Olá pessoal, Calborghete aqui, como estão todos?

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Então agora sem mais enrolação, boa leitura.


"Diálogos"

- Pensamentos -

"Conversa via Rádio"

"Auto conversa."


Nota de Responsabilidade:

Evangelion, seus personagens e cenário são propriedade de Hideaki Anno. Qualquer marca, filmes e séries mencionados nesta Fanfic é propriedade de seus criadores.


Capítulo 36

Calmo... Era isso que significava esses dias finais da Wunder, eles não podiam lutar, não podiam avançar, não podiam fazer nada neste mundo perdido e sem vida, nada além de puro desespero, antes um navio de guerra poderoso, com toda a esperança das pessoas, agora somente um grande amontoado de metal vazio.

Na ponte as coisas não eram diferentes, na frente de cada tripulante, seus sensores mostrando cada parâmetro que a muito tempo não eram mudados, cada quilometro quadrado de terra vermelha mostrando que não tinha mais vida, era assim essa ultima semana para as pessoas.

Soltando um longo suspiro ao olhar para sua tábua de comida, Hyuga olhou desanimado ao ver que estava com somente metade da porção normal, era assim a rotina na Wunder, os suprimentos estavam baixos, eles tinham que reabastecer na vila 3, mas até que esse dia chegasse, eles teriam que aguentar.

"Absurdo, temos que comer esse lixo..." Midori resmungou ao tomar um pouco de água, ela ainda não tinha aceitado o fato que Shinji não tinha morrido na ultima batalha.

"O que foi agora?" Tama falou ao terminar de ler seus manuais pela vigésima vez, ele odiava os momentos de racionamento dentro da Wunder.

Midori olhou para seus colegas, ela podia ver pelos olhares que recebeu que suas criticas não iriam ser escutadas da forma que mereciam.

"Temos que racionar nossa comida... Se não fosse por aquele assassino, teríamos mais comida para nós, os verdadeiros merecedores." Resmungou a garota ao pegar mais uma porção.

Soltando uma pequena risada ao escutar isso, Koji se virou ao lançar um olhar para sua colega mais jovem, sua voz carregou um pouco de humor que restou na sua vida.

"Acha que uma pessoa faria diferença?"

"Cala a boca velho!" Midori gritou ao se levantar de seu assento, seus olhos marcando o fogo de sua alma mostrando toda a sua raiva.

"Porque os velhos sempre ficam com pena dos condenados..."

Não se deixando levar por isso, Koji olhou para a menina com calma e sem raiva, ele tinha muita idade para conseguir controlar os seus impulsos, não valia a pena no final das contas.

Midori percebeu o silencio que ficou na ponte, com somente o som dos instrumentos ao seu redor que mostravam que o tempo não tinha parado, ela rapidamente continuou seu discurso de raiva e ódio.

"Aquele pedaço de merda está ocupando uma cama que não merece! Está tomando remédios que poderiam estar ajudando um dos nossos! A comida que ele está comendo veio do nosso esforço! Não dele!"

Todos olharam para a menina de cabelos cor de rosa, muitos queriam falar, os feitos de Shinji pelo IPEA rapidamente começaram a circular, muitos que não tinha opinião formada começaram a falar.

"O major Ayanami lutou muito pelo IPEA, eu escutei histórias como ele protegia seus irmãos de armas, sempre indo na frente nas batalhas para não deixar ninguém se ferir no seu lugar... isso até que é honrável."

Sumire falou ao focar seus olhos na tela, ela queria poder ir para a vila, mesmo não conhecendo ninguém era bom ver um pouco de paz.

"O que?!" Gritou a garota mais nova, ela não podia acreditar no que seus ouvidos estavam escutando, ela nunca tinha escutado pessoas defendendo Shinji antes, somente Mari ficava fazendo isso.

"Ele deveria ter morrido na forca como foi condenado!" Gritou a menina indignada.

"Onde o IPEA tinha na cabeça para trazer ele de volta assim!? Quando finalmente tínhamos um pouco de paz e justiça por todas as pessoas que ele matou! Ai aqueles malditos fazem uma coisa assim!"

Todos respiraram profundamente, todos com os corpos torturados pelos longos turnos de trabalho, eles somente queriam algum silencio. Koji finalmente se virou e falou com sua voz grave, mas ele estava calmo.

"Olha uma coisa... pode gritar espernear o quanto quiser, mas não vai conseguir me atingir e a realidade é outra, alimentar uma boca a mais não faria diferença nenhuma, estaríamos na merda com ou sem o garoto."

Todos olharam para Koji neste momento, que nem por um momento se importou com isso, olhando para todos com um pequeno sorriso no rosto, o homem responsável pelo curso da grande Wunder agora estava olhando para todos esperando que o homem começasse a falar.

"Temos que parar de reclamar, temos que ser gratos que ainda temos o que comer, mesmo que seja pouco..." Falou o homem com lembranças em sua mente, os tempos logo depois do terceiro impacto tinha marcado sua alma.

"Mesmo o pouco em seus estômagos é melhor que nada." Shigeru falou com um sorriso, mesmo que falso. Ele queria poder aliviar o clima pesado que se instalou na ponte, ele adoraria ter seu velho violão agora para poder fazer algum som.

"E com relação ao Ayanami, deixa ele em paz, cuida da sua vida que já é alguma coisa."

"Foda-se, não é como se vocês fossem me entender mesmo." Resmungou a garota ao olhar para seu painel novamente, ela queria poder reclamar, expor toda a sua raiva, mas parecia que seus colegas nunca iriam aceitar a sua opinião.

Misato lentamente olhou para baixo, podendo ver como seus colegas estavam tentando manter o clima, mas nada parecia estar funcionando, cruzou os braços sobre o peito ao dar um longo suspiro, lentamente à mulher se virou e começou a andar para seu escritório, um dos poucos lugares onde ela podia ficar mais relaxada.

Ritsuko olhou para as costas de Misato, ela sabia que desde o incidente com Shinji ela não tinha sido a mesma, quem seria a mesma depois de tudo que aconteceu? Isso era o grande mistério na sua vida.

Fechando a porta pressurizada, a mulher com leveza e calma se sentou em sua mesa, olhando para todas as folhas de papeis reciclados mostrando o funcionamento de tudo dentro da Wunder, os níveis de água e alimentos, munição e remédios, tudo passava pela sua mesa.

Mas não era isso que ela tinha visto, mas sim a imagem que estava em seu monitor, nela mostrando seu antigo protegido, deitado na cama do hospital com tubos conectados mantendo sua vida viva.

"...Ele está melhorando, a transfusão de sangue da capitã Shikinami salvou a vida dele, mas seu estado ainda é delicado..." A voz de Sakura inundou a mente da mulher com maior poder dentro do grande navio.

"... Eu... eu realmente não sei o que aconteceu... tudo indicava que ele não iria conseguir sobreviver... Ele deve ter um bom anjo da guarda..." Misato se lembrou com perfeição as palavras de Sakura, no fundo ela tinha perdido um pouco a fé nas divindades, mas recentemente ela voltou a acreditar e ter fé.

