Capítulo 7 – A convivência
"Você voltará para Princeton?". Cuddy perguntou para House assim que ele recebeu alta.
"Essa é a ideia. Minha vida é lá".
"Como você voltará?".
"Wilson virá me buscar".
"Ele já está à caminho?".
"Não ainda".
"Diga pra ele não vir e fique na minha casa por uns dias".
"O quê?". House estranhou.
"Você precisa de cuidados e eu tenho tempo para uma licença".
"Cuddy, eu agradeço, mas você não me deve nada. Não me deve isso, eu fiz o que fiz porque era Rachel e porque era certo".
"Eu sei, mas eu quero".
"Você tem certeza?".
"Sim. E Rachel vai adorar essa ideia também".
"Ok". Ele respondeu sem pensar.
"Ok". Cuddy sorriu.
House foi liberado após o almoço e Cuddy o levou pra casa. Ela pediu uma licença de uma semana para cuidar dele. Todos no hospital estranharam a atitude da CEO, a mulher não parava de trabalhar nunca e de repente isso? Por conta de um ex-namorado? Eles estariam juntos novamente?
"Cuddy quer que você fique com ela?".
"Sim, por mais estranho que isso possa parecer. Talvez ela queira me matar secretamente enquanto durmo".
"Eu acho mais provável ela querer pegar nas suas partes masculinas enquanto você dorme".
"Wilson tire sua cabeça da sarjeta!".
Wilson riu. "É sério, a mulher tem uma eterna gratidão à você agora".
"Eu não quero gratidão, só quero que ela me perdoe pelo que aconteceu antes".
"Oh mentiroso! Você quer entrar nas calças dela de novo".
"Eu nunca neguei isso...".
Wilson riu. "Vocês dois... Vocês sempre encontrarão uma maneira de chegar até o outro".
"Ok, preciso desligar porque Cuddy está vindo".
Ele desligou o celular rapidamente.
"Oi".
"Oi".
"Você está bem acomodado aqui?".
"Essa casa é enorme. Esse quarto é gigante, tem como não estar bem acomodado aqui?".
Ela sorriu. Cuddy estava fazendo muito isso atualmente, diferente da Cuddy dos últimos três anos.
"Você quase não jantou...".
"Oh, eu estou bem. Obrigado".
"Desculpe, sei que Rachel não parou de falar à mesa".
"Não tem problema, eu gosto da garota".
"É que você é o ídolo dela agora. O super-herói preferido".
"Oh, ela está mal de opções então".
Cuddy sorriu. "Você é um super-herói de carne o osso".
"Ok, bastante humano mesmo. Imperfeito e quebrado".
"Não, você está bem". Ela disse e corou em seguida.
"Obrigado?".
"Eu que... Fui eu quem deixou de se cuidar nos últimos anos". Cuddy sentou-se na cama envergonhada.
"Ei... Pare com isso!".
"É sério. Eu envelheci uns dez anos em três anos".
"Desculpe por isso". Agora era House quem estava envergonhado.
"Não, não quis dizer isso... desculpe!".
"Eu sei, mas esse assunto é meio sensível pra mim".
"Eu sei. Desculpe!".
"Sou eu quem tenho que me desculpar umas dez mil vezes, acho que ainda faltam nove mil novecentas e noventa vezes".
Ela sorriu.
"Você está bem Cuddy".
"Não... Eu tenho que cuidar do meu cabelo, da minha pele. Mas voltei à academia de ginástica. Pelo menos antes disso tudo acontecer... Eu vou retomar agora".
Ele sorriu. "Você é linda!".
Cuddy corou muito e derrubou a caneca que estava no criado mudo. "Oh, desculpe... Eu venho limpar".
Ela saiu rapidamente para pegar um pano, mentira, ela saiu para respirar. Seu coração estava acelerado e ela pensou que teria uma sincope.
"Mamãe, House está no quarto de Joshua?".
