Olá pessoal, Calborghete aqui, como estão todos?

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Então agora sem mais enrolação, boa leitura.


"Diálogos"

- Pensamentos -

"Conversa via Rádio"

"Auto conversa."


Nota de Responsabilidade:

Evangelion, seus personagens e cenário são propriedade de Hideaki Anno. Qualquer marca, filmes e séries mencionados nesta Fanfic é propriedade de seus criadores.


Capítulo 34 – Ninguém pode fugir de mim.

Alguns dias depois

Asuka ainda se sentia mal pelo o que tinha acontecido entre ela e Shinji, os dias estavam correndo como qualquer outro normal dentro da Wunder, os tripulantes jogando conversa fora, técnicos em manutenção tentando arrumar possíveis defeitos no grande navio com os materiais que tinham a sua disposição, mas para a ruiva, ela somente conseguia rever em sua mente a sua pequena conversa entre ela e Shinji.

"Pirralho idiotia!" Rosnou a garota ao se sentar em seu plugue de entrada, ela ficava treinando no seu tempo livre para conseguir limpar a mente de coisas que não eram sua prioridade, mas agora isso estava se mostrando impossível.

"Piloto Shikinami, sua pontuação está flutuando muito." A voz de um dos técnicos falou pelo rádio, Asuka voltou ao mundo real ao saber que Shinji estava atrapalhando na única função em que ela era boa.

"Eu sei!" Reclamou Asuka ao colocar a mão no rosto, ela queria poder ter alguém para conversar, mas nem Mari estava a disposição para isso, rapidamente sua mente pensou em Hikari, sua mais fiel amiga dos velhos tempos, mas depois do episódio do funeral simbólico que ela fez para Shinji, as coisas estavam meio estranhas.

Flashback.

Vila de refugiados 3.

Lentamente um grupo de pessoas estavam parados na frente de uma casa, um pequeno contêiner convertido em casa, era assim a vida das pessoas depois do terceiro impacto, mas comparado a muitos locais do mundo, isso poderia ser considerado luxo, elas eram poucas, três homens, duas mulheres, todos com um olhar abatido no rosto, Asuka tentou ler o que elas falavam, mas nem mesmo suas habilidades superiores conseguiam isso.

Ajustando sua jaqueta verde musgo, Asuka se aproximou um pouco, ela pode reconhecer a presença de seus ditos amigos, mas essa era uma reunião que nem em seus piores pesadelos ela sonhava que conseguiria, lentamente ela parou no batente da porta, perto o suficiente para escutar a conversa

"Então você quer fazer uma pequena cerimonia?" Toji perguntou abatido ao saber o que tinha acontecido com seu amigo, ele não podia acreditar que o mundo poderia ser tão cruel com mais uma vitima do que aconteceu na NERV.

"Sim, ele merece isso." Hikari falou abatida, em suas mãos um conjunto de flores para a pequena cerimonia que tinha preparado.

"Vamos logo, à noite a temperatura irá cair, temos pouca gasolina para o aquecedor, não podemos nos dar ao luxo de pegar um resfriado." Um homem com os cabelos longos falou com calma ao se aproximar do jovem casal, seu sorriso se mantendo a todo o momento, bom o suficiente para esconder como ele realmente se sentia.

"Não posso acreditar que a coronel Katsuragi permitiu uma coisa dessas." Kensuke falou com o tom de voz decepcionado ao lembrar da mulher que a tanto tempo desejou na sua adolescência, em suas mãos uma velha câmera fotográfica.

Kaji olhou para o homem que ajudava a manter as coisas na vila, ele sabia que Misato nunca iria permitir que algo assim acontecesse com Shinji, alguma coisa tinha acontecido para ela ter deixado passar isso, mas ela tinha mudado um pouco, parte de sua alma não queria aceitar que ela poderia ter deixado isso acontecer com um inocente.

Sacudindo a cabeça para longe, Kaji limpou a mente ao saber de seu real proposito neste lugar, mas antes de poder prosseguir, ele jurou que seus olhos velhos puderam ver uma mecha de cabelos ruivos espiando pela porta.

"Katsuragi deve ter deixado passar." Kaji falou ainda sorrindo, mas a julgar pelo olhar dos outros, ele teria que dar mais explicações.

"Não estou aqui para defendê-la, mas eu conheço Misato a muitos anos, eu sei que ela nunca iria mandar Shinji para o matadouro, alguém escondeu algumas informações."

Toji balançou a cabeça, pronto para falar quando sua esposa falou com a voz ainda aborrecida.

"Eu sei que você a ama Kaji-kun, mas... ela cuidava dele antes, Shinji era como seu filho, eu não consigo ver onde ela poderia ter esquecido como o mundo funciona hoje em dia."

Kaji assentiu ao escutar isso, ele mesmo reconhecia que não tinha mais como defender Misato com suas palavras, ela teria que falar por ela mesma, ainda com seu sorriso, ele apontou para o local onde todos queriam ir, mas não antes de falar em direção a sua casa.

"Shikinami, vai ficar quanto tempo escondida atrás da minha porta?"

Asuka lentamente saiu de seu esconderijo, se sentindo estranha nos olhares que as pessoas estavam dando a ela, podendo sentir a decepção nos olhos de todos que um dia ela julgou serem seus amigos, mas tinha uma mulher no grupo que a olhou com raiva, e ela tinha olhos vermelhos e cabelo azul.

"Oi." Foi à resposta da ruiva.

Hikari olhou tristemente para Asuka, mesmo tendo muita coisa para falar com ela, o tempo estava acabando e muita coisa tinha que ser feita.

"Vamos pessoal, está ficando frio."

Lentamente o grupo começou a andar, mas uma ficou para trás, uma mulher de sardas no rosto, Asuka queria ir junto, seu corpo não sabia o porquê, sua mente não sabia o porquê, de alguma forma ela queria por um fim a questão de Shinji Ikari, mas antes de poder falar ou fazer alguma coisa, uma pequena mão pousou em seu ombro.

Olhando para a pessoa que estava impedindo ela de continuar, Asuka pode ver os olhos de Hikari, eram de pura decepção, sentindo que alguma coisa estava errada, com a voz cansada ela falou.

"O que foi?"

Todos do grupo pararam, Kaji fechou os olhos ao saber o que iria acontecer, eles estavam lá para fazer uma cerimonia para Shinji, mas os ânimos estavam ficando cada vez mais quentes nestes dias.

"Amor?" Toji perguntou apreensivo, ele sabia como era aquele olhar de Hikari.

"Você não vai." Hikari falou friamente, seus olhos nunca saindo dos de Asuka, nem por um segundo.

Arregalando os olhos ao escutar isso, Asuka queria poder lutar e reclamar, mas seu corpo não se moveu, ela somente conseguiu falar uma única palavra.

"O que?"

Mudando a postura rapidamente, Hikari apertou sua mão no ombro de Asuka, falando com a voz mais firme que conseguiu no momento em questão.

"Eu falei que você não vai."

Asuka a olhou completamente chocada, nunca ela imaginaria uma coisa assim de Hikari, lentamente sua ira foi crescendo, mas no fundo ela sabia que não merecia estar ali.

"Quem você pensa que é?" Hikari começou a falar, sua voz ainda carregando amargura e frieza, seus olhos afiados destruindo Asuka.

"Acha que merece estar aqui? Aqui é somente para as pessoas que acreditavam nele."

Asuka abaixou o olhar ao se sentir criança perto de Hikari, seu tapa olho começou a ficar pesado em sua cabeça, lutando contra as lagrimas, ela falou com a voz cansada.

"Acha que eu queria isso para ele?"

"Não importa o que você queria, somente importa é o que vocês fizeram..." Hikari falou ainda mantendo o aperto em seu ombro, seus olhos afiados nunca saindo de Asuka.

Asuka fechou os olhos ao escutar isso, muitas lembranças voltando com tudo em sua mente, o seu pequeno namoro com Shinji, mesmo que por pouco tempo, ela nunca tinha se sentido viva antes, somente Shinji tinha conseguido isso.

"Mas..." Asuka tentou, mas sua mente ainda estava tentando se recuperar do choque.

"Sem mas." Hikari falou com forte autoridade, não se importando com o olhar dos outros, ela somente começou a andar para o pequeno grupo de pessoas, mas antes de continuar, ela falou ao virar a cabeça.

