Capítulo 3 – O plano
"Você tem certeza de que Gregory House está mentindo?".
"Brenda, nós nos conhecemos por conta de Gregory House, foi o pior momento de minha vida e você sabe como eu estava naquela época. Depois de tudo o que eu te disse sobre ele, por que eu acreditaria nele novamente?".
"Ele errou, ele te feriu, ele interferiu na sua vida, mas não existe nenhuma possibilidade dele estar falando a verdade agora?".
"Não. Joshua é... Joshua. Ele não faz mal a uma mosca sequer".
"Você não me fala muito de Joshua".
"E o que tem pra falar?".
"Você me fala muito de Gregory, muito de Rachel, mas nada sobre o seu atual namorado".
"É porque ele é uma pessoa estável".
"Você o ama?".
Cuddy corou. "Amor é algo complexo".
"Você sente desejo por ele?".
"Ele é meu namorado, não? Isso devia responder a sua pergunta".
"Nem sempre".
"Eu sinto... carinho por ele".
"Uh... E isso é suficiente?".
"Eu não sinto carinho por muitas pessoas atualmente".
"Entendi". A psicóloga respondeu misteriosa e começou a anotar.
"Eu não entendi. Não é melhor estar com alguém confiável e estável do que com alguém por quem você sente um louco desejo e é totalmente apaixonada e que a intensidade do sentimento te faça fechar os olhos para o perigo?".
"Esse seria Gregory House?".
"Não. É um exemplo apenas".
"Você se apaixonou por mais alguém depois dele?".
"Não".
"Entendi".
"Isso é irritante".
"O quê?".
"Você repetindo isso 'entendi'".
"Oh, desculpe por te irritar. Apenas mais uma dúvida: se você acha que Joshua fala a verdade, porque você não denunciou Gregory para a policia?".
"Porque eu não quero mais nenhum contato com ele".
"Uh...".
"Uh... Só Uhhh? Nenhum comentário? Nada?".
"Não hoje".
Cuddy saiu da consulta extremamente perturbada. O que aquilo queria dizer? Brenda conseguia ser infinitamente irritante quando queria. Ela foi até a consulta para sair de lá melhor e com algumas respostas, mas só saiu mais cheia de duvidas e frustrada.
Na saída do prédio ela recebeu uma ligação de Julia.
"Oi".
"Essa é a maneira de atender a sua irmã?".
"Oh Julia, sem carências, por favor. Eu já estou cheia de problemas".
"Como está Rachel?".
"Bem".
"E Joshua?".
"Bem".
"Lisa, você sabe. Ele é judeu, de boa família, tem dinheiro... Vocês podiam pensar em oficializar a relação".
"Julia, nós estamos juntos há oito meses apenas".
"E daí? Não é como se você tivesse vinte anos".
"Obrigada por me lembrar disso".
"Lisa, ele é perfeito".
"Não. Ele é um bom homem, mas não perfeito".
"O que te incomoda? Ele estar um pouco acima do peso?".
"Não é isso...".
"Você também envelheceu".
Cuddy queria xingar, ela já estava sensível com isso desde que viu House. Ela sentiu-se velha, ele estava tão bem.
"Julia eu preciso desligar".
"Lisa...".
"Sério Julia, eu estou atrasada. Depois conversamos".
Cuddy decidiu: Ela começaria a fazer exercícios físicos a partir daquele dia. Só a ioga não era mais suficiente.
House inventou uma desculpa para Foreman, pois ele pretendia passar a sexta-feira ausente. Ele iria para Cleveland. Ele sairia muito cedo, para chegar a tempo de pegar a menina na escola. Ele conhecia Cuddy, Rachel devia estudar no período integral.
"Você está louco?". Wilson apareceu na porta da casa dele às cinco da manhã.
"Eu tenho que fazer algo".
"Perseguindo a filha dela?".
"Eu quero ajudar, não sou eu o errado aqui".
"House pare!".
Mas ele o ignorou.
"O que Tina diz dessa loucura?".
"Ela não precisa saber".
"Você falou o que pra sua namorada? 'Eu vou sumir o final de semana, não me procure'".
"Quantas vezes eu tenho que dizer que ela não é minha namorada?".