Ele dormia em um quarto separado de Cuddy quando estava na casa. Cuddy dizia que ela preferia assim por Rachel, mas a verdade é que ela nunca gostou o suficiente dele para dormirem na mesma cama. Ela pensou nisso agora. Como ela pode ficar com ele? Se enganar em um relacionamento sem afeto?
"Não filha, House está no quarto de hóspedes ao lado do nosso. E aquele quarto não é de Joshua, é nosso. Ouviu?".
"Sim. Joshua é mal".
"Sim, ele é. Mas ele está preso e não vai nos incomodar nunca mais". Cuddy queria que isso fosse verdade, mas ela tinha duvidas.
Nos últimos dias, ela e House precisaram prestar depoimentos a policia. Cuddy só esperava que aquele assunto tivesse terminado definitivamente.
Ela e Rachel entraram no quarto de House após baterem à porta. Elas limparam a sujeira, pegaram os cacos de cerâmica da caneca quebrada.
"Você quebrou a caneca?". A menina perguntou para House.
"Não filha, foi a mamãe quem quebrou a caneca".
"Por quê?".
"Sua mãe ficou nervosa porque eu falei uma verdade pra ela". House disse.
"Não! Eu não fiquei nervosa". Ela corou. "Minha mão bateu na caneca sem querer".
"Mamãe que estabanada!". Rachel disse imitando o que a mãe dizia quando Rachel derrubava alguma coisa.
House riu.
"Ok, precisamos deixar House dormir".
"Está tudo bem".
"House vamos jogar vídeo game?".
"Amanhã Rachel". Cuddy disse tentando levar a menina para fora.
"Amanhã jogaremos e eu vou acabar com você". House disse.
"Vai acabar comigo? Você tem uma mão só". Rachel se referia ao braço direito dele que estava enfaixado e imobilizado por conta do tiro.
"Eu tenho o lado direito totalmente estropiado: braço e perna. Mas o esquerdo sozinho dá conta de você, macaca".
A menina riu. "Tchau House, durma bem!".
"Você também!".
"Boa noite!". Cuddy disse.
"Boa noite!". House sorriu pra ela.
Cuddy fechou a porta sentindo-se uma adolescente emocional. Ela colocou Rachel na cama e em seguida tomou banho, depois ela se olhou no espelho nua. Ela estava mais velha, definitivamente, mas ainda havia um potencial. Cuddy tratou de aplicar creme facial e corporal e mandou mensagem para agendar um corte de cabelo para o dia seguinte.
Eles tomaram café juntos. Cuddy fez ovos mexidos.
"Você aprendeu a cozinhar nesses anos".
"Cala a boca!". Ela respondeu divertida.
"Você está bem mesmo ficando de licença em casa? Ou terá algum problema com o hospital?".
"Eu peguei uns dias de férias. Nunca tirei férias".
"Não me surpreende". House respondeu.
"Rachel aqui está a sua mochila". Cuddy entregou para a garota. "Tenha uma boa aula!".
"Você não vai levá-la?". House estranhou.
"Hoje será Dora, a mãe da amiguinha dela que mora aqui no bairro. Nós revezamos".
"Entendi".
Dora entrou. "Olá Rachel! Olá Lisa!".
"Oi Dora".
"Eu soube o que aconteceu com o seu namorado. Quer dizer: Ex-namorado e sinto muito! Deve ter sido traumatizante".
"Obrigada. Na semana passada Rachel passou com psicólogas, mas graças a Deus ela está bem. Ela tinha pesadelos, mas nas últimas duas noites isso não aconteceu. Então a recomendação da psicóloga é voltar a rotina, isso deve fazer bem a ela".
"Oh, graças a Deus!".
"E quem é o bonitão conversando com Rachel?".
"Ele? É Greg".
"Greg, hã? Ele é... Alto, gostosão".
Cuddy corou. "Ele é um ex-namorado".
"Uh... Sua safada! Mal terminou com um... Se bem que esse é muito melhor".
