Olá pessoal, Calborghete aqui, como estão todos?
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Então agora sem mais enrolação, boa leitura.
"Diálogos"
- Pensamentos -
"Conversa via Rádio"
"Auto conversa."
Nota de Responsabilidade:
Evangelion, seus personagens e cenário são propriedade de Hideaki Anno. Qualquer marca, filmes e séries mencionados nesta Fanfic é propriedade de seus criadores.
Capítulo 21
"Como o IPEA tem uma tecnologia para construir um EVA!?" Gritou um dos monólitos da SEELE, todos estavam ansiosos com tudo isso que tinha acontecido.
"O comandante Albuquerque não era para agir assim! Ele tem que se preocupar com a porra da recuperação ambiental! De onde ele tirou recursos para fazer tal ato?!" SEELE 02 falou aborrecido, ele tinha socado sua mesa em sinal de raiva.
"Isso não importa, temos que conseguir manter as coisas sobre controle para que o cenário fique possível." SEELE 04 reclamou com a voz mais calma, mas ele estava nervoso.
"O cenário agora está ameaçado! O comandante Albuquerque tem que ser detido." SEELE 05 entrou na conversa.
"Não temos essa autoridade, o IPEA está sobre o controle direto da ONU, somente podemos atrasar, nada mais." SEELE 01 falou pela primeira vez, ele não tinha controle sobre a ONU. "Mas o respeito que eles têm por mim era para ser suficiente para saber de tudo."
"O cenário está sobre ameaça?" SEELE 02 perguntou com medo, todos neste momento ficaram em silencio a espera das palavras do seu líder.
"Não, somente temos que ter mais cuidado, vou relatar isso para a ONU e tentar ganhar mais informações sobre isso, mas não vamos temer nada companheiros, está somente com alguns imprevistos."
Todos ficaram em silencio com isso e rapidamente falaram com todas as vozes juntas.
"Assim será feito... SEELE!" Lentamente todos os monólitos foram sumindo com o som de vento, somente restando o numero um e Gendo.
"Ikari, tem essa piloto sobre controle?"
Gendo ainda não tinha interagido na reunião, ele tinha muita coisa para pensar, já tendo pensado em quase tudo que poderia nesta hora, seus olhos olharam para o grande monólito.
"Sim, atualmente está nos simuladores, ela não tem nada de especial, somente mais uma piloto, o que mais me preocupa são as atitudes do comandante Albuquerque." Gendo explicou com as mãos na frente do rosto na sua posição habitual.
"Mas até o momento o cenário está dentro do planejado."
"Deixe a questão do IPEA comigo, fique de olho nesta piloto, se necessário remova o risco." SEELE 01 falou ao sumir, rapidamente Gendo ficou sozinho na sala.
"O comandante Albuquerque está ganhando inimigos, a ONU está de olho em nós." Kozo falou ao se aproximar.
Gendo assentiu levemente. "O IPEA se armando contra os anjos mostra o descontentamento da ONU com a liderança da NERV."
"Será uma ameaça ao cenário?" Kozo perguntou apreensivo.
Gendo apertou as mãos ao pensar nisso, tudo estava saindo do controle muito rapidamente, ele pensou na presença do IPEA na luta contra os anjos, o que mais eles estavam escondendo? Um longo calafrio percorreu suas costas, ele não estava um passo a frente de todos como achava que estava.
"Merda." Sussurrou o homem que se achava melhor que todos.
Thanato olha para as estrelas, ele tem feito isso muito ultimamente, a vida mudou de uma forma que nem ele poderia imaginar , as luzes que elas soltavam, mostravam sua liberação de energia, um poder enorme que nunca iria ser explorado, umas dessas luzes já carregam muitas histórias, o que será que elas já viram? Quantos mundos já viram sua energia? Quantas terras elas já tinham visto sendo destruídas e repovoadas?
Muitos pensamentos estão em minha mente agora, eu mesmo ainda não sei como pude fazer tudo que tinha feito, dar a vida a uma pessoa, mesmo meu trabalho sendo completamente o oposto disso tudo.
"O que passa pela sua mente agora?" Lilith fala ao se aproximar, ela mantem sua postura neutra e sem emoção como sempre manteve, Thanato sempre foi curioso em saber o que se passa dentro daquela mente, poder ajudar em completo com esse ser que não parece ligar para as regras, novamente seus olhos voltam para a imensidão do espaço.
"Somente pensando, só isso."
Lilith nem se importa em olhar para o ser ao seu lado, não que isso era uma ofensa ou oferta de falta de educação, ela somente era assim mesmo, já tendo visto todo o tipo de pessoa, tendo entrado em contato com todo o tipo de pensamento, nada mais era uma ofensa para ela.
"Eu temo que não esteja fazendo a coisa certa." Rei olha para suas mãos, relembrando um contato que há muito tempo tinha sentido, sempre da mesma forma, sempre o mesmo calor de estar se sentindo viva.
Thanato vira sua cabeça e olha para aquele ser de luz novamente, podendo vê-la olhando para as próprias mãos em sinal de medo, um sentimento que ele sabia como ver, ele o via nos olhos das almas que ia buscar.
"Eu acredito que sim, não sei seus motivos ainda para querer interferir da forma que está fazendo, mas eu posso sentir que de alguma forma a coisa está indo como você quer, isso não é uma boa causa?"
Rei ainda olhava para sua mão, sua mente inundada por lembranças de vidas anteriores, se ela pudesse as coisas teriam sido diferentes, esses sentimentos nasceram depois de tantas coisas erradas que aconteceram na vida humana.
Novamente ela se pegou pensando nele, um menino que conseguiu se destacar perante as milhares de outras almas que iam ao seu encontro, uma pobre alma que somente queria ser amado de volta, uma pobre alma quebrada, uma alma que mesmo sofrendo muito conseguiu ver o melhor das pessoas em dar outra chance para a humanidade.
"Sim, é uma boa coisa, eu somente tenho medo de estar cometendo um erro, um erro que pode custar muito caro para as pessoas que eu quero que melhorem." Rei fala ao olhar para o sol, vendo a grande bola de fogo que dava calor para os diversos mundos de seu sistema solar.
Thanato olha para Rei, ele podia sentir sua angustia, ele queria poder ver o que ela tinha visto, os outros mundos que foram nascendo e morrendo pelas ações dos homens, das pessoas que queriam se tornar deuses neste novo mundo, e como sempre, ela não permitia isso.
Rei lentamente começou a falar novamente, ela virou seus olhos e focou na lua, podendo sentir a presença de Adão ali, o ser que ela teve o prazer de conhecer e o prazer de mata-lo, ela tinha que proteger sua cria, ela tinha que conseguir fazer a paz.
"Muitas vezes eu o via morrendo de diversas formas, uma mais difícil de assistir do que a outra, sempre me encontrava com sua alma e podia ver seus sofrimentos, o sofrimento que ele acidentalmente causou as pessoas que ele mais amava no mundo, eu poderia lhe dar a felicidade eterna, mas isso sempre era negado, ele queria que os outros tivessem outra chance de ser feliz, outra chance de poder fazer o certo."
