CAPÍTULO 8 - Escadas e espetáculos.

- Harry, Rony, estamos indo à cozinha, querem algo? - Sua amiga lhes perguntou.

- Eu quero pimenta para colocar na roupa dessa aí - Disse Rony olhando furioso para Sofia. - E por que está saindo de boné?

- Sou homem, esqueceu? - Sorrindo. O ruivo bufou e só percebeu que ela se aproximara quando ouviu-lhe sussurrar no ouvido. - E pretendo continuar assim, a menos que queira que toda a escola saiba que apanha de garotinhas.

Ronald olhou-a aturdido, não sabia se pelas palavras ou pelo modo como ela sussurrou-as. Suas orelhas ficaram iguais a beterrabas e ele saiu correndo, sumindo pela escada do dormitório.

- Hum, sensííível... - Olhava agora para Harry, que sustentou a disputa. - Quer que eu faça em você também? - Sorriu e passou os dedos nos lábio, mordendo delicadamente o indicador. O bruxo lembrou-se de quando a conhecera.

- Não, obrigado, você arrancaria minha orelha... - Hermione o observava de forma inquisitiva e ele sentiu a face queimar. - E-eu acho que já me vou... - Repetindo os passos do amigo.

A trouxa ria satisfeita e olhava uma Hermione cheia de perguntas. - Vamos comer? - Disse inocente. A bruxa assentiu e ambas passaram pelo retrato da Mulher Gorda. Sofia olhava os corredores muito interessada, achando divertido o fato deles serem decorados com antigas armaduras. E quase morreu de susto ao sentir uma das escadas que descia se mexer debaixo de seus pés.

- Ai, coisas bruxas são muito estranhas... - Dizia pálida ao chegar ao andar da cozinha. Sua colega só conseguia sorrir e manear a cabeça em reprovação.

- Ora, ora, ora! Parece que a Sangue-Ruim Granger resolveu trair seu namoradinho Paspalho Potter com um trouxa... Puxa Granger, não achei que pudesse descer tanto, mas realmente o poço pode ser mais fundo. - A voz irritante e arrastada de um belo rapaz loiro, tão alto quanto Harry, fez-se ouvir atrás dela.

- Ora, cale-se, Malfoy! Vai ficar com sua turma! - Hermione não estava com cabeça para discutir no momento.

- Você já foi melhor nos revides, Granger. E o trouxa, ele parece meio pálido... Andou testando uns feitiços nele? Afinal, não ia fazer falta mesmo... - E começou a rir sem parar.

Antes que Hermione se pronunciasse, Sofia segurou-lhe o braço e perguntou - Me diz duas coisas, sim? O que é sangue-ruim? E isso é xingamento aqui?

- É como chamam os bruxos nascidos trouxas. E é pejorativo sim.

- Ótimo. - Sofia então se dirigiu ao loiro, ficando cara a cara com ele. - Acha isso engraçado, ô Barbie?

- Como disse, coisa? - Ele obviamente não sabia do que se tratava mas percebia pelo tom que ela o estava provocando. - E o que vai fazer, trouxa, me bater para defender sua namoradinha?

Sofia sorriu maldosamente - Não, seria muito pouco para um verme como você... Tem uma coisa melhor. - E subitamente Draco sentiu lábios macios sobre os seus, fora um instante breve porém deixou o bruxo completamente sem ação.

- O... O QUE VOCÊ FEZ, SEU TROUXA DESGRAÇADO? - Ele limpava freneticamente a boca com a manga da camisa, deixando-a em carne viva. Sofia ria, orgulhosa do feito. Neste exato momento Draco reparou, surpreso, num trio de quartanistas da Lufa-Lufa olhando para os dois. Elas deram sorrisos sem graça e desapareceram tal qual fumaça no mesmo instante.

- Hum, uma platéia é sempre bem vinda a um espetáculo, não acha? - Ela declarou fazendo uma mesura. - Agora que a cortina baixou, com licença que vamos nos retirar. - E sem esperar uma segunda ordem, Mione puxou-a pela mão até a cozinha, deixando um loiro embasbacado no corredor.