"Ok Dora, vou levar isso em consideração".
"Se você não estiver interessada baby, tem muita mulher solteira aqui no bairro...". Ela falou para provocar Cuddy, e conseguiu. Ela não pode esconder e corou.
"Rachel, Dora está esperando". Cuddy tentou mudar de assunto rapidamente.
"Vamos querida, Mi está no carro".
Elas foram.
"Que mulher barulhenta!". House comentou.
"Ela é... intensa. Mas é uma ótima pessoa".
"Vejo que tem casa nova, emprego novo, amigos novos. Um ex-namorado louco que ganhou de mim no quesito insanidade".
Cuddy respirou fundo. "Mas no fundo eu ainda vivo mentalmente em Princeton".
"Isso é ruim? Bom?".
"Não sei dizer". Cuddy respondeu triste. "Você precisa de algo?".
"Não, está tudo ótimo. Na verdade eu queria me exercitar um pouco".
Cuddy estranhou, mas esse era o novo House, certo?
"Oh, eu vou para a academia, quer ir comigo?".
"Seria bom!".
"Ok. Eu devo ter algumas peças de roupas suas aqui".
"Sério?".
Cuddy corou novamente, ele estava fazendo muito isso nos últimos dias. "Você deixou pra trás...".
"Eu pensei que você havia ateado fogo em tudo o que era meu".
"Não... Nem tudo". Cuddy pensou: 'em nada na verdade'.
Ele vestiu uma calça de moletom e camiseta. "Meio grande agora...". Ele havia emagrecido e definido tórax, braços. "Mas serve!".
"Ótimo". Cuddy vestiu uma legging e House não pode deixar de cobiçá-la.
Eles foram para a academia e treinaram. House tinha a limitação do braço, mas conseguiu treinar perna e abdômen. Quer dizer, ele conseguiu alongar, pois estava estritamente proibido de carregar peso. Só o fato de alongar-se um pouco já ajudou.
Na volta Cuddy passou para pegar o almoço. Eles comeram, conversaram, riram. E logo Rachel chegou com Dora.
"Ei filha, como foi a escola?".
"Entedioso".
House riu. Ele gostava dessa menina.
"Todo mundo quer saber sobre Joshua, eu não gosto de falar nisso".
"Oh filha, sério?". Cuddy estava preocupada.
"Mas eu gosto de dizer que o super-herói House me salvou!".
House engasgou com a própria saliva. "Rachel, eu estou longe de ser um super-herói".
"Mas você é o meu herói e meus amigos querem te conhecer agora".
"Seus amigos?".
"Sim, e minha professora viu uma foto sua e disse que você tem olhos lindos".
O sangue de Cuddy ferveu. "Ok filha, vá trocar de roupa e venha comer alguma coisa".
A menina foi.
"House, você se importa em ficar com Rachel um instante? Temos uma babá, mas dei folga pra ela e preciso sair".
"Não, sem problemas". Ele ficou feliz, pois isso mostrava que Cuddy confiava nele o suficiente para deixá-lo com a filha.
"Ótimo!".
Ela saiu, House e Rachel ficaram jogando videogame.
"Sua mãe disse que você tem que fazer a lição de casa".
"Só mais um jogo!".
"Só mais um!".
O tempo passou e um jogo virou cinco. Cuddy entrou na casa e House arregalou os olhos. A mulher havia ido à algum salão de belezas. O cabelo dela estava cortado e reluzente, unhas feitas e maquiagem. Ele reconheceu aquela Cuddy, era a Cuddy que ele sempre cobiçou.
"Filha você não fez a lição de casa?". Ela perguntou jogando o cabelo quando percebeu que a aparência dela causou um impacto em House.
"Já vou mamãe".
"Agora!".
Rachel largou o controle do videogame irritada.
"Ela deu muito trabalho?".
"Não".
"Seu braço está bem? Você não o forçou jogando, não é?".
"Não". House não conseguia responder de outra maneira que não monossilábico.