"House... você será preso".
"Eu não serei. Tenho um plano".
"Que plano?".
"Eu estou com pressa, depois eu digo".
"Não! Eu vou com você!".
"Eu irei de moto, você tem medo de andar de moto". House respondeu surpreso.
"Vamos com o meu carro".
"Muito lento".
"Ótimo, pois eu não pretendo me matar. Vamos juntos e revezamos a direção, são mais de sete horas até lá".
"Ok".
"Ok?".
"Ok".
House aceitou, pois pensou que seria bom ter uma companhia. E... quem sabe... Ajudar se algo em seu plano desse terrivelmente errado.
Naquela sexta-feira Cuddy deixou Rachel na escola. A menina estudava período integral, às vezes a babá a buscava e outras vezes era Joshua quem fazia isso. Cuddy só chegava em casa bem tarde. A mulher parou de viver para trabalhar compulsivamente, mas naquele dia seria diferente. Cuddy foi direto para a academia de ginástica antes de iniciar o trabalho. Quando ela chegou ao hospital todo mundo estranhou. Ela chegava antes das oito horas, e naquele dia ela entrou perto das nove horas. Não era normal.
Cuddy sentiu-se revigorada em começar a cuidar de si, apesar de ter certeza de que haveria dores musculares no dia seguinte.
No caminho para o escritório Arlene ligou.
"Mãe eu não quero falar sobe Joshua".
"Ok, não falarei sobre o gordo".
"Ele não é gordo".
"Se você diz... Mas vocês não combinam. Definitivamente".
"Mãe, você é preconceituosa".
"Não, eu sou sincera. O bastardo era muito melhor do que esse atual e do que aquele anterior, como era o nome dele? Aquele que parecia um Playmobil?".
"Lucas".
"Esse".
"House era tão melhor que fez o que fez". Cuddy respondeu irritada.
"Ele errou, mas era mais alto, mais inteligente, talentoso e foi o único que te enfrentou de verdade. Ele não era um fantoche nas suas mãos, por isso foi o único que você realmente gostou".
"Ok mãe, estou indo trabalhar".
"Como está Rachel?".
Cuddy gelou. Arlene também começaria aqueles rumores?
"Ela está bem".
"Eu quero vê-la! Faz tempo que não a vejo".
"Nós combinaremos um jantar mamãe".
"Sem que o gordo esteja presente".
"Ok, tchau mãe".
House e Wilson fizeram uma viagem divertida, revezaram a direção, pararam em alguns restaurantes pelo caminho para comerem e poderem usar o banheiro. House também precisava esticar a perna de tempos em tempos.
"Estamos quase chegando. O que você pretende fazer?".
"Encontrar Rachel".
"Ok. Como se fosse fácil. Ela estará cercada por muros e vigilância. Na saída eu tenho certeza de que alguém vai busca-la".
"House jogou um crachá para Wilson".
"O que é isso?".
"Leonard Smith. Professor PHD em educação moderna".
"O quê?". Wilson viu a foto de House ali e não entendeu nada.
"Há um agendamento para que Leonard Smith fale com alguns alunos e conclua a sua pesquisa de pós-doutorado".
"Você não fez isso".
"Você não me conhece?".
"Como você conseguiu?".
"Ah, nada que um Photoshop não resolva".
"Você é louco! Se Cuddy descobrir...".
"Ela não irá descobrir, pois farei tudo com qualidade profissional".
"Você é um gênio do mal".
Ele sorriu.
Quando chegaram, House vestiu um suéter, óculos e penteou o cabelo.
"Nem parece você".
"Ótimo! Wilson, não saia daqui. Eu vou entrar e levarei algum tempo porque precisarei falar com algumas crianças... Você sabe... Tenho que fazer o trabalho completo pra não suspeitarem, então algumas crianças chatas me aborrecerão e tomarão meu tempo".
"Você me avisa, me manda mensagem pra que eu saiba se está tudo bem".
"Ok".
E ele foi. House conseguiu entrar na escola e foi recebido pela diretora. Uma senhora de uns sessenta anos de idade.
"É um prazer conhecê-lo Senhor Smith".
"Oh eu é quem agradeço a cordialidade em me receber".
