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Então agora sem mais enrolação, boa leitura.
"Diálogos"
- Pensamentos -
"Conversa via Rádio"
"Auto conversa."
Nota de Responsabilidade:
Evangelion, seus personagens e cenário são propriedade de Hideaki Anno. Qualquer marca, filmes e séries mencionados nesta Fanfic é propriedade de seus criadores.
Capítulo 32
"A... Asuka!"
Ambos se olharam pelo o que parecia ser uma eternidade, cada um olhando para os olhos da pessoa que tinha marcado sua alma com tanta força e determinação, para Asuka isso era uma tortura, olhar para o rosto de Shinji era difícil, há muito tempo ele era a fonte de seus pesadelos, o tormento que a assolava sem dó ou piedade, mas em outros momentos ele era a fonte de calor que a acalmava nos momentos mais difíceis, a sua salvação.
Muita coisa tinha acontecido, outros casais isso significava destino? Amor eterno? Isso ambos não sabiam, mas pelo menos agora estavam lá, cara a cara novamente.
Shinji olhou para o belo rosto divino de Asuka, a mulher que tinha conseguido roubar seu coração frio e solitário, porque ele ainda se sentia assim depois de tantos anos? Pessoas normais não ficavam ligadas por tanto tempo assim, a vida tinha que seguir, tinha que continuar, porque ele não conseguia fazer isso?
Essa era a sua penitencia, esse era seu castigo, ele nunca iria conseguir mudar o que era, ele nunca iria conseguir seguir em frente, os outros poderiam ser felizes, ele não.
Mari perdeu o sorriso na mesma hora em que seus olhos caíram em Shinji, sentiu o peso de ter falhado como uma madrinha, ela agora estava diante da pessoa que tinha prometido proteger.
Umedecendo os lábios, Mari olhou para Shinji, dando uma bela olhada no garoto em sua frente, ele tinha muitos traços de seu pai, o mesmo olhar arrogante, a mesma postura fria, rapidamente os belos risos daquele pequeno e indefeso bebê em seus braços voltaram em sua mente, era como uma lembrança de outra vida, uma mera fantasia de uma garota.
Sentiu a tristeza tomando conta de seu ser, Mari como sempre tinha conseguido manter sua fachada, uma mulher feliz que nada parecia ferir sua forte autoestima e carisma, mas para os que conheciam a verdadeira Mari, isso era fácil de quebrar.
"Filhote! Que bom que você chegou!" Gritou a garota em felicidade ao levantar os braços, ela queria poder ter um tempo sozinha com Shinji depois de tudo isso que aconteceu, poder conversar com ele e tentar melhorar um pouco seu relacionamento, Yui iria querer isso, ela queria isso.
Shinji finalmente mudou o foco de seus olhos de Asuka para Mari, ele sabia que isso era um momento em que deveria se manter frio, ele não poderia mostrar fraqueza em publico, principalmente em um ambiente onde ele era fortemente odiado, não importasse quantas vezes ele mostrasse que isso não era sua intenção, ele para sempre iria ser o filho de Gendo Ikari, o assassino de mundos.
Mari sentiu o seu sangue gelando com aquele pequeno movimento de cabeça, era como olhar para uma versão mais jovem de Gendo, ela ainda se lembrava de quando Yui começou a namorar aquele homem, mas pelo menos ela sabia diferenciar os dois, Shinji ainda tinha um pouco de Yui.
"Já que está aqui, posso te mostrar o navio." Começou a falar a morena com ansiedade, prontamente apontando para o longo corredor que ligava a ponte de comando com o resto do navio.
"Garanto que agora não vai ser como a primeira vez."
Shinji a olhou com sentimentos vazios, sua mente ainda tentava entender como essa mulher poderia ser sua madrinha, como sua mãe tinha confiado a vida de uma criança para uma pessoa como Mari? Essa pergunta ele não conseguia esconder, mas o que mais machucou sua alma ao saber que Mari tinha uma ligação tão forte com Yui que deixou seu filho para morrer, isso foi o que mais lhe machucou.
"Não." Foi sua resposta fria, ele pode ver Mari arregalando suavemente seus olhos com essa resposta, ele não iria se deixar ser manipulado por essas pessoas novamente, tinha um grande motivo para que os soldados do IPEA não gostarem da WILLE, mas para ele era uma coisa muito mais profunda.
"Mas..." Mari gaguejou com essa resposta repentina e fria, ela queria poder ficar um tempo sozinha com Shinji, pelo menos mostrar que uma pessoa estava realmente feliz por ele estar sob o mesmo teto, mas parecia que isso iria ser mais difícil que o pensado antes.
Tentando mudar seu humor, Mari rapidamente sorriu ao abaixar os braços e falar com sua voz mais infantil, ela queria que isso ajudasse a fazer com que Shinji entendesse seu ponto, mostrar que ela não o via como um monstro, somente como uma pessoa que estava ao seu lado, mostrar que tinha pessoas que ainda o amavam.
Shinji olhou para Mari, ele podia sentir sua raiva crescendo dentro de seu corpo, ele queria respostas, ele queria poder explodir e acabar com tudo isso de uma forma mais diretamente possível, mas seu corpo estava paralisado, como uma criança que tinha sido pego fazendo algo terrivelmente errado.
Virando seus olhos para Asuka, ele podia ver que a ruiva ainda o olhava, era tristeza em seus olhos? Isso ele não entendeu direito, mas ele queria poder fazer alguma coisa que mudasse isso, fazer com que ela pelo menos o visse como uma pessoa normal, mas como ele poderia pedir isso se foi justamente ele quem tinha estragado sua vida?
Soltando uma longa respirada, Shinji lutou contra a melancolia que começou a ganhar força dentro de sua mente, esse era um sentimento perigoso de se ter em tempo como esse, uma guerra que parecia não ter fim.
"Nossa que fria... você não é nada divertido." Chorou falsamente a morena ao olhar para Shinji, ela podia ver que o foco do menino estava na pessoa ao seu lado, ela sabia do passado dos dois, era como ver novamente uma versão mais nova de Kaji e Misato, dois amantes separados pela vida dura que atingiu o mundo.
Sorrindo como um gato, Mari falou com sua voz maliciosa e brincalhona, usando todas as suas armas para melhorar o ambiente em sua volta.
"Parece que o filhote quer ter um tempo sozinho com a princesa, não tenham medo de pedir..." Mari falou ainda sorrindo, mas como todas as suas tentativas anteriores, ela foi recebida com gelo, nem por Shinji ou por Asuka, mas pelo isolamento que recebeu.
Perdendo o sorriso de seu rosto, ela olhou para a situação que estava ao seu lado, ela pode ver que os dois tinham muita bagagem para resolver, Mari não podia culpar nenhum dos dois, o mundo tinha maltratado eles.
"Ikari..." Asuka finalmente tomou coragem para falar, dizer essas palavras tinham um grande peso, esse nome era como uma maldição, um anticristo, mas para ela, Shinji Ikari era uma pessoa distante em seus sonhos, uma pessoa que tinha ficado para trás, mas como todo o carma, isso tinha que voltar.
Não sabendo se estava feliz ou triste Asuka pensou na pessoa ao seu lado, em todas as brigas e conversas que ambas tiveram, a realidade foi que a ruiva sempre invejou em Mari, sempre invejou a determinação que a morena tinha quando tentava uma nova abordagem para tentar limpar o nome de Shinji, em todas as vezes em que as pessoas cochichavam sobre sua colega piloto, em como diziam que ela somente era útil pelo seu conhecimento.
Asuka não sem lembrava de todas as vezes em que levou as ameaças que escutava para sua antiga guardiã, no fundo ela não queria que nada acontecesse com Mari, a pessoa que era sua família mais próxima, a pessoa que carregava algumas lembranças de sua mãe, a pessoa que sempre esteva lá para escutar suas merdas e besteiras.
