Capítulo 13 – Vivendo a vida

Sábado logo cedo Cuddy acordou para tomar um banho demorado e se depilar. Depois ela usou o creme hidratante que House mais gostava, ela nunca se esqueceu das preferências dele. Rachel dormia profundamente quando House bateu a porta. Cuddy sentia o coração acelerado quando foi abrir.

"Ei!".

"Ei!".

"Entre!".

E ele assim fez. Tão logo House colocou a mochila no chão Cuddy o abraçou forte.

"Eu também estava com saudades".

"Cala a boca e me beije!".

House sorriu antes de iniciar um beijo suave, cheio de saudades e expectativa pelos próximos dias.

"HOUSE!". Rachel gritou de cima da escada quando o viu ali.

"Ei macaca!".

A menina desceu as escadas correndo para encontrá-lo.

"Rachel não desça as escadas correndo". Cuddy disse preocupada.

Mas a menina ignorou e se jogou aos braços dele.

"Eu disse que viria".

"Sim".

Rachel não queria soltá-lo mais. House sentiu um misto de sentimentos, ele nunca foi um sujeito paternal, mas devia ser algo assim que os pais sentiam.

"Eu não vou a lugar nenhum garota". Ele tentou tranquilizar a menina.

"Você vai morar aqui então? Cadê a sua mala? E o seu piano".

House ficou sem jeito. "Eu vou ficar até segunda-feira. Depois volto para o meu trabalho".

"NÃO!". A menina contestou.

"Depois você pode ir me ver. O que acha?".

"Não gosto, prefiro que você more aqui".

"Filha, depois conversamos sobre isso, ok?".

"Vamos ao parque com Mi e a mãe dela?". A menina sugeriu empolgada.

"Rachel, House está cansado".

"Não, tudo bem. Vamos ao parque".

"Sério?". Cuddy estranhou, pois House não era disposto assim no passado.

"Sério".

"Oba! Eu vou avisar a Mi que House vai conosco. Ela está louca para conhecê-lo".

Cuddy riu.

"Wow! Que responsabilidade".

"Você é o herói de Rachel".

"A história do tiro...".

"Não só. Ela te ama de verdade".

House tentou fingir naturalidade para disfarçar a emoção.

"Eu vou ao banheiro...".

"Claro! Pode usar o meu quarto. Na verdade, o nosso quarto".

Ele balançou a cabeça gostando do som daquilo. Quando ele entrou no quarto de Cuddy ele se surpreendeu, era enorme. Uma cama gigantesca e uma área de closet que fazia jus ao tamanho do quarto. Ele riu, pois pensou que com certeza ela teria roupas e sapatos suficientes para encher aquilo tudo. O banheiro não perdia em nada com uma banheira que mais parecia uma piscina. Quando ele saiu do banheiro entrou no quarto e não resistiu, ele espiou as gavetas dela. Lingeries novas, todas com etiqueta da loja ainda. Eram caríssimas e muito sensuais, ele se sentiu um bastardo de sorte. Além disso, havia uma caixa de madeira fechada e meio escondida, ele abriu e sorriu. Um vibrador.

"House". Cuddy entrou e House virou-se rapidamente pra ela com o vibrador na mão.

"Oh... Eu...". Cuddy corou. Ele também.

"Desculpe... Eu...".

"Se você quisesse usar meu vibrador bastava pedir". Ela tentou desanuviar o clima.

"Não... eu...".

"Eu sei você estava espionando minhas coisas, tão típico de House isso".

"Desculpe". Ele ainda segurava o vibrador na mão.

"Eu... Não posso dizer que vivi plenamente satisfeita nesses três anos...".

"Entendi".

"Eu precisei me cuidar sozinha muitas vezes, se é que me entende".

"Sim, eu fiz o mesmo. Mas no meu caso usava uma meia, ou...".

Ela pegou o vibrador das mãos dele. "Agora acho que vou aposentar o Bimbo".

"Bimbo? Você nomeou o seu vibrador?".

"Pareceu-me mais intimo".

House riu alto. "Bom, eu nunca nomeei minha meia".

Cuddy riu e guardou o vibrador.

"Talvez você ainda precise dele já que nos veremos apenas nos finais de semana".

"Você cuida de minhas necessidades satisfatoriamente nos finais de semana. O suficiente para que eu consiga esperar pelo próximo".

"Uh... Eu preferia cuidar delas diariamente".

"Eu sei que sim. Eu também queria isso".

Eles se beijaram, mas Rachel bateu a porta.

"Mamãe, vamos ao parque!".

O beijo foi quebrado. "Ela está ansiosa para te apresentar para a amiga. Vou fazer o café. Desça logo! E... Não bisbilhote as minhas coisas".

Ele sorriu e acenou com a cabeça.

Eles comeram. Rachel não parou de falar um único segundo. A menina estava empolgada demais com o fato de House estar ali.

"Eu quero aprender a nadar também". Ela disse quando soube que House era adepto a natação.

"Eu posso te levar na piscina qualquer dia... Lá só tem adulto chato, se você não se importar". Ele falou.

