquerque olhou para menina nua flutuando no cilindro, seu rosto pacifico enquanto dormia parecia familiar para seus olhos, mas sua calma foi quebrada, com o som de estalo o grande cilindro se quebrou, dando um pequeno passo para trás, Albuquerque olhou para a garota que caia aos seus pés, seus homens rapidamente apontando as armas para ela.
"Não pode ser." Sussurrou o homem ao olhar para aquele rosto na sua frente, tinha alguma coisa nela que tinha chamado sua atenção.
"Devemos matar essa aberração agora!" Falou um dos homens ao se aproximar, rapidamente apontando sua arma para a cabeça de Mari.
"Não!" Falou Albuquerque com força, todos os seus homens calaram a boca instantaneamente com isso, eles não queriam discordar do homem que se abaixou para olhar melhor o rosto do novo ser na sua frente.
Com um movimento lento, Albuquerque rapidamente removeu seu pesado casaco e cobriu o corpo nu de Mari, rapidamente ele se virou e olhou para seus homens, eles estavam com medo, ele podia entender isso.
"Levem ela para a enfermaria, mandem fazer exames completos." Relatou Albuquerque ao remover uma mecha de cabeço do rosto adormecido de Mari.
"Senhor... ela foi feito por aquele monstro!" Um dos homens falou ao apontar para Mari, os médicos rapidamente entrando na sala e indo na direção de Mari.
"Cale a boca soldado..." Falou o homem ao se levantar e dar espaço, o forte cheiro de LCL inundando a sala, com seu olhar frio ele falou para todos.
"Isso é classificado como nível de segurança zero, não quero que nada vaze para fora dessa sala." Ordenou Albuquerque ao começar a sair, mas ao não escutar nada, o homem rapidamente parou seu caminho, se virando e olhando parar seus homens com um olhar perigoso no rosto.
"Eu somente vou falar uma vez..." Albuquerque falou com forte autoridade, ele pode ver todos os homens engolindo a seco com isso, os únicos que pareciam mais calmo eram os médicos olhando para Mari.
"Eu não vou aceitar que isso vaze para fora desta sala, nenhum documento deve ser feito, vamos analisar a situação com cuidado."
Sem ao menos esperar, Albuquerque partiu para a sala de recuperação, ele sabia que essa garota iria ser levada para uma sala de isolamento, mas de alguma forma ele sabia que o risco não era nada.
Dentro da ala médica, Albuquerque olhava para Mari deitada na maca, vendo os médicos trabalhando em tudo que podiam, rapidamente um homem se aproximou, seu rosto com barba malfeita e um sorriso falou ao parar do seu lado.
"Belo discurso." Falou o homem ao soltar uma nuvem de fumaça.
"Agente Kaji." Falou Albuquerque sem nem ao menos remover os olhos do vidro, ignorando completamente o homem fumando ao seu lado.
"Devemos nos preocupar com ela?" Kaji falou ao segurar seu cigarro entre os dedos, ele tinha alguns documentos roubados da antiga Gehirn, e essa garota estava justamente em uma das fotos que revelavam um dos projetos.
"Acredito que não." Albuquerque falou sem remover os olhos da janela de vidro que separava os dois, em suas mãos tinha os relatórios preliminares sobre sua saúde.
"Os médicos até agora não encontraram nada, ela é um ser humano de padrão laranja como todos nós."
"Interessante." Kaji falou ao ver a garota dormindo tranquilamente na cama, não podendo negar que era estranho isso, mas sua vida já era estranha o suficiente para reclamar.
"Acha que de alguma forma ela voltou?"
Albuquerque olhou novamente para a foto do rosto de Mari nos tempos de faculdade dela, não havia explicação para que isso acontecesse.
"Eu não sei, quando ela acordar vamos fazer o interrogatório para saber mais sobre ela, quem sabe ela se lembra de alguma coisa que possa ser relevante." Explicou Albuquerque ao pensar em milhões de situações que poderiam dar errado.
"Acha que vamos conseguir esconder isso dá NERV ou do comitê?" Kaji falou ao jogar seu cigarro fora e esmagar com o pé.
"Vamos conseguir, Gendo não é tão manipulador como acha que é, temos que manter isso em segredo absoluto." Albuquerque pensou com ira ao se lembrar de Gendo.
"E quanto ao comitê da SEELE, tentaremos ao máximo."
Kaji olhou para o homem, vendo como ele mantinha sempre sua seriedade ao olhar para dentro do vidro, acompanhando seu olhar, o espião não pode negar que sentiu pena da pobre garota, com certeza quase tudo indicava que ela era a verdadeira doutora que tinha morrido naquele dia.
Mari lentamente sentiu sua consciência voltando, era como se seu cérebro tivesse sido removido de seu corpo neste momento.