"Eu nunca teria deixado meu marido sozinho, nunca! Essa desculpa ridícula de preservar sua vida com o plano insano que vocês fizeram, eu iria preferir morrer junto com ele ao manter uma mentira."

Asuka olhou para cima ao ver o pequeno grupo começando a andar, sentindo como se tivesse levado um tiro no coração, ela apertou as mãos em sinal de raiva, reuniu um pouco de coragem que tinha surgido neste dia, logo seus olhos caíram na única pessoa que mais odiou neste mundo.

"E porque ela pode!?" Gritou Asuka com indignação.

Hikari se virou ao escutar isso, agora pronta para dar a facada final, olhando para o lado para ver a pessoa que todas às vezes dormiam sob o teto de sua casa, a mulher que ela confiava para cuidar de suas coisas, ali ao seu lado estava Rei.

"Ela, diferente de você, nunca escondeu o que sentia por Shinji."

Asuka sentiu o golpe final, lentamente uma lagrima escorreu pelo seu rosto, sentindo como se seu mundo fosse desabar com aquelas palavras, seus amigos estavam falando a verdade, Rei Ayanami nunca tinha escondido o seu sentimento por Shinji, nunca se importou com o que as pessoas falavam dela, nunca se importando em falar o nome dele, ela somente queria que ele fosse feliz, somente isso.

"Shikinami, conversamos em casa, vá descansar um pouco." Kensuke falou com pena, mas no fundo ele concordava com Hikari, ele não sabe quantas noites perdeu com Kaji buscando a verdade por trás da NERV, quantas vezes ambos andaram pela terra vermelha em busca de qualquer coisa, mas sempre as fortes defesas da NERV os impediam de chegar em qualquer terminal, logo eles voltaram a sua tarefa em questão.

Asuka caminhou de volta para sua casa, lutando para se manter em pé, se sentou numa pequena cadeira de madeira, seu corpo sentindo o peso das palavras de Hikari, ela não sabia quanto tempo tinha ficado sentada ali, com somente as lagrimas como companhia, lentamente as lagrimas viraram em rios e soluçadas, o peso da culpa assolando seu corpo e alma.

"Droga... Baka Shinji."

Fim do Flash Back.


Asuka piscou ao se lembrar disso, rapidamente ela se lembrou de sua tarefa, ela tinha que treinar, ela tinha que voltar a ser a melhor, apertando seus controles com força, rapidamente sua voz ficou orgulhosa.

"De novo!"


Mari estava sentada no chão do pequeno quarto de Rei, na sua frente uma mulher sentada lendo um livro, a morena olhou para a mulher de cabelos azuis, cada traço de seu rosto, cada detalhe de seu corpo, a cada dia que passava, Rei ficava mais parecida com Yui.

"Shinji esta muito diferente." Rei falou ao abaixar seu livro, lentamente o fechando ao saber que nada de produtivo iria sair dessa leitura, mas alguma coisa em seu coração pedia para conversar com Mari, algo doía ao ver aquele rosto triste e com olheiras.

Mari tentou sorrir ao ver Rei, ela sempre gostou de sua presença, sempre amou seu jeito ingênuo de ver o mundo, com um longo suspiro ela falou.

"Não posso culpar o filhote, ele passou por muita coisa neste mundo... tudo por nossa culpa."

Rei abaixou o olhar ao pensar nisso, ela queria mais que tudo que Shinji fosse feliz, ele quase morreu inúmeras vezes nas suas batalhas anteriores, e a dor que ela podia sentir de sua alma a incomodava mais que tudo.

"Não é sua culpa."

Mari ao escutar isso, rapidamente começou a sentir suas emoções se quebrando, era como mentir na cara de Yui seu fracasso com seu filho, rapidamente ela começou a chorar e escondeu o rosto em suas pernas. Rei ao ver isso rapidamente se arrependeu, nunca gostava de ver Mari abatida.

Com um movimento fino e limpo, a mulher de cabelos azuis se sentou no chão, sua mente se perguntando o que ela teria que fazer para conseguir melhorar o humor de sua amiga, se lembrando das interações sociais que tinha presenciado pelas outras pessoas.

Lentamente Mari foi sentindo o braço de Rei a puxando para um abraço, não apresentando resistência Mari o aceitou, em seu ombro ela se permitiu soltar a emoção que nunca poderia fazer na frente de Asuka ou de outros tripulantes, ela somente queria um pouco de conforto.

"Me desculpe Yui..." Chorou Mari no ombro de Rei, novamente ela pensou em sua velha amiga, ela se deixou relaxar com a pequena caricia que recebeu em suas costas.

Rei nunca se importou com isso, ela somente queria acalmar Mari, com o tempo parecia que isso funcionou, lentamente a morena se acalmou, mas ainda manteve Rei em seus braços.

"O que eu faço Azul? O que eu posso fazer para ajuda-lo?"

Rei pensou nisso, no fundo ela queria poder ajudar, mas nunca iria encontrar com palavras as respostas certas, somente duas pessoas poderiam ajudar Shinji neste momento, uma dela ela odiava.

"Fale com ele."

Se afastando um pouco, Mari olhou para o rosto estoico de Rei, tendo aprendido como ela funcionava nestes anos em que passaram juntas, parecendo responder a pergunta, Rei continuou.

"Talvez sua presença ajude com Shinji, ele pode entender seu lado da história e como você tentou ajudar, mas isso somente poderá acontecer se você der o primeiro passo." Rei falou normalmente, sua voz fria e delicada.

Mari abaixou os olhos, ela sabia que tinha que fazer isso, mas como poderia?

"Eu sei, mas... sei lá."

"Eu acredito em você." Rei falou ao segurar uma das mãos de Mari, sentia o calor de Mari no pequeno ato de carinho, no fundo ela queria saber se tinha conseguido ajudar.

Ainda segurando a garota em seus braços, Mari pensou muito nisso, mas nunca uma solução vinha em sua mente, rapidamente ela olhou para a mão delicada de Rei, podendo ver sua pele delicada, parecia à mão de uma boneca de porcelana, subindo seus olhos, ela pode ver o belo rosto de Rei, sentiu seu corpo se perdendo em sentimento que ela sempre conseguiu controlar, Mari não percebeu, mas começou a se aproximar.

Rei não entendeu o que estava acontecendo, mas não fez nada para mudar isso, ela somente observou Mari se aproximando.

Centímetro por centímetro ela se aproximou, sua mente nublada com os sentimentos que há muito tempo conseguia manter guardado, ela queria isso, ela queria esse conforto.

Rei não fez nada ao sentir os lábios macios de Mari tocando os seus, ela sabia o que era um beijo, ela tinha lido sobre eles, tinha presenciado outras pessoas fazendo isso, mas nunca tinha sentido como era, sentindo o corpo agindo por impulso, ela fechou os olhos e deixou sua alma sentir o prazer que estava experimentando.

Mari não percebeu isso, ela estava feliz, sua mente sentindo a inundação de hormônios do prazer neste pequeno ato, lentamente sua mão subiu para os pequenos cabelos de Rei sentindo sua maciez, ela estava no paraíso, mas assim como tudo que é bom, uma hora a razão voltou em sua mente.

Abrindo os olhos e se afastando rapidamente, Mari correu para a parede ao arregalar os olhos, sentindo seu coração doendo com o que tinha feito com Rei, olhando para seus olhos ela pode ver como a garota estava confusa.

"Azul! Eu... eu... me desculpe!" Mari falou apressadamente ao abrir a porta de metal, sentindo lagrimas escorrendo pelo seu rosto com o que tinha feito, sua mente gritando que tinha se aproveitado da garota que mais amava, ela não poderia ver aqueles olhos vermelhos lhe julgando, gritando por punição por esse abuso.

Rei olhou para a sua porta, ainda sentindo o prazer que seu corpo experimentou com aquele pequeno e delicado beijo, com um movimento lento ela tocou seus lábios, não entendendo o que tinha acontecido, mas uma coisa se quebrou em seu peito, ver o olhar de Mari ao sair de seu quarto, ela queria ter alguém para poder conversar.

"Porque me sinto assim?"


Mari correu pelos corredores, ela queria fugir, sua mente não podia acreditar no que tinha feito, ela tinha se aproveitado de Rei, ela tinha feito uma coisa imperdoável ao seus olhos, novamente ela tinha falhado, novamente ela tinha errado.

