N/A: Super obrigada pelos comentários, Nina, Laura e Angela! Agora leiam por que estes é um dos meus capítulos preferidos

Desvendando Delacour

O suicídio é um pecado... mortal"
Anônimo

Ela olhou para os lados perdida, maldita hora em que decidira sair daquele quarto e ir até o jardim como eles haviam mandado, devia ter permanecido lá com Malfoy, estaria muito melhor com ele, com certeza.

Uma coisa não entendia naquilo: por que não o chamaram junto? Estaria perdida se a encontrassem sozinha nos jardins, todos descobririam que tinha se curado há algum tempo, e que não se passava de fingimento. Sim, fingia, como eles haviam mandado.

Estava tudo muito escuro perto da orla da floresta, as árvores balançavam suspeitosas, escondendo habitantes proibidos há muito tempo, somente a luz da lua banhava seus cabelos loiros, perdidos ao vento.

Uma mão saiu do meio de um arbusto bem à sua frente, ela estremeceu, agarrando-se ainda mais em si mesma.

- Não tenha medo Fleur. – sussurrou uma voz que ela conhecia muito bem. – Venha cá...

A mão fez um gesto convidativo, um vento forte a atingiu, a camisola branca de seda esvoaçou, a capa negra por cima dos ombros acompanhou seus cabelos, balançando violentamente, deu alguns passos com suas pantufas de salto, delicadamente se aproximando da voz.

O homem a agarrou, tentou gritar, mas a mão enluvada tapou sua boca, foi erguida sem maiores esforços, ele deu três passos cambaleantes enquanto ela esperneava.

- Cale a boca, cale a boca. – sussurrava olhando para os lados, ainda abafando os gritos dela.

Seus olhos vasculharam a clareira, escolhendo os caminhos mais aconselháveis a seguir, seus gritos cessaram, foi prontamente atirada no chão. Caiu de bruços, imediatamente se virando para a figura assombrosa do homem.

- O que você quer? – arfou ela, rastejando para trás .

- Quanto medo... – sussurrou ele se aproximando mais. – Seria de mim?

- Não quero falar com você. – seus olhos azuis encontraram com os escuros dele, por baixo daquele capuz negro.

- Ah. – suspirou falsamente lamentando. – Infelizmente eu era o mais próximo, e vim só tratar de negócios... há não ser que..

- Não! – gritou ela imediatamente. – Não falo com ninguém há não ser Malfoy.

- Malfoy está preso, querida... – resmungou satisfeito. – Não entendo toda esta afeição por ele.

Mas ela sabia bem o por quê de sua confiança em Lúcio Malfoy. Ele fora o inicio de tudo, há dois anos atrás, quando ela o viu parado em uma das arquibancadas do Torneio Tribruxo, depois de ter sido passada para trás na competição por um comensal.

Após ver o poder que as trevas tinham, encantou-se por estas artes, estudando-as com ardor, cursou um curso de Defesa Contra as Artes das Trevas, importando-se mais com o lado escuro da matéria, foi então que um dia ele a procurou, conhecedor de seu fascínio, com suas palavras lentas e envolventes, a fez conhecer e entrar para um seleto grupo de seguidores do mal.

A acompanhou até que entendesse tudo, até que lhe fosse designada à primeira missão, a mais importante de sua vida. Agora se podia considerar uma das mais fiéis e poderosas seguidoras do Lord das Trevas, era uma espiã.

O homem a observava com selvageria, como faziam todos os outros, fascinados com sua beleza, Malfoy fora o único que não fizera isso, ou pelo menos fingia muito bem. Era o único merecedor de sua confiança, ele achava graça do efeito que ela tinha sobre os homens, costumava sorrir quando alguém o olhava torto por ser somente ele o conselheiro de Delacour.

- Cala-te agora porque? – resmungou o comensal ameaçadoramente. – Pois saiba que aquele metido do Malfoy apodrecerá na prisão.

- O que tu sabes disso? – esnobou, agora se levantando, um sorriso branco tomando sua face. – Não és importante o bastante para saber de tais informações.

Ele apertou os punhos, resmungando de raiva, mas não poderia atacá-la, seria severamente punido.

- Por que me chamaram aqui? – perguntou ela, cruzando os braços desinteressadamente.

