Um pingo de água gelada em meu rosto foi o que me acordou. Depois de comer e tomar o remédio, eu havia me deitado no sofá, sentindo a indisposição me atingir com força total.
Ao abrir os olhos, encontrei o rosto de Jacob próximo ao meu; seus cabelos molhados pingando o que eu imaginei ser água da chuva, foram os culpados por me acordar. Ele estava agachado no chão, em frente ao sofá, inclinado sobre mim. Sua mão quente acariciou a minha bochecha quando viu que eu estava acordada.
"Desculpa te acordar." sua voz grossa soou angelical em meu ouvido "Ouvi dizer que você estava com febre."
"Charlie não consegue manter a língua dentro da boca, mesmo, não é?" Minha voz saiu rouca, e eu tive que pigarrear algumas vezes antes de me sentar no sofá.
"Ele só está preocupado." riu ele "Além disso, sinta-se grata, pois, por causa da fofoca dele, Emily garantiu nosso almoço."
Ele apontou para um guardanapo ensopado que parecia envolver várias tigelas de comida. Eu o encarei, confusa.
"Como você carregou isso até aqui?"
Jacob ignorou a minha pergunta, indo até a cozinha. Eu não pude ouvir os seus passos silenciosos, mas o barulho do armário abrindo e fechando deixou claro que ele preparava a comida. Eu me levantei do sofá devagar, sentindo minha cabeça latejando.
Pular de penhascos durante uma tempestade, e passar a manhã de vestido no ar gelado não foram as minhas escolhas mais inteligentes.
Quando cheguei à cozinha, Jacob estava esquentando a tigela de ensopado no microondas. O cheiro já preenchia o ambiente, então eu me sentei à mesa, observando Jacob trabalhar, cantarolando para si mesmo, por alguns minutos.
"Jake, como é que você entrou aqui?", perguntei depois de notar que eu havia trancado a porta da frente antes de me deitar.
Jacob riu, dividindo o ensopado em duas tigelas menores, e colocando uma em minha frente.
"Poxa, Bella, assim você me ofende." retrucou, me olhando como se eu tivesse ferido seus sentimentos. "Eu praticamente moro aqui. Charlie é como meu segundo pai."
"Uhun. Vamos ver se ele vai te tratar como um filho quando ouvir que você invadiu sua casa. Lembra que eu te pedi pra não levar um tiro?"
"Não seja boba. Charlie me ama." respondeu, estufando o peito orgulhoso. Ele se sentou na minha frente, e nós comemos em meio a um silêncio gostoso por alguns minutos. Os cabelos de Jacob já estavam quase secos quando terminamos; o calor de seu corpo ajudou a secá-los rapidamente. Observando mais atentamente, percebi que seus shorts também estavam molhados, e seu peito, exposto, como sempre.
Não era novidade ver Jacob sem camisa - na verdade era mais estranho vê-lo vestindo uma -, mas, por alguma razão, naquele momento, aquilo fez a minha pele esquentar ainda mais. Tentei empurrar aqueles pensamentos para longe, buscando focar em outra coisa.
O ensopado de Emily conseguiu esquentar bem minhas mãos e meu estômago, enquanto as pernas de Jacob esquentavam as minhas, que estavam entre as suas sob a mesa.
"Algum sinal de Victória?", perguntei, depois de deixar a louça sobre a pia e me juntar à ele na sala.
"Não. A sanguessuga parece estar evitando as nossas terras depois daquele dia do penhasco. Mas sabemos que ela está rondando pela água. Sam vem tentando atraí-la para uma emboscada, mas não tem dado certo." Disse ele, me puxando para os seus braços, quase que imediatamente e eu fui de bom grado. "Aquela lá parece saber sobre todos os nossos planos. Se eu não soubesse melhor, diria que ela tem algum informante", soltou ele, frustrado. Suas mãos passaram pelos cabelos, bagunçando-os ainda mais. "Se apenas soubéssemos algum de seus pontos fracos..."
Vasculhei minha mente, procurando alguma informação que eu poderia ter deixado passar, e que os ajudaria a capturá-la. As memórias daquela época eram tão dolorosas para mim, que eu as havia enterrado tão profundamente em minha mente, então não ajudaram muito.