Ignorando os olhares das pessoas ao seu redor, Mari somente queria seu quarto, seu porto seguro, ela não sabe como tinha chegado, mas tudo que sua mente se lembrava era de estar sentada no chão com uma pequena bola na mão, sua mente a bombardeando com acusações de ter abusado da pessoa mais inocente deste navio.

"DROGA MARI!"

Gritou a morena ao apertar a sua cabeça com força, ela queria apagar esse momento de sua mente, queria apagar esse momento da história, mas agora isso não poderia mais ser feito.


Alguns dias depois

Baque Baque Baque Baque

Som de inspiração

Som de expiração

Baque Baque Baque Baque...

Era o único som que tinha no pequeno quarto de metal dentro da Wunder, Asuka estava em sua cama, seus olhos focados fortemente na tela de seu console portátil, a mesma fase sem sentido que a muito tempo perdeu a diversão, mas não era por isso que a ruiva jogava, mas sim para limpar a mente.

A sua ultima conversa com Shinji nunca tinha saído de sua cabeça, ela tinha perdido muita coisa nestes anos, mas uma luta verbal era rara de acontecer, parte pelas pessoas que a temiam, o seu status como piloto de elite fazia como que ela ficasse mais solitária.

Vendo parcialmente a devida condição permanente que Shinji tinha lhe dado, Asuka queria muito poder remover o seu tapa olho especial e poder jogar toda a sua raiva e frustração contra esse maldito som que acontecia a cada segundo.

Baque Baque Baque Baque

Baque Baque Baque Baque

Baque Baque Baque Baque

Sentindo a raiva tomando conta de seu corpo, Asuka lentamente olhou para a fonte de sua ira, a fonte de sua raiva, ela somente queria poder ficar no silêncio, poder ficar em paz com sua mente e sua raiva, mas parecia que Mari tinha outros planos.

Mari estava sentada no chão gelado, seu corpo nem ligando para o frio que assolava sua bunda, ela tinha muita coisa para pensar, Shinji, Asuka... o seu passado ainda a assombrava sem dó nem piedade.

Jogando a pequena bola de plástico contra a porta de metal, Mari queria limpar a mente, ela queria poder falar com Shinji e tentar melhorar a sua relação com o menino que tinha visto crescer e se desenvolver, poder se desculpar por não ter sido uma boa madrinha, não ter protegido sua vida no momento em que ele mais necessitava, seu maior erro neste mundo.

Baque Baque Baque Baque

O que Yui pensaria dela por ter falhado com seu filho? Pensou Mari com tristeza.

Baque Baque Baque Baque

O que ela deveria ter feito? Será que tinha feito seu melhor?

Baque Baque Baque Baque.

Ela merecia alguma chance de ser feliz?

Baque Baque Baque Baque

Ela merecia alguma coisa neste mundo?

Baque Baque Baque Baque.

"Quer parar com essa merda!" Rosnou Asuka ao olhar para baixo, ela podia ver os olhos pensativos e abatidos de Mari, nestes dias ela tinha ficado mais distante que o habitual, mais triste que o normal.

Baque Baque Baque Baque

Mais uma vez ela lançou a pequena bola contra a porta, Asuka ainda se lembrava de quando Mari retornou para o quarto depois de ter escutado a conversa, ela pode ver realmente como Shinji estava, pode ver um pouco de sua alma.

"Eu estou morto..." A voz de Shinji ecoava em sua mente nesta semana, ela nunca conseguiu dormir direito depois que isso aconteceu.

Baque Baque Baque Baque

Asuka olhou para Mari, franzindo a testa ao escutar que seu apelo para o doce silêncio não tinha sido escutado como ela queria, mas o que mais incomodou a ruiva era o olhar morto em seus olhos, antes cheios de vida agora estavam opacos, assim como na vez que ela soube do veredito da pena de morte.

Baque Baque Baque Baque

Mari ainda pensava onde tinha errado, onde ela tentou na sua luta para conseguir melhorar a situação de Shinji antes do julgamento, em sua busca pela verdade, limpar o nome de Shinji de alguma forma, mas parecia que tudo que ela fazia era falhar, isso já estava ficando extremamente irritante.

Baque Baque Baque Baque.

Asuka observava como a morena ia ficando cada vez mais com raiva, seu braço ficando cada vez mais rígido com as suas frustrações, a ruiva sabia que Mari tinha uma grande paciência, mas ela nunca perdia isso a toa, se podiam contar nos dedos quantas vezes ela tinha visto Mari aborrecida, e todas essas vezes tinham sido por causa de Shinji ou Rei.

Baque Baque Baque Baque

Mari sabia que tinha que se controlar, ela queria poder falar com Shinji, ela queria poder ter coragem, porque ela estava com medo? Porque ela não conseguia andar até seu quarto e tentar falar com seu afilhado? Isso a estava deixando com muita raiva.

Baque Baque Baque Baque

Asuka soltou a respiração ao saber que tinha ficado ainda mais irritada, colocando seu console pessoal de lado, lentamente a ruiva se sentou em sua cama, escutando o som do metal rangendo, ela olhava para Mari arremessando a pequena bola contra a porta de metal, com um movimento rápido e ágil ela saiu da cama.

Baque Baque Baque Baque

Baque Baque Baque Baque

Baque Baque Baque Baque

Baque Baque...

Mari olhou param frente, seu corpo agindo no modo automático, mas onde estava a bola? Virando a cabeça para o lado, lentamente seus olhos olharam para a fonte de interrupção do seu pequeno ato de diversão.

Segurando a pequena bola, Asuka olhou para Mari sentada no chão, ela estava irritada pelo som irritante dos impactos, mas mais ainda pelo estado de sua amiga, ela odiava auto piedade, não bastasse o comportamento de Shinji, agora Mari, isso somente deixou ainda mais sua raiva.

"Ok... agora pode me escutar?" Uma ruiva ainda aborrecida falou com raiva, seus olhos parados fortemente em Mari, ela podia ver que sua postura agressiva não estava intimidando nem um pouco Mari.

"Quer parar com essa merda de auto piedade? Eu já tenho muita coisa para lidar e quero dormir um pouco!"

Asuka olhou para o rosto de Mari, podendo ver que suas palavras tinham morrido nas paredes frias de seu quarto, isso a deixou ainda mais aborrecida.

"Você está me ouvindo?"

"Pode devolver minha bola?" Mari falou com a voz calma e desanimada, sua mente somente focada em como ela poderia mudar esse comportamento de Shinji e lidar com sua culpa com o que tinha feito com Rei.

"O que?" Asuka falou aborrecida, não aceitando que suas palavras tinham sido desperdiçadas.

Mari respirou profundamente ao escutar isso, ela queria poder relaxar, poder dormir tranquilamente desde a volta de Shinji, mas isso parecia ser uma coisa distante, abaixando a cabeça e falando com calma.

"Pode devolver minha bola?"

Asuka olhou para cima, não acreditando nas palavras e na atitude que Mari estava apresentando neste momento, levando a mão para os olhos e apertando o espaço entre eles.

"Só pode ser brincadeira..." Falou a ruiva irritada, respirando profundamente para acalmar seu corpo, ela não sabia o que tinha feito para merecer isso, primeiro Shinji, agora Mari.

"Quer parar com isso!?"

"Parar com o que?" Mari perguntou abatida, sua mente finalmente voltando ao mundo real e tomando consciência de seus atos, ela sentiu o sangue voltando ao seu cérebro.

"MARI!" Gritou Asuka ao lançar a bola pelo quarto, não se importando com a possibilidade de ser acertada, ela somente queria que aquela conversa acabasse.

"JÁ SEI!" Gritou a morena ao se levantar, seu comportamento mudando completamente em questão de segundos, Asuka olhou para Mari com desconfiança, esse comportamento estava deixando ela com medo.

"Muito obrigado pela força princesa!" Mari falou alegremente ao se dirigir para a porta de seu quarto, Asuka olhou para a morena sem entender nada.

Correndo pela porta, Mari sentiu um longo calafrio ao pensar que estava indo em direção ao quarto de Shinji, sua mente não estava preparada para esse encontro, mas ela não conseguia mais lidar com Asuka e suas birras quando sua mente queria paz.