Ela tinha escutado sua provocação, mas essas palavras não tinham atingido o seu destino, não tinha conseguido causar a começou que normalmente isso lhe daria, ela somente olhou para Shinji e falou seu sobrenome.
Escutando esse nome novamente, Shinji sentiu seu sangue fervendo, ele lutava para desvincular o seu nome de seu pai, era como se tivessem lhe dado um grande soco no rosto, isso era como o pior dos castigos, a marca de um assassino, era assim que Shinji via o nome Ikari.
Respirando profundamente, Shinji queria gritar, falar como isso era ofensivo para ele, mas seu corpo não reagia como deveria, nos acampamentos do IPEA, ele perdeu a conta de quantos socos tinha dado em pessoas que lhe provocavam ou o acusavam, nos momentos em que ele ficava cego de raiva ao escutar a voz das pessoas que ele tinha acabado com a vida, os golpes pareciam sem vida, parecia coisa de outro mundo, mas era assim que ele conseguia lidar com sua culpa, se as pessoas queriam um monstro, ele iria dar aquele monstro.
Foi assim que ele tinha sobrevivido há todos esses anos, foi assim que ele sobreviveu na cadeira a espera de sua morte, esses tempos eram sombrios para Shinji, o momento de mais dor em sua alma, para muitos esse era o momento de sua mudança, para todos os guardas e pessoas que estavam naquele inferno que puderam ver a mudança do garoto pequeno e abatido em um monstro.
Fechando os olhos ao empurrar para longe essas lembranças, Shinji sentiu seu corpo se acalmando a ponto de poder retrucar isso, a poder responder de forma mais clara possível para conseguir sair disso com um pouco de orgulho ou razão.
Mari olhou para Asuka, ela podia sentir a tensão tomando conta do ambiente ao seu redor, o silencio ao ver Shinji olhando profundamente para o rosto de Asuka como um lobo a espera de atacar sua presa, ela sabia que Shinji nunca iria machucar Asuka por vontade própria, mas isso era o antigo filhote, a criança que era tímida e sem coragem, a criança que somente queria ser amada.
Agora as coisas eram um pouco diferente, ele era outra pessoa, será que tinha sobrado alguma coisa do antigo garoto que ela amava? O garoto que ela jurou que iria proteger.
Asuka olhou para Shinji em busca de alguma resposta, mas a postura fria foi tudo que ela ganhou, essa situação estava ficando cada vez mais sobrecarregada em seu mente, ela queria ir embora, voltar para o simulador onde poderia ficar dentro de seu EVA, o lugar onde ela poderia ser feliz.
"Esse não é meu nome." Foi o que Shinji falou, sua voz era fria e calma, mostrando que não iria aceitar menos que isso do ponto mais em diante, sentido o seu coração batendo forte em seu peito, o menino lutou para não sair correndo.
Vendo as duas mulheres olhando para seu rosto, Shinji sabia que elas não poderiam olhar para seus olhos, ele não queriam que elas pudessem ver seu sofrimento, seus olhos foram as únicas coisas que ele nunca conseguiu domar, era essa a razão dos óculos.
"Meu nome é Ayanami, Shinji Ayanami..." Falou o homem com força, mas não gritou, Asuka e Mari ficaram confusas, a ruiva pelo motivo dele ter usado o sobrenome de sua maior rival, a outra por saber que esse era o nome de sua antiga e amada amiga, Yui.
Sentindo que não poderia mais aguentar isso tudo, Shinji reuniu toda a sua força interna, lutando para se manter em pé ele começou a andar, passando pelas duas mulheres levemente chocadas com suas palavras, mas ele fechou os olhos ao passar por Asuka, sentindo levemente um pouco de seu perfume natural, o cheiro doce de morango, ele sabia que isso era impossível, tais luxos não eram mais acessíveis nestes tempos de guerra, mas sua mente ainda podia se lembrar de quando podia sentir esse cheiro.
Sentindo que novamente estava perdendo a batalha contra os velhos sentimentos que lutou para manter enterrado, Shinji andou para seu quarto, esse foi um dos únicos caminhos que ele fez questão de decorar, estar na Wunder era como voltar ao inferno.
"Mas..." Começou a falar Mari, mas antes de poder falar mais alguma coisa, Shinji passou por elas sem ao menos falar mais nada, ela podia ver que isso tudo era demais para o menino, seus olhos somente focaram nas costas do homem cada vez mais longe.
Virando a cabeça para o lado, Mari pode ver Asuka parada com um olhar profundo no rosto, ela sabia o motivo, era aquele nome, o nome da pessoa que Asuka não conseguia respeitar, Mari sabia que a ruiva não sabia nada sobre Rei, elas nunca tinham conversado, nunca tinham sequer ficado perto uma da outra.
"Asuka... não fica assim..." Tentou falar a morena com uma voz calma, mas ela tinha lutado ao lado de Asuka por tanto tempo, ela podia ver por trás da grande mascara, podia ver por trás de toda a raiva, ela podia ver o ciúme, ela podia sentir que Asuka de alguma forma se sentia traída.
Respirando profundamente ao tentar acalmar o corpo, Asuka tinha muita coisa para lidar, ela queria poder voltar e perguntar o motivo dele usar aquele nome, o motivo dele ainda mostrar que gosta de estar ao lado da senhora perfeitinha, mas seu corpo não se movia, ela podia sentir o anjo reagindo em sua cabeça, ela podia ver um pouco da luz azul que saia de seu olho.
"Ayanami..." Asuka falou com raiva, ela podia sentir suas mãos apertando com força contra a lateral de seu corpo, Mari podia ver isso, ela sabia que a ruiva estava aborrecida, ela somente rosnou ao falar o que vinha em sua mente, seu corpo tomado pela inveja e ciúmes, mas porque ela se sentia assim? Eles não eram mais nada um para o outro, então porque seu coração doeu com isso?
"Maldito..."
"Filho da puta..."
"Desgraçado..."
Olhando para baixo ao deixar sua raiva tomando conta de seu corpo, Asuka respirou profundamente ao pensar na sua vida até aquele momento, ela tinha perdido a chance de ser feliz quando conheceu Shinji, a chance tinha ido embora quando ele não tinha feito nada para lhe ajudar quando um anjo violava seu corpo, ele não tinha feito nada quando ele destruía seu corpo, ele tinha tentado mata-la.
Sua mente gritava para ela se acalmar, mas parte dela queria vingança, vingança contra uma certa garota de cabelos azuis que tinha conseguido vence-la, uma certa garota que nunca mereceu nada na vida, com a mente nublada de raiva e ciúmes, Asuka não percebeu que estava em seu quarto.
Olhando para o objeto em suas mãos, ela olhou para uma de suas únicas lembranças dele, do menino que ela tanto amou no passado, o menino que ela fazia ela se sentir segura, o menino que fazia ela se sentir uma pessoa normal.
Sentindo algumas lagrimas escorrendo pelo seu rosto, Asuka não queria mais se sentir assim, ela não queria mais sofrer, ela não queria mais sentir dor, mas porque esse sentimento ainda estava preso em seu peito, porque parece que ficou pior depois de escutar aquele nome de Shinji?
Sentindo a raiva tomando conta dela, Asuka somente queria poder descontar seus sentimentos em alguma coisa, e esse pequeno objeto parecia ser o alvo perfeito, apertando com toda a sua força, ela pode escutar o som do plástico rangendo com a pressão, o velho S-DAT de Shinji estava recebendo a raiva de uma mulher com um forte sentimento de ciúmes, solidão e tristeza.
"Vai mesmo quebrar?" Uma pessoa falou ao fundo, isso quebrou seu circulo de raiva, olhando para frente ao ver Mari parada na porta de seu quarto com aquele maldito sorriso.