A maioria das coisas que me vinham à toda, eram relacionadas à James, e ao dia em que Laurent quase havia me matado naquela clareira. Não lembrava muita coisa sobre Victória, até porque, ela não foi uma das peças principais do jogo de James.
A não ser que…
"Eu poderia, talvez, perguntar para Alice", pensei em voz alta. "Ela pode ter alguma informação que ajudaria vocês."
Jacob grunhiu audivelmente, me apertando em seus braços.
"Eu não sei se eu gosto da ideia." Resmungou. "Desde a última vez que ela veio aqui, sua casa tem fedido demais. Quase não consegui entrar, com a catinga que ela deixou para trás."
Jacob fez uma careta teatral, prendendo seu nariz com dois dedos e balançando a outra mão em sua frente. A tática dele de tentar mudar de assunto era óbvia, e em outro momento eu não teria caído na sua, mas a careta que ele fazia fez algo dentro de mim borbulhar; quase impossível não cair na sua provocação.
"Já que cheira tão mal, porque você não faz xixi nas paredes e no sofá, para marcar território, que nem um chihuahua? Talvez assim, ela não volte nunca mais aqui," provoquei, com desdém em minha voz.
Jacob me encarou por alguns segundos, como se não acreditasse no que eu havia acabado de dizer; Então sua risada estrondosa soou pelo cômodo como um terremoto. Eu, que estava encostada em seu peito, tremia junto com suas gargalhadas, por fim, sendo influenciada e rindo junto com ele.
"Talvez eu devesse mesmo. Podia aproveitar e já marcar você como minha, também", sua voz grossa, sussurrou baixinho no meu ouvido, provocando arrepios por todo o meu corpo.
Por alguns segundos, eu perdi a minha voz. Tudo o que eu podia pensar era a sua respiração quente em meu pescoço, e o som ritmado do seu coração contra mim.
"Se eu sou sua, então você é tipo… meu namorado agora?"
Duas batidas do seu coração passaram, em completo silêncio, enquanto ele parecia absorver o que eu havia acabado de dizer.
Jacob agarrou meus ombros, me virando tão rapidamente que quase fiquei tonta. Um sorriso gigante surgiu em seu rosto, como um sol saindo de trás das nuvens naquele dia chuvoso e eu nunca havia visto seus olhos brilhar tão intensamente. Sua respiração pesada bateu contra o meu rosto.
"O que você falou?", perguntou, desacreditado, parecendo estar sem ar. "Repete o que acabou de dizer."
"Qual parte?" Me fiz de desentendida, mas as minhas bochechas queimando deixavam óbvio que eu sabia muito bem do que ele estava falando.
"Não se faça de boba, Swan," reclamou, ainda com o sorriso no rosto. "Porque estou esperando por este momento há pelo menos uns dez anos."
Eu me senti emotiva, desistindo do teatro.
"Basicamente, eu disse que sou sua… se me aceitar", sussurrei, mordiscando meu lábio no processo.
Se me perguntassem, eu não saberia dizer como, mas, em um segundo eu estava em seu colo, e no outro ele tinha os lábios sobre os meus, devorando-os com tanto fervor e tanta sede, que eu mais parecia um copo d'água no deserto.
Na verdade, quem estava no deserto era eu. Seu corpo queimava contra o meu, preenchendo cada espaço vazio ao meu redor, me envolvendo com as suas mãos e os seus lábios; eu fiquei tonta tentando decifrar onde eu terminava e ele começava. Era tão quente e nós nos moldamos um no outro com tanta perfeição que, por um segundo, tive certeza de estar derretendo ao seu redor.
Ele fazia juz ao apelido que eu havia lhe dado. Jacob era o sol que preenchia cada brecha do meu ser, que aqueceu meu coração frio e quebrado, soldando as peças juntas, e agora, eu não conseguiria imaginar viver sem.