"Yui! Me tira daqui!"
Piscando ao sentir as memorias voltando ao seu corpo, sentiu uma pequena pontada de dor, sua respiração começou a acelerar um pouco.
"Quer ser tornar um comigo?"
"Socorro Yui!"
"Você finalmente acordou." Uma voz falou ao seu lado.
Mari olhou para o lado, ainda sentindo que seu corpo estava no estado de inconsciência, vendo que estava no grande lugar, mas não tinha paredes nem chão, mas de alguma forma ela sentia que estava deitada em alguma coisa.
Virando a cabeça para os lados, seus olhos focaram em uma pequena luz parada ao fundo, ela queria se mover, mas seu corpo não respondeu.
"Yui? Onde eu estou?"
"Infelizmente não sou ela." A voz falou ao fundo, a luz branca se aproximou dela, o calor que ela irradiava era calma e acolhedora.
"Você sofreu um acidente."
Mari piscou ao relembrar algumas coisas, flashes de memorias do dia em que ela estaria tentando ativar o projeto núcleo, uma pontada de dor percorreu seu corpo ao relembrar quando 'morreu'.
"O projeto falhou." Mari falou ao ficar pensativa, lentamente a luz se aproximou dela.
"Sim, você morreu no teste." A luz falou.
"Morri?" Mari falou confusa, ela rapidamente olhou para o lado, vendo como o mundo ao seu redor onde estava no nada, ela rapidamente sentiu uma forte tristeza em seu corpo.
"Então... o que eu estou fazendo aqui?"
A luz se moveu perto dela, Mari queria saber quem era esse ser que parecia amigável, mas ela não conseguia ver seu rosto.
"Atualmente eu te trouxe de volta, não foi nada fácil." A luz falou com a voz suave.
"Porque?" Mari perguntou cansada, ela sentia que seu corpo estava mudando.
"Eu quero que você o ajude... fique ao lado dele." A luz falou com ligeira tristeza na voz, Mari piscou ao escutar isso, ela teria que ajudar quem?
"Eu sei que é muito para processar agora, mas você vai entender com o tempo, assim que se encontrar com ele, você vai saber o que fazer."
Mari sentiu um pouco de força percorrer seu corpo, ela queria poder perguntar mais, mas seu corpo estava fraco.
"Mas o que eu tenho que fazer? Porque isso aconteceu comigo?"
"Ajude o filho dela, somente você vai poder ajudar... é somente isso que eu peço para você... guie ele para o lado certo Mari... ajude-o."
Mari sentiu o som da voz da luz ficando mais longe, rapidamente ela sentiu seu corpo ficando mais pesado, seus olhos lentamente foram se fechando, novamente ela ficou no nada, com somente as últimas frases da coisa misteriosa em sua mente, ela teria que ajudar quem?
Mari abriu lentamente os olhos, sentindo uma dor aguda quando a luz inundou seus olhos, uma sensação de desconforto percorreu seu rosto quando ela tentou focalizar no teto.
Respirando fundo, Mari sentiu seu peito queimando quando o ar inundou seus pulmões recém-formados, ela sentiu como se fosse a primeira vez que os usava, ela rapidamente soltou um longo gemido com isso.
Virando a cabeça para o lado, seu corpo doía com qualquer coisa que acontecia, lentamente seus ouvidos foram inundados pelo som das pesadas portas de metal se abrindo ao seu lado.
Se esforçando para virar a cabeça, Mari lutou para focar seus novos olhos para ver o que estava acontecendo, ela pode ver um pequeno grupo de pessoas entrando com roupas pesadas, eles falavam alguma coisa ao seu redor, mas ela não entendia nada.
Com o passar do tempo do tempo, seus sentidos foram voltando ao normal, ela finalmente ficou capaz de escutar corretamente, mas parece que infelizmente seus olhos continuavam com sua miopia.
Olhando para suas mãos, Mari procurou por antigas cicatrizes, mas sua pele estava perfeita, era como se ela tivesse nascido novamente, respirando com dificuldade, ela falou ainda olhando para as mãos.
"O que aconteceu comigo?"
Seu pensamento foi quebrado quando as pesadas portas se abriram novamente, uma mulher com um sorriso no rosto entrou, Mari pode ver que era um sorriso falso, mas a pessoa tentava parecer amigável.
"Olá? Como está se sentindo?" Perguntou a mulher com calma ao parar na frente da cama.
Mari ainda olhava para os lados com medo e dúvidas, mas pensou que deveria responder um pouco.
"Estou me sentindo estranha."
"Entendo..." A mulher falou ao anotar alguma coisa na prancheta.
"Pode me falar seu nome?"