"O que você quer, quatro olhos!? Gritou Asuka ao abaixar os braços, ela não queria passar pelas brincadeiras de sua colega de quarto, o dia já estava ruim o suficiente. Perdendo o sentido em querer destruir o velho aparelho, Asuka o lançou de volta na caixa.
Mari pode ver como Asuka tinha sentido o golpe da mudança de nome de Shinji, ela mesmo teria ficado assim, mas conhecendo um pouco da história por trás daquele nome lhe acalmou, lhe dando um pouco de esperança que Shinji ainda estava lá em algum lugar.
Olhando para uma ruiva aborrecida, Mari pensou se deveria dizer algumas coisas, isso era para ser uma conversa entre os dois, mas parecia que alguma coisa tinha que ser dita.
"Não fique com raiva de Rei."
Asuka soltou uma pequena risada ao escutar isso, Mari sempre defendeu o bicho de estimação de Ritsuko, se virando e falando com veneno em sua voz.
"Claro... o brinquedo daquela vagabunda é precioso para você." Asuka falou com raiva e sem pudor, ela sabia sobre a sexualidade de Mari há muito tempo.
"Não tem muitas lésbicas para você se divertir, não é? E a porra da Rei parece ser o alvo perfeito para isso, é só mandar que ela faz!"
Mari sentiu uma veia pulsando com esse xingamento, ela tinha sentimento por Rei, mas usando uma grande luta interna para não entrar em outra discussão com sua colega de quarto ruiva, ela se acalmou bem a tempo.
"Sabe qual é o seu problema Asuka..." Mari falou com a voz controlada e calma, mas isso não a impediu de falar com decepção, usando a voz de comando ela cruzou os braços, sabendo que Asuka não tinha nada contra sua sexualidade, mas isso tinha machucado.
"Você ataca sem saber a verdade..." Asuka escutou isso com ligeiro medo, vendo como tinha passado dos limites ao falar isso para sua única amiga de verdade dentro do navio, Mari começou a se aproximar de Asuka com calma.
"Rei Ayanami não é uma mera boneca para mim, sim eu tenho sentimentos por ela, nunca vou negar isso, mas nunca... nunca! Vou forçar ela a fazer algo que não queira, espero que um dia eu tenha coragem para dizer como me sinto... e outra..."
Mari olhou para a alma de Asuka, mostrando como ela estava séria, a morena não usava esse olhar para qualquer outra pessoa, era o olhar que ela tinha quando dava uma lição nas pessoas que a provocavam, era o seu olhar de luta e respeito.
"Ayanami é o sobrenome de solteira da mãe de Shinji... Yui Ayanami."
Asuka arregalou os olhos ao escutar isso, sentiu um grande remorso tomando conta de seu corpo, mas isso gerou uma grande dúvida em sua mente, se Ayanami era o sobrenome da mãe de Shinji, porque a perfeitinha tinha esse nome?
"Porque ela tem esse nome então?" Asuka perguntou com fortes dúvidas, sua mente entrando em uma grande crise.
Mari sorriu ao saber que seu tiro tinha atingido o lugar certo, deu de ombros ao ir para a porta, ela tinha um trabalho a fazer com Maya nos sistemas dos EVAS, com um sorriso ela parou no batente da porta ao deixar uma ruiva confusa para trás.
"Isso é um assunto para você e o filhote." Deu um pequeno beijo na mão e mandou para Asuka ao sorrir, ela não podia dizer coisas pessoais e seria uma boa oportunidade para ambos conversarem um pouco.
Asuka escutou o som da porta se fechando, soltou um longo suspiro com todas essas informações que tinha recebido de Mari, se sentindo lentamente na cama ela passou as mãos pelos seus longos cabelos ruivos, já estavam na hora de um corte, mas não era isso que mais incomodava Asuka, mas sim o que ela tinha feito. Novamente ela tinha passado por idiota, Mari não merecia sua raiva, Mari não perecia suas palavras.
Levantando a mão para cima, Asuka lentamente se deu um tapa, não foi forte, não foi nada, mas simbolizava como ela tinha sido idiota, ela era para ser uma pessoa superior, esse tipo de comportamento era coisa de criança, não para uma mulher adulta.
Sabendo que teria que se desculpar com Mari, Asuka pensou no que falaria, pedir desculpas sempre foi difícil, seu orgulho gritava todas as vezes em que ela tentou, mas agora ela tinha passado dos limites, ela teria que fazer isso e mais para frente, ela teria que enfrentar Shinji.
"Idiota..."
Mari caminhou pelos longos corredores da Wunder, ela sabia que tinha que voltar para o setor de desenvolvimento, ela tinha algumas centenas de linhas de comando para escrever para o bom funcionamento dos EVAS, mas as palavras de Asuka sobre o seu relacionamento geral tinha ficado em sua mente, mesmo ela sabendo que isso era somente por impulso, que não eram os verdadeiros pensamentos de sua amiga, mesmo assim machucavam.
Maya estava em seu console, toneladas de informações estavam passando pelos seus olhos garantindo que a energia do motor S2 da unidade 01 fosse convertida de modo apropriado para o funcionamento da Wunder.
"Oi Maya!" Falou Mari alegremente ao se aproximar do console de sua colega de trabalho, Maya como sempre focou em seu trabalho, não tendo muito tempo a perder com sua colega de programação.
Soltando um pequeno bufo aborrecido, lentamente a mulher de cabelo curto falou com os olhos fechados, sua cabeça estava doendo com a falta de sono que tinha atingido seu corpo durante a noite, um leve rubor passou pelo seu rosto com as lembranças de sua visita noturna aos aposentos de Ritsuko.
Ainda com os olhos fechados, ela queria poder ter um relacionamento mais estável com sua colega de trabalho e amante, mas ela poderia ter esse luxo? Isso ela não sabia, mas uma coisa era certa, ela teria que lidar com Mari por mais alguns dias.
"O que foi piloto Makinami?" Relatou Maya cansada ao apertar o espaço entre os olhos.
Mari como sempre não levou para o lado pessoal, ela sorriu ao folhear algumas folhas que estavam aleatoriamente pela mesa de Maya.
"E me chame de Mari, Makinami me faz sentir velha. E respondendo sua pergunta, Nada, somente queria saber o que minha chefe momentânea estava fazendo? Ainda pensando em como deixou a subcomandante Akagi de bom humor noite passada?"
Corando fortemente, Maya pensava que suas visitas noturnas estavam longe de ser uma informação publica, o mundo não era um lugar seguro para pessoas 'diferentes', com um olhar preocupado ela encarou Mari.
Sorrindo ao saber que tinha atingido um ponto importante, Mari se divertiu ao começar a sair andando indo de volta ao seu posto, muitas linhas tinham que ser digitadas antes de outras lutas, mas isso não a impediu de fazer seu passatempo favorito, provocar as pessoas.
"Fique tranquila, seu segredo está a salvo comigo... Há! Azul!"
Rei tinha acabado de chegar com alguns papeis em suas mãos, ela parou ao lado de Maya, seu rosto impassível como sempre, mas para os olhos afiados de Mari, o ligeiro desconforto da garota de cabelos azuis, isso deixou Mari pensativa.
"O que foi azul? preocupada com alguma coisa?"
Rei se moveu desconfortável, ela não gostava dessa sensação, mesmo os anos tendo passado, as emoções que ela estava aprendendo a lidar, mas ainda tinha um longo caminho pela frente, ela soube que Shinji estava novamente na Wunder, ela queria poder vê-lo, mas parecia que as coisas não eram tão fáceis assim.
A menina nunca tinha sido uma pessoa que se importou com as pessoas ao seu redor, ela não tinha o que chamavam de amigos, sua vida se resumia a ser a assistente pessoal de Ritsuko ou Maya, fazer o que tinha sido ordenado, mas isso começou a mudar quando ela começou a entender melhor seus sentimentos, tudo isso graças a Mari.