"Maldição..." Resmungou Misato ao pensar em como tudo tinha chegado a esse ponto em sua vida, como ela deixou se perder o controle de tudo ao seu redor, o ponto onde ela chegou a se sentir com raiva de Shinji pelo o que aconteceu no terceiro impacto, o ponto onde ela tinha realmente atingido o fundo do poço.

Pensando em tudo que tinha acontecido na sua vida, Misato novamente travou seus olhos na tela mostrando Shinji, ela se lembrou dos momentos em que realmente achou que seria uma boa ideia trazer ele de volta à Wunder, mas isso somente se mostrou ineficaz, onde ela estava com a cabeça para pensar que isso seria uma coisa boa? Que tudo poderia ser como antigamente? Isso foi mera formalidade, ela sabia que um grande estrago tinha sido feito, era possível ser reparado? Isso ela não sabia.

Finalmente removendo as mãos da mesa, ela rapidamente as levou para o rosto, lutando para conseguir manter sua mente em ordem num momento como esse, mas parecia que nem isso estava conseguindo ter o efeito desejado, a pequena sala somente tinha com som de sua respiração e os bipes de Shinji.

"O que eu posso fazer?" Falou a mulher com a voz calma, mas se podia sentir o desespero em sua voz, ela queria poder ter as respostas, mas elas não vinham.

CAMPAINHA.

Finalmente voltando ao mundo real, Misato olhou para o lado ao saber que isso tinha que acabar, se recuperando o suficiente para conseguir voltar ao seu teatro de mulher fria e calculista, ela rapidamente pegou seu rádio.

"Sim." Sua voz era fria e calculada, assim como ela tinha aprendido a fazer a muitos anos.

"Desculpe incomoda-la coronel, mas estamos recebendo um pedido de transmissão da vila 03..." Tama falou com sua voz o mais profissional possível, ele não queria irritar o frágil humor de Misato.

"Parece que estamos ao alcance dos sistemas deles..."

Respirando profundamente ao se recuperar, ela assentiu com calma.

"Passe para meu escritório." Foi sua ordem final, ela nem se importou com o agradecimento ou com outras formalidades, com um movimento delicado ela encerrou a linha e esperou.

Alguns segundos depois foi o tempo necessário para sua tela ganhar vida, na sua frente estava à pessoa que ela não esperava neste momento, mas mesmo assim foi bom o suficiente para que um sorriso nascesse em seu rosto mesmo que delicado e tímido.

"Olá Katsuragi, finalmente a Wunder estava ao alcance para que eu pudesse falar com você." Kaji falou com seu sorriso original no rosto, ele queria poder falar com a mulher que mais amava neste mundo, ele sentia que tinha que fazer alguma coisa.

"Olá Kaji." Misato falou abatida ao voltar ao seu normal, ela sabia que nunca tinha que se preocupar com a postura perto desse homem, ele sempre conseguia ver por trás de todas as mascaras, inclusive a dela.

"Como vão a coisas por ai?" Kaji perguntou com calma, seus olhos nunca saindo de Misato, mesmo que isso fosse uma transmissão, mesmo que tivesse as interferências impedindo uma conversa mais séria, ele ainda podia ajudar de alguma forma.

Com um longo suspiro a mulher removeu os seus óculos de sol, não vendo mais motivos para usa-los.

"As coisas não estão boas..."

"Posso imaginar, Aida conseguiu fazer a manutenção das antenas externas, então eu tenho recebido os relatórios de proximidade." Kaji falou ao saber que Shinji estava machucado, mas nem uma palavra tinha sido descrita, mas ele sempre foi bom em descobrir informações.

"Se eles mostrassem a realidade, você não estaria sorrindo." Misato falou cansada ao olhar para as mãos, de alguma forma ela se sentia culpada por tudo que tinha acontecido.

"Eu posso entender, mas isso não é sua culpa, em alguns dias a Wunder vai pousar e vamos poder conversar." Kaji falou ainda sorrindo.

"Não sei se pode ser ajudado..." Misato respondeu abatida, mas no fundo ela desejava poder conversar e escutar boas noticias, Kaji sempre teve esse poder sobre ela, ele sempre sabia o que falar ou fazer, mesmo que isso parecesse impossível.

"Tudo pode ser consertado Katsuragi, somente temos que conseguir fazer com que as ferramentas sejam usadas da forma certa." Respondeu o homem ainda sorrindo.

"Queria ter sua esperança..." Misato respondeu ao pensar nesta guerra, quatorze anos de luta, quatorze anos de batalhas que desafiavam a sorte, quando isso tudo iria acabar? Quando tudo isso iria lhe dar a recompensa final?

"Somente temos que esperar, agora com Shinji novamente do nosso lado poderemos derrotar a SEELE, poderemos derrotar todos." Kaji falou com esperança, no fundo ele sabia que isso era difícil, mas onde o mundo estaria sem a esperança? Onde estaríamos sem a fé?

"Se você soubesse, Shinji está muito diferente..." Misato respondeu abatida.

"E quem não está? Eu aposto um quilo de arroz se me mostrasse quem está como era antes." Falou o homem rindo ao pensar em todas as pessoas que conhecia.

"Quando finalmente você chegar vai ser mais fácil de conversar... então nosso paciente em especial é Shinji?" Kaji perguntou ao ficar com o rosto sério, ele julgou pelas expressões de Misato que suas suspeitas tinham sido confirmadas.

"Sim... ele está muito machucado, não temos como tratar ele aqui na Wunder, vai ser melhor para ele ficar na vila." Misato falou abatida ao pensar em Shinji.

"Isso é estranho, a Wunder é onde tem os melhores equipamentos da atualidade... comparado com o hospital da nossa vila isso é até cômico de certa forma." Kaji respondeu intrigado, mas ele poderia ter essa resposta quando a Wunder finalmente chegasse.

Misato assentiu com isso, mas ela tinha que remover Shinji da Wunder, estar neste navio iria acabar matando ele.

"Ele não quer ficar aqui, vamos acabar matando o que sobrou dele."

"Deixa ele comigo, um dia ele vai acordar... agora ele somente está irritado, a guerra afetou a todos, inclusive Shinji." Kaji falou pensativo.

"Não sei Kaji... agora meu foco é fazer com que ele melhore, prefiro salvar a vida dele do que..." Misato tentou falar, mas sua voz falhou com a emoção que queria sair.

"Quando chegar a hora vamos conversar, mas agora não dá... foque em trazer a todos com segurança, assim que der vamos conversar, vou preparar algo bem legal para você quando chegar." Kaji falou ao voltar ao seu sorriso.

"Assim espero, eu preciso de alguma coisa calma, eu não estou aguentando mais essa vida." Misato falou ao colocar a mão sobre o rosto.

"Eu não sei o que mais fazer... antes pelo menos tínhamos pelo o que lutar, pelo o que lutamos agora? Um bando de terra vermelha e algumas pessoas?"

Kaji a olhou ainda sorrindo, ele podia sentir a tensão em Misato, respirando profundamente para conseguir pensar no que poderia falar sem causar ainda mais estragos ao humor de Misato.

"Eu sei que parece não valer nada... mas pense em todas as pessoas que agora estão lutando para manter um pouco do que tinham antes, realmente não vale muito a pena, mas não podemos deixar eles ganharem, o nosso mundo pode estar destruído? Sim, mas ainda podemos fazer uma coisa a mais, não deixar eles ganharem... é isso que podemos fazer."