"Somos favoráveis ao seu trabalho. Buscamos sempre auxiliar o aprimoramento da educação infantil em nosso país".
"Que maravilhoso!".
Depois ele foi direcionado para uma sala e explicou sua linha de pesquisa para a tese que escrevia, supostamente.
"Essa nova geração não tem as mesmas ambições que as anteriores, eles nasceram em um mundo tecnológico e totalmente interativo, eles têm as respostas na palma da mão. Como a educação pode continuar seguindo preceitos antigos e antiquados? Como despertar o interesse em aprender dessas crianças? Em pesquisar fora das redes sociais e das ferramentas de busca? Como extrair o potencial enraizado?".
House falava de forma tão eloquente que capturou não só a atenção, como também o coração da diretora.
"Eu trarei os alunos...".
"Muito obrigado". Ele beijou a mão dela e a senhora se derreteu.
House deu instruções, ele disse que precisava falar com crianças na faixa etária de Rachel. Mas levaram três crianças que não eram ela. House fez perguntas padronizadas que havia preparado para a ocasião e se esforçou para vencer o tédio.
"Senhora River". House chamou.
"Se você pudesse me auxiliar, não sei se há alguma criança nessa faixa etária que seja adotada. Mas seria interessante ver o ponto de vista, entender se diverge dos demais". Ele sabia que estava exagerando e que isso podia ser suspeito, mas a mulher estava tão encantada que nada percebeu.
"Claro que sim, temos duas garotas".
"Ótimo!".
A primeira a chegar não era Rachel. House se perguntou se a escola sabia que Cuddy não era a mãe biológica. Talvez de nada tenha adiantado o esforço...
A próxima criança foi trazida.
"House?".
Ele arregalou os olhos e fez sinal para ela se conter.
"Eu sou Senhor Smith, e você querida menina?".
"Eu sou Rachel". Ela respondeu estranhando a atitude dele.
"Oh lindo nome!".
Durante as conversas uma auxiliar da diretora ficava presente, mas dessa vez House precisava tirá-la de lá.
"Querida", ele chamou a auxiliar. "Você poderia me trazer um copo de água, por favor?".
"Claro". Ela respondeu solicita e saiu.
"Rachel, escute com atenção. Eu estou disfarçado e ninguém pode desconfiar ou saber que eu não sou o senhor Smith, certo?".
"Você é um espião?".
"Eu vim pra te ajudar, mas nem a sua mãe pode saber que eu estive aqui hoje. Tudo bem?".
"Sim. Que legal, você é um espião".
"Eu vim pra te ajudar, então preciso saber: O namorado de sua mãe te machuca?".
"As vezes". A menina respondeu acanhada.
"O que ele faz? E pode falar tudo pra mim, Rachel".
"Ele me puxa pelo braço, ele me empurra as vezes".
"Ele te bate?".
"Não".
"Ele toca em alguma parte sua?".
"Não".
"Tem certeza?".
A menina balançou a cabeça e House respirou aliviado.
"Você contou isso pra sua mãe? Que ele te machuca?".
"Não".
"Por quê?".
"Porque ele diz que vai me jogar da janela, me enterrar e que vai arrumar outra criança pra mamãe".
House arregalou os olhos, ele só queria matar aquele homem. Foi difícil conter as emoções. Pois ele lembrou-se de sua própria infância e de tudo o que John o fez passar.
"Rachel, você precisa contar pra Cuddy".
"Não!". A menina disse com o rosto apavorado.
"Rachel, ouça...".
"Não!". Ela o abraçou.
"Ei... Eu vou te ajudar, mas temos que fingir aqui, lembra?".
A menina balançou a cabeça e sentou-se novamente. Aquilo havia partido o coração de House.
"Rachel, você fará o seguinte. Você vai ligar para tio Jimmy e falar pra ele que o namorado de sua mãe te bate".
"Não... Eu tenho medo. Joshua é ruim".
"Eu não posso falar com a sua mãe, mas tio Jimmy pode. Só que você precisa ligar pra ele. Entendeu?".
A menina balançou a cabeça.
"Depois, quando a sua mãe perguntar sobre Joshua você precisa falar a verdade pra ela. Senão ela não vai acreditar".