Maya tinha se acalmado ao saber que Mari não iria usar seu segredo como algum tipo de barganha, mas ela tinha percebido uma pequena mudança na personalidade de Rei, mas não fez nada a respeito, isso não tinha nada a ver com alguma inimizade pela garota albina, mas pelo simples fato de sua timidez.
Virando a cabeça para seu console novamente, Maya tentou se concentrar em seu trabalho, mas a curiosidade era maior.
"Olha, eu não posso te dar atenção agora, tenho muita coisa para fazer... o reator S2 está produzindo mais energia que o normal."
Pensou em como poderia explicar a situação da melhor forma possível, mas antes de poder falar qualquer outra coisa, um dos tripulantes mais jovens gritou de seu lugar.
"Oh! Aberração! Porque não volta para o inferno demônio!"
Rei queria poder falar alguma coisa, mas seus instintos a mandaram ficar calada, esse ataques tinham ficado piores desde que Shinji tinha sido levado para a Wunder, seu passado na NERV tinha manchado o que tinha sido sua reputação.
Ainda escutando risadas pelas outros tripulantes, Mari estava fortemente aborrecida com isso tudo.
"Sua ameba sem emoção! Vai fazer o que? Chorar." Rindo os homens se divertiam com o bullying que Rei constantemente sofria.
Maya virou a cabeça para o garoto que tinha falado essa insubordinação, Rei estava sob sua proteção, ela sabia que a garota tinha que ser protegida, das pessoas e da NERV, Maya sabia da origem de Rei, ela sabia qual era o seu proposito neste mundo, servir de gatilho para ritual da instrumentalidade.
Maya pensou muito nesta função que tinha sido encarregada pela sua mentora, ela não tinha nada contra Rei, a pobre garota não tinha culpa de ter nascido para ser usada por um maníaco assassino como Gendo, ela sentia pena da pobre garota que somente queria ter sua vida. Com uma olhar mortal e pronta para colocar a pessoa no lugar dela, mas Mari falou primeiro, sua voz carregava raiva e rancor.
Mari sentiu o seu sangue fervendo com isso, ela tinha sofrido muito nesta vida sobre sua forma de ser, ela queria poder ser feliz, ela queria que todos tivessem a chance de serem pessoas felizes, mas Rei era especial.
Dando passos largos até a pessoa que tinha falado a besteira, Mari rapidamente ignorou os olhares de medo das pessoas ao seu redor, ela ignorou a razão gritando em seu ouvido, ela não se importava com opiniões, ela somente queria fazer o que era certo.
Arregalando os olhos ao ver Mari vindo em sua direção, o jovem tolo sabia que tinha feito besteira, mas porque a piloto rejeitada estava defendendo a aberração desta forma?
Pegando o garoto pelo colarinho do uniforme, Mari olhou para o fundo dos olhos do jovem tolo, seus dentes fechados em raiva contida por ter insultado uma pessoa especial para ela. Agindo por impulso, Mari fechou seu punho e um soco moderado atingiu a lateral do rosto do tolo.
Vendo o garoto no chão gemendo de dor, Mari falou ainda com raiva, ela queria poder fazer mais coisas, mas a razão a atingiu, ela não poderia sair como a errada, mas ela tinha que dar o recado bem dado, levantou seu pé e o colocou na virilha do garoto assustado, ela falou ameaçadoramente.
"Chama ela de aberração de novo! Chama de novo oh grande valentão!"
Sentindo o sangue gelando com a visão, o garoto somente fechou os olhos com medo, ele sabia que as pilotos tinham muito mais treinamento de combate que eles, jovem mecânicos e inexperientes.
"Piloto Makinami, acho que o recado foi dado." Maya falou com a sua voz de comando ao ler os arquivos em seu computador, Rei observou tudo com curiosidade, sentindo uma coisa em seu peito que somente tinha sentindo com Shinji ao seu lado, poucas pessoas a respeitavam, mas Mari nunca teve medo de mostrar esse respeito.
Ainda olhando para o jovem tolo, Mari queria poder esmagar os testículos dele, assim como tinha feito com muitos homofóbicos nos seus tempos de faculdade, mas ela sabia que tinha que se controlar, ela tinha que se controlar por Rei.
"Deu sorte hein idiota!"
Se virando e indo para seu computador pessoal, Mari relaxou ao saber que estava em seu mundo agora, que nada poderia incomoda-la, esse era seu refugio, um pouco de normalidade, estar diante do computador à fez se sentir na faculdade novamente, com Yui e Kyoko ao seu lado.
Lentamente passos ecoaram perto de seu posto, Mari sabia que teria que dar algumas explicações, mas ao ver Rei parando ao seu lado, toda a raiva tinha passado, toda a angústia tinha sido perdida diante daqueles intensos olhos vermelhos, ela poderia olhar para essa garota por horas.
Sentindo um sentimento estranho em seu peito, Rei não sabia como agir, ela queria poder saber exatamente o que fazer, o que Shinji faria numa situação como essa? Como ela deveria proceder? Uma velha lembrança surgiu em sua mente.
"Obrigado." Foi essas as únicas palavras que tinham saído da boca de Rei, ela não sabia o motivo de ter se sentindo feliz por ter sido protegida por Mari, mas isso deixou um sentimento feliz em seu peito, poucas vezes isso aconteceu com ela, e a maioria tinha sido na presença de Mari, ela queria poder conversar com Shinji a respeito disso.
Mari sentiu suas bochechas corando com essa pequena palavra, um pequeno gesto de gratidão, uma coisa simples que para muitos não era nada, mas para ela isso significou muita coisa, ver aquele rosto dizendo isso, ver aqueles olhos focando em seu rosto, muitas lembranças de Yui tinham voltado em sua mente.
Com um sorriso tímido e feliz, Mari respondeu com bom humor.
"Sem problema azul, temos que proteger as pessoas que gostamos."
Rei arregalou os olhos suavemente ao escutar isso, sentindo o rosto esquentando com essa resposta, ela não sabia como deveria proceder, como deveria responder, ela somente deixou o instinto agir, com isso, um pequeno sorriso nasceu em seu rosto.
Sentindo como se seu corpo estivesse pronto para explodir, Shinji caminhou para seu quarto, esse tinha sido um dia difícil para ele, ter revisto Misato e Asuka tinham cobrado seu preço, ele somente queria ir para seu quarto, onde o melhor remédio o esperava.
Pensou em Asuka, em como ela tinha se tornado uma bela mulher, em como ela tinha se mantido bem longe, ela estava segura longe dele, mas porque ela teve aquela reação ao saber sobre seu nome? Porque ela ficou desconfortável? Essas perguntas tinham ficado em sua mente por cada passo que ele dava, ignorando as pessoas ao seu redor, Shinji somente queria ir.
Finalmente chegando a sua porta, ele ignorou os olhares das outras pessoas, ele queria ficar em solidão, um lugar seguro, onde ele poderia relaxar um pouco, finalmente entrando, Shinji olhou para o lugar que iria chamar de lar, o quarto era pequeno, mas tinha o necessário.
Jogou sua pequena mochila na cama ao estilo militar, ele pensou se teria um colega de quarto, mas a julgar pela sua fama, isso praticamente era impossível. Olhando ao redor, ele pode ver o pequeno banheiro que tinha a sua disposição e um pequeno armário, mas isso não valia muito para ele.
Se sentando na cama e abrindo sua mochila, Shinji pegou suas coisas, um velho computador, onde ele teria que fazer relatórios para o IPEA sobre a cooperação que ambas as agencias tinham, mas seus olhos logo caíram nas mensagens em aberto, soltou um longo suspiro ao saber que era novamente aquela pessoa, o cara de cabelos prateados que sempre tentou conversar, não importava quantas vezes Shinji o ignorou ou o mandou ir embora, Kaworu nunca desistiu.
Major Ayanami... Seguem em anexo os esquemas de manutenção da Unidade 08 V2 que devem ser apresentados ao subcomandante Akagi ou seu responsável atual.