Thanato olha para a lua, podendo sentir uma energia vindo daquele lugar, ele fala na esperança de conseguir alguma outra coisa.
"Se ele queria mudar as coisas, porque nunca voltar com as memorias de seus erros?"
Lilith já tinha pensado nisso antes, ela queria poder, mas sabia que isso não era possível, as almas eram purificadas antes de voltar, ela nunca conseguiu o poder necessário para tal façanha, era demais até para ela.
"Não era possível, não tenho poder para isso, quando o mundo reinicia, as almas são purificadas, nada pode voltar, nem eu mesma posso mudar isso, é um processo automático."
"Aquela mulher voltou com as lembranças." Thanato fala com um certo orgulho, ele pode ver uma pequena emoção nascendo no rosto angelical de Lilith.
Franzindo o cenho ao escutar isso, o caso de Mari foi um pouco diferente, ela tinha sido absorvida em um núcleo feito de seu material, ela tinha conseguido manter sua alma trancada em um lugar longe da purificação original.
"Com Makinami foi diferente, eu pude segurar um pouco sua alma, o ritual não tinha sido feito até o momento." Novamente os olhos dela caem na lua, sabendo muito bem quem estava ali, seu maior inimigo neste mundo, o ser que queria o fim de seus filhos e seres.
Com um longo suspiro simbólico, Lilith novamente fechou os olhos, podendo sentir as almas ao seu redor, os seus pequeno campos AT prontos para proteger os seus corações, mas tinha um em especial que ela mantinha o maior cuidado do mundo, uma certa pessoa que agora dormia tranquilamente, um pequeno sorriso nasceu em seu rosto com isso, um sorriso que ela aprendeu a amar.
"Eu posso sentir que agora será diferente, eu pretendo faze-lo ser feliz agora, caso o método um falhar, eu posso fazer outra forma, é por isso que agora eu estou falando com você, podemos ter sucesso."
Thanato olha para Lilith e franze o cenho, não entendendo ao certo as suas ultimas palavras, mas uma coisa ele tinha aprendido com Lilith, ele tinha aprendido o que era confiança e ele confiava nela, um certo prazer nasceu em seu rosto com isso, ele queria que desse certo.
Pensando rapidamente, o ser da morte foi em direção a algumas almas, num piscar de olhos ele olhou em volta, podendo ver o quarto de uma pessoa, uma certa garota ruiva dormindo em cima de Shinji Ikari, ele podia ver pelo coração dos dois que naquele momento ambos estavam felizes, em paz e isso era o suficiente para o momento, com uma olhada final para o lado de fora e seus olhos focaram no sol nascendo.
Olhando de volta para os dois, Thanato olhou para a respiração suave que eles tinham neste momento, eles pareciam em paz, tão tranquilos, tão felizes... tão pacíficos, rapidamente ele pode ver um pequeno movimento vindo de Shinji, mudanças podiam ser percebidas.
Um pensamento surgiu, as palavras de Lilith ainda estavam em sua mente, ele olhou para o rosto de Shinji, com certeza ele era a pessoa que o anjo falava que sempre acabava pensando nos outros, mas algumas coisas estavam erradas, ele era uma pessoa egoísta, até o momento ele somente pensava nele, poucas vezes os outros eram o foco de seus pensamentos.
Mas com certeza ela tinha seus motivos e isso já era uma coisa que compensava, Lilith tinha aberto seus olhos para muitas coisas e ele pode ver que sua própria vida era diferente, que ele não era somente um instrumento que coletava as almas, um sentimento de gratidão tomou conta de seu corpo, ela tinha realmente ajudado seu ser.
Com um piscar de olhos ele pode ver Shinji começando a acordar, os pensamentos tomando formas, pensamentos voltando ao normal, ele pode ver quando seus olhos abriram.
Abrindo os olhos, pela primeira vez ele pode ver o novo dia, sua mente ainda em estado de sono, mas uma coisa chamou a sua atenção, uma coisa no canto da sala, um homem com cabelos loiros e asas negras estava olhando para ele, franzindo o cenho ao ver isso, rapidamente ele fechou os olhos e tentou limpar essa imagem.
Lentamente os olhos de Shinji foram se abrindo, não percebendo mais nada no quarto, com certeza isso tinha sido mais uma obra da sua mente, ele se sentiu estranho, não uma estranheza ruim, mas sim uma sensação de paz, de conforto, uma sensação que há muito tempo ele não sentia como era, dormir sempre foi um problema para o menino, os pesadelos que ele não sabia os motivos, os rostos sempre borrados que se aproximavam de seu rosto.
Mas isso tudo não o incomodou nesta noite, foi como se uma pessoa tivesse desligado os pesadelos, abrindo os olhos por completo, Shinji pode ver o teto do quarto que tinha dormido, uma onda de dor de cabeça inundou seus pensamentos.
"Ah!" Gemeu o menino ao sentir a onda de dor, lentamente ele tocou o próprio rosto na esperança de conseguir aliviar, mas isso parecia estar enraizada no fundo de sua cabeça, sentiu que tudo isso era uma dor diferente das que ele sempre sentia, rapidamente lembranças começaram a retornar, a cerveja que ele roubou de Misato.
Abrindo os olhos por completo, Shinji rapidamente sentiu que tinha recorrido à bebida novamente, ele sabia que isso era uma coisa ruim, mas antes de poder resolveu tudo isso, rapidamente a sensação de dormência atingiu seu braço esquerdo, virando a cabeça lentamente para o lado, ele somente sentiu seus olhos se arregalando.
Olhando um grande volume de cabelos ruivos deitada em seu peito, Shinji sentiu seu corpo congelando com a visão, ele sabia como a menina que dividia o apartamento era principalmente quando ela está irritada e acordar com uma leoa dormindo ao seu lado era muito assustador.
Finalmente lembranças começaram a voltar, Shinji iria arregalar ainda mais seus olhos se pudesse, mas o medo tomou conta de seu corpo, ele somente conseguia ver a cabeça de Asuka subindo e descendo conforme sua respiração ocorria.
"Merda." Sussurrou o menino ao voltar a encarar o teto, ele tentou controlar sua respiração para se acalmar, respirou profundamente, logo o oxigênio começou a inundar seu corpo, a calma foi tomando o controle novamente, o doce aroma do xampu de Asuka inundou suas narinas.
"O cheiro é bom." Pensou o menino ao se concentrar no doce aroma de morango, sentiu a calma inundando o seu corpo, ele sempre gostou do aroma que ela tinha, o perfume que ela sempre usava, a maciez que seus belos cabelos cor de bronze aparentavam ter.
Ainda com os olhos fechados, Shinji se concentrou no peso em seu peito, sentia o seu corpo sendo usado como uma fonte de calor primário, abaixou a cabeça novamente, Shinji olhou para Asuka, ela parecia ser tão pacifica, tão calma e tão linda.
