N/A: Escrevi esta 'carta' inspirada em algo pessoal. É por isso que é Mystery Pairing. Pode adaptar-se a qualquer casal, a qualquer fim de relacionamento. Eu só precisava mesmo de desabafar. Só isso mesmo.
Sejam queridos e comentem. Eu sei que é pequena, mas... enfim.
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Carta Para Ti
'Espero que leias esta carta um dia. Sinceramente espero. Não é que grande coisa venha a sair desta mente estúpida que é a minha, mas pronto. O que realmente conta é a intenção.
Antes de mais, deixa-me dizer-te que a intenção não é magoar-te, nem chatear-te. Na verdade, acho que nem dás grande relevo à minha opinião, portanto nada do que eu diga ou faça te atinge.
Se por algum momento pensaste que eu era cega, ou mesmo surda, ou parva, digo-te que então sempre estiveste redondamente enganado e nunca me conheceste. Eu nunca te conheci, pelo menos. E ainda bem.
Nunca tive fé em nós. Essa é a mais pura das verdades. Quando todos se maravilhavam com a possibilidade de tu e eu sermos um casal, eu ficava calada. Talvez eu estivesse a antever o que aí vinha. Ou então talvez eu não estivesse tão segura como tu... Não me envolvia com ninguém desde há três anos, talvez fosse medo. Medo de falhar de novo.
Quando me deste um beijo, - o nosso primeiro beijo - eu fugi. Acto irremediavelmente estúpido, para muitos. Mas não para mim. Eu sempre soube que havia algo que não batia certo, algo que, por mais que procurasse, me escapava e eu detesto quando as coisas me escapam.
Quando me disseste que gostavas de mim - numa noite quente de Agosto -, ao príncipio, calei-me. Mas depois, pensando que estava a ser demasiado cautelosa, decidi dizer-to.
Não o nego. És atraente, bonito e inteligente. Simpático, divertido e carinhoso. Era díficil não gostar de ti.
E então, disse. Três mágicas palavras: "Gosto de ti."
Um dos maiores erros da minha vida.
Pensava que te conhecia o suficiente para confiar em ti. Como estava enganada! Como fui enganada!
Mensagens carinhosas, a tua voz sempre doce e querida, os teus beijos sempre suaves, os teus braços prontos a transmitirem-me aquela segurança de que tanto necessitava.
Um dia, foste-te. E quando voltaste, assim que te falei, eu soube que não eras o mesmo. Que algo tinha acontecido. E foi então que cometeste o teu maior erro: mentiste-me. Disseste que nada tinha acontecido.
Nada, s.m. ausência de quantidade; o que não existe; bagatela; pron. indef. coisa nenhuma.
Nada existiu? Nada aconteceu? Achas que aquilo foi 'nada' ? Não, não
foi nada. Foi tudo. Tudo o que serviu para destruir o nosso já tremido
envolvimento.
Detesto pessoas que mentem e não conseguem admitir aquilo que fazem. Esta podia ser uma definição para a tua pessoa: mentiroso e não consegue admitir aquilo que fez.
Depois de forçado, lá admitiste. E depois, pediste desculpa. Desculpa?
Não é que estivéssemos juntos, mas tu devias-me nem que fosse só um bocadinho de fidelidade. Se não fosse assim, então qual tinha sido o teu objectivo ao dizer-me que gostavas de mim?
Não entendo. Talvez seja melhor não entender. Talvez seja por não te entender, por não te conhecer, que te conseguirei esquecer. Talvez seja melhor que nunca mais os nossos olhares se cruzem. Talvez seja melhor esquecer tudo o que aconteceu antes daquele dia. Talvez seja melhor seguir em frente e não olhar para trás. Talvez seja melhor fingir que não nos conhecemos. Talvez seja melhor tornarmo-nos estranhos um para o outro.
Quem nos juntou, diz que nós tínhamos tanto potencial. Que éramos tão semelhantes. Talvez as semelhanças não cheguem para que uma relação funcione. Talvez tenha que haver mais do que um mero entendimento. Talvez tenha que haver mais do que amor...
Perdi-te. Perdeste-me.
Ou então não...
Não se pode perder algo que nunca se teve, não é verdade?'