Espero que esteja bem onde estiver meu amigo, espero que um dia possa me ver como um camarada seu.
Primeiro tenente Nagisa.
Revirou os olhos ao ver isso, Shinji não queria lidar mais com burocracias, mas ordens eram ordens, logo seus olhos caíram na garrafa transparente, sentindo o desejo para um pequeno gole, seu santo remédio que iria cortar a dor de sua mente, por alguns segundos ele debateu se deveria saciar a sede de sua alma, mas como em todas as vezes que tinha feito isso, ele sempre era derrotado.
Pegando a garrafa, Shinji a abriu e deu um longo gole do liquido feito de arroz, sentindo o seu conteúdo queimando sua garganta como acido, ele não se importou com isso, ele não se importou com mais nada ao seu redor, ele somente queria acabar com a dor.
Se deitou e olhou para o teto de seu quarto, ele não sabia quanto tempo ficou ali ou quantos goles tomou, mas lentamente seus olhos foram se fechando, lentamente ele entrou no mundo dos sonhos, em outro pesadelo.
"ASSASSINO!"
"MONSTRO!"
"QUANTAS VIDAS ACHA QUE MATOU!"
"VOCÊ TIROU TUDO DE MIM!"
Gritavam varias vozes ao seu redor, Shinji sabia que isso era somente o começo para que inferno real começasse, mas parecia que hoje iria ser diferente, ele já estava se acostumando com isso.
Com uma forte rajada de vento, as vozes que tanto tempo tentaram lhe causar dor, agora estavam caladas, virando a cabeça para o lado, Shinji o viu mais uma vez, mas diferente de antes, tinha outra coisa ao seu lado, um ser de luz pequeno estava parado ao lado do homem de terno.
Sem sentir forçar para retrucar, Shinji fez o que sempre fazia, se sentava na grama e abraçava os joelhos ao sentir o peso de sua culpa, o mundo ao seu redor não sendo mais nada que mera dor.
"Porque faz isso com você mesmo?" Uma voz delicada e feminina falou ao fundo, Shinji sabia que era um desses seres que estavam junto com ele, mas diferente de antes, eles não se aproximaram.
Fechando os olhos com força, shinji somente queria ficar sozinho.
"VÃO EMBORA!" Gritou o menino com raiva ao apertar a cabeça.
"Me deixem sozinho..."
Somente o som de vento quebrava o forte silêncio que reinou no sonho sem vida do menino assustado, Thanato e Lilith somente olharam abatidos com a figura tímida mais ao fundo.
"Porque não se perdoa pelo o que aconteceu?" Perguntou Thanato com abatimento, ele pode ver Lilith se movendo ao seu lado com essa pergunta, ela fazia exatamente isso.
"Não acha que já se puniu demais?" Lilith perguntou com sua voz calma e sem vida.
Shinji ainda mantinha os olhos fechados, ele fazia essa mesma pergunta todas as vezes que sentia sua culpa matando seu corpo por dentro.
"ASSASSINO!"
"MONSTRO!"
"QUANTAS VIDAS ACHA QUE MATOU!"
"VOCÊ TIROU TUDO DE MIM!"
"Me perdoar... me perdoar... ME PERDOAR!" Gritou Shinji ao apertar a cabeça com força, novamente ele se viu como um menino de quatorze anos, com medo e perdido no mundo.
Thanato e Lilith tinham visto seu encontro com as pessoas que eles sabiam que Shinji gostava, eles podiam ver o coração de Misato, o coração de Asuka, o coração de todos que ainda pensavam no menino com carinho.
"Não acha que é bom estar ao lado delas novamente? Não acha que deve dar uma chance para eles mostrarem o carinho que tem por você?" Lilith falou com calma, ela sabia que deveria forçar um pouco, diferente de seu amigo, a paciência não era a melhor de suas virtudes.
Forçando a imagem de Asuka na sua frente, Shinji sentiu os seus olhos se arregalando com isso, rapidamente ele se arrastou para longe, com medo daquele sorriso que tanto amava.
Rapidamente a imagem na sua frente mudou, vendo que estava novamente no apartamento de Misato, Shinji apertou a cabeça ao tentar se controlar, esses sonhos estavam ficando cada vez piores com o passar do tempo.
"NÃO! VÃO EMBORA!" Gritou o menino assustado.
"ELAS ME ODEIAM!"
Caindo no chão ao começar a soluçar Shinji queria que as coisas fossem diferentes, lentamente sua voz foi mudando, as vozes em sua cabeça foram mudando.
"Por favor, nunca pare de me abraçar..."
"Baka Shinji... Obrigado por seu meu amigo..."
"Você deveria se orgulhar do que fez, salvou o mundo..."
"Eu posso beijar você de novo?..."
Sentindo sua mente sendo inundada pelos melhores momentos de sua vida, Shinji queria correr, ele queria fugir, mas para onde ele iria? Somente a morte daria fim a todo esse sofrimento, novamente suas mãos voltaram para a sua cabeça.
"PARE COM ISSO!"
Abrindo os seus olhos rapidamente Shinji se sentiu em sua cama, sentindo sua respiração acelerada com o pesadelo que teve, ele queria que isso acabasse, ele queria que a dor acabasse, ele queria ser feliz, mas como ele poderia ser feliz depois de causar tanta dor nas pessoas ao seu redor?
Se levantando, Shinji foi até a pia do banheiro, uma boa jogada de água fria iria acalmar sua mente agitada, sentiu o efeito relaxante que isso tinha, Shinji levantou a cabeça, podendo ver seu rosto no pequeno espelho, ele podia ver que não dormia por um bom tempo, os pesadelos nunca tinham parado, o medo nunca tinha parado, seus olhos nunca pararam de mostrar sua dor.
Pegando seus óculos de sol, Shinji não queria se ver assim, ele tinha que ser forte, ele estava em um lugar onde as pessoas iriam brigar por uma oportunidade para acabar com sua vida, ele não poderia perder tempo com perdão ou outras coisas, ele tinha que ser forte para completar sua vingança.
Sentindo um pouco de determinação tomando conta de seu corpo, Shinji rapidamente colocou a mente no lugar, ele tinha que conseguir, a morte iria lhe dar o descanso merecido depois da luta.
Ainda no mundo da instrumentalidade, Thanato se virou e olhou para sua amiga Lilith, franzindo a testa com o que tinha visto.
"Porque se escondeu dele? Pensei que gostasse do rapaz." Disse o homem com um sorriso no rosto.
Lilith abaixou o olhar, ela não sabia por que se escondeu, seria sua contra parte? Seria medo? Isso ela não sabia, mas uma coisa era certa, ela iria ajudar Shinji a encontrar a felicidade.
"Não posso deixar as coisas serem como queremos..."
Thanato olhou novamente para o nada, podendo sentir as almas que ele ajudou a levar para este local, mas uma coisa ainda estava em sua mente, porque Lilith tinha forçado shinji com aquelas memorias.
"Porque fez aquilo? Porque o forçou a se lembrar daqueles tempos?"
Lilith olhou para a palma de sua mão, se lembrando de todas as vezes em que conheceu Shinji em outras vidas, em outros mundos, ela queria que ele pudesse sorrir assim como fazia todos a sua volta sorrirem.
"Eu quero que ele se lembre da felicidade, que pare de se autodestruir e ver que tem pessoas que querem ajudar, pessoas que querem ver seu sorriso novamente."
Lilith ainda olhava para o nada, Thanato podia ver que ela estava presa em seu próprio mundo, focada em seus próprios objetivos e ideias, isso incomodava um pouco o ser ao seu lado, mas Thanato assentiu ao escutar isso, ainda não entendendo como as coisas funcionavam para Lilith, mas ele iria esperar, uma hora ele iria entender, uma hora Lilith iria se abrir completamente para ele.