Mari piscou ao escutar isso, ela rapidamente respondeu com naturalidade.
"Eu... eu me chamo Mari... Mari Makinami."
"Certo..." Continuou a mulher a anotar nas folhas.
"Onde está Yui?" Mari perguntou com medo, ela queria poder falar com sua amiga, ela rapidamente viu a mulher ficando com um olhar pensativo.
"Onde está Yui!?"
"Não sei quem é ela, mas vamos pensar em você agora." A mulher tentou argumentar, mas Mari falou com a voz mais forte.
"Uma ova! Cadê Yui!?"
"Se acalme garota." Um homem falou ao entrar, seu rosto mostrando um desdém natural.
"Me acalmar! Eu acordo em um lugar que eu nem seu onde estou! Quero saber que merda está acontecendo!?" Mari falou com medo ao sentir seu corpo ficando rígido.
Inspirando profundamente, Albuquerque se virou, em seus braços tinha alguns arquivos que continham a vida de Mari até onde eles conheciam, dentro do arquivo, tinha o que aconteceu com Yui e Kyoko, suas amigas e colegas de infância.
"Yui? Yui Ikari?" Pergunta o homem ao olhar para os arquivos em suas mãos, ele ignorou a resposta da garota em sua cama.
"Yui! Onde ela está!? Eu quero falar com ela!" Mari falou ao sentir os olhos ardendo, mas uma coisa chamou sua atenção, vendo um conjunto de arquivos sendo lançados em suas pernas.
Com as mãos tremulas ela lentamente pegou a pasta, seus olhos se arregalaram com o que tinha visto, olhando para uma foto dela, mas parecia ser um arquivo antigo.
"O que?..." Mari falou com medo percorrer as linhas digitadas, principalmente a data que marcava as últimas linhas.
"Dois mil e quatorze..."
Balançando a cabeça para os lados, Mari olhou para cima, tinha se passado quase quatorze anos desde a última data que ela se lembrava.
"Vamos conversar um pouco Mari." Albuquerque falou ao puxar uma cadeira e se sentar na frente de Mari, ele podia ver que a garota estava confusa, ele não a culpava, Kaji lentamente entrou no pequeno quarto, vendo os olhos da menina lagrimejando com tudo que acontecia.
Lentamente ele se aproximou dela, pegando uma de suas mãos e apertando suavemente, ele podia ver Mari olhando para ele com medo, mas com seu sorriso original ele conseguiu acalmá-la.
Fim do Flashback
"Como você está?" Perguntou Kaji ao colocar uma xicara de café, na esperança de conseguir alguma coisa dela.
A menina não se moveu nem um centímetro, então Kaji falou mesmo assim, usando tudo que sabia para conseguir quebrar o gelo.
"Então? Vamos começar do começo novamente?" Perguntou ele, mas a menina nem se moveu, ainda olhando para baixo, mas tinha alguma coisa no olhar dele que mexeu com ela, ele parecia confiável, lentamente ela pegou a caneca e deu um pequeno gole do liquido amargo.
Kaji sorriu com isso, pelo menos ela estava cooperando novamente, ele falou com um sorriso no rosto, ele tentou ser o mais educado e cooperativo que conseguiu.
"Como é seu nome?"
A menina olhou para ele e falou com a voz abatida, seus olhos travando nos dele, ela iria falar isso novamente, ela sabia que eles queriam pegar uma mentira, ela não estava mentindo em nada, nem ela sabia como tinha acontecido, sua voz era abatida e triste.
"Eu me chamo Mari... Mari Makinami."
"Bom... eu quero saber como você está?" Kaji perguntou ainda sorrindo.
Mari inspirou profundamente, esses dias tinham sido difíceis, saber que ela tinha perdido tudo na sua vida tinha machucado, saber da morte de Yui e Kyoko tinha matado seu espirito, constantemente ela sonha com aquele ser de luz, ainda repetindo suas palavras em sua mente.
Ajudar?
Ajudar quem?
Piscando ao voltar ao mundo real, Kaji tinha lhe tratado com respeito, ele queria sua melhora, até parecia um pai aos seus olhos, mas ela estava muito chateada para pensar muito.
"Como eu estou me sentindo?... eu perdi tudo!" Mari falou com lagrimas nos olhos, Kaji como sempre ficou parado, como se esperasse por isso.
"Perdi tudo! Perdi minha família! Perdi as pessoas que eu amava!"
Kaji sentiu pena quando viu os olhos dela soltando lagrimas, eram lagrimas verdadeiras, não dava para simular aqueles sentimentos, ele sabia muito bem como era perder as pessoas que amava, ele a deixou liberar aquela emoção.
