CAPÍTULO 3 - Passagens estranhas.
"Meu nome é Sof... Sofeu Motta. Tenho 16 anos e sou brasileiro. Estou estudando com meus tios aqui na Inglaterra pois meus pais morreram há 2 anos. Conheci aquele garoto de olhos verdes ali atrás num dia de férias e brigamos por uma besteira, uma bola. Eu a queria de volta mas ele não me devolveu. Então lhe disse que se fosse assim iria até a escola dele pegar o que era meu. Não o segui até sua casa porque tinha que tomar conta do meu priminho.
Hoje é o dia em que as escolas iniciam as aulas por isso estava na estação esperando meu trem. Meus tios acharam melhor eu estudar num colégio interno pois assim poderia aprender a ser mais independente. Eis que então diante dos meus olhos eu vejo o raptor da Fofucha - minha bola - conversando com algumas pessoas. Fiquei observando ele para tentar descobrir sua escola, daria um jeito de escapar da minha e ir atrás da bola. Só que aí aconteceu uma coisa muito estranha. Eles entraram na parede. Muito esquisito. E um minuto depois outro rapaz fez a mesma coisa. Eu não agüentei e fiz o mesmo. Dei de cara então com uma estação cheia de adolescentes e crianças e um trem. Vi o raptor entrando no trem e não tive dúvidas, pulei na primeira janela que encontrei aberta. Fiquei escondido num vagão que parecia ser o de carga até chegarmos aqui. Aí os alunos desceram e eu os segui. Entraram numas carruagens estranhas puxadas por uns bichos feiíssimos. Me pendurei na traseira de uma delas e vim com eles a esse... Castelo. Pelo menos é o que essa escola parece. E quando eu tentava encontrar alguém aqui dentro o velho manco apareceu e passou me perseguir. Larguei minha bagagem onde estava e corri até aqui, seguindo o barulho de vozes ".
Dumbledore o olhava sem exprimir nenhuma emoção mas os outros professores ficavam mais assustados à medida que o relato prosseguia. Harry também estava de olhos arregalados e sobressaltou-se quando ele afirmou ver os testrálios que puxavam as carruagens. Ele também tinha presenciado uma morte? Será que tinha sido de seus pais? Ele fechou os olhos tentando afastar algumas lembranças ruins, prometera a si mesmo que não ia mais pensar em Cedrico Diggory e no que acontecera.
O diretor acariciava calmamente a barba, ponderando o que deveria fazer. Toda a escola agora contemplava o garoto moreno, trajado num uniforme de colete e calça marrons, meias brancas, sapatos pretos e um boné virado do avesso, deixando alguns fios negros revoltos escaparem pelas frestas. Ele então virou a cabeça olhando o salão atrás de si. Ao chegar na mesa da Grifinória deu de cara com Harry e lhe sorriu, como se dissesse "Não disse que vinha"?
- Bom, menino, creio que seu caso terá que ser melhor debatido, este não é o momento oportuno. - O diretor havia se pronunciado, deixando os professores estupefatos. "Não era hora?" A maioria achava que ele devia ser deportado imediatamente.
- E o que eu faço então? - Sorrindo.