Se perdendo em pensamento, Shinji queria poder tocar aquela cabeça, mas ele sabia que isso era como aceitar a pena de morte, Asuka era uma pessoa imprevisível, nada poderia prever seus movimentos, e ele já estava abusando da sorte em estar dormindo na mesma cama que ela.
Finalmente seus olhos caíram no teto de seu antigo quarto, ele se lembrou de quantas noites passou encarando aquela parte especifica do local, quantas noites pensando na sua vida, quantas noites ele recorreu ao tocador S-DAT para esquecer os seus pesadelos e demônios.
Shinji ainda se lembrava de quando a música conseguia lhe alegrar, mas com o tempo isso foi perdendo o poder sobre ele, cada dia que passava, mais a música era somente um barulho, não tinha mais prazer, não tinha mais o efeito anestésico, isso foi muito difícil para ele, principalmente quando ele sentiu a solidão lhe atacando, um ataque sem piedade contra um menino que nem sabe como é viver.
Fechou os olhos ao sentir os velhos desejos tomando conta de seu corpo, ele sentia que novamente poderia recorrer ao álcool para calar a boca de seu cérebro, rapidamente seu estomago rosnou com a possibilidade, ele não iria se tornar uma Misato.
"Misato..." Pensou Shinji ao manter os olhos fechados, ele ainda não sabia como deveria se sentir sobre isso, ela era uma mulher que lhe deu a oportunidade, uma pessoa que lhe entregou a mão para vencer a solidão, ele ainda não sabia como agradecer, como poderia dizer um simples "obrigado".
Sentindo o peso da solidão, Shinji rapidamente sentiu uma dor em seu peito, não era uma dor real, mas sim seu coração sangrava ainda mais quando ele se pegava pensando nisso, sua vida nunca tinha sido fácil, ele nunca teve amigos, nunca teve ninguém para amar, era somente ele contra o mundo.
"Não é verdade..." Novamente ele pensou, agora ele tinha amigos, Toji e Kensuke, os dois eram seus amigos agora, era uma amizade estranha que começou com uma briga na escola, para muitas pessoas essa amizade nunca iria funcionar, que era somente puro interesse da parte dos dois.
Mas ele mesmo sabia como era a realidade, eles tinham aceitado o menino da forma como ele era, sabiam como ele tinha medo, sabiam de como ele pensava sobre algumas coisas, mas mesmo assim eles ficaram do seu lado, Shinji sabia que não era um amigo fácil, que muitas vezes o seu egoísmo gritava.
Rapidamente ele começou a pensar na sua outra amiga, sua colega de trabalho e irmã de armas, uma certa garota de cabelos azuis e olhos vermelhos, Rei Ayanami é o nome dela, o misterioso caso da menina que era uma pedra de gelo, a única pessoa que conseguiu se aproximar de seu pai, Shinji ainda não sabia como deveria se portar perto dela, ele não sabia sobre seus hobbies, seus gostos pessoais nem das músicas que ela gostava.
Ela era um mistério, a única coisa que ele conseguia pensar era na dor de cabeça que sempre vinha depois de conversar com ela, isso era outro mistério na sua vida, uma dor que sempre esteve presente na sua vida, ela sempre esteve lá, quando ele pensava, acordava, olhava para certas cores ou pessoas.
"Droga." Resmungou o menino novamente ao pensar na sua vida, ele queria ter as respostas para todas essas perguntas, ele poderia recorrer a NERV, passar por uma infinidade de novos exames que provavelmente a Dra. Akagi iria querer fazer, escancear cada movimento de seu cérebro para conseguir achar a provável causa.
Isso ele não estava disposto a aceitar, a dor valeria a pena a final de contas, ele nunca gostou de hospitais, ele nunca gostou de ser o centro das atenções, ele somente queria ser respeitado pelos outros, ser visto como outro ser humano. Alguém com sentimentos.
Rapidamente ele pensou em seu pai, o homem que deveria ser o exemplo da sua vida, o homem que deveria lhe proteger, mostrar como deveria enfrentar os problemas da vida, mas isso era uma coisa para os outros, mas para Shinji, ele se considerava órfão, um garoto que tinha perdido os pais, muitas noites ele se pegou pensando em como poderia ter sido o mundo se seu pai não tivesse lhe abandonado.
Ter um exemplo, saber como deveria agir nas suas piores situações, mas o seu velho somente tinha olhos para outra pessoa, Rei Ayanami, a garota que seu pai protegia a todo custo, isso para outras pessoas iria causar raiva, mas para Shinji era o oposto, ele somente sentia dúvidas, querer saber o porquê, o porque dele a preferir, será que era a aparência dela? Seu estilo de vida? Isso era um mistério que reinava na mente de Shinji, ele queria ter a coragem para confrontar o homem, confrontar a garota, mas ele sabia que nunca iria conseguir ter a resposta que queria.
Sentindo que já estava ficando cansado de tanto pensar, Shinji olhou para baixo novamente, se perdendo nos longos cabelos de Asuka, ele queria saber o que sentia por ela, como todo menino ele sabia que ela era extremamente bonita, mas tinha alguma coisa nela que mexia em seu corpo, era sua personalidade ardente? Sua extrema coragem? Isso ele não sabia, mas alguma coisa nela chamava sua atenção.
Finalmente sentindo um movimento logo abaixo dele, Shinji sentiu seu corpo congelando.
"Ela está acordando!" Gritou sua mente, mas ele somente podia esperar pela morte certa.
Asuka sentiu que estava confortável, os sonhos a deixaram em paz pela primeira vez em muito tempo, ela sempre tinha sonhado com o dia em que sua mãe tinha partido, o som infernal da linha reta do eletro de seu coração, sinalizando o fim de sua vida, mas isso não foi como hoje, ela não sonhou com nada ruim, foi relaxante.
Abrindo seus olhos, Asuka sentiu seu rosto queimando com a visão, ela podia ver a elevação das pernas de Shinji pelas cobertas, lembranças da noite anterior inundou sua mente, ela tinha se lembrado que tinha dormido ao lado de Shinji, em algum momento na noite ela se arrastou, deitando a cabeça em seu peito e dormindo ao som de seu coração batendo.
Sentia a respiração acelerando, Asuka sentiu seu corpo tenso com isso, ela rapidamente olhou para baixo, soltando um suspiro de alivio ao ver que tinha suas roupas no devido lugar, não que isso tinha sido seu medo inicial.
Ainda se lembrando das palavras de Shinji, ela queria poder saber o que isso tudo significava, ele a invejava, de certa forma isso não teve o mesmo efeito se outra pessoa tivesse falado, seu ego teria gritado em orgulho, mas escutar isso de Shinji foi outra coisa, saber que ele a admirava rendeu um calor em seu peito.