Misato sabia que ele estava certo, as pessoas que sobreviveram todos esses anos contavam com ela e com todos, ela não podia deixa-los ganhar, pelo menos isso, finalmente se acalmou o suficiente para conseguir olhar Kaji nos olhos.

"Eu sei, somente quero um pouco de paz, comer alguma coisa que me lembre dos velhos tempos, me sentar e escutar a natureza... não aguento mais o som de metal, não aguento mais essa comida horrível, somente quero relaxar."

Kaji respirou profundamente ao escutar o pequeno desabafo de Misato, ele sabia que teria que se esforçar muito para conseguir dar tudo que pretendia para Misato, ele sempre daria o seu melhor por ela.

"Você não vai se arrepender, eu garanto isso." Kaji falou com calma, ele sabia que não podia oferecer muito, mas tudo era com o coração.

Assentindo com o que tinha escutado, fazia muito tempo que ela não ia para a vila, poder olhar um pouco de natureza verde, escutar os animais novamente, sentir a vida novamente ao seu redor.

"Isso vai ser muito bom." Refletiu a mulher ao pensar em uma vida normal, um normal que parecia estar cada vez mais distante, cada vez mais um sonho do que realidade, um mundo onde o normal poderia ser possível como antes.

Kaji pode ver isso através do monitor velho, ele queria poder estar ao lado dela para lhe dar um simples abraço, dizer que tudo iria estar bem, mas a distancia não era possível numa hora como essa, ele somente poderia olhar e esperar.

"As coisas vão dar certo Katsuragi, somente tenha um pouco mais de fé e paciência, um dia o mundo vai voltar a sorrir como antes, um dia tudo isso vai acabar e voltaremos a ser felizes como merecemos ser." Falou Kaji sorrindo, Misato sorriu ao escutar isso, realmente ele sabia o que falar nos momentos certos.

Sorriu ao ver o pequeno sorriso no rosto de Misato, Kaji sentiu que teve uma pequena vitória, mas eles ainda teriam muita coisa para discutir, muita coisa para pensar, mas pelo menos ele iria deixar que ambos pudessem relaxar com esse pequeno momento.

"Agora tenho que ir, mas em poucos dias vamos poder conversar pessoalmente, é isso que eu quero... e temos 'muita' coisa para fazer." Kaji falou gesticulando com as sobrancelhas deixando bem claro suas intenções, não perdendo tempo ao desligar a transmissão.

Misato olhava agora para a tela preta, seu rosto ainda marcado com a última declaração de Kaji, um pequeno sorriso nasceu em seu rosto, uma pequena luz de esperança nasceu em seu peito que as coisas poderiam realmente voltar um pouco ao normal, ela deveria aproveitar esse momento de calma.

Voltando ao mundo real, ele rapidamente voltou sua atenção para os papéis na sua frente, mas sua mente se agitou ao pensar que agora ela tinha mais um motivo para conseguir ir para a vila.

"Idiota."


Bip... bip... bip... era somente esse som constante e irritante que enchia aquela pequena sala, antes ela iria embora, se irritaria, mas agora parecia que isso não era nada demais.

Sentada ao lado da pequena cama, Asuka olhava para seu game portátil, com mais nada para fazer ou tentar fazer, ela não sabia o motivo de ter ido para esse quarto, não sabia o motivo de estar ao lado dele novamente, mas isso parecia certo.

"Droga..." Resmungou a ruiva ao ser derrotada novamente, ela já tinha terminado esse jogo muitas vezes antes no passado, mas sua atenção não estava focada no aparelho em suas mãos, mas sim na pessoa na cama.

"Pirralho idiota."

Asuka queria acreditar que estava ali somente por mera formalidade, que alguém tinha que cuidar da segurança de Shinji enquanto ele estava vulnerável, ele era um piloto de EVA afinal de contas, mas isso era somente uma grande desculpa, no fundo ela queria poder olhar para o lado e ver aqueles olhos abertos, focados nela como antes, poder ver a vida naqueles olhos novamente. Mas a realidade era outra, completamente outra, Shinji estava na cama, lutando pela vida.

Focou seu olho azul intenso em Shinji, Asuka rapidamente se levantou e se aproximou da cama, focando em cada detalhe do rosto dele, lembranças da ultima batalha voltaram com força na sua mente.

"Pirralho idiota!" Rosnou a ruiva ao apontar o dedo para o rosto de Shinji, ela queria poder falar algumas verdades para o homem agora deitado na cama imóvel, seu rosto estava mostrando toda a sua raiva.

"Porque não recuou!?"

Ela queria esperar alguma reação do homem, mas ela somente recebia o som dos bipes de seu coração, ela queria que ele acordasse, ela queria que ele soubesse como as coisas estavam rolando agora que ele estava ferido.

"Responde droga!" Falou Asuka com raiva ao sentir os olhos ardendo com a emoção que a tanto tempo deixou trancada em seu peito, ela jurou que nunca mais iria chorar, nunca mais iria se importar com os outros, mas a realidade era completamente outra, ela estava preocupada com Shinji, ela queria que ele acordasse para que um pedido de desculpas pudesse ser feito.

"Pirralho idiota." Asuka chorou ao se sentar novamente, sentindo algumas lagrimas escorrendo pelo seu rosto ao começar a se lembrar dos velhos tempos, de se sentir viva e bem, segura e amada, coisas que pareciam que eram impossíveis no mundo atual.

"Porque não acorda?" Sussurrou a ruiva ao olhar para o peito de Shinji subindo e descendo, pelo menos uma coisa acontecia com o homem.

"Acorda por favor..." Implorou a garota.

"Por favor..."

NADA.

"Por favor..."

NADA.

"Eu somente quero minha vida de volta..." Chorou Asuka ao levar as mãos para o rosto, no fundo ela queria parar, mas seu corpo começou a agir sozinho, ela podia sentir a tensão tomando conta de seu corpo, ela queria poder sair correndo para o seu EVA, mas parecia que agora esse era o lugar certo.

"Porque me abandonou?" Perguntou a mulher com tristeza, por muito tempo ela pensou nisso, Shinji ficou muito tempo preso em seu EVA, muito tempo longe dela, mas nunca teve as respostas que queria.

"Porque não voltou antes?"

"Porque não veio me ajudar?"

"Porque nunca se importou?"

Mas antes de poder ter as respostas que queria, ela somente recebia o som do silencio, o maldito som dos bipes, mas nada de respostas, nada da voz de Shinji, ela não recebia nada.

"Droga!"

"Porque eu não posso ficar em paz!? Porque você faz isso comigo!?" Porque não me levou junto?..."

Asuka chorou ao deitar a cabeça na pequena cama de Shinji, ela deixou um pouco a emoção sair, não tinha ninguém para vê-la em sua decadência, ver suas fraquezas expostas da forma como estava, mas agora isso não parecia mais importar, ela somente queria um pouco de paz e estar perto de Shinji parecia ajudar um pouco.

Conforme ela deixava as lagrimas caírem, uma pessoa na porta do pequeno quarto de Shinji a observava, uma certa garota de óculos a olhava, antes um sorriso feliz e sem preocupação em seu rosto agora substituído por uma carranca triste.

