Um pequeno mais interessante capítulo (espero!).


Capítulo 9 – Adolescentes e celulares

Cuddy voltou pensativa pra casa após deixar House no aeroporto, aquele beijo tinha sido maravilhoso, como todos os beijos que trocaram, não era novidade que ele sabia como beijá-la. Mas o que isso significava? Eles tinham uma história complicada, havia drogas, agressões, prisão... Tudo estava misturado à história deles. Mas ele salvou Rachel, ele estava saudável, Arlene aprovava o relacionamento, Rachel o amava. Não era segredo que ela nunca havia deixado de ter sentimentos por ele, mas e todo o resto? Desapareceria como num toque de mágica? Ela não tinha respostas, apenas duvidas e a única certeza se chamava amor. Ela o amava, nunca deixou de amá-lo, por mais que tentasse, por mais que buscasse odiá-lo. Cuddy teria consulta com a sua terapeuta, seria bom, ela precisava conversar com alguém sobre isso.

No dia seguinte Cuddy voltou ao trabalho, mas todos notaram a diferença. Ela estava com roupas mais modernas e femininas, diferentes dos ternos fechados que costumava usar diariamente. Cabelo renovado, maquiagem, ela parecia muito mais jovem e feliz.

"Você viu a CEO?". Um médico perguntou para o outro.

"Gostosa! Como ela pode se esconder até agora?".

"Com certeza ela está tendo sexo quente. Isso sempre atiça as mulheres".

"Eu queria ser o cara dando sexo quente pra ela".

"Eu também". Eles riram.

As enfermeiras também comentavam. Todos comentavam.

No almoço ela notou os olhares pra ela. Cuddy comia sozinha geralmente, ela não gostava de misturar as coisas como aconteceu em Princeton. Lá ela era a CEO e não mantinha amizades ou relacionamentos com os funcionários, na verdade ela mantinha um grande distanciamento deles.

De repente o celular dela vibrou e Cuddy foi conferir.

O bastardo está bem. Ele pediu pra eu te avisar que o voo foi ok e que ele chegou em casa bem, pois ele não tem o seu número de celular atual.

Era Wilson. Claro que House não tinha o número dela, Cuddy havia trocado o número depois do que aconteceu.

Ela sorriu. Procurou o telefone dele na lista de contato, ela nunca teve coragem de apagar aquele telefone, apesar de quase fazer isso inúmeras vezes.

Agora você tem o meu número. C

"Ela está... sorrindo?". Uma enfermeira perguntou para a outra.

"Sim, definitivamente ela está feliz".

"Eu nunca tinha visto Lisa Cuddy sorrir".

"Surpreendente!".

Primeiro você me beija e depois me passa o seu número de telefone, estou tentando entender o que tudo isso quer dizer. H

Cuddy corou e mordeu os lábios. Ela não sabia o que responder. Ela não podia ser sincera demais, se bem que nem ela sabia direito o que queria. Cuddy só sentia falta dele, queria abraçá-lo forte e beijá-lo novamente. Ela queria fazer amor com ele e esquecer-se de tudo o que aconteceu desde que terminaram o relacionamento daquela forma, ela desejava apagar aqueles três anos de sua mente.

"Olha pra ela. É homem. Com certeza tem homem envolvido". A enfermeira comentou.

"Você acha que é aquele bem dotado que estava aqui?".

"Provavelmente".

"Aí eu entenderia porque ela está tão feliz".

As duas riram.


No dia anterior...

House chegou ao aeroporto e Wilson o estava esperando.

"Você vai me abraçar e beijar também".

"Também? Espere! Cuddy te beijou?".

"Que dedução brilhante. Não, foi Arlene que estava por lá".

"House, isso é grande!".

"Foi só um beijo. Provavelmente um beijo de gratidão".

"Não existe essa coisa de beijo de gratidão. Foi na bochecha?".

House olhou pra ele sarcástico. "Você acha que eu e Cuddy nos beijamos na bochecha? Não. Foi na boca e com línguas envolvidas. Muita língua".

"Isso não é gratidão, isso é outra coisa".

"Não deve ser grande coisa".

"É grande coisa!".

"Cuddy e eu... Temos toda a história... Você sabe".

"As coisas mudam...".

"Nem tudo".

"Sim! Cuddy te viu como o homem que você é atualmente, você estava drogado demais naquela época".