Mari finalmente se controlou um pouco, limpando o rosto das lagrimas que caíram, ela rapidamente olhou para Kaji, podendo ver que ele estava com pena dela.
"Isso tudo é uma grande bosta."
"Eu sei." Kaji falou sorrindo ao se aproximar, removendo de seu bolso uma pequena caixa vermelha.
Mari pode ver isso, ela rapidamente falou com curiosidade.
"O que é isso?"
"Um presente meu para você." Kaji falou sorrindo ao entregar a pequena caixa para a garota, vendo como ela o olhava com dúvidas.
Abrindo a caixa, Mari olhou confusa, dentro tinha um óculos vermelho, parecidos com o dela, ela olhou para Kaji com uma sombra de um sorriso, lentamente ela o colocou, vendo como sua visão ficou perfeita.
Novamente ela olhou para Kaji vendo os detalhes de seu rosto, ela podia ver a honestidade nele.
"Como sabe minha receita?"
Kaji sorriu ao ver que pelo menos ela gostou.
"Usamos seus arquivos médicos antigos, e com uma ajuda do computador... previmos como seria sua receita agora."
Mari assentiu com isso, ela ainda se sentia abatida com tudo que tinha descoberto, mas ainda tinha uma coisa que estava incomodando ela, ainda não teve notícias de Shinji ou Asuka.
"Onde... onde está Shinji Ikari e Asuka Shikinami?" Perguntou Mari com medo ao ver o olhar de Kaji ficando misterioso, ela rapidamente sentiu um grande medo tomando conta de seu corpo.
"Eles estão bem..." Kaji falou abatido ao ler os arquivos de Shinji, pelo menos o que a ONU e o IPEA tinham acesso, mas ele pode ver como Mari tinha ficado com a menção de Yui e Kyoko.
Mari ficou feliz por saber sobre os dois, mas o olhar de Kaji a deixou preocupada, ela podia ver que as coisas não estavam boas, o rosto dela mostrou isso.
"Shinji está morando com Gendo-kun... certo? E Asuka?"
"As coisas mudaram um pouco..." Kaji falou sombriamente, os olhos de Mari se arregalaram quando ela foi atualizada sobre a vida que os dois estavam tendo, ela rapidamente apertou suas mãos ao sentir raiva de Gendo.
"Ficou um pouco complicado depois que Yui se foi."
"Maldito Gendo... Maldito Kozo." Mari falou ao conter a ira, mas o próximo pedido de Kaji a pegou desprevenida, ela rapidamente olhou para ele em busca de qualquer solução.
"Yui... Yui confiou nele!" Mari falou com os dentes cerrados de raiva, ela sabia que de alguma forma aquele homem não merecia uma mulher como sua melhor amiga, ela rapidamente fechou os punhos com força ao saber que seu afilhado tinha sido jogado ao mundo a própria sorte.
"Shikinami está atualmente sob a custódia da NERV-Berlim, ela está treinando para ser a piloto da unidade 02." Kaji terminou de explicar tudo que sabia a respeito dos pilotos, ele estudava a postura de Mari a todo o momento.
Mari levou a mão para a testa, controlando a dor e a raiva que crescia dentro de seu corpo, com certeza essas crianças tinham perdido tudo na vida, elas estavam sozinhas e com nada além delas mesmas para viver.
Rapidamente Mari se lembrou das palavras daquele ser de luz que iluminou sua alma, ela finalmente começou a entender os motivos por trás das palavras da luz, com um pensamento final, ela sabia que essa organização estava de olho no que seria essa empresa NERV, ela ficou sabendo que Gendo era o atual comandante deles, isso iria ser o combustível para que ela pudesse realmente ajudar.
Kaji sabia que teria que repetir sua pergunta original, com uma olhada para a parede, ele sabia que Albuquerque estaria assistindo tudo, e a julgar pelo estado emocional de Mari, a resposta não seria difícil de saber.
Repetindo sua pergunta com calma, ele queria que ela entendesse tudo com cuidado, o que eles estavam querendo dela era perigoso, uma forma de saber mais sobre a NERV e o que acontecia por trás dos panos.
"Mari... eu tenho uma oferta para você."
Notas do Autor: Olá pessoal Calborghete aqui, temos enfim o capítulo 11, espero que tenha sido de agrado de todos, como sempre não deixem de segui-la e salva-la em seus favoritos para não perderem mais nenhuma atualização futura.
Então temos Mari de volta novamente, o que acharam? Eu sei que alguns vão ficar decepcionados por ela não ser um clone, mas cá entre nós, que coisa sem imaginação que Anno fez hem lol.
Por favor revisem, suas críticas (Boas ou ruins) são muito importantes para mim, vocês sabem que eu levo muito em consideração o que é dito e também me dá forças para continuar.
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