Mari estava indo ficar um pouco com seu afilhado, dizer boas orações para que ele soubesse que as pessoas estavam querendo sua melhora, mas parece que outra pessoa estava agora com ele, ela sentiu um pequeno sorriso formando em seu rosto.

Se Yui estivesse aqui para ver isso, ela queria poder falar isso para ela, para Kyoko, dizer que seus filhos estavam se ajustando, mesmo que estivesse indo bem devagar, mas tinha alguma coisa ali, lentamente ela foi voltando a realidade, se virou e foi para fora do pequeno hospital, ela ignorou os olhares que recebia dos outros tripulantes, ela somente queria ir falar com uma pessoa.

Andando com passos lentos, Mari não teve problemas em ir para a sala de maquinas da Wunder, ela queria poder ir para a fonte de poder da Wunder, aliviar um pouco sua culpa, não teve dificuldade em abrir as portas de metal, ela caminhou pelo longo lado de LCL.

Olhando para frente ao ver o enorme corpo da unidade 01, completamente adormecida depois do terceiro impacto, se apoiou nos apoios de metal, Mari olhou para o enorme rosto do gigante adormecido, ela somente tinha ido uma única vez neste lugar, mas ver o local onde sua amada tinha partido era uma coisa pesada.

"Oi... Yui..." Respirou profundamente Mari, rapidamente ela levou a mão para os longos cabelos, ela tinha muita coisa para falar ou pensar, e Yui sempre pareceu ter as respostas para qualquer crise.

"Seu filho está melhorando... Sakura fez um bom trabalho em ajuda-lo, Asuka está agora cuidando dele em seu quarto, parece que você e Kyoko estavam certas, eles parecem que foram feitos um para o outro."

NADA.

Mari soltou uma pequena risada ao falar sozinha, mas isso não pareceu importar num momento como esse, rapidamente um momento de sua vida voltou para sua mente, um na qual ela nunca iria se arrepender.

Ainda sem receber as respostas que queria, Mari pensou no que falaria, ela queria desesperadamente qualquer conselho, principalmente depois do que fez com Rei, isso nunca lhe deixou dormir mais tranquilamente, mas parecia que isso não iria acontecer agora.

"Eu... eu... eu fiz uma coisa terrível." Chorou Mari.

"Você se lembra de Rei, a menina que conseguimos libertar de Gendo e seu pessoal?" Mari esperou por uma resposta, mas não recebeu nada, mas no fundo de sua alma, era como se ela pudesse sentir alguma calma por estar um pouco perto de Yui.

"Eu... eu acabei beijando ela."

NADA

"Como eu posso ter feito isso!? Como eu pude fazer isso com ela!? Ela não é como eu... Eu... eu abusei dela! Ela não merecia isso!"

"Não."

Dando um pulo ao escutar uma voz em sua cabeça, Mari se virou e olhou para os lados em busca de qualquer outra pessoa que poderia estar escutando a conversa.

"Isso é estranho..." Mari falou sozinha novamente, mas logo sua atenção voltou para a unidade 01.

Lentamente Mari começou a sentir como se estivesse sendo observada, rapidamente ela olhou para os lados na esperança de conseguir encontrar o curioso, mas nada estava neste local, somente ela e o EVA.

Os sentimentos que ela sentiu eram estranhos, era como se uma mão estivesse em seu ombro, era como se alguém estivesse lhe dando um meio abraço, uma tentativa leve e fraca de consolo, colocou a mão onde sentiu o toque, Mari pensou que isso deveria estar sendo coisa de sua cabeça, o estresse cobrando seu preço depois de tanto tempo.

"Eu acho que estou ficando louca, eu queria você que estivesse aqui, você saberia o que fazer... Um dia eu vou ter que falar com ela sobre isso, mas estou com medo."

NADA.

Sabia que teria que ir embora, Mari olhou para a enorme cabeça, um suspiro triste saiu de sua boca ao pensar em tudo que tinha feito, com um sorriso falso ela se virou e falou.

"Até a próxima... Eu vou cuidar de Shinji e Asuka."

Dando um beijo na mão e o lançando para frente, Mari se virou para sair, torcendo para que ninguém a tivesse visto, mas uma pessoa a viu, através de dois grandes olhos brancos que nasceram da unidades 01, não demorou para ela voltar para a hibernação, mas sua mente pensou no que Mari tinha falado.

"Um dia poderemos conversar..."

Foi esse o pensamento que passou na mente da unidade 01, um pensamento que ninguém poderia escutar, mas Yui sabia como fazer tudo em segredo, ela nunca deixou Shinji e Asuka sozinha, ela queria poder falar com Kyoko que ambos estavam indo bem, mas isso parecia ser meio impossível.


Em algum lugar do globo.

Senaindo lentamente na mesa de madeira velha, escutando o som dos estalos de material precisando de manutenção tinha um homem, um homem que a muito tempo era mais poderoso que qualquer outra pessoa na face da terra, um homem que tinha uma fortuna que poderia comprar países inteiros, mas agora isso não parecia contar para mais nada.

"Rumpy." Rosnou o Keel Lorenz ao se sentar em sua velha mesa, o local onde ele comandava o mundo, ditava como deveria ser cada passo para que a unificação pudesse ser concluída, agora era somente um líder comum, os materiais mecânicos conectados ao seu corpo lhe dando mais alguns anos de vida.

Apertando algumas teclas em seu computador, Keel olhou para a tela tentando fazer a conexão com seu grupo, seu velho corpo já não aguentava mais a pressão para conseguir se manter vivo, nem os mais novos aparatos da tecnologia iriam conseguir fazer isso, seu tempo estava acabando.

Lentamente na sua frente os seus companheiros começaram a aparecer um por um, todos os seis SEELES iniciaram sua reunião, Keel já estava começando a perder a paciência cm a falta de progresso que todos estavam tendo, isso estava ficando altamente frustrante.

"Senhores, essa reunião mensal é para discutirmos os progressos e a falta de empenho em algumas áreas."

"O plano para assassinar o filho de Ikari não deu certo, mas pelo menos provou que o novo sistema de controle funciona perfeitamente." SEELE 04 falou com ligeira arrogância em sua voz.

"Não adianta comemorar, já tínhamos ciência que o sistema funcionava antes, somente o vimos na pratica, nada de novo!" SEELE 06 rosnou para seu amigo.

Keel fechou seus olhos ao ver a discussão diante de seus olhos, ele queria que somente os assunto mais sério pudessem ser discutidos agora.

"Os simpatizantes estão se provando serem mais inúteis que o previsto! Somente estamos perdendo recursos! Temos que agir agora!" SEELE 02 reclamou.

"Ainda não temos a eliminação de todos os anjos, o ritual tem que ser cumprido à risca! Já vimos o que acontece se uma coisa não for cumprida, somente uma parte da população conseguiu a elevação!" SEELE 04 criticou o seu companheiro afobado.

"Temos que ter controle sobre a alma de Lilith, ela é a porta para a elevação! Sem ela não podemos fazer nada!" SEELE 02 gritou de raiva.