"Ótimo!". Cuddy foi para o quarto.
"Wow!". House comentou consigo. Ele teria dificuldades para dormir aquela noite sem se aliviar.
Tina ligou uma e outra vez e House sempre desconversava e desligava rapidamente. Em uma ocasião Cuddy ouviu parte da conversa.
"Eu estou bem Tina, não foi nada demais". E ele desligou.
"Sua namorada deve estar preocupada".
"Ela não é minha namorada".
"Sua... Sua parceira".
"Ela não é minha parceira".
"Não é da minha conta, mas... O que vocês são afinal?".
House a encarou, Cuddy o encarou de volta.
"Nós temos sexo sem compromisso".
"Uh... Entendo".
"Não sei se temos ou tínhamos...".
O coração de Cuddy bateu acelerado. "Ela não quer um compromisso?". Cuddy tentou especular.
"Eu não quero".
"Entendi".
"Ela é uma mulher legal". House se limitou a dizer.
"Por legal você quer dizer: gostosa?".
House riu. "Também, mas... Não temos sentimentos mais fortes".
"Talvez ela tenha...".
"Mas eu não". Ele ficou sério.
"Ok, é uma pena".
"Realmente?". Agora foi a vez dele especular.
"É sempre um desperdício estar com alguém sem amor, não é?".
"Diga-me você!".
"O quê?".
"Joshua, ou melhor, Theodore".
"Eu não o amava...".
"Por isso perguntei. Eu nunca menti para Tina sobre sentimentos".
"Nem eu para Joshua... Theodore".
Por um momento houve um silêncio ensurdecedor e uma troca de olhares.
"Mamãe, eu preciso de ajuda aqui!".
"Já vou Rachel".
House sorriu frustrado.
No dia seguinte Wilson ligou logo cedo para o amigo. Cuddy havia ido à academia e Rachel à escola. House resolveu fazer exercícios em casa, Cuddy tinha alguns equipamentos e, já que ele não podia fazer muita coisa mesmo...
"Oi Jimmy".
"Você vai morar aí agora?".
"Sentindo saudades?".
"Sua vida é em Princeton. Pelo menos era... Você já está transando com Cuddy?".
"Jimmy seu menino travesso".
"O quê?".
"Ela está me ajudando com o ferimento, só isso".
"Sei...".
"Não há nada entre nós".
"Ainda".
"Eu voltarei em breve, amanhã terei consulta e eles devem tirar os pontos e me liberar para fisioterapia, como se eu já não odiasse fisioterapia o suficiente".
Wilson riu. "Como está Cuddy? Rachel?".
"As duas parecem bem".
"Que bom! E Tina?".
"O que tem Tina?".
"Vocês não se falaram?".
"Pouco...".
"House ela é...".
"Não minha namorada".
Wilson respirou fundo. "Você deveria terminar tudo com ela".
"Não há o que terminar".
"Seja lá o que vocês têm um com o outro. Termine logo!".
"Tchau Wilson".
Enquanto Cuddy voltava para casa após a academia ela passou em uma loja de roupas e comprou alguns itens, Cuddy não sentia esse desejo de comprar roupas e ficar bonita há algum tempo. Mas algo nela estava diferente. Quando ela colocava os pacotes no carro o telefone dela tocou.
"Mãe, eu prometo que te ligo mais tarde".
"Não Lisa, algo aconteceu, eu sei. Diga-me logo!".
"Eu quero falar com você e Julia...".
"Por isso não, sua irmã está aqui. Julia venha e me ajude a colocar essa merda de telefone no viva voz".
Cuddy balançou a cabeça frustrada.
"Pronto! Pode falar tudo!".
"Oi Lisa". Era Julia.
"Eu estou no meio da rua".
"Sem desculpas". Arlene disse.
Então Cuddy fez um resumo da situação com Rachel.
"Oh meu Deus! Lisa!". Julia estava em choque.
