Ela estava indo embora, e seu rosto triste, seus olhos fechados, ele sentia o seu corpo ficando gelado...Seus lábios roxos...
Quem disse que eu não ia perceber que você estava indo embora...?
Ele chorava...Sim, o grande guerreiro, Sirius Black, chorava. Por conta de uma garota que "ele não amava"...Ele se abaixou, deu-lhe um selinho, agarrou as cobertas e começou a soluçar baixinho.
Como eu pude ser tão burro...?
-Sirius...? Tina entrava na enfermaria e o abraçava, chorando também.
-Tina...Você viu? Sirius se sentia tão confuso...
-Vi. Eu sempre soube. Pode ficar com ela se quiser. Falou Tina, num sorriso molhado de lágrimas.
-Tina...Eu amo você. Não ela. Sim, era Tina que ele amava. Mas então, por que a morte de Corine lhe parecia um fato tão horrível? Por que ele não conseguia se ver vivendo sem ela? Mas Tina sorria, sorria como se fosse a coisa mais simples e maravilhosa do mundo. Um sorriso que passava a certeza de que tudo daria certo, como se Corine fosse abrir os olhos, de repente, e sorrir.
-Conversa. Se fosse eu que estivesse aqui, você não estaria parecendo uma criança pequena. Sirius, nós duas queremos que você seja feliz, nós duas queremos ser o Sol e a Lua, amo você.- O beijou e saiu da enfermaria
-Você é igualzinha a sua mãe. Falou uma voz zombeteira no reflexo de Tina.
-Você voltou? Achei que amasse a Corine.
-E a amo, extremamente, tanto quanto amava sua mãe -disse a imagem de Tina no espelho com um sorriso irônico e cruel.- Assim que a criança nascer ele matará vocês três. Nunca se esqueça.
-Madame Pomfrey, ela...Corine...?
Seu corpo começou a se erguer no ar, era um corpo morto, mas voava, sua alma girava junto com sangue...
-...Magia Negra... Sirius sussurrou, amedrontado.
Palavras incompreensíveis entravam por seus ouvidos...Maldições, profecias...Tudo numa voz rouca e sussurrante.
-Ela estará...Viva...Mas...Jamais...Poderá...Morrer...Novamente...
Seu corpo despencou das alturas.
-CORINE!
Consegui, eu peguei você...Eu não sei o que faria se você nunca saísse daquele estado... E beijou seu rosto, era tão bom sentir o calor dela...
-Pintando de novo, Ann?
Um homem de cabelos escuros e lisos, olhos avermelhados e um rosto meio reptiliano chegou por trás de uma garota, ela era realmente esplendorosa, tinha longos cabelos prateados, olhos azul-esverdeados e tristes, e lábios muito vermelhos.
-Príncipe, não chegue assim, silenciosamente, pelas minhas costas que eu me arrepio toda!
-Se arrepia, é? Perguntou ele, zombeteiro, enquanto encostava seus lábios naquele pescoço alvo -E não me chame de Príncipe...Para você eu sou apenas Tom.
-NÃO! Me-larga! A garota, ofegante saiu porta a fora, correndo.
-Que quadro interessante...
O homem olhava para um quadro onde se via uma mocinha loura presa à uma serpente em seu aperto mortal, e esta, ao mesmo tempo em que tentava se livrar expressava um louco prazer pelo aperto.
-É assim que você nos vê, Ann...? O homem tinha uma melancolia louca no olhar...
-AHHH! Nããããão! Corine estava na enfermaria chorando, tinha acabado de acordar daquele sonho, a última coisa que se lembrava era do homem se aproximando e esganando-a, com aqueles olhos vermelhos brilhando de prazer.
-Srta. Riddle! Acalme-se!
O rosto de Madame Pomfrey estava preocupado.
-Que estranho... A poção que eu lhe dei antes dela dormir era para não sonhar...Parece que os feitiços comuns não funcionam com essa garota... Resmungou Madame Pomfrey para si mesma.
-O que disse Madame Pomfrey? Perguntou Corine, curiosa.