"CALEM A BOCA!" Gritou Keel, uma rara demonstração de emoção vinda do homem, ele não tinha mais tempo nem energia para fingir estar no controle completo sobre ele, todos ficaram em forte silencio com isso.

Vendo que tinha conseguido a atenção que desejava, Keel novamente controlou a voz, ele tinha que manter seu grupo unido.

"Nós estamos a mercê dos simpatizantes, os soldados do IPEA estão conseguindo manter o controle dos postos de recursos vitais, eles querem mais equipamentos e comida... a essa hora já deveríamos estar dentro da instrumentalidade, esse mundo não está mais fértil." SEELE 02 falou calmamente.

"Ikari ainda não conseguiu se livrar do modelo Ayanami, o atual vaso de Lilith..." SEELE 06 falou mantendo a linha de emoção dos outros.

"O que dizem os manuscritos?" Keel perguntou pensativo, ele lia esses pedaços de papeis antigos com muita calma, diariamente ele os estudava com frieza e delicadeza na esperançada e ter perdido alguma coisa.

"Eles falam que somente com a eliminação dos emissários de Adão que poderemos dar inicio ao ritual, somente falta acabar com o anjo dentro da piloto da WILLE e recuperar a alma de Lilith."

"Vamos iniciar a reunião com Ikari agora..." Keel ordenou ao focar seus olhos na tela que iria mostrar a imagem de Gendo, não demorou para que ele entrasse no vídeo, seu rosto frio e calculista como sempre.

"Como vai a recuperação da alma de Lilith?"

"Está tudo dentro do planejado." Foi a única resposta de Gendo, todos na sala queriam acabar com esse homem no momento em que falhou no ritual do terceiro impacto, mas todos precisavam dele para o controle total da NERV e seus recursos.

"Você sempre fala isso!" SEELE 02 aousou Gendo.

"Os seus homens não estão se provando úteis! Somente uma grande perda de tempo e dinheiro! Você não está nos dando nada de útil para que a unificação seja concluída!"

"Isso não será problema... temos isso já providenciado, vocês já devem saber que a Wunder deverá pousar na vila 03 para reabastecimento, sabemos que isso levará algum tempo então é a oportunidade para que possamos pegar a alma de Lilith de volta para a causa."

"Como saberemos que isso irá funcionar?" Keel perguntou cansado, ele queria poder voltar para seu sono.

"Agora será o momento perfeito para isso, temos fontes que dizem que o modelo Ayanami faz a função de plantadora de arroz na vila, as pessoas são pacificas ao ponto de não se importarem com a presenta de pessoas de fora... agora é a hora perfeita."

Gendo falou com as mãos na frente do rosto, sua mente pensando que tinha que conseguir se livrar do vaso de Lilith, ele tinha que ter controle sobre ela para conseguir trazer sua esposa de volta.

"Não temos mais tempos para tentativas, temos que conseguir o mais rapidamente possível, os nossos recursos estão se esgotando rapidamente, não podemos lutar contra os simpatizantes e todos ao mesmo tempo!" Disse desesperadamente SEELE 03.

"Não podemos nós apressar, temos que pensar com calma cada passo, eu entendo que o tempo está se esgotando, mas a instrumentalidade não pode ter erros." Gendo falou com naturalidade.

"Sim." Keel falou com calma e desconfiança, ele sentia que Gendo estava escondendo alguma coisa, era somente questão de tempo até que a completa traição estivesse concluída.

"Vamos lidar com Ayanami primeiro, assim que estivermos sobre o controle de Adão e Lilith, vamos iniciar o ritual para destruir a Wunder e acabar com o ultimo anjo... vamos ter que ter sucesso desta vez, não vamos ter outra chance." Keel falou cansado e com forte esperança.

"Assim será feito." Todos falaram juntos, lentamente todos os outros SEELES começaram a sair da reunião, deixando somente Keel e Gendo, ambos se olharam por alguns segundo.

"Você ainda está conosco, Gendo?"

Gendo lentamente olhou para cima, marcando seus olhos no visor que mostrava Keel, ele podia sentir a tensão em sua voz, ele sabia que era questão de tempo até que seu mundo fosse destruído.

"Sempre estarei com o cenário, a instrumentalidade é a única saída para o mundo."

Keel podia ver a mentira em Gendo, mas ele precisava dele para o fim, isso era o que mais o irritava neste mundo, Gendo era uma pedra no sapato, sempre foi, ele deveria tê-lo eliminado junto com sua esposa.

"Não nos decepcione Ikari, sua prepotência quase nos custou o cenário... erre novamente e você será eliminado." Keel falou com forte autoridade, ele podia ver que Gendo nem se moveu com suas palavras, não perdeu tempo em desligar a transmissão.

"Traidor." Falou Keel ao se levantar, indo lentamente para fora de seu pequeno escritório, seu corpo ardia com cada movimento que era necessário, ele podia sentir seu coração doendo com o esforço que estava fazendo.

Seus passos eram lentos e doloridos, mas ele estava determinado, somente uma coisa poderia ser feita para aliviar sua dor e desespero, finalmente entrando na sala onde tinha passado a maior parte do tempo, o homem velho olhou para o grande tudo, com alguns toques no velho teclado ele esperou tudo ficar preparado.

Se despindo lentamente, ele andou para dentro do grande tubo, sorrindo ao começar a sentir o LCL sendo bombeado para dentro, o liquido quente vindo do mundo da instrumentalidade era forte o suficiente para lhe manter saudável, foi isso que lhe deu uma vida longa, mas tudo tinha um limite, seu corpo tinha um limite.

"Um dia, Lilith... Não vou ter que blasfemar seu sangue para viver." Keel falou ao fechar os olhos, deixando a calma tomar seu corpo e alma, o seu tempo era curto.


NERV.

Gendo ainda olhava para frente, sua mente ainda pensava quando deveria começar a agir. Kozo olhou para seu antigo aluno com tristeza e desprezo, ele já estava velho para o mundo e suas ideias.

"Terá forçar para se livrar de Rei?" Perguntou o velho.

"Ela não é nada, somente uma mera ferramenta." Gendo falou sem hesitação.

Abaixando a cabeça, Kozo pensou se tudo isso ainda iria valer a pena, ele gostava de Rei, sempre pensou que a garota merecia mais, Gendo nunca se importou com Rei, ele sempre a viu como uma ferramenta para o cenário, isso lhe enojava.

"Terá coragem de fazer mal a garota que usa o rosto dela?"

Gendo pensou a respeito disso, ela era um clone de Yui, o que ela pensaria dele? Mas isso não era nada comparado com a ideia de voltar a ter sua amada esposa, Rei era Lilith, uma deusa adormecida, sua morte irá lhe dar a libertação que era necessária para que tudo ficasse como deveria ser.

"Ela foi feita para isso, é besteira pensar que um dia Rei achou que podia se misturar, ela somente tem essa vida longa graças ao esforços da Dra. Akagi, a velha médica sempre soube do vaso da alma de Lilith, seus esforços para proteger ela são dignos de palmas."

Gendo falou com calma e frieza controlada, lentamente o homem se levantou, indo até a porta, mas antes de poder sair, o homem se virou e olhou para Kozo, sabendo que o velho professor estava começando ficar com sérias dúvidas com relação à fidelidade dele.

