Novo capítulo no ar!
Espero que vocês estejam gostando...
Comentem please!
Beijos!
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CAPÍTULO II – Aquele em que os sentimentos surpreendem
Os próximos quatro meses da vida de Ginny Weasley foram os piores momentos da sua vida, e em contraste, os melhores também. Como sempre sonhou, morava com uma família norte americana em Colts Neck, no estado de Nova Jersey, onde cuidava de quatro crianças. Além disso, enquanto elas estivessem na escola, era sua responsabilidade organizar e limpar a casa, cuidar das roupas e até mesmo do cachorro da família, algo bem contrário ao que era sua vida antes.
Ela era farmacêutica no St. Mungus e estava acostumada a trabalhar com atendimento ao público na área da saúde por toda sua carreira. Nunca havia cuidado de crianças antes, então além da dificuldade óbvia existia também a questão da cultura completamente diferente da sua. Sempre fora muito ligada em sua família e ali naquela casa era muito claro que as crianças eram deixadas de escanteio pelos pais, o que muitas vezes acabava deixando Ginny numa posição difícil.
Seus dias de trabalho eram das quartas as sextas-feiras, ficando com muito tempo livre nos demais dias, podendo viajar e conhecer novos lugares. Sempre que a oportunidade surgia, Ginny alugava um carro e passava alguns dias visitando Luna e Neville na Pensilvânia, como no feriado de Ação de Graças onde aproveitou para ir as compras de madrugada com sua amiga na sua primeira Black Friday – apesar do frio extremo com certeza seria uma das suas melhores lembranças.
Mas o seu programa favorito, sem sombra de dúvida, era quando pegava um trem pela manhã e passava o dia em sua cidade dos sonhos: Nova York. Após aquela primeira fatídica visita com Luna, não foi difícil retornar a cidade com sentimentos mais felizes conforme o tempo passava. Seu coração ainda não estava totalmente curado, mas ela precisava admitir que quanto mais tempo passava pelas ruas da Big Apple, melhor ele ficava, o que a fazia lembrar da frase que sua mãe Molly Weasley sempre falava "longe dos olhos, longe do coração".
Mesmo assim, Ginny foi obrigada a admitir que aquela experiência, ao contrário do que ela sempre imaginou, não estava sendo tão alucinante quanto deveria. Tentava de todas as formas possíveis ficar extasiada e feliz por conseguir realizar seu sonho adolescente, mas o aperto constante no peito não permitia. Foi então que em uma tarde ao final do mês de janeiro, ela tomou a decisão de voltar para casa em vez de estender o seu tempo naquele país.
— Eu sei que não é o que você esperava Luna, mas tente me entender — suspirou fundo enquanto tentava expressar em palavras o que estava sentindo — eu não quero ficar longe da minha família, não estou sendo feliz aqui como imaginei que fosse ser, sinto um vazio enorme dentro de mim e mesmo que já tenha esteja superando o passado, as coisas não melhoram e eu não sei mais o que fazer — passou a mão livre pela testa enquanto tentava não chorar pela segunda vez no dia em busca de compreensão nos olhos da amiga — posso afirmar para você que os únicos momentos em que me sinto completamente feliz são aqueles quando estou andando perdida pelas ruas de Nova York e não sei se isso seria suficiente para me manter aqui.
Sabia que Luna não entenderia. Ela havia vindo embora há tantos anos e tinha certeza de que Ginny seguiria seus passos. Era quase tão certo na cabeça da loira que isso aconteceria que não conseguiu evitar o olhar decepcionado para a amiga pela vídeo chamada, o que em questão de segundos foi substituído por um olhar carinhoso.
— Ok ok, não entendo mas vou te apoiar na decisão que você tomar, você só precisa entender que pra toda escolha que tomamos nessa vida há uma renúncia a ser feita — a loira tentou soar mais amena enquanto tentava em vão sorrir — a decisão de ficar para ter uma melhor qualidade de vida e segurança te fará renunciar a família, aos amigos e a facilidade da casa dos seus pais, porém a decisão de voltar… ah Gin, você vai abrir mão do seu sonho! — desistiu novamente enquanto colocava a mão na testa.
— Eu sei disso tudo, e também sei que pareço uma covarde falando assim… — fechou os olhos enquando ouvia o apito da chaleira de água no fogão, achou melhor encerrar aquela conversa antes que as lágrimas voltassem — eu preciso desligar, tenho a roupa das meninas pra dobrar e guardar, e preciso fazer isso antes deles chegarem da escola porque senão não faço mais — completou com um leve sorriso que Luna percebeu que não era sincero enquanto se despedia da amiga e se encaminhava para a cozinha.
Pegou a chaleira e despejou a água fervendo dentro da xícara com seu já escolhido chá de camomila, tudo uma forma de tentar acalmar os ânimos. Sentou-se na mesa da cozinha de frente para a janela enorme que dava vista ao jardim esbranquiçado pela neve que havia caído na noite passada e ficou analisando tudo que havia dito para Luna.