"Eu sabia que o bastardo era o homem certo pra você". Arlene falou.
"Mamãe, lembra-se do que ele fez?".
"Pior o que fez o gordo".
"Mamãe!".
"Sim Julia, veja só, você aprovava o namoro com o gordo e olha isso...".
Cuddy estava em silêncio ouvindo as duas discutirem.
"Não se esqueça do que o louco fez. Eu estava lá".
"Ah, ele derrubou uma parede, e daí?".
"Eu não acredito que você está dizendo isso, mamãe...".
"Julia, sem dramas. Ele derrubou uma parede e salvou Rachel. O que vale mais?".
"O que ele fez não deve ser esquecido...".
"Concordo Julia, ele salvou minha neta e tomou um tiro por isso. Não vou esquecer-me disso".
"Não é só isso o que ele fez".
"É isso o que importa pra mim. No mais, Lisa é louca e deixa qualquer homem insano, ela tem metade da culpa por House destruir aquela parede".
"Eu estou ouvindo". Cuddy disse menos irritada do que deveria estar, afinal, sua mãe estava certa quanto a parcela de culpa dela.
"Lisa, mamãe não está normal".
"Julia, você queria que ela ficasse com o monstro... Você não tem mais moral para opinar aqui".
"Ok, vocês duas. Calem-se! Por favor!". Cuddy disse. "Graças a Deus tudo está bem. Rachel está bem, House está se recuperando e Theodore está preso. Eu terei que prestar depoimento novamente amanhã e House vai tirar os pontos".
"Ele está ficando com você?". Julia perguntou em choque. "Com Rachel aí?".
"Ele a salvou". Cuddy respondeu.
"Mas depois dele ter quase nos matado...".
"Julia, isso foi uma vida inteira atrás. Supere!". Arlene disse. "Ele já pagou o karma".
"Karma? Você acredita nisso mamãe?".
"Cada vez mais...".
Cuddy riu.
"Você ri?". Julia estava indignada.
"O que você quer que eu faça? Meu ex-namorado, que havia sido preso porque invadiu minha casa e quem eu odiei por três longos anos, ressurgiu e salvou minha filha enquanto o meu atual namorado a sequestrou. Acho que eu realmente deveria deixar de lado a minha vida amorosa e focar em outras atividades, talvez fazer tricô". Cuddy disse divertida.
"Você está fazendo piada com isso?". Julia estava inconformada.
"Sua irmã estava amarga por três longos anos, isso até a afetou fisicamente. Tenho que dizer que a sua pele está horrível Lisa, isso é falta de sexo".
"Mamãe!". Julia estava indignada com o caminho que aquela conversa havia tomado.
"O que foi Julia? Parece puritana. O gordo não devia ser bom das bolas".
Cuddy riu.
"Lisa, me ajude aqui!".
"Mamãe está certa, July".
"Ok, eu acho melhor encerrarmos essa conversa".
"Lisa, o bastardo provou o seu valor, dê uma chance".
"Não é tão simples...". Cuddy respondeu.
"Claro que é, deite-se com ele e pare de frescura".
"Ok, eu vou desligar, mamãe não está bem". Julia falou. "Mande um beijo para Rachel, eu quero vê-la".
"Vamos combinar algo".
"Mas eu não quero ver o... House".
"Ele vai voltar para Princeton".
"Ótimo!".
"Lisa, faça algo antes dele voltar. Não seja covarde!".
"Tchau mãe!".
Lisa desligou, sua mãe realmente a surpreendia até hoje. Depois ela entrou no carro pensativa e se dirigiu para casa. Quando ela abriu a porta qual não foi sua surpresa quando encontrou House sem camisa no meio da sala. Cuddy corou, não de vergonha, mas de excitação. Ele estava mais saudável do que nunca e suas partes femininas começaram a dar sinal de vida.
"Oh, desculpe. Eu derrubei detergente na minha camisa e tirei para lavar".
"Tudo bem". Ela não conseguia tirar os olhos dele.