Sem fôlego, eu quebrei nosso beijo, sentindo o mundo ao meu redor girar. Jacob não se deu por satisfeito, e rumou seus beijos para o meu pescoço, me dando espaço para respirar, mas não ajudando em nada na minha condição. Se beijar sua boca era enlouquecedor, ter os seus lábios em meu pescoço era como entrar no paraíso. Eu sentia os efeitos por todo meu corpo. Não havia um centímetro que não estivesse fervendo, no momento.
Eu me perguntei, em um momento de clareza, se minha febre não tinha voltado.
"Jake…", chamei-o, arfando, tentando trazê-lo de volta à terra. Não funcionou. "Jake você vai ficar doente, eu… Jake." Ele grunhiu, tirando os lábios do meu pescoço por um momento, para poder falar.
"Bella…" Tinha os olhos negros, presos aos meus, como se estivesse tentando fazer uma criança entender a coisa mais simples do mundo. "Cale a boca por um segundo, sim? Eu não estou nem aí."
Seus beijos subiram para minha orelha, antes de descerem pelo meu pescoço novamente e lutarem contra a gola da minha camiseta, tentando chegar ao meu ombro.
Quando ele voltou para o meu pescoço, perdendo a luta contra a minha camiseta, ele chupou com força o ponto macio embaixo da minha orelha, fazendo um som torturado sair pela minha garganta. Aquilo, sim, o fez congelar por um segundo. Seu coração batia forte sob uma das minhas mãos, que havia se instalado em seu peito e nossas respirações irregulares era tudo o que conseguimos ouvir na sala.
Parecendo lutar contra si mesmo, Jacob se afastou lentamente, me ajudando a sustentar meus membros, que pareciam ser feitos de geleia, no momento. Minhas mãos tremiam, meus lábios formigavam e eu tive que piscar várias vezes antes que pudesse ver seu rosto com clareza. Eu estava uma bagunça.
Alguns minutos se passaram, onde nós dois tentamos controlar nossas respirações. Quando finalmente encontrei seus olhos novamente, o desejo ainda brilhava neles, mas junto a ele, havia ternura e adoração. Eu nunca me senti tão amada quanto naqueles segundos em que ele não disse nada, apenas me observava, com um sorriso nos lábios e o brilho no olhar.
Eu mordi meus lábios, que ainda formigavam, e sofriam a falta do calor que os seus traziam, e eu senti todo meu sangue se acumular em minhas bochechas enquanto pensava no que havia acabado de acontecer com eles. Seu sorriso aumentou e ele colocou uma das suas mãos em minhas bochechas.
"Eu adoro isso. O modo como suas bochechas ficam vermelhas quando eu te deixo nervosa", sua voz rouca não era nada mais do que um sussurro. "Na verdade, não há nada em você que eu não ame; O modo como você sempre tropeça nos próprios pés; seu jeito cabeça dura e sua teimosia; o modo como sempre se importa mais com os outros do que com você mesma; O fato de se preocupar comigo, mesmo sendo um lobo." Ele acariciou meus cabelos, seus olhos esquadrinharam o meu rosto como se tentasse memorizar cada pedacinho de mim.
"Você é tudo que eu sempre quis, Bella. Desde criança. Eu passava o ano inteiro ansioso pelo verão, porque eu sabia que você viria." declarou ele. "Claro que levar lama na cara não era lá essas coisas, mas… sempre sonhei com este momento. O momento que você seria minha", a última palavra foi dita com um orgulho palpável; Suas emoções transbordaram, e preencheram cada pedacinho do meu coração.
Eu não sabia como, nem onde aquele sentimento havia começado - e talvez Jacob estivesse certo e fosse algo que aconteceu desde quando éramos crianças -, mas eu sabia que seu amor, nosso amor, agora era algo inquebrável.
"Me desculpe por te fazer esperar tanto tempo." Sussurrei.
Jacob sorriu, aquele sorriso que era somente meu, que eu amava mais do que tudo no mundo. "Valeu a pena."
Vê-lo feliz daquele jeito, como se ele tivesse ganhado na loteria, me fez pensar o quanto eu não o merecia. Aquilo me fez lembrar da promessa que eu havia feito para mim mesma quando nos beijamos à alguns dias atrás, onde eu havia prometido que me abriria para ele por completo. Algo deve ter aparecido em meu rosto, porque Jacob segurou meu queixo, puxando para que eu olhasse para ele.