Asuka finalmente se levantou, virando a cabeça para cima, ela sentiu seu rosto queimando em vergonha pelo o que tinha feito, ela estava uma bagunça completa, mas isso de alguma forma não incomodou a menina, logo seus olhos caíram em Shinji, vendo o menino completamente envergonhado, ela não podia negar, mas ela também estava.
Sentiu o rosto queimando, ambos adolescentes estavam calados, a vergonha tomando conta deles, se fosse possível ela teria saído correndo, isso seu orgulho não iria permitir nunca, mas seu corpo reagiu ao conforto que o menino lhe deu a noite, os pesadelos foram mantidos longe, ela estava bem.
Finalmente ela conseguiu falar, ela podia ver que Shinji estava com medo, ela não podia lhe culpar, sua personalidade afastava as pessoas, ela não podia mostrar fraqueza, nunca Asuka precisou de ninguém na sua vida, ela nunca poderia chorar, tudo tinha que estar sempre perfeito, assim como um adulto tinha que ser.
"Ba... Baka-Shinji." A menina finalmente teve forçar para falar, ela pode ver Shinji desviando o olhar para os lados, ela rapidamente pensou em uma resposta para dar, ao estilo Asuka.
"O que você está fazendo no meu quarto!?" Perguntou a ruiva com um olhar aborrecido, mas o sentimento não era raiva ou ira, mas sim vergonha.
Shinji se encolheu ao escutar isso, ele rapidamente pensou em uma resposta satisfatória para dar, ele estava no quarto dela, ele tinha invadido seu quarto, o lugar onde ela poderia ficar segura, o lugar onde ela podia ser ela mesma.
"Eu... eu não sei." Shinji falou com a voz mansa, ele não sabia como poderia remediar esse problema, ele sabia que tinha bebido demais e ido para o quarto dela.
"Me desculpa por isso."
Asuka olhou para baixo, ela sentiu uma pouco de raiva ao escutar isso, na sua mente ela sabia que ele não tinha feito nada de errado, ele tinha bebido e ido por acidente para sua cama, falado algumas besteiras e dormindo na sua cama.
Sentiu uma parte de seu corpo reagindo ao pedido de desculpa do menino, ela sentiu uma parte infantil de seu corpo, uma fantasia de menina, um romantismo infantil dos livros que ela lia quando sua mente tinha uma "recaída".
"Idiota!" Gritou a menina ao se levantar, correndo na direção da porta, ela tinha que sair do quarto, ela sabia que se ficasse mais poderia fazer alguma coisa que com certeza iria se arrepender, seu rosto corou com força neste momento.
Abrindo a porta e se virando, ela agradeceu pela luz que se instalou, ela tinha conseguido esconder isso e agradeceu aos céus pelo momento.
Shinji a olhou com olhos arregalados, sentindo medo pela sua vida, Asuka tinha voltado ao seu normal e ele tinha falado uma coisa idiota, isso tinha sido no seu modo automático, ele sabia que deveria parar de falar isso, mas os hábitos não eram fáceis de matar.
Asuka olhou para Shinji, vendo o menino encolhido na cama, ela falou com força e raiva mal contida, agradecendo por Misato ter um sono alcoólatra para não escutar seu pequeno show matinal.
"Escuta uma coisa terceiro! Acho bom você nunca contar isso para ninguém, entendeu!?" Rosnou a ruiva ao ficar ameaçadoramente maior sobre o menino.
Shinji se encolheu ainda mais com isso, tudo que ele poderia fazer era mexer a cabeça, ele sabia que se falasse iria falar novamente uma besteira e isso iria lhe render um olho roxo ou um chute na virilha.
Asuka olhou para Shinji e rapidamente pensou numa coisa, ela se virou e falou ao ir para o banheiro.
"E levanta essa bunda! Faça meu café da manhã!"
Shinji prontamente se levantou, passando a mão pelos seus cabelos bagunçados e soltando um longo suspiro com isso, olhando para os lados, Shinji ainda tentava entender o motivo de ter ido para quarto de Asuka, mas o som do chuveiro lhe lembrou de que tinha um pedido para fazer, não querendo abusar da sorte ele prontamente correu para a cozinha.
Finalmente parando na frente do fogão, Shinji estava sentindo sua respiração acelerando, ele ainda tinha o cheiro da menina em seu nariz, o conforto de sua cama e tudo mais, varias dúvidas e medos tomando conta de seu corpo, sentindo uma picada em sua perna, Shinji olhou para baixo, vendo seu outro amigo.
"Wark." Pen-pen falou com sua voz comum, era como se ele nem tivesse dormindo, mas Shinji podia saber o que ele queria, com um movimento lento, ele foi em direção da geladeira, pegando uma sardinha que prontamente ele deixou pronta.
"Aqui meu amigo... eu... espero que esteja boa." Shinji falou com dúvidas, mas ao ver o pássaro devorando seus peixes sem ao menos se importar com ele era um bom sinal, o som dos chuveiros ainda estavam inundando a pequena cozinha.
Parando na frente da geladeira, Shinji fechou os olhos ao ver as latas de cervejas, não que ele iria tomar, mas sim pelo arrependimento de ter pego novamente as cervejas de Misato sem permissão, ter usado as cervejas para a aliviar sua mente cansada e ansiosa.
"Droga. Falou o menino ao tocar seu rosto, ele queria poder parar com isso, mas sempre tinha momentos em que elas ficavam mais chamativas, o desejo ganhava sobre a razão.
Rapidamente o menino saiu de seu devaneio e pegou os ingredientes que iria fazer, perdido em pensamentos enquanto trabalhava, Shinji não percebeu Asuka saindo do banheiro enrolada em toalhas, ele nem percebeu o longo olhar que ela tinha lhe dado, focando seus intensos olhos azuis nas suas costas como um predador, ainda tentando entender o que tinha acontecido com seu corpo nesta noite.
Shinji estava o mesmo, rapidamente o som dos passos lentos de Misato inundaram a pequena cozinha, ela rapidamente olhou para os lados, podendo sentir o clima mais pesado que tinha na sua cozinha, rapidamente ela foi em direção da geladeira, pronta para tomar sua cerveja matinal.
Parando e olhando para a porta aberta, Misato pode ver que faltava alguma coisa dentro, ela sabia quantas cervejas ela tinha, muitos anos de prática, rapidamente o sono foi quebrado com o pensamento que assolou seu corpo, pegando sua lata, ela lentamente se afastou e olhou para Shinji com preocupação.
Não era para ele estar bebendo, não era para ele ter esse peso nas costas, ela sabia o motivo de beber, muitas vezes era por prazer, mas na maioria das vezes era para apagar seu passado, inibir os sentimentos que há muito tempo ela tentava esconder.
Esticando a mão na direção do menino, a mulher rapidamente parou seu movimento, ela não sabia como ajudar, não sabia como agir, ela não sabia o que fazer, abaixando a cabeça, Misato lentamente devolveu a cerveja e se sentou na mesa de madeira.