"E se ele me matar?".
"Ele não vai. Sua mãe é inteligente e saberá o que fazer".
"Eu tenho medo!".
"Eu sei. Mas vai passar. Ele vai sumir da vida de vocês. Outra coisa que você fará. Na sua aula de pintura você fará Joshua batendo em você e colocará o nome dele. Aqui na escola eles precisam saber... Eles chamarão a sua mãe para uma conversa".
House tentava criar meios de mais pessoas contarem a mesma história para Cuddy, pois, se viesse só dele, não adiantaria nada.
"Tudo bem".
"Combinado".
"Volta a namorar mamãe, por favor?".
"Rachel...".
Mas então a auxiliar voltou com a água e House não pode responder. Talvez tenha sido melhor assim.
Quando House voltou para o carro Wilson estava desesperado.
"Você não me mandou mensagem nenhuma, eu não sabia o que fazer".
"Eu não tive oportunidade, falei com umas quinze crianças enquanto a diretora deixava uma mulher no meu calcanhar".
"Encontrou Rachel?".
House sorriu. "Claro que sim. Jimmy, entenda que eu sempre sou bem sucedido em meus planos".
"Tão bem sucedido que ficou preso e perdeu Cuddy para um idiota agressor de crianças".
"Eu não tinha um plano com Cuddy, não verdadeiramente".
"Ok, e aí?".
"Ele não abusa sexualmente dela".
"Que alivio!".
"Mas ele faz chantagem emocional. Eu sei como é viver assim, John fazia isso comigo".
"Sinto muito". Wilson estranhou a confissão espontânea do amigo. Por isso ele estava tão mexido, ele se via em Rachel.
"Eu sei como é estar sozinho, sentir-se sozinho e sem ninguém olhando por você. Então nós temos que ajuda-la Wilson".
O amigo acenou com a cabeça. Ele viu a seriedade de House e como aquilo mexia com ele. "Nós iremos!".
"Rachel deve te ligar pra contar sobre Joshua, se isso acontecer ligue imediatamente para Cuddy".
"O quê?".
House contou o seu plano para Wilson. Eles concordaram que seria melhor passar o final de semana por perto.
"Rachel, quem é Joshua?". A professora perguntou intrigada pelo desenho da garota.
"O namorado de mamãe".
A mulher arregalou os olhos. "Ele te machuca, querida?".
"As vezes".
A professora arregalou ainda mais os olhos e imediatamente foi telefonar para Cuddy.
"Oi, eu sou a professora de Rachel".
"Sim, eu sei senhora Brown, algo aconteceu com ela?".
"Você poderia vir busca-la no horário da saída? Precisamos conversar".
Aquilo não estava nos planos de Cuddy, mas ela precisava ir. "Ok, eu estarei aí. Ela está bem?".
"Sim, tudo certo".
Às cinco e meia da tarde Cuddy estava entrando no colégio da filha. Senhora Brown foi recebê-la com Rachel.
"Oi filha, tudo bem?".
"Mamãe!". A menina correu para abraça-la feliz em vê-la, era muito melhor do que ter Joshua lá.
"A mamãe vai conversar com a senhora Brow, você espera por mim?".
"Sim. Mas me empresta o seu celular para eu jogar?".
"Claro".
Cuddy e a professora se dirigiram para uma sala privada.
"Então, eu a chamei por conta desse desenho". A professora disse e mostrou o desenho pra ela.
"O que é isso?".
"Eu questionei Rachel sobre quem era Joshua, ela me disse que era o seu namorado".
"Sim, está certo".
"Então eu perguntei se ele a machucava".
Cuddy arregalou os olhos, aquele assunto novamente?
"E ela me disse 'as vezes'".
Cuddy ficou sem palavras encarando o desenho. "Rachel deve estar se confundindo".
"Dra. Cuddy, Rachel me pareceu bastante clara".
"Ela não gosta de meu namorado e está implicando com ele".
"Ela apareceu com marcas nos braços".
"É uma longa história...".
"Dra. Cuddy, se você preferir posso notificar a assistente pessoal".
"Não! Isso não será necessário. Eu vou lidar com isso, agradeço a informação e o cuidado com a minha filha".
Enquanto isso...
