PARTE 2
Pouco depois, na redação do Planeta Diário, todos os monitores de televisão estavam ligados em diferentes emissoras, e transmitiam as mesmas manchetes, as quais eram acompanhadas com muito interesse pelos atentos telespectadores do maior jornal de Metrópolis.
"Um homem pássaro foi visto sobrevoando os céus de Metrópolis na tarde de hoje" dizia Cat Grant, apresentadora do noticiário televisivo de última hora. "Ele salvou a repórter Lois Lane do Planeta Diário após um acidente de helicóptero--"
Nisso, imagens de um cinegrafista amador mostravam a silhueta de um homem vestido de azul e vermelho pegando Lois no ar e levando-a para o alto, e uma multidão de pessoas gritando abaixo. Logo após, com apenas uma das mãos, ele segurava o helicóptero que despencava.
"Mas há relatos em todo o mundo do misterioso salvador" continuou Cat Grant, quando imagens não muito recentes mostravam um ponto nos céus de lugares isolados ao redor do mundo.
"Ei, ela esqueceu de falar que eu também estava no helicóptero!" protestou Jimmy, apontando para o monitor.
"Silêncio, Olsen!" exclamou um repórter ao seu lado. "Estamos tentando ouvir!"
Todos os repórteres da redação estavam compenetrados nas imagens nos monitores.
Jimmy balançou a cabeça, ainda não acreditando que não haviam citado seu nome. De repente, ele olhou para o lado, e viu Lois saindo da sala de Perry White, que também acompanhava os noticiários pela televisão.
"Lois!" gritou ele, acenando para que ela o visse, enquanto todos ao seu lado o olhavam com censura. "Estamos na televisão!"
"Shhhhhhhhhhhhh!" fizeram dois repórteres e a copeira.
Lois se aproximou de Jimmy, e com os braços cruzados, também não conseguia tirar os olhos dos monitores. Seus pensamentos eram turbulentos, seu coração estava acelerado, e era como se ela ainda conseguisse sentir as mãos dele ao redor do seu corpo quando a pegou durante a queda.
"Um homem numa capa vermelha salvou um avião com mais de duzentos passageiros na Polinésia Francesa" dizia um outro noticiário.
Lois sorriu, e se virou para olhar outro monitor, onde outra reportagem mostrava imagens de um outro cinegrafista amador em Tóquio, em que alguma coisa cortava os céus. E seu coração acelerou, ainda que as imagens fossem rebuscadas e nem um pouco precisas. Logo depois, cenas dos tripulantes que desciam de um avião que quase caiu no Japão eram mostradas.
"Em todo o mundo há relatos do misterioso homem-pássaro" dizia um outro apresentador. "Pergunta-se: será uma invasão?"
"Que absurdo!" protestou Lois em voz alta, chamando a atenção de todos na redação, que se viraram para vê-la.
Mas antes que ela pudesse explicar qualquer coisa, não que houvesse o que pudesse ser explicado, dadas as circunstâncias, Perry gritou da porta da sua sala:
"Todos na sala de reunião!" e entrando na sala ao lado: "AGORA!"
"Estamos com a história do século nas nossas mãos!" gritava Perry agora na sala de reuniões, repleta de repórteres. "E temos que ter EXCLUSIVIDADE!"
Lois, que estava entre todos os repórteres do Planeta Diário, ao lado de Jimmy, com seu caderno de notas, ainda não conseguia tirar o sorriso dos lábios.
"Lois!" gritou Perry, ao vê-la com um sorriso nos lábios e olhar perdido.
"O quê foi, chefe?" perguntou ela, como se acordasse de um transe.
"O quê está fazendo aqui? Devia estar no hospital!"
Todas as pessoas na sala voltaram os olhos para ela, que apenas sorriu, e disse:
"Estou bem, chefe"
Jimmy, ao seu lado, sorriu.
Inabalável, Perry continuou seu discurso intermitente:
"Quero fotos!" gritou, lançando olhares e apontando o dedo para seus principais fotógrafos. "Muitas fotos!" e olhando para todos: "Quero saber se ele está envolvido em algum esquema de promoção ou algo do gênero--"
"Não acho que ele esteja envolvido nisso, chefe" interrompeu Lois.