Seus passos pesados ecoavam pelo longo corredor, ela podia ver as pessoas lhe olhando, mas isso não estava em sua mente, ela somente queria aproveitar essa coragem repentina que atingiu seu corpo. Finalmente ela parou na porta de Shinji, podia ver as pessoas a olhando com desconfiança, esse quarto era perigoso aos olhos das pessoas ao seu redor, mas ela não se importava com esses olhares.

Respirando profundamente, Mari olhou para sua mão parada a poucos centímetros da pequena campainha que iria sinalizar sua presença, mas porque ela estava com medo? Geralmente ela não se sentia assim, nunca teve medo de conversar com as pessoas, nunca teve medo de provocar ou paquerar, mas porque esse medo justo agora?

Ela somente se sentiu assim uma vez, foi nos tempos de faculdade onde ela ia visitar Yui e Kyoko, mas seu coração sempre palpitava com a proximidade que tinha com Yui, mas isso era no passado, rapidamente ela se lembrou do momento que passou com Rei há poucas horas.

Piscando para limpar a mente o melhor que podia, Mari focou em seu novo objetivo, ela tinha que conseguir falar com Shinji e tentar melhorar as coisas, mas a batalha iria ser difícil, será que ela iria conseguir? Isso ela não sabia, teria que estar preparada para qualquer eventualidade por pior que fosse.

Inspirando profundamente, Mari colocou seu melhor sorriso no rosto e sua mão fez a pequena viagem para apertar o pequeno botão que falaria de sua presença, lentamente ela esperou, não sabia quanto tempo teria passado, mas ela iria esperar, ela iria fazer seu papel de madrinha.


Shinji estava em sua cadeira, na sua frente os relatórios mensais que tinha mandado para o IPEA, como sua cooperação e todos os aspectos que o comandante Albuquerque queria, mas para Shinji isso era somente perda de tempo, ele queria sair da Wunder o mais rápido possível.

Na sua frente estava o rosto de seu comandante, o homem com uma carranca cansada, mas isso nunca incomodou o homem no comando da outra instituição militar.

"Já falei Major Ayanami, não podemos remover sua presença da Wunder, os acordos de cooperação têm que ser cumpridos, é assim que a ONU determinou e será cumprido."

Shinji respirou profundamente ao se sentar novamente, seu peito nu mostrando todas as suas cicatrizes de guerra, era quase como se ele fosse ferido a cada missão.

"Senhor, isso não vai dar certo, não consigo confiar nessas pessoas, não posso pensar em lutar contra o inimigo ou fazer meu trabalho como piloto de EVA com todas essas lembranças." Shinji respondeu com raiva contida, mas para um homem como Albuquerque isso não era nada.

"Shinji, eu entendo seu ponto, mas tem que entender que não temos recursos para conseguir manter um EVA e todos os recursos, o IPEA tem a responsabilidade de proteger eu não gosto disso, mas é o mundo em que vivemos." Albuquerque falou ao tomar um gole de água, no fundo ele sabia que conseguiria lidar com o EVA em sua agenda, mas sua mente tinha outros planos.

Shinji escutou sua campainha tocando novamente, uma olhada para a porta foi tudo que ele fez, ele nunca tinha recebido visitas em seu quarto antes, sua paranoia atacou e agindo por instinto rapidamente sua mão viajou para a sua arma em sua perna.

Albuquerque percebeu isso, ele sabia que Shinji estava lutando contra seus demônios, sua mente rapidamente pensou em como ele teve essa ideia.

"Porque Kaji me deu essa ideia afinal de contas?"

Abaixando a caneca velha e olhando para a tela de seu computador, Albuquerque soltou um longo suspiro, apertou o espaço entre os olhos e soltou um longo suspiro cansado, o homem falou com força e autoridade que ainda lhe restava neste mundo.

"Major Ayanami! Suas ordens são para cooperar com a WILLE em todos os aspectos em que você for necessário... isso está entendido?"

Shinji ainda olhava para a porta de seu quarto, mas isso não impossibilitou de escutar o que tinha sido lhe ordenado, apertando suas mãos em ira por saber que não iria conseguir fugir de seu destino, Shinji olhou para a tela novamente, podia ver o olhar de Albuquerque focando nele, como se olhasse em seus olhos e focando sua alma.

"Eu entendo suas ordens, vou cumprir o melhor que puder."

"Puder não major, você irá cumprir!" Albuquerque falou com força do outro lado da tela, mas antes de poder escutar a resposta de Shinji, desligou a comunicação, Shinji respirou profundamente, ele somente teve tempo e disposição para falar fracamente.

"Sim senhor."

Novamente ele ficou no silencio de seu quarto, Shinji olhou para o chão ao pensar em seus demônios, rapidamente sua mão começou a tremer em ansiedade com as lembranças que voltaram com tudo.

"Pirralho idiota!"

"Ikari Shinji-kun, agora... você não fará mais nada."

"Morte..."

Shinji sentiu sua respiração acelerando com isso, ele queria se acalmar, mas como poderia se para cada canto em que olhava, seus piores pecados eram revelados, cada palavra era como uma faca em seu peito, um tiro em seu coração e um pedaço de sua alma morria mais ainda.

CAMPAINHA.

Dando um pequeno pulo ao escutar o som novamente, Shinji olhou para baixo ao ver que estava hiperventilando, seu peito com uma leve camada de suor com a experiência que teve com suas lembranças.

Olhando para o redor de seu quarto, Shinji respirou para se acalmar, a sua mente estava nublada com toda a adrenalina que percorria em seu corpo neste momento, finalmente sentindo a calma e o controle voltando ao normal, o homem começou a andar para a sua porta, na esperança de conseguir fazer com que a pessoa que queria sua atenção fosse embora.

Ainda mantendo a atenção cem por cento, o homem parou na frente de sua porta de metal, sentia medo, quem iria querer falar com ele? Quem iria querer se encontrar com ele? Isso somente lhe deu mais apreensão, sua mão parada em sua arma como se fosse uma guerra.

Com o som de vento a porta se abriu, revelando a pessoa do outro lado, seus olhos se arregalaram ligeiramente ao ver uma mulher, uma mulher com um sorriso alegre e falso no rosto, ele não podia culpa-la por isso, era de Shinji Ikari de que o mundo falava, a pessoa que transformou a vida de todos num inferno na terra.

"Piloto Makinami." Shinji falou com calma, mas seu interior estava um completo caos.

Mari olhou para frente, podendo ver Shinji, tinha os melhores planos internos sobre como iria proceder numa situação como essa, mas agora a realidade era outra, ela somente abaixou os olhos, nem se importando com a falta de vestimenta de seu afilhado.

"Olá filhote." Mari finalmente conseguiu se controlar o suficiente para voltar ao mundo real, podia olhar o peito nu de Shinji pela primeira vez, normalmente ela teria corado com a visão, teria provocado por estar querendo se expor a uma mulher, mas a visão a fez perder o sorriso.

Na sua frente estava o peito de Shinji, na região de seu abdome tinha uma cicatriz, cumprida que percorria quase toda a sua extensão, ela sabia que tipo de ferimento era aquele, provavelmente faca, logo mais acima em seu peito, varias marcas menores de combate, uns de tiros, outros de estilhaços de pequenas bombas.

Shinji pode ver o olhar de Mari em seu peito, rapidamente ele se lembrou de seu estado, soltando um longo suspiro ao se virar e ir para dentro do quarto para pegar uma roupa, o homem não percebeu que Mari rapidamente tinha adentrado em seu quarto. Se virando com a arma em mão, Shinji não perdeu tempo em esperar o pior.

Mari rapidamente levantou as mãos para cima, pensando em como poderia mudar essa situação chata que aconteceu, com um sorriso gentil e calmo ela falou.

"Calma... eu não sou uma ameaça."

Shinji abaixou sua arma, ele sabia que Mari não iria tentar nada, ele tinha alguma coisa em seu corpo lhe dizendo que ela era confiável, a aura que Mari emanava era de uma boa pessoa, lentamente sua arma foi abaixando até o ponto onde não era mais um perigo.

"O que você quer?" Perguntou Shinji ao se vestir.

Mari rapidamente se acalmou, pode dar uma olhada no pequeno quarto, o designer era o mesmo que o dela, mas diferente era a organização, o homem não tinha nada fora do lugar, nem uma poeira fora do seu devido lugar.

