Todos estavam em choque, Corine após se agarrar com Remus e ser dispensada, expressara em seu rosto uma expressão jamais vista mesmo pelos amigos, era uma expressão de asco, nojo, desprezo, repugnância, ela estava tão diferente do normal...
Tina estava impassível, era impossível dizer o que ela estava sentindo naquele momento, tristeza? Traição? Compreensão? Alívio? Raiva? Seu rosto estava indecifrável...
Uma veia na testa de Sirius palpitava, como ela e Remus podiam fazer isso com ele?
-Sirius...Sussurrou a tão conhecida voz de James ao pé de seu ouvido.
-O que foi?! Perguntou ele com raiva na voz.
-Olha...Respondeu James temeroso, apontando para Tina que, com ódio estampado no rosto, chorava, se as lágrimas eram de tristeza ou fúria, não dava para dizer, mas ela chorava.
-Tina, tudo, tudo bem com você? Sirius se deu conta do que estava fazendo com a mulher da sua vida, era ridículo!
-Não! Não está tudo bem! Eu falei que se você quisesse podia ficar com ela, mas você me escolheu! Para quê?! Para morrer de ciúmes?! Para me machucar imensamente?! Se for isso, parabéns, você conseguiu! Dito isso virou as costas e saiu do aposento.
Corine abriu os olhos.
Droga, não morri.
Olhou melhor, estava na enfermaria.
Cadê os meus amigos?
A enfermaria estava vazia.
A quem eu quero enganar? Eles não vão vir...Nós brigamos...Eu não tenho amigos
As lágrimas escorreram sem o menor pudor pelo seu rosto, se ela estava sozinha a culpa era sua...
-Finalmente...Estou sozinha no mundo...
-Hey, e eu, não conto?
Uma voz divertida indagou ao seu lado. Ela virou o rosto.
-Lucius?
-He! Eu mesmo! Achou que eu ia ver você caída no chão e te largar por lá mesmo que tava muito bom?
Ela pulou no seu pescoço e chorou, chorou muito, até não poder mais.
-Você quer me contar o que houve? Perguntou ele com uma voz muito doce.
-E-ele me deu um fora, o Sirius...
-Você se declarou? Ele perguntou, meio espantado. Toda aquela situação, no fundo, era muito estranha, ele e Corine não tinham nenhuma intimidade efetiva, eles tinham se consolado e a garota simplesmente falou: "você é um seguidor do meu pai, não é?" ele não entendeu nada, pelo visto a garota era uma legimmens excepcional porque virou e disse: "nome esquisito, Comensal da Morte..." mas ela tinha jurado guardar seu segredo, mesmo que isso significasse Azkaban.
-Sim, mas tem mais. Bufou ela impaciente. Qual era a dela? O que ela estava fazendo? Nem conhecia o cara direito? E ainda por cima, ele era Comensal. Qual é! Mas ela estava precisando desabafar, nesse caso, servia qualquer um.
-Desculpe, prossiga. Ele estava curioso para saber o que podia fazer alguém chegar naquele estado de nervos.
-Aí eu decidi desistir dele, tudo estava indo bem, eu só me afastei um pouco deles para refletir, me acalmar, por as idéias em ordem. Até que eu recebi uma carta do meu pai dizendo que ia me matar, você, que faz parte deles (os Comensais da Morte), sabia disso?
-Sinto muito Corine, mas se eu sabia ou não é confidencial. Qual era a daquela garota? Já não bastava ter descoberto que ele era um Comensal ainda queria que ele ficasse dando informações à ela? Apesar de tudo...Ele havia se desesperado ao vê-la caída no chão.
-Entendo, é bom nós podermos ficar juntos não importando de que lado estamos. Falou Corine percebendo que tinha acabado de encontrar um porto seguro para falar de seus sentimentos.
