CAPÍTULO 2 - Visitante inesperado.
Uma semana ainda se passou depois do incidente e Harry estranhou a garota não tê-lo procurado pela vizinhança. Decerto não sabia se orientar ali e esperava uma oportunidade mais fácil de achá-lo. "Como se Hogwarts fosse numa esquina qualquer". Sorriu pensando como ela ficara brava e imediatamente a imagem de Hermione brava lhe veio à mente. As duas até que se pareciam, o mesmo ar petulante. Mas Mione era mais persistente. Não via a hora de reencontrar seus amigos e poder rir com eles. E logo o grande dia chegou; ele estava na estação, esperando seu comitê de despedida.
- HARRY! - Alguém lhe chamou às suas costas. Logo uma multidão de cabelos ruivos estava à sua volta e um dos donos tentava esmagá-lo de amor.
- Tia Molly! - Dizia Harry sem conseguir respirar direito. - Que... Bom... Ver... Você!
- Ah, meu amor, você está tão magro... Por que não foi ver-nos? - O rapaz sorriu.
- Não pude, ordens de Dumbledore. Mas tudo bem, prometo que no Natal estarei lá.
A mãe de seu amigo quase chorou de alegria ao ouvir isso. Rony revirou os olhos.
- Certo mãe, está na nossa hora, temos que ir ou chegaremos tarde demais. Você não quer que peguemos o carro do papai emprestado de novo né? - Sorrindo inocentemente.
- Ronald Weasley! Se pensar nessa possibilidade de novo vou te mandar nas férias para ficar com seu irmão Carlinhos aprendendo a tratar dragões! - O sorriso do garoto sumiu no ato e ele emburrou. Harry riu.
- Ué, cadê a Mione?
- Não sei, acho que já deve ter chegado, vamos indo. - Entraram todos, Rony, Harry e Gina, a mais jovem os Weasley, pela passagem da estação 9 ½ e logo estavam bem acomodados num vagão bem quentinho. Ouviram então uma voz suave.
- Rony! Harry! - Uma cascata de cabelos lanuzos pulara sobre eles e beijava-lhes as faces, deixando-os ruborizados.
- Oi Mione. - Responderam automaticamente.
- Olá Mione. - Gina lhe sorria, sentaram uma ao lado da outra. - E como foram suas férias?
- Ótimas! Fui visitar a Grécia com meus pais, lá é tão gostoso e bonito... - A menina parecia estar imersa em lembranças, o que fez seus amigos sorrirem. - E vocês? Algo de novo?
- Nada, fui ver Fred e Jorge, aquela loja deles está fazendo cada dia mais sucesso mas eles não me deixam trazer nadinha de graça. - Rony respondeu mal humorado; a menina riu.
Harry, estranhamente, começou a rir - O que foi Harry? - Perguntou a ruiva curiosa.
- Estou lembrando de um incidente das férias. Um trouxa me acertou com a bola e eu acabei levando-a embora. Disse-me então que ia me procurar na minha escola para pegar a bola de volta. Pobre alma...
- Harry! Que maldade! - Exclamou Hermione. - E o que você fez com a tal bola?
- Eu? A trouxe comigo, está no baú. Quero ver vir pegá-la de novo.
Todos riram, afinal era impossível uma trouxa seguir um bruxo. Realmente, a bola estava perdida.
Algumas horas se passaram todos conversando animadamente. Nem a presença irritante de Malfoy tirou-lhes o bom humor, estavam felizes e com saudades uns dos outros. Quando deram por si já estavam nas carruagens e logo depois nas mesas do salão principal, esperando pela seleção das casas para poderem jantar. Dumbledore fez seu discurso e convidou os novos alunos a irem ao Chapéu Seletor, sendo cada um encaminhado devidamente até sua respectiva casa e iniciado o banquete. Tudo transcorria na maior calma quando...
- ESPERE AÍ! VOLTE! NÃO ENTRE AÍ! - A voz de Filch era ouvida no lado de fora e com um estrondo a porta se abriu. Todos do salão olharam para lá e Harry viu surgir os mesmos olhos negros, só que muito assustados. A figura olhou para o mar de pessoas à sua frente e procurou um rosto conhecido. Ao se deparar com um par de olhos verde de óculos correu até ele, ofegando.
- PARE LOGO! - Filch vinha em seu encalço, com Madame Nora miando estridentemente.
- Ah, larga do meu pé, velho! - O garoto postou-se atrás de Harry que tinha se levantado quando o mesmo entrou.
- O que está acontecendo aqui? - A voz tranqüila porém potente de Dumbledore se fez ouvir na balbúrdia que se instalava.
- Esse garoto é um intruso! É um trouxa! - Filch parecia possesso.
Dumbledore virou-se para o menino, medindo-o, avaliando-o. Outra voz se fez perceber.
- Trouxa? E o que um trouxa faz aqui? - Snape agora também estava de pé, irritado.
- Eu não sou trouxa! - O menino gritou. - Os idiotas aqui são você e esse velho manco! - Apontando Flich. O aborto quase saltou em seu pescoço se Harry não tivesse lhe bloqueado a passagem.
-Já chega! - O diretor parecia realmente bravo agora. - Menino, poderia vir aqui um momento?
Ele olhou desconfiado para todos mas gostou do olhar do bruxo e se dirigiu para a mesa dos professores. Eles o estudavam, surpresos. Minerva foi a primeira falar:
- Como veio parar aqui, trouxa? - Foi fuzilada no ato com o olhar.
- Já disse que trouxas aqui são vocês. - Disse entre os dentes.
- Calma, meu jovem, logo vamos lhe explicar algumas coisas, mas antes nos explique outra. Como, por exemplo, quem é você e como está aqui agora? - Dumbledore sorriu e acalmou o moço. Ele parecia sem graça.
- Bom, é que...