"Eu... eu quero falar com você."

Shinji se sentou na sua cama, sua mente gritando para mandar essa garota ir embora, mas ele ficou calado.

Mari percebeu isso, rapidamente se sentou na pequena cadeira que ficava no canto da sala, ela não sabia por onde começar, mas sabia que qualquer coisa que ela falasse iria resultar em uma briga.

"O... o comandante Albuquerque ainda está parecido com Gendo?" Rapidamente ela fechou os olhos ao pensar na besteira que tinha falado.

Shinji fechou os olhos ao escutar o nome de seu pai, mas antes que sua raiva pudesse tomar conta de seu corpo, ele respirou profundamente para se acalmar.

"Não, o comandante Albuquerque não é nada parecido com aquele monstro."

Mari respirou profundamente, ela falou com calma.

"Sim, me desculpe por isso."

Novamente um longo silencio reinou no pequeno quarto, com os dois somente ficando se olhando, Mari pensou em como poderia romper o gelo que se instalou na sala.

"Olha Shinji, eu quero que você saiba de uma coisa..."

"Eu sei quem você é." Shinji falou com frieza ao saber do passado de Mari, ele pode ver o choque no rosto da morena ao revelar isso, antes ela era Mana Kirishima.

"Você é Mari Makinami, a garota que sobreviveu ao acidente de contado com um núcleo, você era amiga intima de minha mãe e minha madrinha."

Mari sentiu um choque percorrendo seu corpo, sentindo a culpa tomando conta dela por ele já saber sobre alguns detalhes da sua vida, o peso de ser uma madrinha que falhou com seu afilhado a acertou com força, lagrimas queriam sair de seus olhos ao pensar que Shinji sempre soube nos seus piores momentos.

O homem realmente percebeu esse detalhe, no fundo ele sentiu um pouco de pena dela, mas as lembranças eram pesadas demais, porque ela nunca tentou lhe ajudar? Porque que todos desistiram dele? Porque ele nunca foi querido?

Sentindo a adrenalina tomando conta de seu corpo neste momento, Shinji olhou para os olhos de Mari, ele queria algumas respostas, e pelo jeito essa era a hora para isso.

"Porque?" Perguntou o homem com a voz fria.

Mari o olhou com dúvidas, ela sabia que isso era inevitável, ele merecia essas respostas, mas como ela iria dar? Como ela iria explicar que tinha falhado com Yui e com ele? Isso estava sendo mais difícil que o esperado, com uma longa respirada ela falou.

"Eu não sei Shinji, eu não queria que tudo isso tivesse acontecido com você."

Sentindo um pouco de raiva tomando conta de seu corpo, Shinji se controlou o máximo que podia, mas a raiva estava ficando cada vez mais alta.

"E o que vocês tinham em mente? A injeção letal iria ser mais humano que a forca? Ou esperavam que o atirador do pelotão de fuzilamento não errasse o tiro? O que era que você pensava que iria ser diferente?"

Mari sentiu os golpes que Shinji deu, mas ela tinha que ser forte, essa conversa não iria ser nada fácil, assentindo com o que tinha escutado, lentamente ela começou a falar.

"Eu tentei..." Lentamente a emoção foi tomando conta de seu corpo, as lembranças de quanto pensou que Shinji iria morrer, em como ela tentou desesperadamente lhe dar a devida justiça, mas tinha falhado.

Não se sentindo intimidado pela demonstração de emoção na sua frente, Shinji olhou para os lados porque ainda queria saber de outras informações, rapidamente seu rosto se voltou para Mari.

"Acha que essa lenga-lenga vai mudar alguma coisa? O que importa para você ou qualquer outra pessoa o que acontece comigo neste mundo de merda!?" Acusou o menino sem dó nem piedade ao gesticular com as mãos.

"Vocês nunca pensaram em mim em nenhum momento! Agora querem minha cooperação!? Você me deixou para morrer! Me abandonou como Misato e Asuka fizeram! Uma madrinha nunca teria feito isso com seu afilhado, posso realmente ver como você se importa."

Shinji pode ver a menina chorando na sua frente, ele lutou para manter a pose, mas algo em sua mente se quebrou com isso, lembranças surgiram com o tempo, ele se lembrava vagamente da sua infância.

Mari finalmente se controlou e começou a falar.

"Eu realmente tentei te ajudar, quando eu soube que tinha sido condenado a morte, eu lutei para conseguir as provas, mas eu não conseguia fazer mais nada." Terminou a garota com a mão no rosto, lutando contra as lagrimas, mas essas palavras tinham atraído a atenção de Shinji.

"Eu... eu não posso te culpar por me odiar, eu não sou digna de seu perdão e nem estou aqui para pedir isso." Mari fungou ao pensar em todos os caminhos que tentou percorrer para conseguir ajudar Shinji, parte de sua alma ficou aliviada por finalmente poder dizer isso.

"Eu... fiz de tudo, mas estava presa nesse maldito navio! Eu estava pesquisando, lutando... porra qualquer coisa que pudesse te ajudar, nem Kaji conseguiu alguma coisa no IPEA!"

Shinji olhou para a garota na sua frente, ele queria que tudo fosse mentira, mas alguma coisa em seu corpo gritava dizendo que era mentira, mas porque essas palavras eram tão relaxantes? Porque ele se sentia um pouco aliviado?

Mari limpou o rosto ao se acalmar, podia ver o rosto de Shinji mostrando alguma emoção, mas ela tinha que continuar.

"Eu realmente tentei Shinji, mas falhei..."

Um silêncio tomou conta do pequeno quarto, Mari limpou seu rosto da emoção que tinha saído, ela sabia que tinha muita coisa que ambos teriam que conversar, mas agora ela tinha que começar a ajudar Shinji, ele tinha que começar a confiar nas pessoas a sua volta, principalmente Misato e Asuka.

Shinji escutou tudo com atenção, ele escutou e processou cada palavra que Mari tinha falado, era verdade? Ele não sabia, mas pelo menos alguém tentou lhe ajudar neste mundo perdido e sem vida, finalmente o remorso atingiu seu corpo, mas diferente de antes, ele começou a pensar se essa mulher realmente merecia sua raiva, passando a mão pelo cabelo mal penteado, Shinji pensou nas outras pessoas que nunca saiam de sua mente, principalmente uma certa ruiva que era dona de seu coração.

Muitas vezes no IPEA ele se pegou pensando em Asuka, ele sabia das batalhas que a Wunder entrava e como eram igualmente brutais, quantas noites ele se pegou olhando os relatórios somente para buscar informações de como estariam Asuka e Misato, mesmo sua mente gritando para deixar elas morrerem, mas no fundo de seu coração ele sabia que seus sentimentos nunca seriam diferentes.

Ainda com a mão no rosto, ele falou com a voz cansada e sem perceber, seus lábios abrindo no modo automático.

"Como... como está Asuka?" Shinji perguntou ao olhar para baixo, não sabendo por que essa conversa tinha mudado para essa direção.

Mari arregalou os olhos ao levantar a cabeça para cima, nem em seus sonhos Shinji iria perguntar sobre Asuka, ela somente teve tempo e reação para perguntar.

"O que?"

Shinji tinham percebido seu pequeno deslize, mas para uma pessoa como Mari, isso era mais que suficiente, um sorriso felino nasceu em seu rosto, tinha alguma esperança afinal de contas, ele ainda pensava em Asuka, ele ainda pensava na filha de Kyoko, sua mente queria gritar de alegria com isso, mas ela conseguiu se controlar.

"Oh! Ele ainda está apaixonado pela princesa!"

Shinji arregalou os olhos ao escutar isso, não impedindo o grande rubor que nasceu em seu rosto, um rubor que fazia muito tempo que não acontecia em seu corpo, sentindo a paralisia tomando conta de tudo em seu sistema.

Mari olhou para os lados, ainda se recuperando com o que tinha escutado, estava em extasse com as sensações que percorriam seu corpo, ela nunca pensaria nisso, parecia que toda tristeza tinha sumido de seu sistema com essa pequena pergunta feita por Shinji.

"Não acredito... o filhote ainda ama a princesa."

Shinji finalmente olhou para Mari, sentindo a vergonha percorrendo seu corpo.

"Esquece."

Mari olhou para cima ainda sorrindo, mas ela podia ver que isso era uma linha muita tênua e ela não poderia forçar muito as coisas.