"E posso vir a ficar drogado demais no futuro".

"Não acredito nisso...".

"Eu sou um viciado Wilson, só estou limpo agora".

"Você está limpo há muito tempo".

"Talvez porque eu esteja longe de Cuddy...".

"Não, Cuddy não é a razão para você recair".

"Eu sou uma criança emocional Wilson, Cuddy é uma kriptonita. Agora é pior ainda... Cuddy e Rachel são minhas kriptonitas".

"E você vai se afastar pelo bem geral? Isso me parece... não sei... covardia. Você é um covarde?".

"Eu tomei um tiro pela menina e você me chama de covarde?".

"Você pode tomar tiros, se matar por alguém. Mas tem dificuldade em estar lá, só estar lá. Você é um covarde emocional".

"Qual é a vantagem em estar lá se não podemos fazer nada? Isso sim é covardia".

"Não, isso é maturidade. As vezes não é preciso tomar um tiro por ninguém, mas só estar lá. Estar presente".

House respirou fundo e mudou de assunto. Wilson entendeu e deixou o amigo em paz. Ele teria muito que pensar.

A noite House pensou em mandar mensagem para Cuddy dizendo que havia chegado, mas ele lembrou-se que não tinha o número dela. Então ele tocou piano para se distrair, mas quando ele se deu conta, estava tocando A Serenata de Cuddy.

Ele sorriu sozinho. Seria difícil dormir aquela noite, pois duvidas rondavam sua cabeça. O que significou aquele beijo? O que ela sentia por ele? Era só gratidão? Ele tinha certeza de que era completamente apaixonado por Cuddy, nunca deixou de ser. Tê-la em seus braços outra vez foi como se deliciar com o doce mais nobre e caro. Era viciante e ele queria mais.

No dia seguinte ele estava ranzinza. Voltar para Princeton sem Cuddy foi sua realidade por três longos anos, mas de repente, era estranho.

"Soube que você foi baleado?". Chase perguntou.

"Oh sim, eu adorei a primeira experiência então quis repetir".

"Você está bem?". Agora era Adams.

"Sim e não precisamos falar sobre isso. Temos um paciente?".

Ele tentou focar no trabalho até a hora do almoço, quando Wilson o convidou para comerem.

"Você falou para Cuddy que chegou bem?".

"Ela deve imaginar, qualquer noticia contrária teria chegado a ela".

"House!".

"Eu não tenho o número de telefone dela...".

"Oh, é verdade. Vamos resolver isso...".

"O que você está fazendo?".

"Mandando uma mensagem pra ela".

"Pare Wilson!".

"Deixe de ser covarde".

E Wilson mandou a mensagem.

O bastardo está bem. Ele pediu pra eu te avisar que o voo foi ok e que ele chegou em casa bem, pois ele não tem o seu número de celular atual.

"O que você escreveu?". House estava tenso.

"Calma lá... Eu não mandei nada demais. Você parece um adolescente...".

"Você que aparece se intrometendo na vida alheia".

De repente o telefone de House vibrou. Ele olhou.

"Quem é?".

"Não sei...".

Agora você tem o meu número. C

House sorriu.

"É ela, não é?".

"Só assinou com um C, pode ser qualquer pessoa. Candy, Carey, Callie, Candice...".

"Oh cale-se! Ela tinha o seu número de celular, ela nunca apagou… Isso quer dizer muito".

House sorriu sem perceber. Mas Wilson notou.

"Ela sabia de cabeça o meu número de celular, não é grande coisa".

"Oh, melhor ainda. Ela não se esqueceu".

"Ela não teve um problema cerebral". House respondeu digitando. "Não perdeu a memória". Ele enviou a mensagem.

Primeiro você me beija e depois me passa o seu número de telefone, estou tentando entender o que tudo isso quer dizer. H

"O que você respondeu?".

"É pessoal".

"House, eu sou o seu amigo".

"Tem coisas que só dizem respeito a mim".

"Você é um idiota!".

"Eu sei!".

House ficou ansioso, mas a resposta não vinha.

"Você vai comer essa batata frita?". Wilson perguntou.

"Não, sem fome".

Wilson pegou a comida do prato dele.

"Você está aprendendo comigo".

"Você está tenso e sem apetite, mas eu não". Wilson respondeu com a boca cheia e House riu.

De repente o celular vibrou e House olhou imediatamente.

Continua...