"Não posso negar sua dúvida, Rei sempre foi uma boa garota, mas o destino tem que ser cumprido, no final todos saem ganhando... não adianta pensar, agora não tem mais volta, temos que ter sucesso."

Kozo olhou para as costas de Gendo em toda a sua vida ele se dedicou ao mistérios do mundo da instrumentalidade, mas a morte era tão ruim assim? Valia a pena essa dor? Valia a pena todo o mal que ele causou as pessoas, principalmente para a cria de Yui.

Fechando os olhos para toda a culpa que tomou conta de seu corpo, Kozo sentiu o metal em sua perna ficando cada vez mais pesado, mas suas ações não lhe davam esse direito, ele teria que concluir pelo menos mais uma etapa para conseguir ter paz, novamente o velho olhou para onde Gendo estava, uma forte raiva passou pelo seu corpo.

Ele sabia que Gendo nunca se importou com mais nada neste mundo a não ser o seu maldito cenário, ele teve as ferramentas para parar isso antes, sempre ficou pensando em Yui, mas agora as coisas estavam entrando num caminho perigoso para todos do mundo, ele não teria mais volta, era agora ou nunca.

"Espero que tenha sucesso nisso..."


"Muito bem pessoal, vamos começar os trabalhos assim que a Wunder pousar." Kaji falou ao segurar uma prancheta velha, as folhas amareladas que continham suas anotações e todos os tipos de coisas que a vila produzia.

"Vai ser bom encontrar a Misako novamente." Um dos tripulantes mais novos falou sorrindo ao olhar para o horizonte, Kaji riu ao escutar nisso.

"Bom escutar isso, o mundo precisa de bebês."

Corando com a provocação, o rapaz rapidamente colocou a mão atrás da cabeça ao sentir a pressão das provocações das pessoas ao seu redor, sentia que tinha que começar os trabalhos, rapidamente Kaji voltou ao seu modo mais sério.

"Muito bem, agora já sabem o que fazer."

"Ok..." Falou os homens ao começarem a caminhar para a grande doca que em algumas horas iria receber a poderosa Wunder. Se virou e foi para o seu colega que se divertia com sua câmera de vídeo nova, Kaji soltou um longo suspiro.

"Pensei que seu papel era me ajudar..."

Kensuke finalmente voltou ao mundo real ao parar de gravar tudo que podia, seu rosto mantinha um sorriso infantil com o novo equipamento que tinha encontrado nas ruinas da cidade.

"Isso é demais, a resolução 4K deixa tudo com uma qualidade incrível!" Disse o homem ao voltar a ser adolescente.

"Resolução 4K não vai alimentar aqueles pessoas famintas." Kaji falou com humor ao começar espiar o equipamento novo.

"Pare de ser velho chato, me deixa ser feliz." Resmungou Kensuke ao desligar a câmera, seus olhos rapidamente voltaram para o horizonte limpo pelos pilares de contenção recém-colocados, sua mente rapidamente se lembrando dos velhos tempos, dos amigos que foram perdidos na guerra contra a NERV.

Kaji pareceu perceber o olhar de seu pupilo neste local de refugiados, lentamente os sons dos trabalhos começaram a encher o ambiente calmo.

"Um dia vamos vencer... pode não ser na nossa geração, mas um dia iremos."

Kensuke sorriu ao escutar isso, ele nunca tinha perdido a fé na vitória contra a NERV e os simpatizantes finalmente estavam voltando ao seu estado mais normal.

"Eu sei que um dia vai." Disse o homem, mas rapidamente ele se lembrou do pedido especial da Wunder, um pequeno arrepio passou pela sua espinha ao pensar que poderia ver Shinji novamente, mesmo que Kaji tinha feito ele jurar que manteria em segredo, mesmo que temporariamente.

"Será que vamos conseguir ajudar ele?"

"Espero que sim, já falou com Suzuhara a respeito?" Kaji perguntou ao focar em algum ponto aleatório no fundo.

Kensuke respirou profundamente ao escutar isso, ele tinha falado com Toji, que como sempre se colocou em prontidão para ajudar o máximo que poderia, o homem era o mais próximo de um irmão para Kensuke.

"Sim, Toji não se hesitou nem um momento, ele quase desmaiou ao saber que Shinji estava vivo na Wunder." Kensuke falou ao relembrar da reação do homem.

"Mas ele vai manter em segredo, Toji é um cara confiável."

Kaji sorriu ao começar a ver a poderosa Wunder surgir no horizonte, ele sentiu ansiedade ao saber que Misato estaria perto para poder passar o tempo com sua amada novamente.

"Lá vem ela."

Kensuke rapidamente religou sua câmera, usou todo o potencial do equipamento para conseguir o melhor ângulo do poderoso navio de guerra, Kaji riu ao ver o brilho no rosto do homem ao ver.

"Ainda não se acostumou com a visão?"

Com os olhos focados fortemente na tela para ter a melhor filmagem, Kensuke falou com forte alegria.

"Nunca vou me acostumar!"

Kaji riu ao escutar isso, ele rapidamente pensou em uma situação que poderia dar alguns problemas para todos no futuro, se Shinji era um homem diferente como todos diziam que ele era, saber que Kensuke dava abrigo para Asuka poderia dar algum problema.

"Será que Shinji vai pensar errado quando descobrir que você dá abrigo para a piloto Shikinami?" Kaji analisou a reação de Kensuke, ele sabia que a ruiva nunca tinha esquecido o seu primeiro amor.

"Espero que ele não tenha ficado do tipo ciumento..." Falou Kensuke ao começar ficar tenso, as histórias que ele escutava dos homens do IPEA eram pesadas e como Shinji era um soldado deles, isso poderia dar problema.

"Ele vai ter que entender que eu nunca tentei nada com Shikinami, ele me mataria se eu tentasse alguma coisa." Disse o rapaz ao dar uma risada nervosa ao dar um longo zoom com a câmera.

"Ela somente mora na minha casa porque é um pouco mais isolado, nada demais."

"Eu sei disso, mas será que ele vai entender?" Kaji falou ao focar no trabalho dos homens mais abaixo.

"Isso vai ser uma coisa que eu quero ver." Toji falou ao se juntar na conversa, colocando um de seus braços nos ombros de Kensuke, seus olhos focados nas pessoas prontas para receber a poderosa Wunder,

"Como vai cara?" Kensuke perguntou sorridente.

"Não foge do assunto, como acha que Ikari vai quebrar sua cara quando descobrir que você anda transando com a garota dele?"

Kaji rapidamente começou a rir, ele queria ver como Kensuke iria se livrar disso agora, rapidamente o homem alvo começou a soltar um longo suspiro, ele queria que todos parassem de falar assim, ele e Asuka nunca tiveram nada, ela somente ficava em sua casa.

"Cara... nunca aconteceu nada, pare de encher o saco!"

Rapidamente Toji soltou os ombros de Kensuke, logo o trio começou a olhar para a Wunder ficando cada vez maior, e com isso, a ansiedade de todos começou a crescer com o paciente VIP que eles teriam que consertar.

"Pelo o que minha Sakura me contou, Ikari se machucou muito na ultima batalha, foi um milagre ele ter sobrevivido." Toji falou abatido ao pensar no amigo.