"Ok Ok... respondendo sua pergunta, sim e não."

Shinji finalmente olhou de volta para Mari, seu interesse voltando um pouco com o que tinha escutado, no fundo ele queria que Asuka pudesse ser feliz, ela teria que conseguir seguir a vida depois que ele a destruiu.

Mari pode ver a mudança de postura no homem na sua frente, podendo ver que ele estava voltando ao modo Shinji, o menino que se preocupava com as pessoas mais que a si mesmo, lentamente sua mente foi pensando em Asuka, sua amiga e colega de quarto, em como ela tinha ficado depois que Shinji foi embora.

"Ela tem tentado parecer forte, mas desde que pensou que você tinha morrido ela mudou bastante..." Shinji olhou para Mari com tristeza, ele não queria que Asuka sofresse mais por causa dele, Mari continuou, ele tinha que saber como ela estava.

"Asuka ficou muito triste quando pensou que você tinha morrido, eu escutava ela chorando a noite quando pensava que ninguém estaria escutando..."

Shinji assentiu abatido com isso, prontamente se sentou novamente, sua mente se destruiu com essa informação, Mari olhou para Shinji com pena, mas ela continuou.

"Quando ela soube que você estava vivo, eu pude ver a felicidade nos olhos dela, ela não queria aceitar, mas parecia que algo tinha nascido novamente, mesmo que ela negue, grite ou faça birra... eu vivi muito tempo com ela e aprendi a ler os sinais dela." Mari falou sorrindo ao pensar na amiga.

"E... e Misato?" Shinji perguntou ainda com medo da resposta, muitas lembranças dos velhos tempos surgindo na sua cabeça, os tempos em seu apartamento, os momentos em que ele pensou que teria uma família neste mundo destruído e esquecido por Deus, nos tempos onde ele pensou que era triste, mas era completamente o contrario.

Mari perdeu o sorriso depois do que tinha escutado, ela rapidamente se lembrou do que tinha feito logo depois que Shinji tinha sido condenado a morte, sua ameaça de vida contra sua oficial superior era algo serio, mesmo que ela não se importasse com isso.

"Bem... faz um tempo eu não falo com ela, nosso relacionamento ficou meio estranho esses anos." Mari falou com tristeza ao pensar em como ela tinha mudado seu relacionamento com Misato nos anos que se passaram, isso era algo triste.

Shinji olhou para Mari ao escutar isso, prontamente querendo saber mais, mas uma coisa em seu corpo queria que ele ficasse sem saber.

Mari fechou os olhos ao pensar em como seu relacionamento com Misato antes era uma coisa alegre, saudável, agora era como gato e rato, um soldado com seu comandante, isso era algo triste.

"Misato... Misato mudou muito desde que você ficou fora, o mundo foi um lugar cruel com as pessoas que ficaram, mas... eu ainda acredito que ela errou com o que fez."

Mari olhou para as mãos em pensar nas suas palavras com forte cuidado, mas Shinji tinha que saber, ele tinha que ter suas próprias ideias sobre o que tinha que ser feito com Misato.

"Misato fez de tudo para parecer forte, mas parece que ela não fez o que era realmente necessário." Pensou Mari com amargura.

"Mas isso é uma conversa entre você e ela, somente os dois." Shinji assentiu com isso, prontamente com milhares de emoções querendo sair, milhares de emoções lutando contra seus medos e raivas.

"Não posso culpa-la por me odiar, eu sou a causa disso tudo." Shinji falou abatido ao lembrar-se da antiga guardiã, Mari se lembrava disso tudo, eram bons tempos.

"Ela não te odeia, somente não sabe como se aproximar de você... eu acredito que deve ser uma coisa para resolver entre vocês dois." Mari falou com calma e seriedade, no fundo ela queria que os dois voltassem a pelo menos se falar, os dois tinham muitas histórias juntos e mereciam uma segunda chance.

Assentindo de leve, Shinji pensou em tudo que tinha ouvido, pensar em segundas chances era algo que ele nunca acreditaria que merecia, mas antes de poder falar ou fazer qualquer outra coisa, os alarmes começaram a tocar.

"Todo pessoal apresentem aos seus postos, todo pessoal em postos de batalha nível 1."

Shinji e Mari trocaram um olhar, ambos sabiam do significado disso, um inimigo se aproximava de alguma aldeia, eles teriam que lutar e como toda batalha, poderia ser a ultima.

"Vamos acabar com os inimigos e parar seu pai?" Mari perguntou ainda sorrindo, ela adorava aquela adrenalina pré-batalha, ela conseguia se sentir viva novamente, levantando o punho para cima, Mari olhou para os movimentos de Shinji, podendo analisar todos os seus movimentos com cuidado para tentar entender quem era essa pessoa na sua frente.

Shinji olhou para a mão de Mari com atenção, essa conversa tinha sido boa para seu corpo e mente, mas ainda tinha sua duvidas, ela poderia ser somente uma manipuladora para conseguir o que ela queria, uma soldado com sua missão, mas no fundo de sua mente ele podia sentir que ela não estava mentindo.

"Vamos." Falou o homem com frieza ao deixar a garota com mais nada que o punho levantado esperando por um contato que nunca veio.

Mari olhou para Shinji incrédula, ela queria isso, mas parecia que Shinji estava se fazendo de difícil.

"Há! Isso é chato demais, você não divertido!" Choramingou Mari ao voltar ao seu normal, ela nem se preocupava com a ideia de estar indo a luta contra a morte certa, agora com ela iniciando um novo contato com Shinji as coisas pareciam mudar.


Poucos minutos se passaram até que Shinji estivesse em sua unidade, olhou para frente ao pensar em tudo que se passou com Mari, um longo suspiro saiu de seus lábios ao começar a sentir a conexão com o EVA sendo iniciado, era sem vida e fria, assim como ele.

Olhando para frente ao ver todos os técnicos correndo de um lado para o outro fazendo suas funções, ele somente pensou na batalha, mesmo que de uma forma diferente agora.


NERV.

"Acredita que isso é realmente viável?" Um grande monólito da SEELE perguntou para Gendo que como sempre ficou sentado na mesa de centro.

"Sim, temos que conseguir provar que temos o controle supremo sobre a terra perdida e desabilitar o inimigo para que o cenário não corra risco." Gendo respondeu com frieza e calma, ele era sempre assim.

"Nosso mais novo projeto em suas mãos, porque acredita que merece esse feito, temos muitos outros alvos que são mais importantes, o que essa vila inútil produtora de arroz tem de tão importante?" SEELE 03 perguntou com arrogância, realmente o local não era importante, mas todos queriam ver qual seria a resposta de Gendo.

Sorrindo por trás das luvas rasgadas, Gendo queria passar uma mensagem para uma certa pessoa, uma que tinha o real poder de lhe parar.

"A unidade Mark 12 tem o poder de mostrar o que é realmente poder, quero mostrar que o grande navio de guerra Wunder não é o poder de Deus, nós temos o poder de Deus e vamos evoluir a raça humana ao nosso olhar."

Um grande silêncio reinou na reunião, Gendo olhou para frente ao saber que o comitê da SEELE estaria debatendo agora as opções, ele somente esperava que seu pequeno discurso pudesse lhe dar o poder supremo.

"Certo, vamos passar o comando para centro da reunificação, iremos começar o ataque assim que tudo estiver no lugar." SEELE 01 falou com calma e controle.

"Acha que os simpatizantes podem ter sucesso? Eles mais atrapalham que ajudam." SEELE 05 resmungou com raiva.

"Eles tem seu papel, precisamos de mão de obra para conseguir recursos para o cenário, não podemos nós dar ao luxo de ficar dependendo de clones que não são confiáveis, o tipo Ayanami ainda não foi iniciado de volta!" SEELE 02 gritou com raiva.

"O tipo Ayanami deveria ter morrido no quase terceiro impacto, não conseguimos nos aproximar de seu atual modelos que está na Wunder, não podemos dividir sua alma novamente?" SEELE 06 perguntou com sérias dúvidas.

"Somente podemos fazer isso com a morte do atual hospedeiro, com o modelo Ayanami ainda vivo, não podemos ter acesso á sua alma." SEELE 01 respondeu pensativo, na sua frente Gendo não se movimentava.