Abriu o facebook e rolou sua página do feed com seu pensamento longe enquanto lembrava que ainda não havia feito sua "limpeza diária". Era uma tortura no começo do término, quase todos os dias tinha alguma lembrança ou recordação do dia, alguma postagem sua com comentários dele ou alguma foto em conjunto, ela sempre se desmarcava ou excluia a publicação, na ansiedade de que após um ano isso acabasse. Quando ela expôs para os pais de Malfoy o que ele havia feito, ele teve a coragem de lhe bloquear em todas as redes sociais — nem para dar o gosto dela ter feito isso! — portanto nessas lembranças o nome dele, quando marcado, sempre ficava em cinza sem acesso ao perfil. Até aquele dia.
Quase engasgou com o gole de chá quando ao ver uma foto sua com os amigos dele em uma formatura como lembrança daquele dia, o nome dele estava em azul, formando um link. Seu coração deu apenas uma batida mais forte e por um segundo ela ficou em dúvida se clicava ou não. A curiosidade vencendo, afinal ela era uma Weasley, mais curiosa impossível, clicou no link enquanto sentava melhor na cadeira. E lá estava, o perfil aberto.
"Ontem mesmo eu vi esse link em cinza, ele me desbloqueou hoje, mas porque?" sua cabeça estava a mil, procurando todos os sinais que pudesse encontrar, tentando entender o que havia acontecido. Ele não estava namorando, pelo menos não havia nada em seu perfil. Passou pelas fotos de perfil, havia ali algumas fotos novas que ela não conhecia, aquele mesmo ar de superioridade com aquele sorriso de canto que há tantos anos havia lhe conquistado — o receio de sentir aquela dor veio e para sua surpresa: nada, seu coração não bateu mais forte, não estava saindo pela boca como imaginou.
Desceu nas postagens recentes e encontrou o motivo que estava procurando. Era uma foto de uma mesa de madeira envelhecida e duas mãos, cada uma segurando um copo de cerveja, reconheceu uma delas com o relógio que ele sempre usava, e a outra usava um esmalte vermelho, ou seja, era de mulher. Subiu os olhos para a descrição que dizia "Sextouuu" e logo ao lado a marcação de um nome feminino.
Ele estava saindo com outra pessoa e queria que ela visse! Seus olhos faíscaram de raiva por ele querer que ela sentisse ciúmes e soubesse que ele já estava em outra. A intenção dele ali era cristalina para os olhos de Ginny. Magoar e mahucar. Mas a surpresa veio em forma de alívio quando percebeu que aquilo ali, pra ela, já não significava mais nada. Arqueou levemente a sobrancelha esquerda e mordeu de leve o lábio inferior pensando... Curiosidade era seu maior ponto fraco.
Quando percebeu já estava abrindo a página do perfil da moça e de repente o mundo parou — e ela estava gargalhando. Não conseguiu se conter, quanto mais olhava aquela foto de perfil de uma moça loira, mais sua risada era alta e escandalosa. Já estava com lágrimas nos olhos de tanto dar risada quando abriu o aplicativo de mensagem de texto e começou um áudio para Luna.
— Amiga, vou te mandar o link de um perfil, me diga o que você acha — finalizou e encaminhou em seguida. Em menos de um minuto a loira respondeu.
— Nossa Gin, você tem uma irmã gêmea e não sabia?! Como assim!? De onde você tirou essa sua cópia fiel!? — não pensou que seria capaz de rir ainda mais, se contorcendo enquanto respondia.
— É a nova ficante do Malfoy… — explicando como encontrou o perfil.
— Você está de brincadeira? — foi a primeira coisa que Luna falou quando atendeu sua nova chamada por vídeo — ele arrumou outra Ginevra Weasley versão loira e ainda quis que você soubesse? — as duas riram mais um pouco e a loira completou — agora você tem a chance de bloquear ele, aproveite!
A ruiva ponderou sobre isso. Sim, ela seria muito feliz se fizesse isso, uma parte de si sempre quis ter sido ela a bloquear ele, pois ela era a vítima da história deles e não o contrário. Porém…
— Só que se eu fizer isso, ele vai saber que eu vi, ele vai ter certeza e vai pensar que ganhou, que conseguiu me machucar mais ainda — a loira entendeu o ponto de vista e concordou.
— Você tem razão… e que surpresa, você já está conseguindo fazer análises profundas — enquanto Ginny secava as lágrimas de alegria do seu rosto, Luna fez a questão que pairava no ar — como você está se sentindo com isso?
Ginny sentiu uma leve preocupação na voz da amiga, porém quando respondeu não poderia ter sido mais sincera — Não sinto nada, absolutamente nada!
A sinceridade estava estampada em seus olhos que brilhavam de felicidade, ela poderia não estar satisfeita com a vida que levava naquele país, queria voltar para casa e uma pequena parte dela se perguntava se queria ficar, porém a única coisa que importava e que ela poderia afirmar com toda a certeza naquele instante era que Draco Malfoy não fazia mais parte do seu coração.
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Siiimmmmm, essa parte final também é real! hahahaha
Pensem na minha cara quando aconteceu... acho que foi a melhor "piada" da minha vida!
Até a próxima pessoal!
Beijoss