- Está aqui. – ele entregou um pergaminho raivosamente.

- Não teve permissão de abri-lo. – sussurrou em tom provocante, quase cantarolando.

- Tenho mais um aviso: - ele ignorou totalmente Delacour. – Não dê para trás como da outra vez, farei mais do que provocar crateras no gelo...

- A minha dependência ajudou a todos vocês. – sibilou ela erguendo os olhos do pergaminho.

- Os comensais da morte não fazem nada em vão. – ele agarrou com força o braço dela, uma vermelhidão surgiu em volta do lugar apertado. – É tudo cuidadosamente planejado, não estrague nossos planos.

- Esquece-te que sou parte do grupo, e parte do plano? – puxou seu braço de volta. – Afasta-te de mim!

Mas ao contrário, ela foi puxada para mais perto, até que sua boca tocou nos lábios quentes dele, sendo logo empurrado para longe.

- Nojento! – gritou ela se afastando ainda mais, pegou sua varinha, antes que ele pudesse sequer pensar em desarmá-la, apontou direto para o coração do homem.

- Estou em missão há muito tempo aqui, e...A floresta tem me deixado... – murmurou o comensal com um sorriso torto. – Sedento de certas coisas...

- Fique quieto. – disse ela entre os dentes.

- Irá me matar? – ele inclinou a cabaça para o lado, deixando a mostra sua barba rala. – Não tens coragem...

Lembranças atingiram sua mente em cheio: Lembrava-se que há algum tempo, quando havia começado sua vida seguindo as trevas, que não tinha coragem, mas depois tudo mudou. Já em sua missão de espiã, ela pensou por um momento no que estava fazendo, em todas as pessoas a sua volta, que estava traindo, dizendo que queria combater Voldemort, fazendo parte da Ordem, todas estas pessoas iriam morrer, com sua contribuição.

Quando tais pensamentos invadiram sua mente, há tempo atrás, foi perturbada por uma série de emoções, e pela primeira vez sentiu que lhe faltava coragem para continuar. Foi então que eles notaram sua indecisão, e enviaram alguém para dar um jeito naquela espiã prestes a contar todos os segredos confiados a ela pelo próprio Lord das Trevas, toda a sua missão.

São sábios, ela sempre soube que os comensais eram sábios, mas não imaginava que pudessem usar de suas fraquezas de veela, aquele estado perturbado e perigoso, em que se encontrava exposta a tudo, até a ela mesma. Draco a havia salvado, pois foi instruído a fazê-lo, e assim a mantinha sob controle.

Mas ela curou-se da doença, e decidiu esquecer sua falta de coragem, sob a ameaça dos comensais, ela voltou para o lado negro.

- Tenho, Orgeron o Arqueiro, muita coragem... – Ela podia ver claramente o grande arco e as flechas pendurados nas costas do homem, sabia que ele estava ali por mais algum motivo.

- Não realize nenhum feitiço, - ele deu alguns passos para o lado, deixando a mostra um grande saco de estopa branco, que parecia conter esferas medias, muito bem lacrado. – Vamos explodir.

- O que é isso? – ela apontou com o nariz para o saco, a varinha ainda empunhada de forma ameaçadora.

- Alguma coisa a respeito da mensagem que tens em mãos, - explicou rapidamente, o medo o envolvendo. – Me fizeram jurar que não usaria magia perto disso.

Ela baixou a varinha desconfiada, ele se virou, correndo entre as árvores, sumiu na escuridão.

Abriu lentamente o pergaminho, uma carta, feita de um papel que ela não conhecia, caiu no chão, pegando-a, a abriu primeiro.

Trezentos passos da grande construção,

Frondosa planta a recebe,

Envolta em símbolos de poção

Folhas que nunca perecem

Quinze passos pela grande espada

Nas profundezas da terra

O abrigo lhe aguarda

Se permanecesses fechada

Para o sempre serás enterrada

Vida caída esconde a entrada

Oculta o que necessitas para nunca ser achada

Livra-te das evidências

Doce alma do mal aliada

Parou por um momento, odiava todos aqueles versinhos indecifráveis que costumavam ser os códigos para coisas importantes, trataria de decodificar tudo aquilo depois, com ajuda de Malfoy, que tinha um certo talento para decifrar versos impenetráveis.