"Ele é um cara durão, sobreviveu a isso tudo." Kensuke falou ao pensar.

"Temos que ajudar de alguma forma, Shinji merece isso.' Kaji falou ao ficar com o rosto sério novamente, parecia que seus olhos podiam ver o que estava por vir, Toji se virou para o homem mais velho e falou com a voz abatida e pensativa.

"Sakura me contou que ele está muito diferente, bruto e coisas do tipo... será que ele vai escutar qualquer coisa que falarmos?"

Kensuke neste momento olhou para baixo, ele tinha o mesmo pensamento que seu melhor amigo, isso era uma coisa que somente o destino poderia dizer, o mesmo acontecia com Kaji.

"Isso somente poderá ser visto quando pudermos conversar um pouco." Kaji falou mais sério, Kensuke olhou para o fundo, a sua câmera rapidamente começando a ficar mais pesada que o normal conforme a Wunder se aproximava ainda mais.

Kaji sabia que a hora tinha chegado, ele se virou e encarou e Toji nos olhos, Kensuke já sabia que tinha seu papel no esquema que todos fizeram para levar Shinji para o hospital.

"Bem, de acordo com a coronel Katsuragi, o paciente vai ser removido pela entrada sessenta e cinco, ela não quer que todos saibam que Shinji está no momento mais vulnerável, então somente será nosso médico que vai acompanhar."

Toji olhou para Kaji com dúvidas, ele iria precisar de alguma ajuda, mas poderia dar um jeito sozinho, rapidamente ao seu lado um braço apareceu com uma chave, ela era da caminhonete de Kensuke.

"Eu fiz algumas modificações na parte de carga, deixei parecido com uma pequena ambulância... Deve ser o suficiente para ajudar um pouco."

Toji rapidamente pegou as chaves, com uma assentida ele agradeceu.

"Obrigado cara, vou devolver ela inteira."

Todos começaram a caminhar para seus postos, Kaji tinha muita coisa para supervisionar na chegada da Wunder, ele teria que fingir que era somente mais um pouso do navio, isso iria ser um longo dia, Kensuke não perdeu tempo em ir junto, ele iria ajudar no que fosse necessário, com Kaji e Toji ocupados com Shinji ele tinha muita coisa para gerenciar.

Lentamente as pessoas começaram a se aproximar, todos que podiam adoravam ver o enorme navio pousar, o navio da esperança o local onde seus amados estavam, onde seus amados estavam ansiosos por um pouco de paz, mas para outros, isso somente mostrava que todos estavam ainda em guerra, uma guerra que poderia terminar em alguns dias, ou alguns anos.

Lentamente ela chegou, sem pressa a poderosa Wunder tomou seu lugar na doca da vila 03, Kaji e Kensuke prontamente começaram a trabalhar, recursos que teriam que ser alocados, segredos que necessariamente teriam que ser protegidos, principalmente o pedido especial de Misato.

Toji estava à espera do pacote especial, ele esperava a equipe que iria lhe dar os cuidados de Shinji, vendo o momento certo, ele lentamente se aproximou de uma pequena abertura, um local onde não tinha outras pessoas, na sua frente Ritsuko e Sakura o esperavam, não tinha piadas, não tinha comemoração, era somente um único paciente que estava sendo transferido para a vila.

"E ai maninha..." Falou o homem com felicidade por ver a irmã depois de tento tempo, lentamente ele deu um abraço sem jeito na garota mais nova, ela tentou manter a postura na frente de sua superior, mas a saudade falou mais alto, rapidamente Toji se recuperou da emoções, seus olhos profissionais focaram em Shinji.

Com passos lentos ele olhou para a cama, viu Shinji dormindo tranquilamente, o homem olhou para a pessoa que há tanto tempo esperou aparecer, mas a pessoa que tanto esperou estava parada, com os braços cruzados, seus olhos focados na pessoa na cama.

"Vamos poder ajudar ele irmãzinha, eu te prometo." Falou Toji ao começar a preparar o carro que Kensuke tinha lhe emprestado para essa função, lentamente Sakura começou a caminhar em direção do carro, ela queria poder ir para o hospital.

"Eu sei que vai." Falou a jovem médica ao abrir a porta do carro, seu rosto tinha um sorriso abatido, ela queria poder ajudar Shinji, principalmente depois de começar a ver o homem com outros olhos, seu irmão estava certo afinal de contas.

"Quanto tempo vai ficar?" Perguntou Toji ao apertar algumas amarras.

"Até terminarmos de reabastecer." Respondeu Ritsuko ao olhar para seu tablet, sua função tinha terminado e ela tinha muita coisa para fazer na Wunder, mas antes de poder sumir de vista, ela se virou e falou diretamente para Sakura, já sabendo do desejo da menina para passar mais um tempo com seu irmão.

"Pode tirar alguns dias para ajudar no hospital da vila, a Wunder não vai ter muita coisa para fazer nestes dias."

"Ok!" Falou a menina alegremente ao saber que poderia passar um tempo com seu irmão, fazia muitos anos que ela não tinha essa oportunidade.

Com o som de um motor sendo ligado, Toji não perdeu tempo em dar a partida no carro velho, mas ele estava de bom humor, Sakura ficou olhando para onde Shinji estava.

"Vamos ajuda-lo, você já fez todo o trabalho pesado."

Sakura ainda olhava para Shinji com tristeza e culpa, ela queria poder fazer um pedido de desculpas por todas as coisas que pensou dele no passado, ela queria poder se redimir de alguma forma.

"Eu sei... mas não é isso que me indomada."

Toji olhou para a irmã, tomando o maior cuidado com a velha estrada de terra, mas as palavras de Sakura chamaram sua atenção.

"O que foi isso?"

Sakura respirou profundamente ao pensar em tudo que passou, era bom poder sentir o cheiro da natureza, mas a culpa a estava consumindo.

"Eu me sinto culpada... me sinto culpada por ele estar assim, eu sei que não foi eu quem fez isso mas... de alguma forma me sinto responsável."

Toji ainda olhava para a irmã, ele conhecia bem o caminho para saber se estava indo para o lado errado, mas ele tinha que ajudar a mulher ao seu lado, sua irmãzinha.

Sakura percebeu o silencio de Toji, ela sentiu que tinha que continuar.

"Eu pensei tanta coisa sobre ele..." Passou a mão pelos seus longos cabelos moreno e continuou.

"Eu sempre pensei que ele merecia, que ele era um monstro, mas quando eu o vi, conversei com Mari sobre o homem que tinha matado nosso pai... nossos amigos, ele não parecia nada como foi informado."

Toji voltou sua atenção para a estrada, sua mente escutando tudo atentamente, sua irmã teve que lutar muito neste novo mundo, ele não sabe ao certo o porquê que o mundo escolheu seu pai para levar, mas o que mais o machucou foi o fato que sua irmãzinha teve que crescer muito rapidamente, ela nem pode terminar a escola, somente teve que virar médica para ajudar.

Sakura olhou para fora ao dar uma longa respirada, sua mente se lembrando de todas as maldições que lançou, de cada mal agouro que rogou contra Shinji, isso estava machucando sua alma.