-Sim, é muito bom. Disse ele com uma espécie de melancolia no olhar, uma melancolia que ela só tinha visto nos olhos de seu pai, seu querido pai,...Na época que ele ainda a chamava de "ma petit bombom". Como ela sentia falta daqueles tempos...
-Eu entrei em desespero quando li a carta dele, e o Remus veio me consolar, eu não sei direito o que aconteceu, mas, quando eu vi, nós já estávamos nos beijando. O Sirius viu, a Tonks...
-Quem?
-Ninphadora Tonks, uma garota do segundo ano que gosta do Remus e ele gosta dela. Voltando, ela viu também, o Sirius ficou furioso. Ele é um enigma sabe, primeiro, me dá um fora, depois se corrói de ciúmes? Doido. No fim das contas eu estava caída no chão, semimorta.
Lucius sorriu.
-Hey! Eu acabo de contar que quase morri, fui largada duas vezes e perdi todos os meus amigos (sem contar com você, claro) de uma tacada só, e você fica aí, sorrindo que nem um pateta? Falou ela pegando um travesseiro e metendo na cara dele.
-É que você é mesmo muito linda, e eu quero gravar cada detalhe do seu rosto... Lucius tocou o rosto dela.
-Por quê? Perguntou Corine, intrigada, ao afastar a mão dele.
-Ah, eu não te contei, você sabia que eu vou me casar? Falou Lucius rápido demais.
-Lucius Malfoy, não ouse tentar desviar do assunto e...Você vai se casar?! Corine já ia preparando outro travesseiro, mas se tocou da importância da notícia.
-Vou. Ele confirmou.
-Com quem? Ela estava cada vez mais curiosa.
-Narcisa Black, da Sonserina. Ela não é tão linda quanto você, mas...Depois do que acontecerá, é melhor assim. Falou Lucius murmurando a última frase
-Você gosta dela? Corine ignorou o que ele disse.
-Não é questão de gostar ou deixar de gostar... Falou Lucius cheio de dedos.
-É claro que é! Você vai CASAR ela! Provavelmente, ter filhos com ela! Como pode não gostar dela? De quem você gosta? Berrou ela indignada.
-A única mulher que vai ter o meu coração vai ser você, Corine, mas, se o Lord diz que vai matar alguém, essa pessoa não escapa. Sinto muito Corine. Falou Lucius, triste.
-Eu NÃO vou morrer! Você vai ver! Corine não ouviu o que ele disse, só estava afobada em convencer a todos de que não ia morrer
-Corine, não sonhe, (embora isso não seja proibido) isso só vai piorar as coisas, aceite o fato, onde quer que você vá... o Lord vai lhe achar. Lucius começava a sentir uma pontada no coração a cada vez que pensava na possibilidade.
-Não! Não vai! Eu vou sobreviver! Vou me casar, vou ter filhos...Eu vou ser feliz! Tá legal? Corine começava a se sentir impaciente.
-Corine, esse é o problema... Lucius murmurou, como ele faria ela entender que o problema estava em FILHOS?
-Qual? Perguntou Corine, curiosa, afinal, qualquer informação poderia salvar sua vida...E de Tina.
-Eu não posso te contar, a minha vida vale muito mais que... Lucius falou sem olhar para ela.
-...A sua, era isso que ia dizer? Perguntou Corine, desapontada.
-Não! Eu morreria por você! Gritou Lucius se virando bruscamente.
-Mas você não tem consciência de que essa informação poderá salvar a minha vida? Murmurou Corine angustiada.
-Eu te amo Corine. E a beijou, sabendo que este seria o único beijo que ele conseguiria dela, um beijo roubado. Pois seu corpo, seus lábios e seu coração, pertenciam a um homem que não a amava.
-Lucius... Corine se sentia sozinha. Beijos sempre substituíam o adeus, será que ele também a abandonaria? Antes que ela terminasse a frase ele já tinha fechado a porta. Corine agarrou os joelhos e começou a soluçar. Estava sozinha novamente.