Shinji ainda se olhava no espelho, tentando ao máximo manter suas emoções sobre controle, tendo um pouco de controle sobre isso, seus óculos ajudaram nisso, lentamente ele respirava profundamente, deixando o ar puro limpar as preocupações de seu corpo, deixando o álcool agir para matar a dor em seu corpo.
"Porque eu bebo assim?" Shinji pensou ao ver o reflexo da garrafa parcialmente bebida ao lado de sua cama, ele sabia essa resposta, era para apagar a dor, apagar as memorias, mas valia a pena? Com certeza não, mas um pouco de paz ajudava no momento de dormir, mesmo que os pesadelos nunca parassem, ficava pelo menos mais suportáveis.
"Porque faz isso com você mesmo?" A voz em seus sonhos se repetiam, as figuras sempre lhe perguntavam isso, mas hoje tinha sido diferente, ele não sabe como as imagens de Asuka e Misato surgiram tão de repente em seus sonhos, isso lhe rendeu um forte calafrio percorrendo suas costas, ele não poderia ceder, ele não poderia voltar ao seu antigo eu.
"Acha que isso vale a pena?..."
"Acha que as pessoas que gostam de você gostariam de ver isso?..."
"Um dia você verá..."
Um grande silêncio reinou no pequeno quarto, Shinji olhou para baixo, mantendo seus pensamentos sobre controle, sentiu o peso de seus medos, o peso de sua culpa, ele sentiu medo de sair do quarto, um sentimento que a muito tempo ele não sentia.
Sentindo sua mão tremendo com a ansiedade, Shinji se olhava atentamente, suas mãos tremiam com o medo de sair por aquela porta, ter que ver os olhos das pessoas que tanto o fez sofrer, todo o sofrimento que ele causou a todos, todo o sofrimento que ele causou nas pessoas que mais amava, destruir a vida de Asuka e Misato, destruir a vida que elas iriam ter, tudo por causa dele.
Apertando as mãos com força, Shinji começou a sentir raiva, uma raiva que a muito tempo estava armazenada, tanta raiva e rancor andando de mãos dadas com sua tristeza, o abandono... A solidão.
"Todos os tripulantes para as estações de batalha nível um... todos para seus postos de batalha!"
Olhando para cima, Shinji pensou na batalha que iria acontecer, sentindo a sensação de adrenalina percorrendo seu corpo com a emoção que iria seguir, ele teria que lutar em um EVA novamente, lutar ao lado de Asuka e Misato, como nos velhos tempos.
Assentindo ao respirar profundamente, ele se virou e começou a andar com passos largos, mudando completamente a postura para algo mais focado na batalha, com um movimento limpo e lento Shinji abriu a porta de seu quarto, ele podia ver toda a movimentação da tripulação da Wunder, as pessoas com muita pressa para lidar com a presença de Shinji.
Ele sabia que tinha que ir para as gaiolas, com o caminho pronto em sua mente ele foi se preparando para mais uma luta solo, ele sabia que Asuka e Mari estariam na luta, mas a confiança era algo que era essencial numa guerra, e ele não confiava na WILLE, ele não confiava em Misato... ele não confiava em Asuka, para seu coração isso doía, mas ele já tinha sido traído uma vez, ele não iria permitir isso novamente.
"Eu vou, eu vou, acabar com a NERV eu vou..." Cantarolou Mari ao apertar o botão de inflar seu macacão, sorrindo ao ver que como sempre ela estava um espetáculo visual com a roupa colada.
Asuka estava quieta, ainda sentindo os efeitos de seu encontro com Shinji, sua mente gritando que isso era uma piada de mau gosto, ela não sabia como iria concertar as coisas com Mari, sua mente estava gritando para que essa luta fosse fácil, para que ela pudesse voltar para seu quarto e pensar em tudo que aconteceu neste dia.
"Quer calar a boca! Suas canções são um pé no saco." Asuka falou aborrecida ao se preparar, seu plugue suit já perfeitamente preso em seu corpo, ela preparou seu espirito para a luta.
Mari a olhou com um sorriso alegre no rosto, ela podia ver que muita coisa estava incomodando mas já sabia essa resposta em sua mente.
"Pare com isso, você adora minhas canções adaptadas..." Falou Mari ao começar a andar para fora do pequeno quarto de metal, na sua frente os tripulantes já deixando tudo pronto para a luta que iria se seguir.
"Vamos lutar ao lado do filhote! Isso é a melhor forma de criar algum vinculo! Vamos ver como ele é fodão!"
Asuka soltou um longo suspiro ao entrar em seu plugue de entrada, ela ignorou Mari lhe dando um sorriso tímido, mas não impediu seu bom humor pré-batalha, sabendo que o tempo era curto e uma luta não perdia tempo, olhando ao redor para os novos rostos que tinham aparecidos com a cooperação com o IPEA, Mari entrou no seu plugue de entrada.
"Inimigo se aproximando dos postos de colheita, acreditamos que querem destruir os pilares de contenção e contaminar as safras." Ritsuko falou ao analisar os mapas na sua frente, esse era um dos poucos pontos de interesse da SEELE ou da NERV.
Misato estava sombria ao olhar para frente, podendo ver a terra verde e cheia de vida das colheitas para as colônias maiores, somente a movimentação do grupo armado do IPEA estava no local, prontos para lutar contra os simpatizantes que a muito tempo tentavam acabar com a vida na terra.
Mas não era isso que incomodava a mulher, mas sim o seu novo piloto, as palavras de Shinji sobre estar novamente ao lado dela, a frieza em sua voz, a frieza em sua postura. Isso estava deixando uma marca em sua mente, ela queria mudar tudo que acontecia, mas parecia que tudo estava no modo mais difícil.
"Misato? Está me escutando?" Perguntou a loira ao seu lado, Akagi sabia muito bem o que estava incomodando a mulher ao seu lado, mas agora não era a hora disso.
"Onde estão os inimigos?" Perguntou Misato com calma, tentando ao máximo mostrar calma esperada de uma líder.
"Unidades Mark 8 nas proximidades, parece que são dois." Hyuga relatou ao tentar entender os sinais em seu console.
"Três contra dois, isso deve ser um pouco fácil." Tama falou arrogantemente e sorrindo, como todo jovem tolo.
"Sem arrogância moleque." Koji falou tenso, as lutas tinham que ser levadas a sério, ninguém sabia ao certo como iria ser estar lutando com Shinji ao seu lado novamente.
"Pilotos em seus EVAS, prontos para implementação." Sumire falou profissionalmente.
Misato fechou os olhos ao respirar profundamente, ela rezou para qualquer divindade para que isso se tornasse algo fácil para lidar, Shinji estava novamente ao seu lado, mesmo que isso fosse machucar, mesmo que isso fosse difícil, mas ele estava ao seu lado.
"Lançamento da unidade evangelion!" Shigeru gritou alarmado, todos no centro de comando olharam para todos os sistemas buscando informações.
Misato fechou os olhos ao saber o que isso significava, ela não era uma mulher burra, Shinji praticamente gritou que não confiava nela.
Caminhando lentamente pela terra vermelha, duas unidades Mark 08 andavam e destruíram tudo aos seus pés, seu rosto marcando os grandes pilares de contenção, eles queriam contaminar a terra, dar mais um passo para o cenário.
Caindo no solo mais a frente, Shinji sentiu o impacto em suas pernas, era como se ele tivesse caído, mas ele não se importou com isso, ele olhou para frente ao ver os inimigos caminhando e ignorando sua presença.
"Shinji! O que está fazendo!?" Misato falou com a voz irritada, Shinji tinha saído sem autorização.
Ignorando as vozes ao seu redor, Shinji focou no seu inimigo, abrindo o compartimento de seu ombro e pegando sua faca progressiva, não sentindo nada além de raiva contra o inimigo na sua frente, ele sabia que esses EVAS eram feitos pela SEELE, era feito por seu pai.