"O que foi? Tem algo de errado?" Havia cautela no modo que ele perguntou aquilo e eu desejei não ter que falar sobre aquilo. "Estamos indo rápido demais?"
Eu me afastei dele, colocando alguma distância entre nós, querendo que ele tivesse espaço para o que quer que fosse a sua reação para o que eu estava prestes a lhe contar.
"Na verdade, eu tenho algo que preciso te contar. Eu prometi ser completamente honesta com você, e quero que tenha noção de onde está se metendo, antes de seguirmos em frente."
Meu rosto sério pareceu tornar o momento ainda mais doloroso, e a minha preocupação deve tê-lo assustado, porque Jacob tentou me abraçar novamente, como se tentasse me parar.
"Para Bella, não tem nada que você possa dizer-"
"Não! Me escuta…", eu o cortei, me afastando por completo, puxando minhas pernas para o meu peito e sentindo o meu coração doer. "Eu só quero que você saiba de tudo. Desde quando começamos a consertar as motos, até o pulo do penhasco. É justo que saiba, pois foi você quem me tirou daquela situação. "
Ele me olhou com expectativa, mas ainda vi algum medo em seu olhar, ainda sem entender o motivo da distância que eu havia colocado em entre nós. Senti sua mão acariciando minhas costas, como se me para me confortar e encorajar a falar.
Eu tomei coragem.
"Antes mesmo de eu aparecer com as motos, quando eu comecei a acordar do meu estado… catatônico, eu fui para Port Angeles com uma amiga. Quando estávamos lá, eu meio que me coloquei em uma situação perigosa com uns motoqueiros que estavam parados em frente a um dos bares, em uma rua escura."
Jake pareceu que ia falar algo, mas desistiu, por algum motivo. Ele continuou a me olhar, esperando e eu levei aquilo como incentivo.
"Não me pergunte o porquê de ter feito o que fiz; eu mesma não sei o motivo. Não sei o que estava pensando, e na verdade, eu acho que não estava. Parada lá, no meio da rua, perto daqueles homens estranhos… Foi quando eu…", eu respirei fundo antes de falar o resto tudo de uma vez, apressadamente. "Eu ouvi a voz de Edward, como se estivesse do meu lado, me falando para parar; para dar meia volta e ir embora."
Eu não consegui olhar para Jacob, e, nesse momento ele parou de esfregar as minhas costas com a sua mão. Abracei as minhas pernas com mais força, sentindo meu corpo tremer. "Foi então que começou, toda vez que eu me colocava em perigo, eu podia ouvir sua voz ao meu lado, me mandando parar." Eu balancei a cabeça, me sentindo estúpida. "Acho que, de alguma forma, meu subconsciente assumiu sua forma, para me forçar a fugir do perigo, pois ele sempre foi super protetor."
"E então o que aconteceu?" Ele perguntou, depois de alguns segundos de silêncio. Sua voz baixa e calma, contrariou minhas expectativas para a sua reação. Novamente, ele me lembrava Sam.
"Foi aí que eu arranjei duas motos, e te convenci a consertá-las comigo."
"Para ouvir a voz dele?" Seu tom era duro, e me fez finalmente olhar para ele novamente; pânico tomando minhas veias ao ver dor em seus olhos.
"Não! Naquele ponto, eu não sabia que precisava estar em perigo para vê-lo." Expliquei rapidamente. "Eu apenas queria quebrar a promessa que eu havia feito à ele, assim como ele havia quebrado a que fez para mim... Eu queria mostrar pra ele que, a partir do momento em que ele foi embora, eu era livre para fazer minhas próprias escolhas, sem ligar para o que ele achava ser perigoso, ou não. Além disso, eu gostei da sensação de estar em uma moto; o vento batendo em meu rosto com a velocidade."
Percebi que eu estava tendo problemas para respirar naquele momento, com o buraco em meu peito ameaçando me engolir enquanto observava a máscara impassível que era o rosto de Jacob, suas sobrancelhas fazendo sombras em seus olhos.
