Aulas, intervalos, aulas...Exames...Talvez nunca mais ver Hogwarts...Como doía pensar nisso...

-Afe! Eles querem nos matar com tanto dever! Gritou James, certa tarde.

-Vou descrever isso em uma palavra: PESADELO; leiam meus lábios: PE-SA-DE-LO. (N/A: Frase retirada do filme "Do que As Mulheres Gostam", só que tava em inglês) Apoiou Sirius.

-Apoiado! Apoiado! Berrou Peter.

-Ai, que frescura! A gente tem muito mais matérias e não está reclamando! Falou Tina, apontando uma pena para o nariz de Sirius.

-Concordo Tina. Falou Lily, torcendo o nariz.

-Lily, meu Lírio, vocês (Tina, Lily, Moony) são gênios, não tem o que reclamar. Falou James, bajulando e tentando ver as anotações dela.

-Ah James! Fala sério! Todos vocês também são geniais! Nem sei por que vocês tão reclamando, só obtiveram "Excelente" nos N.O.M.s...Todos nós temos capacidade, é só questão de saber explorá-la. Lily disse corando, mas afastando as anotações do namorado.

-Hey, eu tô sentindo falta de uma pessoa protestando! Lembrou Sirius.

-É mesmo Padfoot... Concordou Remus, quase rindo.

-Pois é, né Remus...WHITE LADY VEM SE JUNTAR À GENTE! Sirius berrou com toda a força de seus pulmões para Corine, que estava do outro lado da sala.

Corine que estava com o nariz enfiado num livro ergueu os olhos, os fitou lentamente...e enfiou o nariz no livro de novo.

-Ah não. Reclamou James.

-Fala sério! Resmungou Sirius

-Poxa Corine, eu tô com dificuldade no dever que o prof. Slugorn passou! Berrou Peter.

-Deixa de palhaçada garota! James gritou.

-Eu vou acabar com isso agora. Remus falou, decidido.

-O que você vai fazer, Remus? Foi a vez de Tina perguntar.

-Você vão ver. Falou Remus se levantando e indo em direção a Corine.

-O que deu nele? Disse um curioso James, espichando o pescoço para ver melhor.

-Deixa ele James e vem estudar para os exames comigo. Disse Lily puxando James pela manga do casaco.

-Que coisa, tudo isso porque você tem medo de ser rejeitada outra vez? Bufou Remus se atirando na poltrona ao lado da em que Corine estava sentada.

-Ahn? Murmurou Corine, erguendo os olhos do livro.

-Corine...

Era a primeira vez que ele falava tão docemente assim, sua voz estava tão suave que chegava a ser triste...

-...Saber lidar com a rejeição é o primeiro passo para uma futura aceitação, você é legal, inteligente, bonita, ainda vai encontrar alguém que a ame por ser o que você é...

Corine se atira em seus braços soluçando

-Por que VOCÊ não é meu pai? Ela murmurou entre um soluço e outro.

-Quê!

-Meu pai, ele...ele, m-me mandou uma carta dizendo que assim que eu sair de Hogwarts ele e um bando de loucos seus seguidores vão vir nos matar, a mim e à minha irmã...

Remus finge que não ouviu a última parte da frase, ela devia estar delirando por causa do choque, afinal, ela não tinha irmã, ou será que tinha?

-Está tudo bem Corine, eu vou te ajudar no que for preciso...

Dito isso passou a consolá-la e acariciar o topo de sua cabeça.

Ele ficou um tempão acariciando sua cabeça...Ela parou de chorar, mas só fez apertar mais o corpo dele contra o dela...O que estava havendo? Sirius...Que se dane o Sirius! Ela se declarara, ele tivera sua chance e a mandara para o escanteio, então, que problema tinha ficar com o Remus, aquele doce amigo que sempre esteve ao seu lado? Por que o seu coração sangrava? Antes que ela percebesse, seus lábios já haviam se aproximado, o abraço estava apertado...

-CORINE!

Eles se separaram bruscamente, Sirius, pálido de fúria, ia avançar, quando se conteve e sorriu sonsamente, era óbvio que seu peito urrava com a dor da "traição", mas que se dane, ela não agüentara ver ele e Tina se amassando um monte de vezes?

BLAM!

Ninphadora Tonks, uma segundanista, largou todos os livros que tinha nas mãos e saiu da sala comunal, chorando. Remus, obviamente, saiu correndo atrás dela. Corine sentiu como se uma faca trespassasse seu coração, que doía a ponto de enlouquecer, será que ela era tão descartável assim! De repente, Corine se deu conta do ridículo da cena, afinal, Sirius ficara com ciúmes, mas ela pouco se importava, já Remus, saíra correndo atrás de uma pirralha sem experiência e ela sentia como se tivesse sido empurrada do precipício. Quando se deu conta, percebeu que toda a sala comunal a encarava. Até seus melhores amigos, a olhavam como se ela fosse um bichinho de zoológico. Ela sentiu o sangue pulsar na garganta...Mas depois passou, incrível, ela pouco se lixava para o que eles achavam, eles que achassem o que quisessem. Afinal, eles não significavam nada para ela mesmo, eram só um bando de instrumentos nas mãos, como objetos, quando não presta mais a gente descarta. Quando recuperou a consciência, ela estava no meio de um corredor, chorando, se achou patética e começou a rir de si mesma, ria com uma gargalhada alta, aguda, histérica e fria, uma gargalhada que não combinava com ela, uma gargalhada que não era dela, aquela não era ela...

O que está havendo comigo? Eu rio, mas meu peito dói tanto...Eu fui descartada, eles me descartaram antes que eu os descartasse...Tudo o que eu queria era que eles morressem! D-desde quando eu me tornei uma pessoa horrível assim?

Era isso o que ela era: descartável, uma amiga descartável, como um guardanapo.

Meu peito dói...Eu tenho que alcançar a enfermaria antes que...antes que...

-AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! Quando pensou que não queria morrer, seu peito doeu como se estivessem apertando-o, como se alguém estivesse rindo de sua desgraça...

...Mas a dor foi passando...

...Seu peito foi se aliviando...

...Ela já via os casais dançarem, já via aquela dança sem fim, já sentia alguém tirando-a para dançar...

...Enfim, ela estava livre...

...Enfim, ela estava morta...

...Ou assim pensava.