Sentindo o baque de suas pernas correndo logo embaixo dele, pessoas falavam pelo seu rádio ele sabia que eram Asuka e Mari, ele podia escutar elas falando com ele, mas isso não o impediu, as vozes não o impediram, elas não iriam impedir sua vingança.
Asuka e Mari tinham escutado o rádio, Shinji tinha saído sozinho na batalha, apertando as mãos fortemente envoltas em seus controles, Asuka falou com raiva, ela sabia como era lutar contra esses monstros.
"Pirralho idiota!"
"O que você está fazendo pirralho!?" Gritou a ruiva irritada, mas ela não recebeu a resposta que queria, mas tinha certeza que Shinji escutou, o rádio estava aberto.
"Filhote! Espere por nós!" Mari tentou seu apelo, mas como Asuka, ela não recebeu nada, olhando para o lado viu o EVA de Asuka pronto para ser implementado.
"Misato! Lance a gente!" Mari falou com determinação, sua relação com Misato nunca melhorou depois do incidente.
"Negativo, não podemos sair da estratégia." Ritsuko falou com calma, todos podiam ver que Misato estava em choque.
Asuka apertou as mãos com força, mas uma coisa ao seu lado chamou sua atenção.
"Princesa! Está comigo?" Mari perguntou com ansiedade, Asuka pensou na resposta que deveria dar, ela podia ver que sua colega piloto estava a espera de uma resposta, mas não demorou para que a conclusão finalmente entrasse em sua mente, sentiu seu olho brilhando com força.
Correndo com força, Shinji lutou para manter o ritmo, girando sua faca no ar para que pudesse ficar com mais pegada sobre sua arma, seus passos pesados destruíam a vegetação.
Finalmente com um movimento rápido e limpo, Shinji puxou sua faca, sentiu quando o material afiado bateu contra o peito de seu primeiro inimigo, faíscas voaram com o impacto.
Caindo para o lado com o golpe forte, a unidade Mark 08 atingida rolou alguns metros para o lado com um corte forte em sua armadura.
Olhando para o lado, a outra unidade Mark 08 finalmente reconhecendo o perigo que essa unidade inimiga representava.
Pulando para o lado para ganhar algum espaço, o Mark 08 rapidamente levantou sua arma ao ver o gigante negro o olhando, pronto para acabar com sua existência.
Sem se preocupar com as vozes o mandando voltar, Shinji somente queria matar, apertando sua faca com mais força, ele iria acabar com o inimigo, assim como tinha feito com muitos simpatizantes antes, ele iria causar dor em seu pai e em todos os membros da SEELE.
"Morra!" Correu Shinji na direção do Mark 08, seus olhos sedentos por sangue, brilhando como bolas vermelhas vindas do inferno, levantando a faca para cima.
Sentindo o perigo, o Mark 08 rapidamente levantou sua faca, bloqueando o golpe, o Mark 08 não se importou com a força, ele somente se defendeu.
Girando suas mãos e trocando a faca de destino, Shinji usou tudo que poderia para conseguir causar danos e matar o inimigo, faíscas voavam para os lados quando suas facas se acertavam.
"Há!" Rosnou Shinji ao sentir seus dedos sendo atingidos, uma rápida olhada para sua mão mostrou que ainda os tinha, Shinji ignorou a dor ao avançar novamente.
Levantando a mãos para cima, Shinji usou toda a sua dor para conseguir dar o golpe perfeito.
"Toma!" Gritou o homem ao abaixar sua faca, sorrindo ao sentir sua faca afundando na carne do Mark 08, ele sorriu ao ver o inimigo cambaleando para trás, pronto para continuar os seus golpes, mas uma coisa o impediu.
"Ah!" Sentindo uma dor bem forte nas costas, Shinji sentiu seus rins sendo rasgados, virando para trás, viu a outra unidade Mark 08 segurando sua faca firmemente em suas costas.
Sentindo a forte agonia de ser esfaqueado, Shinji virou para o inimigo com olhos assassinos, fechou o seu punho e deu um poderoso soco o rosto do Mark 08 e viu o inimigo rolando para trás desorientado, virando o rosto para frente, Shinji pode ver o outro Mark 08 correndo em sua direção, justamente com uma faca apontada fortemente para sua cabeça.
Sentindo um forte pressentimento de medo, Shinji não pensava nisso a um bom tempo, ele sempre corria em direção ao perigo sem pensar duas vezes, então porque agora ele estava assim? O que tinha mudado tão rapidamente?
Sabendo que iria receber um grave golpe, Shinji não tinha mais tempo, ele teria que aguentar. Mas bem antes de ser acertado, um grande braço vermelho entrou na frente.
"Maldição pirralho!" Gritou Asuka ao se lançar em direção do inimigo, sua mente agitada em ter que lutar sem uma estratégia, desrespeitar as ordens de Misato iria ter seu preço no futuro, mas agora ela teria que fazer o que fazia de melhor, lutar.
"Oi filhote!" Gritou Mari ao correr pelo outro lado, prontamente ajudando Asuka em sua luta, ambas as meninas totalmente focadas no inimigo em questão.
Shinji olhou para a situação na sua frente, a faca em suas mãos tremendo com a tensão de saber que com certeza seria o próximo alvo das duas, mas ele tinha que se preocupar com os outros inimigos.
"Todos eles!" Gritou sua mente ao relembrar de todos os momentos de dor que passou no passado, de todas as vozes gritando com ele, o chamando de assassino, monstro, todas as piores coisas que possam imaginar, isso somente alimentou mais ainda sua dor, mais ainda sua raiva... Mais ainda sua tristeza.
"Todos eles!"
"Todos eles!"
"Todos eles!"
Olhando para o gigante vermelho usando sua faca progressiva, Shinji observou Asuka rolando para longe com o inimigo, socando o rosto do Mark 08 com tudo que tinha, ao seu lado um gigante rosa lhe ajudando a destruir o núcleo, para Shinji, sua mente gritando que ele seria o próximo alvo.
Usando sua faca para degolar o inimigo, Asuka rapidamente usou suas armas de ombro para fuzilar o inimigo no solo, Shinji pegou a sua faca e se virou para o novo inimigo.
"Toma isso!" Mari gritou ao afundar sua faca na grande esfera vermelha que era o núcleo, Shinji olhou para o novo inimigo logo atrás de Mari e Asuka destruindo o inimigo juntas.
Mari olhou para o lado, ela podia ver que Shinji a olhava de uma forma estranha, os olhos do EVA sempre mostravam um parte da sincronização dos pilotos, antes esferas brancas, agora eram um puro vermelho, sentindo um forte calafrio percorrendo suas costas, era como olhar nos olhos de um demônio, mas ela não tinha tempo para lidar com isso agora, tinha os inimigos para destruir.
Shinji sentia seu corpo querendo reagir, lutar contra as novas ameaças que iria com certeza buscar uma vingança contra ele, mas alguma coisa no fundo de sua mente gritando para mudar seu foco, uma mera lembrança tímida e sem importância, um pequeno sorriso das pessoas mais importantes de sua vida, isso foi o suficiente para que um pouco de sanidade.
"Todos eles!"
"Todos eles!"
"Todos eles!"
"Todos eles!"
Fechando os olhos com força para limpar a mente dos gritos que ecoavam, Shinji queria que ele pudesse relaxar, mas nada ajudava, nem um pensamento... Nada, ainda sentindo como se sua mente tivesse parado de funcionar, Shinji começou a sentir uma paz, algo que ele não conseguia entender.
"Porque não sorria?..."
"Posso te beijar mais uma vez?..."
"Shin-man..."
"Baka-Shinji!"
Piscando para voltar ao mundo atual, Shinji lentamente se virou para o lado, vendo o outro inimigo se preparando para atacar, ele não podia mais perder, apertando sua faca com mais força ao começar a sem recompor, lentamente suas pernas foram ganhando mais força conforme ele corria.