Shinji se virou ao escutar um barulho, dando um sorriso nervoso ao ver Misato pegando uma torrada na mesa, ele se sentiu estranho ao ver ela sem sua cerveja, mas o nervosismo era mais forte.
"Mi... Misato? Não tinha escutado você."
Misato lhe lançou um sorriso.
"Sou uma soldado treinada, sei ser discreta." Falou a mulher ao se espreguiçar.
"Sem sua cerveja matinal?" Shinji falou com um sorriso ao terminar de preparar as panquecas.
Misato o olhou com dúvidas e preocupação, ela queria lhe advertir sobre a cerveja, mas não sabia como, rapidamente ela pensou em uma resposta para dar, uma que poderia até abrir o caminho para uma conversa séria com o menino.
"Não estou com vontade, acho que bebo demais."
Shinji assentiu com isso, ele prontamente se sentou à mesa e abaixou o olhar em culpa pelo o que tinha feito, ele sabia que as cervejas não eram dele, e isso machucou seu corpo, mesmo sabendo que era uma coisa simples, mas antes de poder falar alguma coisa, Asuka se sentou com um bufo aborrecido.
"Espero que esteja bom seu pervertido."
Shinji somente balançou a cabeça, ele nunca teria feito nada com ela e essas acusações machucavam sua cabeça, com um bufo ele olhou para Asuka, que prontamente o encarou com seus intensos olhos azuis.
Vendo o olhar aborrecido de Shinji, ela prontamente soube que essas palavras o incomodavam, ela sabia como era os meninos, ela sabia que eles matariam para ter uma vida como a de Shinji, poder viver com duas mulheres bonitas, mas ela sabia que Shinji era diferente, ele teve a oportunidade de poder fazer qualquer coisa com ela na noite passada, mas ele não fez.
"O que!?"
Shinji ainda a olhava sem se incomodar, ele estava pensando naquelas palavras que ela tinha dito para ele, sua mão apertou com o impulso de querer falar tudo que poderia, querer que ela provasse quando tentou ferir sua honra.
Misato olhou para os dois com ligeira curiosidade, ela sabia que Shinji nunca iria fazer nada para machucar as duas, ele era realmente um menino especial, ela se sentia totalmente confortável perto dele.
"Quando eu fiz alguma coisa!?" Perguntou o menino com raiva contida.
Asuka rapidamente olhou para o menino, ela arregalou os olhos com essa pequena explosão, ela pode ver que suas palavras machucaram ele, uma pequena parte de seu orgulho se sentiu feliz por ter tido esse efeito sobre ele, mas uma parte dela não gostou dessa atenção.
Se recuperando rapidamente, ela prontamente falou com um sorriso aborrecido, um sorriso perigoso, se levantando e falando com a voz controlada.
"Nem começa com essa coisa de inocente! Eu sei que você fica olhando para minha bunda quando acha que eu não estou olhando!"
Shinji prontamente corou com esse comentário, ele não podia negar que tanto Asuka quando Misato tinham corpos muitos bonitos, e como todo o homem, seus olhos agiam no modo automático.
Asuka sorriu com isso, ela rapidamente falou com o peito estufado em orgulho, Misato estava lutando para manter o rosto sério, mas no fundo ela estava se divertindo com isso tudo.
"Viu! Eu aposto que está pensando nisso agora!" Rapidamente ela cobre os seios em sinal de desconforto.
"Seu pervertido!"
"Eu não tenho culpa!" Shinji fala com o rosto corado. "Quem mandou andar por ai com essas roupas tão reveladoras!"
"Então você olha! Eu não acredito nisso!" Asuka grita ao corar fortemente, ela rapidamente se levanta e corre para o banheiro, Shinji prontamente olhou para Misato e pode ver seu sorriso felino.
"Eu não fico olhando!" Tentou o menino ao ficar envergonhado.
Abrindo o jornal e olhando para as noticias, ela falou com falsa modéstia, não acreditando nem um pouco no que o menino tinha falado a poucos momentos.
"Eu sei... eu sei."
Shinji prontamente percebeu isso e se sentou com um longo bufo, ele falou em direção dos céus.
"Isso deve ser um pesadelo... só pode..."
Misato estava se divertindo com tudo isso, mas tudo que era bom durava pouco, ela podia ver o desconforto do menino e tinha que fazer alguma coisa, ela era sua guardiã afinal de contas.
"Escuta Shinji... nem se importa com isso... as mulheres são estranhas mesmo."
Shinji levantou a cabeça, vendo o olhar de Misato entre os territórios da seriedade e divertimento, mas isso sua ultima frase o deixou intrigado, soltando um pequeno.
"Ah?"
Misato soltou um longo suspiro, dobrando o jornal e olhando para os olhos do menino.
"Shinji, Asuka é meio difícil... ela tem seu jeito para tentar se manter em cima de tudo, nós mulheres sempre vamos falar qualquer coisa para sair vitoriosas... mas você é um bom menino, eu sei que nunca iria fazer nada para machucar Asuka, mas eu pude ver que isso foi somente uma desculpa para sair, eu pode ver que ela gostou de saber que tinha sua atenção, isso deixa as meninas na idade dela com o ego lá em cima."
Shinji finalmente entendeu o ponto de Misato, corando levemente ao saber que ela poderia ficar feliz com isso, mas ele não olhava por maldade ou desrespeito.
"Eu sei lá, somente acho que isso tudo é estranho."
Misato sorriu com isso, ela prontamente pegou seu jornal e falou ao começar a ler novamente.
"Não fica pensando muito nisso, daqui a pouco ela vai sair do banheiro agindo como se não tivesse nada acontecido... quer apostar quanto?"
Shinji prontamente olhou para o rosto sorridente de Misato, ele estava pronto para falar quando a menina voltou para a mesa, seu rosto tinha um brilho estranho, uma coisa que nem ele pode entender.
Asuka estava com o ego inflado, ela gostou de saber que Shinji a olhava, ele era um menino afinal de contas, mas saber disso não a irritou, saber que os olhos de Shinji a cobiçavam tinham um certo prazer.
"Nem pense errado terceiro! Eu só voltei porque estou com fome!"
Misato balançou as sobrancelhas ao ver isso, com um sorriso altamente satisfeito no rosto, ela virou a cabeça para Pen-Pen que olhava para tudo com curiosidade.
"Eu sei como nossas mentes funcionam."
"Wark?" Pen-Pen balançou a cabeça em descrença ao ir para sua geladeira, não realmente se importando com tudo que acontecia na sua casa, os humanos eram pessoas estranhas.
Shinji olhou para Asuka e a pegou comendo, ela lançava olhares para ele de tempos em tempos, isso somente o deixou mais confuso, lentamente ele voltou a comer seu café da manhã.
"Está em orbita a poucas horas." Hyuga relatou ao ligar a imagem do espaço, Misato prontamente cruzou os braços ao ver a enorme bola negra parada na atmosfera da terra.
"Está descendo?"
"Não, está ganhando velocidade a cada segundo, mas sua trajetória não muda em nada, ele somente fica rodando."