"Como foi na academia?".
"Bem".
"Ok".
Os dois não sabiam o que dizer.
"Eu vou... trocar de camiseta".
"Ok".
Cuddy teve que se conter para não se atirar nos braços dele. Aqueles braços fortes e másculos. Ela foi direto tomar uma água para se refrescar, mas não foi suficiente, então ela apelou para um banho.
House notou que Cuddy passou a se cuidar mais, ela estava com o cabelo renovado, a pele estava mais jovial, as roupas que vestia também passaram a lembra-lo da velha Cuddy que conhecia, tão diferente das roupas de CEO que pareciam alguma moda da terceira idade. Será que ele tinha algo a ver com isso? Possivelmente não, devia ser apenas ilusão de sua mente. Ela estava fazendo um favor a ele por conta de Rachel e de tudo o que aconteceu, era a velha culpa de Cuddy falando. Só isso.
Naquela tarde quando Rachel chegou da escola ela correu para House.
"Rachel tenha cuidado com a perna de House".
"Eu sei!". A menina respondeu se jogando nos braços dele.
"Ei garota, como foi a escola?". House perguntou.
"Davi gosta de mim".
House riu.
"O que mocinha?".
"Davi pediu para ser meu namorado".
"Seu namorado?". Cuddy estava chocada e House achava graça.
"Sim mamãe".
"Você sabe que tem só seis anos".
"Quase sete anos!".
"Mesmo assim, é muito nova para ter namorados".
"Quantos anos você tinha quando você beijou um garoto?".
House riu.
"Era mais velha que você".
"Quantos anos, mamãe?".
"Quinze anos".
House franziu a testa.
"Oh tudo isso?".
"Sim Rachel, tudo isso. Agora vá trocar de roupa mocinha".
"Eu vou precisar esperar por tudo isso?".
House riu alto.
"SIM! Agora vá se trocar. Você é um bebê ainda". Cuddy estava em choque.
Rachel correu para o quarto.
"Quinze anos?". House perguntou bem humorado.
Ela corou. "Um pouco menos, mas ela não precisa saber".
"Mentindo para a filha?".
"Pensando na educação de uma menina precoce".
House riu. Ela riu de volta. Eles se olharam por alguns minutos.
"Mamãe eu já vesti outra roupa, posso jogar videogame com House?".
"House tem consulta médica filha. E mamãe tem um compromisso, você ficará com Dora".
"Oba!".
Cuddy sorriu.
"Você quer que eu vá com você?". House perguntou preocupado, pois Cuddy iria prestar depoimento na polícia.
"Não, vá para a sua consulta. Eu não vou ver Theodore, só vou falar com os policiais".
"Tudo bem".
"Você também terá que prestar depoimento novamente em breve".
"Eu sei. Mas ainda não fui chamado".
House e Cuddy já haviam conversado com policias, mas agora eles teriam que prestar depoimento oficial.
Então eles assim fizeram. House recebeu alta, o médico retirou os pontos e a tala do braço e ele foi liberado para fisioterapia. Cuddy prestou depoimento por três horas. À noite estavam em casa.
"Você fará o que agora?". Cuddy perguntou.
"Voltarei pra casa".
"Não!". Rachel contestou.
Ele sorriu. "Eu tenho uma casa, um trabalho...".
"Mamãe arruma um trabalho pra você, e você pode morar aqui".
Cuddy corou e nada respondeu.
"Sua mãe já fez muito por mim nessa vida, agora ela precisa pensar nela e em você".
Cuddy se surpreendeu e arregalou os olhos.
"Poxa...". Rachel reclamou.
"Eu volto pra te visitar, se sua mãe permitir".
"Claro!". Cuddy respondeu rápido demais e depois ficou envergonhada.
"Legal". House não sabia o que dizer.
"Você volta logo?". Rachel perguntou.
"Sim".
"Que bom! Você demorou demais da última vez". Rachel falou em sua inocência.
Continua...