Correndo na direção do outro inimigo, Shinji ainda estava cauteloso com a presença de Mari e Asuka, mas ele ainda tinha um inimigo para lidar. Levantando sua faca para cima, Shinji correu na direção do inimigo do alvo.
"Todos eles!"
"Todos eles!"
"Todos eles!"
"Todos eles!"
Levantando sua faca para cima ao trombar com o Mark 08, sentiu o inimigo caindo no chão junto com ele, os dois lutaram como dois animais selvagens, usando cada fibra muscular de seus corpos, mas a diferença era que Shinji, mesmo com toda a sua raiva ainda sentia dor, sentia medo, diferente do Mark 08.
"Pai!"
"Pai!"
"Pai!"
"Pai!"
Sentindo golpes em suas costas e laterais do corpo, Shinji lutava para conseguir causar alguns golpes com sucesso, mas nada que fosse significativo.
"Dor!"
"Solidão!"
"Raiva!"
"PAI!"
Mari e Asuka lutavam para conseguir matar o inimigo, ficando preocupada com a falta de presença do outro Mark 08.
"Morre diabo!" Mari gritou ao afundar sua faca novamente no pesado núcleo, mas parecia que nada iria conseguir matar aquela coisa.
"Princesa!"
Asuka apertava o corpo do inimigo o mais forte possível, não deixando ele se mover, mas parecia que nada iria fazer aquela coisa parar.
"Isso não está funcionando! Droga Pirralho!" Asuka gritou ao afundar sua faca no peito do inimigo, tendo uma ideia de como poderia matar essa coisa, mas sua raiva por Shinji ter saído sem seguir a estratégia a deixou muito irritada.
Sentindo sua mão afundando cada vez mais fundo no peito do inimigo, ela procurava pelo plugue de entrada, o centro de comando de uma EVA.
Shinji lutava para se mover, ele estava ficando irritado por não estar conseguindo parar o inimigo, sentindo o seu sangue bombeando com força em suas veias, Shinji olhou para o rosto do inimigo, rosnando forte com cada golpe que conseguia dar.
Sentindo sua faca ao seu lado, Shinji não perdeu tempo em pega-la, usando toda a sua força de vontade, ele começou a afunda-la no peito do alvo, dando cada vez mais facadas.
"Morra pai!" Shinji gritava com força ao bater sua faca, sua mente mudando o foco para suas memorias, de quanto foi abandonado, do momento em que ele foi abandonado, do amor que tinha perdido quando Misato e Asuka o largaram para morrer, o momento em que ele foi morto, era assim que ele se via.
"Morra!" Gritou Shinji ao massacrar o interior do Mark 08, perdendo rapidamente a noção de quanto dano tinha feito, de como o monstro já estava morto, mas ele queria mais, ele queria acabar com tudo.
"Pai!"
"Matar!"
"Pai!"
"Matar!"
Asuka e Mari tinham conseguido lidar com o Mark 08, mas ao escutar o som vindo pelo rádio, elas tinham escutado tudo que Shinji tinha falado, Asuka olhou para o lado, vendo o gigante rosa de Mari parado olhando para a cena na sua frente.
Asuka se assustou com o que viu, ela pode ver Shinji massacrando o inimigo, já estava morto, ele não precisava mais fazer isso.
"Shi... Shinji?"
Parando ao escutar o som da voz de Asuka, Shinji se levantou ao ver toda a cena na sua frente, ele finalmente sentiu sua mente voltando ao normal novamente, seu EVA coberto de sangue do inimigo que tinha massacrado, sentindo um pouco de vergonha ao saber que tinha novamente perdido o controle, mas isso era o que os monstros faziam era isso que ele tinha virado.
Olhando para a mão de seu EVA, o preto agora coberto de vermelho do sangue de seu inimigo, antes ele poderia ter a presença dentro de seu EVA para dizer que tudo ficaria bem, mas agora tudo era silencio somente dor, ele somente queria que isso acabasse, que toda a dor fosse embora.
Finalmente sentiu o peso de suas ações, Shinji pensou no olhar que provavelmente todos estavam dando a ele, isso era certo? Ele era assim? Ele não conseguiu responder, somente ficou com o desconforto em seu corpo do que tinha feito, uma sensação que a muito tempo ele não sentia e isso não era bom.
Esse sentimento na batalha não era uma coisa boa, ele estava ficando louco? Ele tinha realmente virado o monstro que todos pensavam que ele tinha virado? Isso ele não sabia, era por isso que ele queria ficar sozinho era por isso que ele se via como um monstro.
Sentindo uma pouco de raiva tomando conta de seu corpo, Shinji olhou para a faca em suas mãos, parte de seu corpo gritando para ele ficar em posição defensiva, mas uma lembrança tinha parado toda a sua raiva, uma lembrança que a muito tempo ele não se lembrava de ter.
"Todos eles..."
"Todos eles..."
"Todos eles..."
"Todos eles..."
"Querido Shinji, meu tesouro..." Uma voz feminina tomou conta de seu corpo, uma voz que há muito tempo ele não se lembrava, essa voz era de sua mãe? Isso ele não sabia, mas ela foi forte o suficiente para que ele parasse de lutar, parasse a dor... ela conseguia vencer o monstro.
Silenciando todas as formas de comunicação, Shinji lentamente começou a caminhar, assim como tinha feito na Wunder, Asuka e Mari olharam para o que tinha sobrado do Mark 08 e depois para o horizonte, era como se fosse olhar novamente para as costas de Shinji, ele somente caminhou em direção dos grandes pilares de contenção, como se estivesse indo para a casa.
Para Misato uma vitória era uma vitória, nada poderia mudar isso, mas naquele dia foi diferente, todos as pessoas a sua volta comemorando a nova vitória, mas para ela, escutar Shinji lutando foi uma forte tortura, ele não se importou com seu EVA, não se importou em atacar o inimigo, ele não se importou com sua vida.
Cruzando os braços em seu peito, ela sabia que agora era somente uma grande burocracia, essa luta foi como as anteriores, Shinji não era assim? Porque ele estava lutando assim? O que ele está tentando provar para todos ao seu redor? O que ele espera conseguir?
Isso deixou Misato ainda mais triste, mesmo que sua postura não mostrasse isso, mas de alguma forma rever Shinji a fez se lembrar de momentos felizes de sua vida, novos sentimentos em seu peito voltaram, era como se ela estivesse em seu apartamento.
Levando a mão para o rosto, ela tinha um navio para comandar, ao seu lado, Ritsuko olhava para sua mais velha amiga, isso não era nada fácil, ela somente esperava que isso não colocasse em risco a vida de todos dentro desse navio.
"Recuperem os EVAS." Foi sua ordem final, Misato lentamente voltou para seu escritório com a cabeça cheia de tristeza e emoções que há muitos anos ela tentou esquecer, emoções que ela jurou que nunca mais teria.
Pensando de forma lenta, Misato lutou para expulsar sua antiga vida, ela não podia pensar em como eram as coisas antes do inferno acontecer, ela tinha que ser firme, ela tinha conseguido fazer isso por quatorze anos, o que tinha mudado agora? Era o retorno de Shinji? Era pensar que ele estava morto que mudou seu corpo e mente? Isso era coisa que ela tinha pensado muito nestes dias.
Levando a mãos para o seu rosto, a mulher que comandava a arma mais letal da WILLE sentiu medo, ela sentiu ansiedade, ela sentiu remorso, mas o principal de todos, ela sentiu raiva, não por Shinji ou pela IPEA, mas ainda mais raiva de Gendo e a NERV, todas as essas coisas foram culpa deles e de mais ninguém.
Notas do Autor: Olá pessoal Calborghete aqui, temos enfim o capítulo 32, espero que tenha sido de agrado de todos, como sempre não deixem de segui-la e salva-la em seus favoritos para não perderem mais nenhuma atualização futura.
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