"O que está esperando?" Misato perguntou para o nada, seus olhos nunca saindo da tela na sua frente.
"Pouco importa, temos que encontrar uma maneira de destruí-lo." Ritsuko falou ao parar ao lado de Misato, em suas mãos ela tinha os sistemas dos EVAS.
"Até essa unidade 08?" Perguntou a mulher tensamente, ela ainda não confiava nessa nova piloto.
"Tudo indica que é um EVA comum, os padrões de construção são idênticos ao nosso, tudo parece limpo." Maya relatou com a voz profissional.
Misato inspirou profundamente, ela prontamente apertou o espaço entre os olhos, ela teria que confiar em todos os pilotos contra os anjos, essa Mana não tinha feito nada para desmerecer a confiança, pelo menos em combate.
"Como estão os pilotos?"
"A piloto da unidade 08 já está na espera, ela estava nos simuladores quando o alerta foi chamado, Rei está se preparando agora... Shinji e Asuka estão a caminho." Shigeru relatou com um sorriso feliz.
"Ótimo, ataquem com as minas N2, tentem ganhar algum tempo até pensarmos em uma estratégia plausível." Misato falou ao se virar e sair, ela tinha que pensar em como mataria esse anjo.
Novamente a menina estava com um sorriso no rosto, ela estava empolgada com a ideia de poder se aproximar de Shinji, mesmo sendo uma batalha e o mundo podendo ser perdido.
Rolando os dedos para cima, Mari não perdia tempo em ficar olhando as linhas de códigos que há muito tempo tinha escrito e há muitas horas trabalhou para atualizar todo o sistema.
"Piloto Kirishima?" Maya falou no sistema de rádio, Mari nem se importou em atender, não era o nome dela.
"Piloto Kirishima? Está escutando?" Maya repetiu isso novamente, mas ela podia ver pelo rosto de Mari que sua voz não estava chegando à menina em especial.
"Piloto!" Misato falou com a voz um pouco mais forte, Mari finalmente piscou ao perceber o movimento.
"Oh! Oi chefe!" Gesticulou alegremente ao olhar para o rosto de Misato na tela, ela podia ver que a mesma não confiava nela, não que isso alguma vez importou.
"Que bom que está pronta, mas quero que desligue tudo e vá para a sala de conferencias, quero falar com todos os pilotos." Respondeu a mulher seriamente, ela podia sentir os olhos de Mari, sua mente buscava qualquer coisa que mostrasse que não podia confiar.
Mari rapidamente fez beicinho com isso, ela queria um pouco de ação, mas estar na sala de emergência representava ver Shinji e Asuka novamente, ela faria qualquer coisa por isso.
"Pode deixar, logo logo vamos nos encontrar." Mari fez um sinal com a mão simulando uma continência militar, ela ignorou quando a mulher revirou os olhos, prontamente digitando os comandos necessários para desligar seu EVA cor de rosa, novamente na escuridão, ela perdeu seu sorriso, podendo ver suas mãos tremendo com a ansiedade de estar próximo de seu afilhado novamente.
"Droga." Falou a menina ao apertar o espaço entre os olhos, ela rapidamente pensou em Yui, adoraria receber um conselho de ultimo hora para poder relaxar, a mulher parecia saber exatamente o que dizer numa hora como essas.
Ainda com os olhos fechados, Mari se perdeu no movimento do plugue de entrada, respirando profundamente e deixando o aroma de LCL inundar suas narinas, ela pode sentir a calma inundando seu corpo, rapidamente flashes de memorias entraram na sua mente, o sorriso de Yui, o sorriso de Shinji, o doce beijo que recebeu na ultima vez que tinha visto a mulher que mais admirava.
"Yui." Mari falou com forte tristeza ao pensar nela, novamente sua mente entrou em ação, o rosto altamente familiar de uma certa garota de olhos vermelhos, isso tinha roubado as noites de sono, Rei Ayanami.
Pensando nisso até perder completamente suas forças, Mari queria conseguir vencer esse mistério, era praticamente impossível uma pessoa se parecer com outra, isso a estava deixando louca.
Finalmente ela percebeu que tudo tinha terminado, respirando fundo e colocando sua fachada alegre e despreocupada, Mari sorriu ao remover o LCL de seus pulmões, estava na hora do teatro.
"Porque não estamos em nossos EVAS? Isso é uma completa perda de tempo." Asuka resmungou ao esperar num grande hangar, ao fundo ela podia ver sua amada unidade 02 sendo transportada para um dos longos corredores.
Shinji estava ao seu lado, seus olhos nunca saindo do pouco que restava da unidade 01 sendo transportada pelos longos tuneis, rapidamente ele olhou para o lado, vendo sua amiga ruiva olhando para frente, seu rosto mostrava uma carranca aborrecida.
"Devem querer explicar alguma coisa antes de irmos." Shinji falou com um sorriso tímido no rosto.
Asuka rapidamente olhou para o lado, vendo o olhar de Shinji focado em alguma coisa ao fundo, ela pode ver seu pequeno sorriso, isso deixou ela irritada por alguma coisa, relembrando a conversa que teve na noite anterior, um pequeno rubor nasceu em seu rosto.
Shinji pensava nas coisas que tinha dito para Asuka, ele queria poder falar mais, poder se abrir mais, mas o medo tomava conta de seu corpo, ele queria ser mais corajoso, assim como Asuka era, mas antes de poder falar mais alguma coisa, um par de braços o pegou por trás, rapidamente um medo tomou conta de seu corpo.
"Advinha quem é?" Uma voz delicada e feminina chamou sua atenção, ele já tinha escutado isso, somente tinha um único dono possível, era a garota nova.
"Kirishima-san?" Shinji perguntou com desconforto, ele não gostava muito de contato físico como um bom japonês, mas não queria causar problemas para a nova garota, ele tampou sua respiração devido ao cheiro e o LCL que estava presente na garota.
"Acertou!" Mari falou com felicidade, não pela resposta que ele deu, mas sim pelo fato que seus braços tinha lhe dado um abraço informal, ela fechou os olhos ao se concentrar naquele pequeno momento.
Asuka virou a cabeça e olhou para a cena, sentindo seus braços apertando ao sentir o ciúme tomando conta de seu corpo, ela de alguma forma não gostou da visão, Mari tinha roubado a sua primeira batalha, agora estava roubando seus amigos.
"Quatro olhos!" Gritou Asuka ao ver a cena, ela prontamente percebeu a menina virando a cabeça e lhe dando um olhar duvidoso.
"O que foi?" Mari perguntou com falsa ingenuidade, podendo ver os traços faciais de Kyoko em Asuka, ambas tinham o mesmo olhar quando estavam aborrecidas, isso rendeu um sorriso em Mari.
"O que foi? Com ciúmes?" Perguntou a morena ao apertar Shinji um pouco mais, ela pode sentir que ele tinha ficado tenso com o contato, uma informação bem útil para se usar no futuro.