"E tio Wilson?".

"Então. Ele é um dos adultos chatos".

Cuddy sorriu enquanto tomava seu chá. Ela amava aqueles dois de todo o seu coração.

"Eu quero ir! Mamãe, podemos ir?".

"Sim Rachel, se House te convidou...".

"Oba! Quando iremos?".

Os adultos riram.

"Logo mais filha".

"Logo mais é quando?".

House riu. "Aí é com a sua mãe".

"Por favor, mamãe!".

"Ok Rachel, nós falamos depois. Primeiro vamos ao parque".

"Ok". A menina saiu correndo para pegar suas coisas.

"Ela está muito empolgada pra ir ao parque". Cuddy disse se aproximando de House. Ela só queria abraça-lo e beijá-lo, mas isso não seria possível ainda...

"Ela é empolgada com tudo". Ele respondeu e a puxou para um beijo.

O coração de ambos acelerava toda vez que tinha qualquer contato íntimo, era como se fossem realmente namorados adolescentes.

"Vamos?!".

"Sim Rachel". Cuddy respondeu se afastando do beijo. "Eu só preciso escovar os dentes e retocar minha maquiagem".

"Você me beija e só depois escova os dentes?". House perguntou bem humorado.

"Eca!". Rachel respondeu rindo.

Minutos depois eles se encontraram com Dora e sua filha no parque.

"Esse é House. Essa é Dora e sua filha...".

"Mi!". Rachel se antecipou.

"Muito prazer!". Dora disse. "Você é o homem que trouxe um sorriso para o rosto de Lisa".

Cuddy corou e House riu. "Eu já gostei dela". Ele falou para Cuddy.

"Provavelmente ela também levou um sorriso para o seu rosto". Dora falou.

"E mais coisas para outras partes...".

Cuddy arregalou os olhos. "Rachel, Mi... Por que vocês não vão brincar?".

Dora riu. "Eu também já gostei dele!".

"Ótimo que se derão bem, mas isso não lhes dá o direito de falarem sobre... minhas intimidades".

"Que são minhas intimidades também, certo?". House perguntou bem humorado.

"Nossas intimidades devem ficar conosco". Cuddy disse pegando a mão dele para caminharem até um banco.

"Ok, você acaba com a diversão". Dora falou. "Mas eu entendo, se eu tivesse namorando um médico alto, com olhos encantadores e com o humor afiado, talvez ficasse enciumada".

"Dora!". Cuddy disse e House sorriu discretamente.

"Vamos falar sobre...".

"Oh, eu sabia que encontraria você aqui". Uma voz se fez ouvir a distância.

"Mamãe?".

Era Arlene.

"Sim porque de que outra forma eu consigo ver minha filha e neta senão as perseguindo?".

"Você nos seguiu?". Cuddy estava surpresa.

"Claro que sim. Ei, meu genro ex-presidiário".

"Olá Arlene, eu sempre me esqueço de como você pode ser agradável".

"Oh, eu nunca te deixarei esquecer-se disso".

"Tenho certeza que não".

Dora assistia a tudo impressionada. Aquela família era muito divertida.

"Então vocês são oficiais agora?". Arlene sentou-se entre Cuddy e House.

"O que você quer mamãe?".

"O que eu quero? Passar algum tempo de qualidade com minha filha e sua família. E... Respostas".

"Estamos juntos mamãe. Eu e House. Está satisfeita?".

"Não. O que é isso entre vocês exatamente? Sexo? Safadeza?".

Cuddy bufou, Dora segurou a risada e House respirou fundo.

"Nós estamos em um relacionamento amoroso". Cuddy respondeu.

"Relacionamento amoroso?". Arlene perguntou franzindo a testa. "Nem minha avó usava esse termo".

House e Dora não conseguiram conter a risada.

"Vovó!". Rachel finalmente a viu.

"Oi querida!".

"Venha me ver balançar!".

"Vai lá mãe, vai interagir com a sua neta". Cuddy disse.

"Eu irei, mas não pensem que eu estou satisfeita".

Quando ela saiu o casal respirou aliviado.

"Ela não é fácil". Dora disse.

"Não mesmo". Os dois responderam ao mesmo tempo e sorriram.

Arlene ficou observando de longe, o casal não saia de perto um do outro, mãos se tocavam o tempo todo, era nítido que existia paixão ali. House foi o único homem que fez isso com a filha dela. Com os outros namorados Cuddy evitava qualquer contato perto de sua mãe, com House ela agia naturalmente.

Eles ficaram mais algum tempo no parque, Arlene não teve mais oportunidade de importuná-los, então todos conversaram e riram junto com as meninas. Dora e House se deram muito bem imediatamente. Quando voltaram pra casa, para o alivio de Cuddy e House, Arlene foi embora, pois tinha um compromisso. Cuddy preparou um almoço vegetariano, House se esforçou para não reclamar da ausência de carne.

"Eu queria te pedir uma coisa...". Cuddy sentou-se ao lado dele no sofá.

"Eu devo temer alguma coisa?".