"Isso será providenciado depois do sucesso da nossa nova operação, o tipo Ayanami será eliminado depois quando estiver de volta na Vila 03."

"Isso se seu plano funcionar." SEELE 01 falou com calma e frieza, todos olharam para Gendo no centro da sala, mas o homem nem se movimentou.

"Irá funcionar." Respondeu Gendo.

Fuyutsuki olhou de longe a reunião, sentindo seu peito doendo com o pensamento de matar mais um clone de Yui, a cada dia que se passava era mais um que ele se perguntava se estava do lado correto, com um longo suspiro ele olhou para cima.

"Yui... por favor me perdoe."


Wunder.

Do outro lado da Wunder, dois gigantes esperavam duas mulheres prontas para a luta, pelo menos um delas estava pronta, mas para Asuka, ela não estava conseguindo se concentrar na luta.

" La La La La La... eu sou bonita e gostosa... e sei que você, me ama e me quê! " Cantou a morena uma música ao se preparar, uma forma ritualística para ela.

"Cala a boca quatro olhos." Resmungou Asuka ao tentar se concentrar o máximo que conseguia, mas parecia que tinha alguma coisa errada neste dia.

"O que foi? Com ciúmes que eu consegui falar com o filhote? Acha que eu dei em cima dele?" Mari falou gesticulando com as sobrancelhas.

Asuka fechou os olhos ao pensar nisso, no fundo ela se sentiu mal por Mari ter conseguido falar com Shinji, seu orgulho ardendo com ela ter falhado com uma tarefa tão simples de comunicação.

"Baka idiota."

"Muito bem pilotos, temos a informação que o inimigo está indo em direção a uma das colônias de recursos sólidos, todos já foram evacuados para centros de defesa do IPEA, agora é com a gente."

"O IPEA conseguiu lidar com os simpatizantes que tentaram tomar o local por terra, mas parece que a NERV mandou reforços de nível EVA para a área."

Misato falou com calma e frieza, sempre com sua postura rígida de comandante num momento como esses, mas Asuka e Mari conseguiram ver uma coisa deferente na imagem daquele mulher, um pequeno tique de ansiedade, um toque de tristeza estava em Misato.

"Nosso objetivo é acabar com os inimigos e conseguir recuperar o controle da província, essa região é de vital importância para o nosso lado e não podemos perdê-la."

Todos estavam processando as novas informações, uma luta pelos campos de colheitas do IPEA era muito difícil porque era a comida para as vilas e pequenas cidades, mais um dia na guerra.

"Entendido." Mari falou sorrindo ao fazer um sinal de positivo para Misato, ao seu lado Asuka assentiu, mas todas as atenções estavam em Shinji, na sua tela somente uma mensagem mostrando 'somente som' estava ativada, Misato sentia seu peito doendo ao ver essa mensagem, ela queria que ele pelo menos a visse como seu líder, mas parecia que isso era algo que somente existia no passado.

"Vamos lançar vocês em posições estratégicas, faremos um perímetro para impedir que o inimigo tenha alguma vantagem." Misato falou ainda com a voz de comando.

"Entendido." Foi à única coisa que saiu da boca de Shinji, sua voz era fria e áspera, somente o necessário, foi isso.


Misato olhava para a mensagem na sua tela, ela queria poder olhar para o rosto de Shinji, ver suas expressões faciais e tentar manter algum contato, as pessoas falavam nas suas costas sobre suas obrigações, a comandante que não conseguia controlar seu soldado, mas para ela, isso era o mais difícil desafio, conseguir conversar com Shinji.

"Inimigo se aproximando do limite da fronteira." Hyuga relatou ao receber os sinais dos sensores da Wunder.

"Parece unidades Mark 4, nada fora do normal nos combates anteriores." Sumire falou com calma.

"A Wunder vai ficar para proteger a vila e seus cidadãos, os EVAS vão atacar os inimigos que tentarem adentrar o território da ONU".

"Certo." Todos falaram juntos, mas para Misato, isso não era como de costume, novamente sob seu comando estavam seus antigos protegidos, rapidamente sua cruz de metal pesou em seu pescoço.

"Eu não gosto disso... um EVA sozinho não pode dar conta de todo esse território, será mais ou menos cinco minutos sozinho para que o reforço possa ajudar em caso de alguma coisa ficar feia." Misato falou com medo, mas sua voz ficou calma por fora.

"Os sensores não mentem, a NERV não tem tecnologia para camuflagem, se nossos sensores somente mostram unidades Mark 04, então o inimigo é esse." Ritsuko falou ao acender outro cigarro. "Espero que ele não faça nenhuma bobagem como na ultima vez." Akagi falou com calma ao fumar seu cigarro, na sua frente mostrando que todas as informações dos EVAS que estavam no seu controle.

"Espero também." Misato respondeu com calma.


Caindo com um boque forte no solo vermelho, Shinji olhou para trás ao ver a poderosa Wunder se afastando para ficar perto da cidade, protegendo os civis que contavam com eles.

"Aqui vamos nós." Shinji falou com calma ao ver os inimigos se aproximando, aos seus pés os corpos das pessoas que ainda tentavam subjugar as tropas do IPEA, no fundo ele podia ver as unidades Mark 04 se aproximando, sem hesitar o homem rapidamente levantou sua arma, mirando cuidadosamente para matar o máximo que conseguia antes de ir para o combate corpo a corpo.

Em diferente pontos da cidade, Asuka e Mari faziam exatamente a mesma coisa que Shinji, tomando cuidado para manter as colmeias de Mark 04 afastadas.

"Toma isso!" Gritou Mari ao levantar suas armas e começar a disparar, rajadas de balas rasgavam os céus na direção das unidades Mark 4 que voavam em direção da pequena cidade fazenda, pequenas explosões eclodiam no horizonte.

"Quatro olhos cala a boca, sua voz é chata pra caramba!" Asuka resmungou em seu EVA, o som de seu combate inundando o comunicador.


Shinji observava as pequenas explosões no horizonte, mostrando que isso estava pelo menos indo bem, mas alguma coisa estava errada.

SINAL DE ALERTA DE PROXIMIDADE.

Olhando para o lado, Shinji arregalou os olhos ao ver um grande objeto voando em sua direção, desviando no ultimo segundo, ele observou o objeto preto penetrando a terra vermelha ao seu lado.

"O que?" O homem falou ao ver o novo inimigo, seus sensores falando que isso não poderia ser possível, na sua frente tinha quatro inimigos, todos EVAS flutuando graciosamente indo na sua direção, sua cor prateada refletia a luz do sol perfeitamente em sua armadura.

Olhando para os seus sensores, nada mostrava a sua presença, levantando sua arma para frente, Shinji não hesitou em começar a atirar contra os novos inimigos.

Sentido o perigo, caindo no solo vermelho, todas as unidade Mark 12 começaram a correr, com somente o rastro de seus pês ficando para trás.

"Que merda é essa!?" Shinji gritou ao descartar sua arma agora vazia, rapidamente ele pegou sua faca progressiva ao ver os inimigos correndo ao seu redor procurando uma brecha em sua defesa.

"Coronel! Temos companhia de um novo tipo de EVA!" Gritou Shinji pelo rádio, ele tinha que avisar do novo inimigo.

"Não temos confirmação no radar! Pode confiar!?" Uma voz perguntou do outro lado, Shinji podia identificar que era de Shigeru.

Pulando para desviar da investida de um deles, Shinji rolou para o lado ao ver o inimigo cravando sua lança negra no solo, correndo para conseguir alguma vantagem, Shinji desviava de todas as tentativas de ferir seu corpo.

"ELES JÁ ESTÃO EM CIMA DE MIM! DROGA!"

Foi somente isso que ele conseguiu falar ao tentar retribuir os golpes, rapidamente sua faca soltava faíscas quando impactava as lanças, Shinji pensou em uma estratégia e bem rápido.

"Piloto Ayanami! Recue!" A voz de Misato gritou do outro lado da linha, mas Shinji não conseguia escutar, o som da batalha ao seu redor era muito alto.


"Piloto Ayanami! Recue!"

Não recebendo a resposta que queria, Misato tentou olhar nos sensores se tinha alguma coisa que indicava inimigos na sua mira, mas tudo que ela via eram seus EVAS e as unidades Mark 04 que tentavam entrar na cidade.