"Tio Jimmy, é Rachel".
"Rachel?".
House parou o carro na hora.
"Eu estou ligando pra dizer que não gosto de Joshua, ele me machuca as vezes".
"Wow! O que ele faz com você?".
"Ele me puxa, me empurra e fala coisas ruins".
"Ele te machuca?".
"Sim".
"Você falou isso para Cuddy?".
"Não".
"Por que você não falou, querida?".
"Ele diz que vai me jogar da janela e que vai arrumar outra filha pra mamãe".
Wilson ficou completamente chocado. Era pesado ouvir aquilo.
"Rachel, fale pra mamãe quando você estiver sozinha com ela. Ouviu?".
"Eu tenho medo".
"Eu vou te ajudar. Eu vou falar com sua mãe, mas preciso que você também faça isso. Tudo bem?".
"Vou tentar".
"Nada de ruim vai acontecer, Rachel. Nada!".
Wilson desligou o telefone em choque. "Filho da puta!".
"Eu te disse".
"House, se você não tivesse visto o que viu no final de semana passado, como Rachel iria viver com isso?".
"Como eu vivi a infância toda...".
Wilson sentiu uma enorme empatia pelo amigo. "Sinto muito!".
"É, já passou. Agora temos que ajudar Rachel. Ela te disse meu nome".
"Não, em nenhum momento".
"Ótimo, essa menina é inteligente". Ele falou orgulhoso.
"Você está ajudando House, essa menina pode ter uma vida diferente por conta disso".
"Se Cuddy acreditar...".
"Ela irá".
Mais tarde Cuddy levou Rachel para casa.
"Filha, nós precisamos conversar".
"Sim, mamãe".
"Você fez um desenho hoje...".
De repente batidas na porta. Era Johua.
"Olá minhas meninas preferidas".
Rachel arregalou os olhos de medo. "Por favor não me mate! Eu não disse nada".
"Rachel, o que foi?". Cuddy perguntou preocupada.
"Mamãe, não deixe que ele me mate e pegue outra filha pra você". Ela abraçou Cuddy.
"Joshua, o que aconteceu?".
"Não faço ideia. Eu acho que é o trauma causado por aquele tal de House".
"Não! Eu amo House!". A menina disse. Joshua queria estrangular a pequena.
"Mamãe, por favor! Por favor!".
Nesse momento o telefone de Cuddy tocou. Era Wilson.
"Eu preciso atender, eu já volto querida".
"Não! Não me deixe com ele, por favor!".
"Filha, é Joshua, ele não fará nada".
"Wilson, me dê um segundo".
Ele ouviu Rachel gritar e chorar.
"Oh Deus, Rachel está chorando".
"O quê?". House pegou o telefone da mão dele.
"Solte isso!".
"Deixe-me ouvir".
"Oi Wilson, o que houve? Seja breve, eu preciso cuidar de Rachel. Ela está implicante atualmente, eu acho...".
"Cuddy, Joshua está aí?".
"House?".
"Cuddy, tome cuidado. Estamos indo pra aí agora!".
"Nós estamos?". Wilson perguntou confuso.
"Sim!".
"House, suma daqui, está me ouvindo?". Cuddy esbravejou.
"Cuddy, Joshua está machucando Rachel". House quase gritou.
"Pare de encher a cabeça de minha filha com essas besteiras, ou eu chamarei a polícia".
"Cuddy fique ao lado de Rachel, não desgrude dela".
E ele desligou.
"Vamos pra casa de Cuddy, agora!".
"Eu não sei onde é".
"Eu sei". Ele respondeu. Colocou o endereço anotado no GPS e partiu para lá.
Cuddy desligou o telefone atordoada. O que House estava fazendo da vida dela? Por que ele apareceu para tornar tudo um inferno? Para bagunçar a cabeça de Rachel?
O barulho parou. Cuddy respirou aliviada e foi até a sala. Não havia ninguém, nem Rachel, nem Joshua. Cuddy procurou em toda parte, mas o carro dele havia sumido e a menina também. Cuddy ligou para o celular de Joshua, com certeza havia uma explicação. Ele não atendia. De repente um pânico tomou conta dela. O que House havia feito com os dois?
Continua...