"Não".

"Então diga!".

"Haverá um show de uma cantora de quem eu gosto muito essa noite e eu comprei ingressos para nós dois".

"Cantora?".

"Sim".

"Quem?".

"Maria Londge".

"Claro que sim. Você sempre estava ouvindo aquelas músicas românticas...".

"Sim! Você vai comigo?".

"Uh... deixe-me pensar... Ouvir musicas românticas ou ficar aqui vendo televisão?".

Cuddy pareceu magoada.

"Mas aí eu posso me aproveitar de algumas facilidades depois... Se é que me entende...".

"Você é bobo...".

"É claro que eu irei com você".

"Sério?".

"Quem mais iria? Eu não quero ninguém mais do seu lado em um show desses".

Ela sorriu feliz. "Obrigada!".

Então durante a tarde House descansou. Rachel e House dormiram no sofá. Cuddy achou tão fofo que tirou uma fotografia para a posteridade.

No começo da noite eles se vestiram para irem ao show. Cuddy passou uma camisa social de House. Ela estava lindíssima em um vestido florido.

"Wow! Eu tenho que te levar a shows de música mais vezes".

"Obrigada!". Ela respondeu radiante.

Chegaram com antecedência. Cuddy havia comprado ingressos para uma mesa bem perto do palco, claro. Pediram alguns petiscos e torceram para que ninguém se sentasse com eles a mesa, tendo em vista que era uma mesa para quatro pessoas. Mas, infelizmente, logo chegou um casal que se juntou a eles.

"Quem é o homem da relação?". House sussurrou no ouvido dela.

"Pare com isso!".

"Mas é verdade...".

Cuddy começou a ter um acesso de riso e não conseguia se conter.

"Desculpe, eu sou humorista...". Ele falou para o casal ao lado.

"Shh...". Cuddy parou séria quando as luzes se apagaram. Ela estava ansiosa. De repente ouviu-se a voz da cantora.

"Ohhhhh!". Cuddy gritou e House levou um susto. "Linda!". Cuddy gritou junto de outras mulheres.

House queria rir. Cuddy em modo de fã era hilário.

A música seguia e a linda voz de Maria ecoava no ambiente. Cuddy abraçou House tão forte que ele pensou que teria problemas para respirar. Na próxima música, Cuddy cantou para ele. Olhando pra ele. Era uma música que dizia mais ou menos...

Minha vida não era minha

E nem eu era mais meu

Mas quando você voltou

Trouxe tudo o que faltou

Depois ela o beijou suavemente. House estava começando a gostar muito daquele show.

No decorrer das músicas, Cuddy se divertiu como não fazia há tempos. Ela cantava, sorria, gritava e abraçava House. Ela sentia-se completamente viva naquele momento, Cuddy não queria estar em lugar nenhum além dali, com ele.

Alguns médicos do Cleveland Clinic estavam presentes e ficaram admirados com a atitude da CEO. Ela parecia uma mulher tão contida e chata no dia a dia profissional, mas não... Ela estava se divertindo, namorando e... sexy.

Ao final das duas horas de show eles saíram. Cuddy estava rouca e exausta, mas muito feliz.

"Ela é linda! Ela tem a melhor voz de todas".

"Eu tenho que admitir que estou com ciúme dessa mulher".

Ela riu e o beijou. "Eu te amo!".

House sorriu com a declaração.

"Você está falando isso pra mim ou pra Maria?".

"Pra você, claro!".

"Você ama Maria também?".

"Não... Eu a admiro".

"Oh, você totalmente pegaria ela".

"Ok, talvez se eu fosse homossexual por alguém, poderia ser por ela...".

"Eu sabia!".

Ela riu.

"E você?".

"O que tem eu?".

"Por quem você seria homossexual?".

"Por ninguém".

"Oh não minta!".

"Eu sou muito macho pra pensar nisso".

Ela riu. "Vamos, fale!".

"Acho que... Talvez... Pelo Chewbacca".

"Quem é esse?". Cuddy perguntou curiosa.

"Depois você procura".

Ela ficou curiosa e procurou no Google. "Oh vai se foder!". Ela disse divertida.

"O que foi?".

"Eu falava sério".

"E eu não?".

"Você então gosta de seres peludos?".

"Claro que sim". Ele respondeu divertido.

Ela riu alto. Foi uma noite inesquecível, mas ainda não havia terminado...

Quando chegaram, mesmo cansados, eles se entregaram ao amor.

"Uau! Eu estava sentindo falta disso desde... semana passada". House disse.

"Temos muito que compensar".

"Definitivamente".

Ela sorriu. Mas não seria naquela noite. Ambos exaustos adormeceram abraçados.


No dia seguinte eles passaram o tempo em família. Foram levar Rachel no museu pela manhã e no resto do dia descansaram. Relaxaram. A tarde a garota foi para a casa de Dora então eles finalmente puderam colocar o sexo em dia, já que seria mais uma semana de separação. Uma longa semana.

Continua...


Maria Londge é um nome fictício, bem como a letra da canção.