"Não quero saber!" retrucou Perry, apontando-lhe o dedo. "Quero respostas! Quero uma entrevista exclusiva! Tenham em mente que TODOS os jornais do mundo estarão atrás disso! É a maior entrevista da história da humanidade, desde que Moises falou com Deus! E nem que meus principais repórteres tenham que ficar nos telhados dos prédios mais altos de Metrópolis acenando para esse sei-lá-o-quê, temos que ter exclusividade! Quero saber o NOME dele. De ONDE ele veio. Quero saber TUDO! Idade, altura, peso. Para qual time que ele torce. Quem é o seu alfaiate? Ele tem namorada?"
Nisso, Lois sorriu, enquanto tomava notas.
"E não voltem aqui SEM respostas!" gritou Perry, acendendo um charuto.
Ao ver, porém, que todos ainda o observavam, imóveis, gritou:
"O quê estão esperando? Ao TRABALHO!"
E na medida que todos saiam apressados da sala de reuniões, Perry chamou Lois, que esbarrou em Jimmy, e ficou na sala quando já não havia mais ninguém além de White.
"Feche a porta, Lois" pediu Perry, sentando-se à mesa de reuniões.
Lois fechou a porta e se aproximou.
"Quero lhe pedir um favor" disse ele.
Ela então enrugou a testa, confusa.
"Contratei um novo repórter. Ele chega amanhã, e com toda essa confusão de última hora, não vou ter muito tempo para ele. É um conhecido de longa data, e não quero vê-lo nas mãos de qualquer um. Quero que o oriente nos primeiros dias aqui no jornal, e que trabalhem juntos na matéria sobre o homem-pássaro"
"Mas chefe, eu--"
"Lois!" exclamou ele. "Você é a melhor repórter que eu tenho. Sei que vai conseguir dar conta do recado"
"É que--"
"Eu sei o que deve estar pensando, por ele ser um conhecido meu e tudo mais, e embora isso não seja da sua conta, ninguém melhor do que você, Lois, para saber que eu jamais contrataria alguém que não fosse bom o bastante para o Planeta Diário"
"Não é isso, chefe, é que eu--"
"Pode ir agora, Lois" concluiu ele, ignorando seus apelos.
Ao ver que Lois continuava parada à sua frente, Perry levantou os olhos para vê-la:
"Como vou trabalhar na matéria do Superman se vou ter que pajear um novo repórter?" indagou ela, furiosa.
Perry arqueou as sobrancelhas, surpreso.
"Superman?" repetiu ele, olhando para um ponto fixo qualquer.
Lois enrugou a testa.
"Você disse Superman?" repetiu ele.
Lois deu de ombros.
"Foi o que eu disse, não foi?"
"Hum. Gostei" sorriu ele. "Superman" repetiu gesticulando com as mãos ao alto, como se enxergasse o nome escrito na próxima manchete.
Perry então se virou para Lois, e disse:
"Lois, essa matéria é sua. Consiga a estória!"
Lois sorriu, satisfeita, mas antes que saísse da sala de Perry, ele completou:
"E você não precisa bancar a pajem. É só orientá-lo"
Lois suspirou, imaginando que ele deixaria de lado a idéia dela ter que ajudar o novo repórter, mas como não havia mais como argumentar com Perry, simplesmente deixou-o a sós com suas idéias para o Superman.
"O quê foi, Lois?" perguntou Jimmy ao vê-la sair bufando da sala de reuniões, logo seguida de Perry que, indiferente, entrava em seu gabinete ao lado.
"Vou ter que bancar a babá de um repórter novo que chega amanhã" resmungou.
"Puxa, que chato!" comentou Jimmy, solidário. "Por outro lado, ele vai poder ajudá-la com a matéria sobre o tal Azulão"
"Azulão, Jimmy?" indagou Lois, enrugando a testa.
"Jimmy!" gritou Perry da sua sala.
Lois e Jimmy se viraram para ver Perry enlouquecido em sua sala, e o jovem fotógrafo apenas sorriu para a colega antes de ir ver o que ele queria.
