CAPÍTULO 13 - Meninas, meninas.
Como já estava na hora do almoço, os dois seguiram para o refeitório, encontrando-se com Rony e Hermione que já se serviam.
- Droga, não acredito que já vou começar o ano com uma detenção. E por sua culpa! - Dizia um amargurado Harry enquanto colocava generosas porções de arroz com galinha no prato.
- Eu reconheço, minha culpa, prometo que não faço mais. - Sofia suspirava triste, não estava sendo um bom dia. E era o primeiro! Tinha que controlar a língua urgentemente. Começou a comer e logo parou, não estava mesmo com fome. Então lembrou-se de algo: - Por que ele ficava falando de pontos a toda hora?
- Há uma competição anual entre as casas, ganha aquela que tiver a maior pontuação ao final do ano letivo. - Explicou Rony, com a boca cheia de comida.
- Eca, Ronald, que horror! - Exclamou uma voz fina; todos se viraram para olhar e deram de cara com as gêmeas Patil.
- Oi Padma, Parvati. - Cumprimentou Hermione. Elas deram um sorriso falso e acercaram Sofia, curiosas e agitadas.
- Olá, sou a Padma.
- E eu sou Patil. Somos irmãs.
- Ah, eu notei. Prazer, sou Sofeu. - Sorriu a trouxa de forma sedutora, derretendo as garotas.
- Ai, não sabia que trouxas podiam ser tão bonitos e educados. - Exclamou Padma. - Mamãe sempre me disse que vocês eram incivilizados...
- Erros de interpretação. - Sofia estava achando graça, sofrera o mesmo tipo de preconceito quando chegara à Inglaterra, somente pelo fato de ter nascido no Brasil, país conhecido mais por sua floresta tropical que por seus reais valores. - Vocês são amigas da Mione, do Harry e do Rony?
- Sim, muito amigas! - Responderam ambas com sorrisinhos envergonhados e obviamente mentirosos. A morena revirou os olhos.
- Eu tinha imaginado, afinal, moças assim tão bonitas devem ser muito populares. - As meninas quase enfartaram de emoção ao ouvirem aquilo. Sofia deu a cartada final: - Desculpem a grosseria, queridas, mas nós já vamos nos retirar para fazer nossos deveres e não queremos mais prendê-las aqui. Podem nos dar licença? - Disse com o sorriso mais charmoso que conseguia, Hermione a olhava espantada, por um momento achara que era um rapaz falando.
- Claro! - Responderam num uníssono; a trouxa então beijou a mão das duas, que saíram flutuando.
- Não acredito! Garotas são cegas, só pode ser isso! - Rony estava embasbacado pela cena, Harry por pouco não tinha entalado com um osso de frango.
- Achei que quisessem almoçar em paz. - Respondeu a trouxa sorrindo docemente. O ruivo respirou pesadamente.
- Ah, vamos embora, temos que fazer aquela maldita lição do Snape, senão ele vai nos dar outro zero.
Apanharam suas bolsas e rumaram para a biblioteca, os meninos seguiram rapidamente à frente deixando as duas meninas para trás. Porém quando ultrapassavam a porta do salão, uma figura de cabelos negros e olhos afiados esbarrou nelas e teria ido ao chão se Sofia não a tivesse segurado firmemente pela cintura com as duas mãos.
- Você está bem? - Perguntava a garota preocupada.
- Sim, eu estou... Pode me soltar. - Sendo prontamente atendida, olhava o suposto rapaz com o rosto afogueado e cheio de desconfiança. Sofia se abaixou e recolheu os livros caídos, estendendo-lhes:
- São seus.
A menina pegou-os e entrou correndo no refeitório, sem ao menos agradecer. Sua salvadora maneou a cabeça.
- Muito tímida. - Hermione porém estava séria.
- Sabe quem era aquela? Pansy Parkinson! Ela é a namorada do Malfoy, colega dele na Sonserina e monitora! E você a ajudou!
- Ué, por que não faria isso?
Hermione engoliu em seco:
- Bem... Porque ela é uma sonserina, só por isso já é um motivo. E ainda por cima ela vai acabar te maltratando.
- Ela não fez nada disso agora. E pela cara que fez, ela gostou muito de mim. - Disse a trouxa dando um sorriso desafiador para a bruxa, que corou.
- Sim, mas fala isso agora, que não a conhece.
- Mione, Mione, realmente seu diretor está certo, há muito preconceito aqui. Mas vamos estudar. - Retorquiu a bela garota, sorrindo.
Sua amiga ficou sem saber o que dizer; por fim só pode rir e guiá-la para a biblioteca.