"Eles são rápidos!" A voz de Shinji mostrava sua pressa, o som das armas colidindo contra a armadura de Shinji podiam ser escutado, isso somente aumentou a ansiedade da mulher.

"Não temos nada nos sensores! É como se fossem fantasmas!" Tama falou com medo e ansiedade.

"O inimigo está passando pela fronteira norte!" Midori falou ao apontar as armas para o lado certo, disparando na esperança de conseguir parar o avanço.

Pegando seu comunicador, Misato prontamente tentou falar com Mari ou Asuka.

"Asuka? Pode dar suporte ao Shinji!?" Perguntou a mulher mais velha com pressa.

"Negativo! Estou com um enxame completo aqui!" Asuka respondeu com pressa, mas podia ser sentida a ansiedade e preocupação em sua voz.

Rosnando internamente com a resposta, Misato prontamente olhou para seus subordinados, podendo ver todos eles lutando para entender toda a situação em que se encontravam.

"Mari?!"

"Assim que limpar aqui eu vou!" Respondeu a morena igualmente ansiosa.

"DROGA!" Gritou Misato numa das raras demonstrações de emoção que teve nesse quatorze anos de guerra.

"Shinji! Recue agora!"


Olhando para a chuva de ataques que estava recebendo, Shinji lutava para conseguir se manter vivo nesta luta, finalmente levantando sua mão e conseguindo acertar um golpe forte no pescoço do inimigo.

"Toma isso!" Gritou Shinji ao recuperar uma das armas do inimigo, seus sistemas gritando com alarmes mostrando os perigos próximos. Vendo o alvo caindo no chão sem vida, Shinji olhou para trás, vendo mais três correndo em sua direção com as armas levantas.

"Venham!" Gritou o menino ao ignorar os gritos de Misato, na sua mente somente a luta importava, ele não fez isso por mal ou por birra, mas sim pelo calor da batalha.

Levantando sua arma e dando um grito alto, Shinji pulou na direção do novo inimigo, sentindo a satisfação ao ver sua lamina afundando no torso do EVA prateado, sangue manchava o solo aos seus pés.

"Menos dois!" Gritou o homem com um sorriso ao ver que estava conseguindo se mover melhor nesta luta, olhando para longe, ele podia ver as pequenas explosões das lutas de Mari e Asuka.

Se virando para os novos inimigos, Shinji sorriu ao vê-los reluzentes ao ataca-lo.

"Agora estão com medo!" Mas antes de poder falar ou fazer qualquer outra coisa, o som de algo estalando surgiu em seu EVA, olhando para trás e vendo uma coisa que nem em seus sonhos podia imaginar.

"O que?"

Logo mais abaixo, Shinji observava as partes perdidas dos inimigos lentamente se juntando novamente, uma por uma os membros do inimigo voltavam ao seu dono, uma visão do inferno mostrou isso para ele em primeira mão.

"Recue agora Shinji!" A voz de Misato inundou seu sistema de comunicação.

Finalmente voltou ao mundo real, Shinji piscou para se recuperar do choque da cena em sua frente, pronto para finalmente recuar e fugir, mas uma coisa aconteceu.

ALERTA DE PROXIMIDADE.

Virando o rosto para frente, rapidamente seus olhos se arregalaram quando um pequeno objeto se aproximava dele, sabendo o que isso significava, ele rapidamente tentou levantar sua defesa, mas isso não foi rápido o suficiente.

Vendo a pequena lança se aproximando cada vez mais rápido, Shinji pode identificar o perigo, sabendo que não poderia fazer mais nada.

"Uma lança longinus?"

Essa foi a ultima coisa que ele conseguiu pensar antes da dor começar. Rapidamente como veio, a lança penetrou o meio do rosto de sua unidade Evangelion, sentia ela atravessando cada tecido de sua cabeça, Shinji rapidamente levou a mão ao rosto ao sentir a dor fantasma assolando seu corpo, ele somente podia gritar.

"HÁ!"

Caindo para trás ao sentir o golpe, o menino tentou se controlar, abrindo seus olhos e olhando para cima, Shinji lutou para se manter acordado, sua respiração acelerada, ele somente conseguia ver o céu.

Mas a ultima coisa que ele se lembrava de ver eram os inimigos se aproximando dele, um por um ele os viu levantando suas armas e uma por uma ele os viu atacando.


"Perfuração do crânio na unidade Mark 08 do IPEA!" Hyuga gritou ao receber os status da unidade, Misato olhou para o seu painel mostrando os status de todos os pilotos.

Todos olharam para frente ao começar a escutar os alarmes de danos que a unidade de Shinji estava recebendo, Misato arregalou os olhos ao ver como cada membro era arrancado, cada fibra do corpo do EVA era dilacerada, cada parte era destruída.

"Recuperação de emergência agora!" Gritou Akagi ao tomar a liderança, ela podia ver o choque na postura de Misato.

"Force a desativação da unidade!"

"Estou a caminho!" Asuka gritou pelo rádio ao escutar o grito de Shinji, sentindo o sangue gelando com a dor que ele demonstrou.

"Shinji..." Falou a mulher ao escutar os status de danos que o EVA de Shinji estava recebendo.

"Unidades MARK 04 recuando, saindo dos limites da cidade." Tama falou abatido com o que tinha escutado, ele não gostava de Shinji, mas escutar aquilo não tinha sido fácil, como todos naquela ponte.


Correndo o mais rápido que conseguiu, Asuka podia ver os pontos mais ao fundo, ela podia ver as unidades inimigas, lentamente todas começaram a sair, era como se tivessem cumprido seus objetivos, logo mais atrás dela, Mari corria ao ver que tinha que fazer alguma coisa, a Wunder poderia lidar um pouco com o enxame de Mark 4.

Finalmente se aproximando do local da luta, Asuka arregalou seus olhos com o que tinha visto, na sua frente estava o que sobrou da unidade de Shinji, membros e órgãos estavam espalhados pelo sol vermelho, logo seus olhos cariam no rosto da unidade, olhando para os céus com a boca aberta.

Abrindo seu rádio rapidamente, Asuka tentou contato, mas tudo que ela recebeu era estática, nada mais que isso.

"Pirralho?" Tentou a ruiva, mas nada vinha na comunicação.

"Filhote, por favor fale com a gente." Tentou Mari, mas assim como Asuka, ela somente recebeu o silencio. Rapidamente as duas se aproximaram do que sobrou da unidade de Shinji, não foi difícil para elas encontrarem o plugue de entrada, Asuka pela primeira vez temeu abrir.

Acima das nuvens um ser observava, como em todas as guerras ele estava lá só olhando para os seres humanos tentando se aniquilar por motivos inúteis, motivos egoístas e nada mais que isso, ele estava cansado disso tudo, mas o que ele poderia fazer? Lentamente ele desceu perto das unidades EVA, podendo ver Asuka cuidadosamente embalando o plugue de entrada, ele podia sentir o que tinha dentro, mas não queria pensar muito nisso, ele tinha um trabalho a fazer.

Com um suspiro abatido, Thanato olhou para as duas que falavam alguma coisa no seu sistema de comunicação, mas ele não estava interessado nisso, ele tinha que fazer seu trabalho, mas porque isso esta sendo tão difícil? Era só mais uma alma.

Virando a cabeça para o lado, ele pode vê-la, parada como um Deus, era assim que ela era, olhando para a cena toda com tristeza, ele também estava triste, mas não poderia fazer nada numa hora como essa.

Logo mais acima das duas, Thanato observava com tristeza, ele pode ver e sentir tudo que Shinji sentiu, ele sentiu sua dor, seu medo, seus pensamentos, mas não poderia fazer mais nada, agora ele tinha um trabalho a fazer, um trabalho que nem ele queria, mas infelizmente não se dá para fugir da morte.


Notas do Autor: Olá pessoal Calborghete aqui, temos enfim o capítulo 34, espero que tenha sido de agrado de todos, como sempre não deixem de segui-la e salva-la em seus favoritos para não perderem mais nenhuma atualização futura.

Quero pedir desculpas pelo atraso na divulgação do capítulo, a verdade é que eu fiquei doente e estou de repouso em casa... Já estou bem melhor, mas as coisas estão meio devagar.

Por favor revisem, suas críticas (Boas ou ruins) são muito importantes para mim, vocês sabem que eu levo muito em consideração o que é dito e também me dá forças para continuar.

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