Sozinha, e pensativa, Lois se sentou à sua mesa, e levantou os olhos para o monitor de televisão ao lado, onde agora apareciam mais imagens dele, do grande amor da sua vida sobrevoando os céus de vários lugares ao redor do mundo, salvando pessoas, e trazendo esperança para todos, e para ela. Lois então suspirou, e sorriu.
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Era noite, e os noticiários locais ainda borbulhavam com informações sobre o Superman. O Planeta Diário havia acabado de lançar uma edição especial de última hora com o nome Superman, e a reportagem de capa era o salvamento da repórter Lois Lane. Toda a mídia começava a adotar o nome também.
Lois sorria, enquanto subia pelo elevador do edifício onde morava, e lia a reportagem.
Ao entrar no apartamento, ela jogou a bolsa, o casaco e o jornal sobre o sofá, serviu-se de uma taça de vinho tinto, tomou um gole e foi até a varanda, como fazia todas as noites. Naquela noite, por um motivo especial. Com o olhar perdido, imaginava onde ele estaria naquele exato momento, e quando voltaria a vê-lo, embora compreendesse que aquele era seu primeiro dia de aparecimento público e que muito provavelmente ele estaria ocupado o bastante salvando pessoas em todo o mundo para visitar a namorada que não via há anos. Namorada. E Lois pensou como seriam as coisas dali em diante. Seria ela ainda a namorada do Superman? E um frio subiu por sua espinha. Mas ao lembrar do reencontro, quando ele a salvou da queda, o modo como a olhou. Não. Nada havia mudado.
E olhando para os céus estrelados da Cidade do Amanhã, Lois tinha a estranha sensação de que ainda o veria naquela noite. E foi enquanto acendia um cigarro, e sentiu uma brisa forte ao seu lado apagar a chama do isqueiro, que ela soube. Não estava mais sozinha. Nunca mais. E ao se virar, lá estava ele, com os braços cruzados contra o peito, flutuando e encarando-a do alto da sacada, com um sorriso nos lábios e os olhos repletos de brilho, o mesmo de horas antes, quando os dois se encontraram pela primeira vez após quase seis anos. Seis anos.
Lois emitiu um riso de felicidade e orgulho ao vê-lo, ao mesmo tempo em que seus olhos também se enchiam de brilho, e quase lacrimejavam.
"Smallville" disse, aproximando-se dele, enquanto ele também se aproximava, tocando os pés no chão da varanda.
"Lois" respondeu ele, colocando agora as mãos ao redor de sua cintura.
Ao sentir novamente o seu toque, Lois fechou os olhos, e uma lágrima correu por sua face. Seria um sonho? pensou ela. Finalmente estavam juntos? Esperou tanto por aquele momento, que chegava a imaginar se jamais aconteceria. E todas as vezes em que lembrava dos dias maravilhosos que passaram anos antes, imaginava se realmente teriam acontecido, e se não passavam de um sonho exatamente como aquele. Pois a sensação era a mesma. Amor. Carinho. Calor. Aconchego. Sim. Claro que era um sonho. Um sonho que se tornava realidade. Finalmente.
E ao abrir os olhos, lá estava ele, sorrindo com a mesma segurança de quando partiu. E ela então o examinou mais uma vez, tocou cuidadosamente a malha azul que definia seus bíceps e peitoral. Depois, tocou o símbolo pentagonal sobre seu peito, lembrando dos símbolos kryptonianos que Clark lhe mostrou anos atrás, e das imagens que viu naquela tarde nos noticiários.
Finalmente, o mundo o conhecia.
E assim como ela, todos se apaixonariam por ele e por tudo aquilo que ele representava.
Admirada e orgulhosa, Lois sorriu e o fitou com firmeza nos olhos. Foi quando teve a certeza de que ele voltava para ficar.
Ela se aproximou mais, e ele a puxou gentilmente para um abraço. E Lois sentiu o calor da radiação emitida por seu corpo, lembrando o quanto isso era bom e agradável. Cuidadosamente, ele afastou as madeixas do rosto de Lois, e sorriu.
"É muito bom estar de volta ao lugar onde sempre pertenci... e que é ao seu lado, Lois" disse ele, com sua firmeza inabalável.
Lois sorriu. Ele estava diferente, mas ao mesmo tempo, era o mesmo. E não era a malha azul que o tornava especial.