-Nada, nada não querida. Respondeu-lhe com um sorriso forçado.
-Querida, se vista, você tem visitas! Berrou Madame Pomfrey do lado de fora da enfermaria.
-Corine! Berrou Lily ao se atirar em seu colo.
-Quando você vai sair da enfermaria? Perguntou Remus enquanto colocava vários cartões apaixonados de melhoras no seu colo.
-Amanhã, só para prestar os exames escritos, Madame Pomfrey disse que a parada cardíaca que eu tive foi muito séria. Disse ela agarrando no ar o sapo de chocolate que James lhe atirava.
-Todos eles são do Malfoy? Perguntou Corine, rindo.
-Quase todos, aquele babaca... Resmungou James entre dentes.
-James! Exclamou Lily, repreendendo-o.
-Desculpe Lily,...Insistiu que entregássemos para você. Finalizou James, desgostoso.
-O que quer dizer com "quase todos"? Perguntou Corine erguendo uma fina sobrancelha loura.
-Cada um de nós escreveu um para você. Agora era Peter que falava.
- 'Brigada gente. Falou Corine, sorridente. Ela ergueu olhos e esses se encontraram com os de Sirius.
Se entregar é para os fracos.
Pensou Corine com um sorriso decidido no rosto.
-Ê Sirius, que cara é essa de enterro? Nós estamos aqui para comemorar a melhora da nossa querida Corine! Disse Tina enquanto dava um soco no ombro de seu namorado.
Ela abaixou os olhos para a montanha de cartões e sorriu.
Seria tão bom se todos eles fossem do Sirius...
Estava decidido, ela ia parar com aquele showzinho ridículo e deixar Sirius e Tina serem felizes em paz.
Quando eu me tornei uma pessoa tão madura e deixei meu egoísmo de lado! e desatou a rir.
-Por que você tá rindo Corine? Perguntou Peter, temeroso.
-É que vocês tão aqui, todos reunidos só para me ver...Depois que a gente quase morre, essas coisas são muito importantes. Corine respondeu, gentil.
Fez-se um silêncio durante algum tempo, então Lily, corando, disse:
-Eu e o James temos uma coisa a contar para você.
-O quê? Perguntou Corine com interesse.
-A gente... tá namorando. Lily parecia que queria desaparatar para muito longe naquele instante, James tinha cara de que tinha ganhado um milhão de galeões.
-QUE MARAVIIIIIIIIIIIIIIIILHA! Corine berrou e se agarrou o pescoço da amiga.
-Isso é ótimo! Sempre torci por vocês! Ai que bom! Tô tão feliz! Pelo menos vocês encontraram a felicidade. Exclamou Corine com sinceridade.
-É, é tudo muito bom, tudo muito bem, mas a gente tem que ir para Hogsmeade- falou Tina dando um beijo na testa da irmã -Tchau maninha- sussurrou essas duas palavras com carinho para apenas Corine ouvir e depois gritou bem alto:
-Eu volto para te visitar mais tarde!
-Tchau gente -falou Corine dando um último abraço em Lily, na irmã, em James, em Remus e afagando os cabelos de Peter.
-Você não vem não Sirius! Berrou Tina da porta.
-Já vou, coração, só tenho que amarrar o sapato! Gritou Sirius de volta. Corine olhou para os sapatos dele: não tinham cadarço.
Assim que todos saíram, ele se levantou e, com um aceno da varinha, conjurou as mais belas rosas amarelas que ela já tinha visto.
-Eu sei que são as suas favoritas, é para alegrar esse lugar. Falou ele, sem olhar diretamente para ela.
-O-obrigada... Falou ela corando.
-Não é nada, e Corine... Sirius queria lhe pedir desculpas por tudo aquilo, mas hesitou por um segundo.
-Ãhn?
-Sirius! Você vêm ou não vêm! Berrou Tina de lá de fora.
-Eu falo depois. E deu-lhe um beijo na bochecha, Corine corou de prazer.
-Sirius... Murmurou Corine depois que ele saiu, levando a mão ao local beijado.