Asuka rapidamente corou com o comentário, ela já tinha que aguentar as provocações de Misato sobre ela e Shinji, parecia que as pessoas adoravam provoca-la sobre tudo isso, parecia que estava escrito no rosto dela.
Abrindo a boca como um peixe fora da água, Asuka rapidamente falou ao se virar, pensando rapidamente em uma resposta, torcendo para que nossa garota não percebesse seu ciúme.
"Eu? Eu com ciúmes?! Nunca! De onde tirou essa ideia!?" Asuka falou corando e cruzando os braços, Mari sorriu ao ver isso, ela rapidamente se virou ao ver passos de pessoas se aproximando, novamente seus olhos focaram nelas, seu sorriso morreu na mesma hora.
Misato caminhava com passos pesados, ao seu lado Ritsuko e Rei caminhavam, ambas com seus rostos estoicos e sem emoção, a mais nova percebeu o olhar de Mari, franzindo o cenho levemente ao perceber os olhos curiosos.
Mari pensou nisso por um momento, ela prontamente olhou para baixo o pensar em se recompor, prontamente dando uma longa respirada, seus braços lentamente soltaram o menino ao pensar em seus sentimentos.
Shinji agradeceu mentalmente por ter sido solto, rapidamente seus olhos caíram em Asuka que resmungava alguma coisa de costas, ele rapidamente se lembrou do café da manhã, seus olhos rapidamente caíram em uma certa parte da anatomia de Asuka que ficou muito atraente no plugue suit.
Mari prontamente falou ao se aproximar de seu ouvido, sorrindo a todo o momento.
"Sabe de uma coisa filhote, pelo menos disfarce."
Shinji prontamente corou com isso, virando a cabeça para o lado por ser pego pelos olhos de Mari como um servo, ele falou com o rosto corado e envergonhado.
"Eu não estava olhando!" Shinji falou com o rosto altamente vermelho de vergonha, Mari somente assentiu ao dar uma piscadela, Shinji prontamente olhou para trás ao ver Asuka ainda de costas, soltando um longo suspiro ao não estar morto.
Misato prontamente olhou para todos na sala, seus olhos caiando no rosto corado de Shinji e na carranca de Asuka, rapidamente ela olhou para Mari com desconfiança, mas ela agora tinha um anjo para matar.
"Muito bom escutem todos, a aproximadamente duas horas o nosso alvo mudou sua rota..." Cruzou os braços e olhou para todos. "Finalmente temos uma localização da possível de queda."
"Deixa eu adivinhar, aqui?" Asuka falou irritada, ela queria ir para seu EVA e poder mostrar seu valor para todos, principalmente para humilhar uma certa garota que tinha roubado sua estreia.
Misato rapidamente sorriu com isso, logo seus olhos caíram na ruiva.
"Sim, eu tenho um plano."
Depois de alguns minutos de explicação, todos os pilotos a olhavam com dúvidas, somente Rei que não se importava.
"Tá louca!?" Asuka perguntou com os olhos arregalados, Misato prontamente sorriu com isso, realmente era um plano ousado.
"Qual a probabilidade de sucesso?" Mari perguntou com dúvidas.
"Menos de um por cento." Ritsuko falou sem olhar para cima.
"Melhor que nada, não é?" Misato falou tentando parecer confiante, seus olhos indo para todos sobre o seu comando.
"Esse foi o melhor curso de ação?" Rei perguntou com sua voz fina e delicada, todos os olhos tinham caído nela.
"Sim Rei... a minha intuição feminina diz que vai dar certo." Misato falou com um sorriso leve.
"Então devemos ir." Rei respondeu naturalmente, ela sabia qual seria o seu papel, e os planos de Misato sempre eram extremos.
Mari rapidamente olhou para Rei e sorriu, batendo as palmas juntas.
"É isso ai!"
Todos os olhos caíram em Mari, achando estranho a sua personalidade positiva, não reclamando em nada mais sobre a possibilidade de morte certa, Misato somente assentiu com isso, com um aceno final, todos foram para seus EVAS.
"Tem certeza disso Misato?" Ritsuko perguntou com os últimos relatórios dos MAGIS sobre isso.
Misato ao olhou com determinação, pegando a sua cruz de metal e falando com a voz profunda.
"Tenho, caso falharmos o mundo acaba de qualquer jeito, então não temos muito a perder."
Ritsuko a olhou com dúvidas, mas sabia que lutar pela sua opinião nunca daria em nada numa situação como esta, ela somente balançou a cabeça e começou a andar para a ponte de comando, deixando a mulher de cabelos roxos sozinha.
Misato olhou para sua cruz, rapidamente ela pensou em seu pai e na sua vingança contra os anjos, ela sempre iria com tudo nesta guerra.
"É a melhor forma de matar os anjos, não é?"
Shinji estava olhando para frente, sentindo a calma e a tranquilidade que o plugue de entrada lhe dava, o calor de um abraço, a sensação de estar em casa, ele fechou os olhos com isso, se sentindo calmo perante a situação que se encontrava.
- Essa sensação? Porque me sinto bem dentro do EVA? - Shinji pensou ao tentar entender tudo que acontecia em seu corpo sempre que estava dentro do gigante biológico.
- Que cheiro é esse? Esse perfume? É como se eu já tivesse sentindo isso em algum lugar... – Shinji pensou ao sentir um dor de cabeça leve, mas foi rapidamente aliviada pela sensação de calor do plugue, como se alguém cuidasse dele.
"Muito bem pilotos, o anjo está se dirigindo para a cidade fortaleza, como temos muita coisa para cobrir posicionamos os EVAS em pontos estratégicos, quando estiverem embaixo dele implantem seus campos AT para reverter o peso." Misato falou para todos escutarem, Shinji sentiu uma leve ansiedade tomando conta de seu corpo, mas novamente ele ficou calmo.
"Eu posso cuidar disso sozinha, não preciso de ajuda." Asuka falou com arrogância.
"Hahaha princesa, tenho muito certeza disso." Mari falou com falsa modéstia, mostrando claramente que isso era uma coisa que ela não acreditava, começou a ficar divertido provocar Asuka, assim como provocar Kyoko.
"Cala a boca quatro olhos!" Asuka gritou irritada.
"Não precisamos da sua ajuda!"
Mari respondeu com mais risada, deixando Asuka com mais raiva, Misato prontamente falou para todos voltarem em foco.
"Agora chega!... vamos soltar os EVAS em três, dois... um... agora!"
Shinji rapidamente ordenou que seu EVA corresse, sentindo a pequena explosão em suas costas ao saber que seu conector de energia foi desconectado, ele somente queria correr, o asfalto abaixo de seus pés.
Rapidamente seus olhos focaram no céu, podendo ver um pequeno ponto onde o anjo estava, seus olhos se arregalaram quando Sahaquiel abriu seu corpo, mudando de uma pequena bola para um ser monstruoso, isso deixou Shinji ainda mais intimidado.