"Senti tanto sua falta" confessou ela, com as pernas cambaleantes e o coração acelerado enquanto pensava no que ele acabara de dizer 'É muito bom estar de volta ao lugar onde sempre pertenci... e que é ao seu lado, Lois'. E ela aconchegou a cabeça contra seu peito.
Ele fechou os olhos, enquanto sentia o perfume de seus cabelos e de sua pele. Não desejou estar em qualquer outro lugar no mundo que não fosse ali, com a mulher a amada.
"Está tremendo, Lois?" perguntou ele.
Lois sorriu, sem se virar para vê-lo, e com os olhos fechados, disse:
"Sinto-me como da primeira vez que ficamos juntos em Smallville"
Ele sorriu. "Esperei tanto por esse dia" disse, enquanto os dois se desvencilhavam gentilmente um do outro.
Foi então que ele estendeu-lhe a mão. Confusa, Lois, porém, não hesitou, e segurou sua mão. "Quero levá-la para um passeio" disse, sorrindo.
"Como antigamente?" perguntou ela, lembrando dos passeios sobre os milharais em Smallville, anos antes, enquanto ele a segurava por trás pela cintura e se preparava para dar impulso.
"Melhor" corrigiu ele. E Lois se virou para vê-lo por cima de seu ombro, e sorriu, assim que alçaram vôo.
Com as pernas apoiadas na panturrilha de Superman, que a segurava firme pela cintura com um braço, enquanto o outro lhe servia de apoio, Lois não conseguia desviar o olhar dele, embora cortassem agora os céus de Metrópolis, e ela pudesse vislumbrar toda a beleza daquela noite agradável de uma forma que ninguém mais além do Superman poderia.
Superman.
Pois era isso que ele era.
Para ela, e para todo o mundo.
E por mais que a vista fosse inefável, Lois encostou a cabeça no ombro dele, que se virou para vê-la, com um sorriso. Não importava onde, no calor do seu apartamento, na beleza da estonteante Fortaleza da Solidão, ou sobre os céus da iluminada Metrópolis, estar com ele, sentir seu corpo contra o dela, seu toque, seu cheiro, seu calor, era sublime.
De repente, quando Lois se deu conta, eles estavam de volta. Ele a colocou gentilmente à sua frente após tocar o piso da varanda do apartamento dela, e a olhou com firmeza nos olhos. Nada mais precisava ser dito. E Lois colocou as mãos ao redor do pescoço dele, que se inclinou para tocar seus lábios contra os dela. Lentamente, os dois se entregaram a um beijo apaixonado e há muito esperado, enquanto Superman a erguia gentilmente do chão, e a levava pelo colo para dentro do apartamento.
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Horas depois, deitado na cama, Clark segurava a mão de uma adormecida Lois contra seu peito nu, enquanto olhava para o teto, com um sorriso no canto dos lábios, e os olhos cheios de brilho. Era bom estar de volta, pensou.
"Clark?" perguntou ela, sonolenta, virando-se para vê-lo.
Ele baixou os olhos também para vê-la, e sorriram, enquanto Lois se ajeitava ao seu lado na cama, apoiando a cabeça com a mão enquanto a outra permanecia sobre o peito de Clark. "Achei que avisaria quanto voltasse" disse, subitamente, e com um sorriso: "Mas gostei da surpresa"
"Bom, na verdade, eu pretendia encontrá-la somente amanhã--" disse ele, sorrindo.
"Que embaraçoso!" exclamou ela, enrugando a testa e cerrando os olhos, lembrando do helicóptero, e depois sorrindo: "Ainda bem que você estava por perto"
"Lois," disse ele, beijando sua mão "sempre estou por perto" corrigiu.
Ela sorriu, confiante. "Bom... e quando voltou?" perguntou.
"Ontem" respondeu ele. "Nem meus pais sabiam que eu voltaria. E minha mãe queria ligar para você assim que cheguei para contar a novidade, mas não deixei. Quis surpreendê-la--" repetiu.
Lois sorriu. "E conseguiu" disse.
Clark suspirou enquanto olhava firme nos olhos dela, e disse: "Lois, eu nunca mais vou deixá-la"
"Eu sei" ela respondeu, inclinando-se para beijá-lo nos lábios. "Sabe o quê eu pensei?" perguntou entre os beijos.