"Mas aí você saiu daquela garagem, com um sorriso enorme, e me abraçou; e nós comemos pizza, e andamos pela praia, e eu já não pensava mais tanto nele."
"Qual outras vezes isso aconteceu?", foi tudo o que ele perguntou, ainda distante.
Eu me contorci, olhando minhas mãos, "Eu o vi na clareira com o Laurent, antes de saber que você era lobo; quando fomos testar as motos e no penhasco." Admiti, me sentindo pequena sob o seu olhar.
O silêncio ao nosso redor era palpável, e senti o sofá começar a tremer. Quando olhei novamente para Jake, seu corpo tremia, e a máscara de Sam havia sumido. Jacob se levantou, começando a andar de um lado para o outro na pequena sala.
"Jake, por favor, se acalme." Lágrimas, agora, rolavam pelo meu rosto, "Me desculpe se eu te machuquei, ou se fiz você pensar que eu te usei. Eu juro que não foi a minha intenção!"
"Me usar? Bella, não é por isso que eu estou irritado." Ele disse, parando de andar. "O que me deixa mais bravo, é ver como o sanguessuga tinha as garras cravadas tão fundo em você! Fez promessas que não podia cumprir e fez você se arriscar por conta de uma visão dele; ao ponto de achar que estava ficando louca!"
Ele se agachou no chão à minha frente, pegou meu rosto em suas mãos, e limpou as lágrimas que ali escorriam. "Eu me lembro de como você estava, naquele primeiro dia, na garagem. Você estava vazia, sem qualquer cor, quase como se seu corpo estivesse andando sozinho, sem uma alma. Aquilo quebrou o meu coração, Bella… Levei semanas até conseguir fazer você expressar alguma emoção de verdade."
Tentei abaixar a cabeça, instintivamente, mas ele não deixou; segurando-a em suas mãos com mais firmeza.
"Me deixa louco saber que o sanguessuga fez isso com você; fez você sofrer a ponto de ter sua… saúde mental afetada; a ponto de perder o rubor de seu rosto, que eu amo tanto…" Ele acariciou as minhas bochechas. "Então não, Bella. Eu não te culpo por tomar ações desesperadas para se sentir mais viva. Mesmo que isso me faça sentir um puta ciúme."
"Você não está bravo comigo? Não me acha louca, por ouvir vozes?"
"Bom…" Ele sorriu de lado. "Já tem algum tempo que eu sei que você não é completamente sã. Mas foi essa parte sua que te permitiu me aceitar, do jeito que eu sou."
Foi tudo o que ele precisou me dizer para que eu me jogasse em seus braços, enterrando meu rosto em seu ombro, abraçando-o o mais forte que pude. Meu corpo ainda tremia, mas pude sentir o medo se esvaindo, e dando lugar ao alívio, feliz de ter os braços de Jacob me aninhando em seu peito.
"Eu só preciso que você me prometa uma coisa, Bells." Pediu ele e eu me afastei o suficiente para poder olhar o seu rosto.
"O que você quiser", disse, prontamente, e ele sorriu de lado com a minha resposta rápida.
"Por favor, continue sendo honesta comigo. Se você se sentir assim de novo, machucada, sobrecarregada, não me importa com o que… Até mesmo se ouvir a voz dele de novo, eu quero que você me conte, e eu prometo que vou fazer o que puder para te ajudar. Eu estou aqui por você. E vou estar até o fim."
Um sorriso brotou em meu rosto e foi esforço nenhum para mim dizer, "Eu prometo." Suspirei, feliz.
"Agora, por mais que eu queira ter você em meus braços pra sempre, precisamos checar a sua temperatura", disse ele, parecendo mais relaxado. "Eu não sei se você está com febre ou passou muito tempo perto de mim."
"Você, com certeza, não ajudou em nada. Deve ter aumentado minha temperatura uns cinco graus." Provoquei, tentando aliviar o clima e me levantando. Minha cabeça girou por um segundo, e eu tive que me segurar em Jacob para não cair. "É, talvez eu não esteja tão bem."