Toji sabia que essa era a hora para começar a ser irmão mais velho novamente, com um sorriso simpático ele falou com calma, Sakura o olhou para escutar tudo atentamente.

"Eu sei que pensar assim deve estar te machucando, mas não pode pensar mais no passado Sakura... você pode ter pensado assim, claro que sim, mas isso é passado... o que podemos fazer é seguir em frente, não é sua culpa estar com raiva... mas o mais importante foi você ter reconhecido que isso foi errado, isso é o que realmente importa."

Sakura lentamente segurou as lagrimas, Toji estava parecendo o seu velho pai neste momento.

"Você está ficando que nem ele... só falta a barriga."

Toji percebeu a tentativa de humor que sua irmã estava tentando fazer, ele rapidamente começou a rir do momento em família, na sua mente ele pensou em seu pai, ele queria ser como ele, ele esperou que de onde ele estivesse, pudesse se orgulhar dele.

"Shinji não é um cara ruim, quando ele acordar fale com ele, Shinman é um cara legal."

Sakura olhou para o rosto de Shinji, ela não o tinha conhecido como Toji, ela somente sabia o que era falado, o que estava nos relatórios oficiais de sua personalidade, mas o julgamento de seu irmão era o que mais importava.

"Eu sei, tenho muita coisa para pensar, muita coisa para fazer..."

Toji olhou para a irmã, ele podia ver que isso ainda estava na mente dela, com um sorriso ele pensou em uma pessoa que poderia ajudar.

"Ah! Quase me esqueci... Tsubame está com saudades de você."

Isso foi o suficiente para trazer um sorriso no rosto da menina, Sakura se lembrou de sua sobrinha, a menina que nasceu neste mundo perdido, o fio da esperança para a humanidade.

"Ela está ainda mais fofa!" Toji falou sorrindo ao pensar na filha.

"Assim espero." Sakura falou ainda de bom humor, realmente Toji tinha conseguido melhorar seu humor, isso era como estar nos tempos normais novamente, logo seus olhos caíram no rosto de Shinji, ela sabia que ele sobreviveu por um milagre, mas estar vivo era o mais importante.


Vento frio, foi isso que Shinji sentiu ao abrir os olhos, rapidamente ele olhou para os lados ao ver que estava novamente no bosque de Tóquio 3, seus olhos focaram no céu azul.

"O que aconteceu comigo?" Perguntou o menino para o nada, sua mente se lembrando de momentos anteriores, ele tinha uma escolha para fazer, mas será que tinha feito a escolha certa?

"Ainda aqui?" Thanato falou ao se sentar ao lado do homem que tinha feito à pergunta que tanto fazia para as outras almas.

Shinji ainda olhava para o céu, ele sentia uma forte tristeza em seu peito, as lembranças o assolando com força a cada batida de seu coração.

Thanato olhou para Shinji, ele podia sentir a dúvida no homem ao seu lado, neste ponto da jornada somente dependia de Shinji.

"Toda a escolha tem uma consequência... a sua será a realidade."

Shinji olhou para o céu, sua mente pensando nas pessoas que tinha arruinado a vida.

"Será que eu deveria ter escolhido a morte? A dor teria parado."

"Agora não tem mais volta, as pessoas estão dependendo de você." Thanato respondeu ao olhar em volta.

"Dependendo de mim? Pobres coitadas." Shinji falou abatido ao cobrir o rosto da luz do sol.

"Shinji, não pode mais ficar assim... você escolheu a vida porque quer ficar vivo, mas isso somente pode ser alcançado se você escolher tentar, ficar assim não é viver... a vida é dor rapaz, mas as pessoas tem que encontrar uma forma de conseguir superar isso e ser feliz, é só olhar para as vilas, as pessoas ainda conseguem sorrir."

Thanato falou ao se concentrar na alma das pessoas, mas Shinji ao seu lado está se mostrando ser um caso difícil.

"Eu somente quero que isso acabe, poder largar tudo." Shinji falou abatido.

"Somente pode acabar com alguma coisa quando começar alguma coisa... se ficar deitado e não fazer nada, nada irá mudar, é como um ditado que escutei há alguns anos... 'Não comece nada, e não haverá nada.'."

"Quando eu tentei ajudar, eu matei o mundo todo." Shinji tentou rebater, mas no fundo ele sabia que o homem ao seu lado estava certo, ele somente poderia ajudar realmente se fizesse alguma coisa.

"Tem uma grande diferença em fazer uma coisa porque quer, do que um mero acidente... eu já vi muita história, você não é como os homens que fizeram as coisas que queriam fazer..."

"Mas eu estava lá..." Shinji falou abatido ao pensar no terceiro impacto, ele sabia que esse poder refletia o que estava em seu coração.

"No fundo eu queria que o mundo sumisse, que a dor sumisse... na minha cabeça era assim que funcionava e foi o que aconteceu."

"Rapaz, todas as pessoas querem que mundo vá para inferno quando estão chateadas, e com você não é diferente, mas quando aconteceu o eles chamam de terceiro impacto, o evento olhou sua alma e sentiu seu coração... infelizmente ele interpretou mal, não foi sua culpa, teria sido igual com qualquer outra pessoa."

Thanato olhou para Shinji, ele sabia que o homem ao seu lado tinha que saber lidar com a realidade, ele sabia que Shinji teria que acordar alguma hora, ele teria que abrir seus olhos para as pessoas que ainda se importavam com ele e com o mundo, ele tinha uma coisa para fazer, olhando para frente, ele pode ver Lilith o olhando, ele podia sentir que sua ideia era a certa.

Com uma assentida final, ele se concentrou, ele sabia que o mundo real era dor, mas a dor fazia parte do ser humano, a felicidade genuína era o melhor remédio para uma alma machucada, ele somente teria que encontra-la.

"Não sei." Shinji falou abatido ao fechar os olhos, mas quando finalmente os abriu novamente, o mundo tinha mudado, seu corpo doía, sua garganta doía, era como se ele fosse desmontado, lentamente ele soube que tinha acordado.

"Olá Shinji! Finalmente acordou!" Toji falou ao colocar sua lanterna nos olhos do homem na sua frente, há poucas horas ele tinha removido os remédios que o mantinha dormindo, sorrindo ao ver que seus olhos estavam reagindo da forma que deveriam.

Shinji se sentiu estranho ao reconhecer aquele rosto, era seu amigo de escola.

"To... To... Cof... Cof... Toji?" Tentou falar o homem, mas sua garganta doía com o pequeno esforço.

"Calma ai campeão... seu corpo ainda está frágil... tenha calma." Falou Toji com um sorriso no rosto ao tocar o peito de Shinji, ele podia ver que ele queria algumas respostas.

"E sim... sou eu, o primeiro e único Toji Suzuhara, ainda continuo bonitão, faz muito tempo que a gente não se vê." Disse o médico naturalmente ao conferir as medicações, Toji escolheu Shinji para o novo remédio que a vila está testando, uma solução de LCL concentrado para acelerar a recuperação, parecia que estava funcionando.


Notas do Autor: Olá pessoal Calborghete aqui, temos enfim o capítulo 36, espero que tenha sido de agrado de todos, como sempre não deixem de segui-la e salva-la em seus favoritos para não perderem mais nenhuma atualização futura.

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