"O quê?" perguntou ele, puxando-a gentilmente para si para um beijo mais demorado, enquanto Lois se ajeitava sobre seu peitoral.
"Pensei que podíamos passar o dia juntos amanhã. O quê acha?" sugeriu ela, sorrindo, enquanto Clark a abraçava, cruzando as mãos ao redor de seu corpo, e olhava pensativo para o teto na medida em que Lois cobria suas faces com beijos e afagos.
"Acho ótimo" concordou ele.
De repente, Lois parou de beijá-lo e enrugou a testa. "Ah, não! Esqueci completamente--" disse ela.
"O quê?" perguntou ele, sorrindo.
"Perry me obrigou a ajudar com o novo repórter que começa amanhã" lembrou, ainda irritada com a idéia.
"Hum. É mesmo?" indagou Clark, com um olhar desconfiado. "E quem é esse repórter?"
Lois rolou os olhos. "O Perry esqueceu de me dizer o nome"
"E por quê você tem que ajudar esse novo repórter?" perguntou ele.
Lois então sorriu ao perceber que Clark demonstrava ciúmes e se inclinou novamente para beijá-lo.
"Deve ser o meu charme--" disse ela, ronronando próximo à orelha dele.
"Ah é!" protestou ele, aos risos, antes que ela concluísse a frase, tomando-a nos braços e colocando-a no outro lado da cama para se inclinar sobre ela, que também ria.
E os dois já não mais riam, e houve um silêncio enquanto fitavam um ao outro. "Estou orgulhosa de você" disse ela, subitamente, afagando seus cabelos.
Clark sorriu. Ainda era estranho lidar com toda aquela atenção, embora ele gostasse. Afinal, não precisava mais esconder seus poderes. Mas principalmente, porque ele tinha Lois ao seu lado, que sempre o ajudaria e o apoiaria, como sempre.
"As pessoas devem estar querendo saber a meu respeito" disse ele, então.
Lois apenas balançou a cabeça, com as sobrancelhas arqueadas, lembrando a reunião de Perry no Planeta Diário, e Clark lhe sorriu. "Devia escrever alguma coisa, Lois"
"É exatamente o que Perry quer... que eu me torne a assessora de imprensa do Superman" disse, enrugando a testa, e sorrindo, na medida em que gostava da idéia.
"Você até me deu um nome... embora eu prefira Kal-El" disse ele, sorrindo.
Lois rolou os olhos com o comentário. "E o quê eu escreveria?" perguntou.
"Se alguém me conhece bem, esse alguém é você, Lois. Tenho certeza que vai saber o que dizer a meu respeito às pessoas" disse ele.
Lois ficou pensativa, e depois sorriu. Colocou então os braços ao redor do pescoço de Clark e ele se inclinou sobre ela, beijando-a apaixonadamente.
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Na manhã seguinte, ao sentir os primeiros raios de sol atravessarem as frestas da janela do quarto, Lois abriu os olhos e viu ao seu lado da cama Clark vestido na malha azul e vermelha, admirado-a.
Constrangida, como se ele jamais a tivesse visto pela manhã, Lois cobriu a face com uma das mãos, sorrindo.
"Você está linda" disse ele, também sorrindo.
E Lois se ajeitou na cama para vê-lo melhor.
"Tenho que ir agora, Lois" disse ele. "Alguém lá fora está precisando da minha ajuda nesse exato momento"
Lois sorriu, orgulhosa. "Claro. Vá logo" disse, enquanto ele se inclinava para beijá-la nos lábios.
E Lois cerrou os olhos, imaginando novamente se aquilo tudo não passava mesmo de um sonho, e como um sonho poderia ser tão real, e perfeito. O homem da sua vida estava de volta. E nunca mais a deixaria. Nem a ela, e nem as pessoas que precisavam dele. E sorriu, enquanto sentia-o se afastar gentilmente.
"Vejo-o mais tarde?" perguntou, abrindo os olhos. Mas quando Lois se deu conta, ele já não estava mais lá, e as cortinas da janela se agitavam com o rastro do seu vôo.
Continua...