"Shinji! Mude para a toda 2.3324!" Misato gritou pelo rádio, o menino somente assentiu ao se virar, destruindo completamente tudo que seu EVA tocava, conjunto de apartamentos, carros, infraestrutura, nada sobrevivia quando os seus caminhos se cruzavam.
Finalmente olhando para cima, Shinji pode ver um pouco melhor do inimigo, cada segundo que passava, maior a criatura ficava, mas para muitas pessoas era uma situação avassaladora, para ele era como uma coisa simples.
Parando e rasgando o solo, o gigante parou bem embaixo do anjo, Shinji olhou para cima, vendo o enorme olho vindo em sua direção.
Fechando os punhos e se concentrando na energia que ele sentia em seu coração, ele sabia que iria conseguir.
"Campo AT ao máximo!" Uma enorme onda de energia se expandiu, destruindo tudo e abrindo uma enorme cratera embaixo de seus pés, finalmente levantando os braços para cima e esperou.
Sahaquiel olhou para seu alvo, ele podia sentir o seu objetivo bem abaixo dele, mesmo sua missão sendo única, com certeza seus irmãos conseguirão terminar o trabalho, purificar a terra, mas uma coisa estava em seu caminho, um pequeno ponto roxo.
Vendo que cada vez mais próximo o inimigo se aproximava dele, Shinji sentiu quando seus campos AT colidiram, sentindo a enorme pressão que se exerceu em seus braços e pernas, ele começou a soltar gemidos como esforço.
"Unidade 01 fez contato com o anjo !" Maya relatou ao começar a receber os relatórios.
"Status das 00, 02 e 08!?" Misato perguntou sem remover os olhos da tela principal.
"A caminho!" Hyuga relatou ao enviar as localizações para os outros.
Shinji lutava para manter o controle, ele podia perceber que o anjo estava forçando caminho mais para baixo, mas até o momento ele estava conseguindo, mas seus olhos se arregalaram quando o enorme olho se abriu, revelando uma criatura esquelética.
Olhando com dúvidas para o monstro, Shinji sentiu um forte calafrio percorrendo seu corpo, rapidamente o monstro esticou seus braços e segurou suas mãos, ele sabia que isso iria doer.
Assim como ele pensou, os braços dele rapidamente se modificaram em grandes lanças negras e com o som agudo eles não tiveram dificuldade para perfurar as camadas de blindagem de suas mãos.
"Há!" Gritou o menino ao sentir suas mãos sendo abertas, ele somente fechou os olhos ao se concentrar em manter o campo AT no máximo que poderia.
"Onde estão os outros!?" Gritou Shinji ao tentar controlar a dor.
"Chegando!" Gritou Asuka ao poder ver o gigante roxo, o grito de dor de Shinji deu um longo calafrio em suas costas.
Rapidamente correndo ao seu lado, Shinji agradeceu aos céus quando a unidade 00 parou ao seu lado, ele pode ver os braços da unidade 00 segurando os longas lanças do inimigo, Shinji pode sentir a pressão se aliviando.
"Ikari-kun!" Rei falou com esforço ao empurrar com toda a sua força, ela somente queria que Shinji não sofresse ainda mais.
"Asuka!" Gritou Shinji ao sentir que estava chegando ao seu limite.
"Cheguei!" Asuka gritou com orgulho ao correr, pegando suas facas e pulando na direção do forte campo AT, seus olhos se arregalaram quando viram como estavam os braços da unidade 01.
Com um movimento fino e calculado, ela cortou o fraco campo AT que estava mais ao lado, podendo ver seu alvo, a pequena esfera vermelha pronta para ser destruída.
"Toma isso!" Gritou a menina ao lançar suas armas, mas por ironia por destino, ela somente viu faíscas quando errou o alvo.
"Não pode ser!" Asuka gritou ao ver que tinha errado, uma rápida olhada para o lado confirmou que as suas baterias estavam fracas, suas mãos tremiam com o estresse.
"Asuka! Rápido!" Shinji gritou ao sentir seus músculos rasgando com a cada segundo que passava.
Asuka podia escutar todos falando com ela ao mesmo tempo, ela queria poder fazer alguma coisa, os gritos de dor de Shinji, suas próprias inseguranças, ela começou a entrar em pânico.
Rapidamente o som de um baque chamou sua atenção, na sua frente, duas enormes mãos rosa seguraram a grande bola vermelha, vendo quando as enormes mãos do gigante rosa começaram a ser consumidas pelo núcleo.
"Princesa! Essa é a sua chance!" Mari gritou ao sentir suas mãos estranhas.
"Morra agora!" Gritou Asuka ao lançar suas armas, vendo quando enormes faíscas voavam quando o enorme núcleo implodia em pequenas bolhas.
Shinji lutava para manter a consciência, mas assim como começou, tudo parou, ele somente sentiu quando uma enorme onda de sangue angelical inundava a cidade, sentindo finalmente o cansaço tomando conta dele, Shinji encostou no banco ao sentir suas mãos pegando fogo.
Asuka encostou na cadeira, sentindo o peso por ter falhado em sua batalha, ela teria que conseguir sozinha matar o anjo, mas teve que depender de todos, isso era frustrante.
"Maldição." Asuka falou ao abraçar seus pés, suas inseguranças surgindo na sua cabeça.
Misato colocou as mãos na console, fechando olhos ao pensar que novamente eles tinham escapado da morte, rapidamente o som ao seu lado, virando a cabeça ela pode ver o comandante Ikari entrando com sua carranca natural.
"Situação?" Perguntou o homem sem emoção ao olhar para a tela.
"Matamos o anjo, mas os EVAS sofreram danos graves, eu assumo a responsabilidade." Misato falou o mais profissional que conseguiu.
Gendo se virou e saiu da sala, deixando todos com dúvidas, rapidamente Fuyutsuki falou.
"Nossa prioridade é a morte dos anjos, qualquer outra coisa é menos importante, parabéns a todos." O homem mais velho falou com um sorriso.
"Recuperam nossos pilotos."
Todos na sala sorriam com isso, Kozo sempre teve mais tato social do que Gendo, Misato acompanhou os dois com os olhos, ela rapidamente pensou em uma coisa que poderia ser uma boa recompensa, um sorriso tomou conta de seu rosto, ela tinha com o que se orgulhar, seus pilotos salvaram o mundo.
"Muito bem pessoal, hoje vamos sair para jantar e eu pago."
Todos os seus pilotos sorriram com isso, menos Asuka que ficou sombria com a noticia, Misato sabia do forte orgulho da menina, ela somente esperava que uma noite com uma massagem no ego e comer uma boa comida ajudasse a levantar seu humor e seria uma boa oportunidade para conhecer essa tal de Mana Kirishima.
Notas do Autor: Olá pessoal Calborghete aqui, temos enfim o capítulo 19, espero que tenha sido de agrado de todos, como sempre não deixem de segui-la e salva-la em seus favoritos para não perderem mais nenhuma atualização futura.
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