Encostou-se no tronco da árvore mais próxima, descendo seu corpo vagarosamente, o sono começava a tomá-la novamente, tentou por uma última vez entender o significado oculto nas palavras, jurou que fecharia os olhos somente por alguns segundos depois de notar que a tinta da mensagem havia sumido por completo, ela sabia que ninguém poderia ler aquilo a não ser ela, uma sensação reconfortante de segurança a fez sorrir, adormeceu docemente envolta por sua capa.

- Harry? Harry? – uma voz começava a penetrar em sua cabeça, seguida de insistentes cutucões. – Harry? Como é que você foi dormir aí cara? Acorda!

Abriu os olhos devagar, muito próximo estava Rony, ainda puxando a manga de seu pijama, o observando curioso.

- O que você quer? – resmungou Harry tentando se virar no que devia ser sua cama, mas caiu no chão com grande baque.

- Por que está dormindo aqui? – perguntou Rony curioso, observando o amigo resmungar que seus joelhos doíam. – Sua cama é bem mais confortável...

- É uma longa história. – murmurou usando o sofá como apoio para se levantar. Olhou em volta, esperando achar muitos rostos curiosos o mirando, mas deparou-se somente com Rony, que pulou em sua frente.

- Que história!

- Ah, depois conto pra você...- espichou-se para olhar por cima do ombro do amigo, vasculhando a sala comunal com os olhos, não encontrou ninguém além deles. – Onde está todo mundo?

- Dormindo.- respondeu ele com simplicidade.

- Não acredito que você acordou cedo. – Harry tentou, inutilmente, ajeitar sua capa extremamente amassada.

- Os elfos disseram que havia uma surpresa para o café da manhã! – disse ele quase pulando. – Decidi acordar cedo para conseguir um pedaço.

- Se correr vai conseguir ser o primeiro a sentar no salão. – Harry deu um grande sorriso diante da ansiedade do amigo.

- Vou fazer isso mesmo. – ele correu até o quadro da Mulher Gorda. – Você não vem?

- Não, preciso mudar de roupa. – Harry deu meia volta, subindo cansado os degraus da escada que levavam ao dormitório masculino, tentando não acordar ninguém, depois se obrigou a voltar para pegar a trouxa de comida, que Rony nem havia notado, tamanha sua euforia em comer a tal surpresa.

Tomou um banho e depois colocou suas vestes habituais, Neville acordou com o barulho de Harry, mas logo voltou a dormir depois de constatar, com um olhar rápido pelo quarto, que tudo estava muito bem, era só mais um ansioso demais para o café da manhã.

A caminho do salão principal, agora com os cabelos pretos molhados, ele decidiu mudar de caminho, para a cozinha. Ele não atravessou a passagem secreta, somente tentou se lembrar dos passos que havia dado noite passada, andou rapidamente pela direita, subindo depois uma escada, seus passos ecoavam pelos corredores vazios, e passou por vários deles até encontrar o que desejava, e tantas voltas tinha dado que nem se lembrava direito que caminho havia seguido.

Certamente era o mesmo espelho, pôs-se na frente dele, mas só viu um garoto de dezesseis anos aparentemente preocupado demais para a idade, muito ansioso com seus cabelos espetados, olhos verdes e óculos torto. Esperou impacientemente, mas depois de aproximadamente quinze minutos começou a desanimar, ajeitou os óculos na cara, e foi embora, demorando mais dez minutos para encontrar o caminho certo.

E mais uma vez mudou de idéia, alterando sua rota do salão principal, mas desta vez para um lugar que conhecia muito bem, e realmente tinha freqüentado bastante nos últimos tempos.

- Espero que não tenham mudado de senha desde a última vez... – murmurou Harry para a gárgula que levava ao escritório do diretor. Tentou se recordar, mas estava muito difícil, devia ter alguma coisa a ver com limões... Sempre tinha.

- Torta de ameixa... – falou uma voz rouca e conhecida atrás dele, virando-se deu de cara com o diretor ainda vestindo uma estranha touca de dormir, ele sorriu ao completar: - E limão.

Harry sorriu levemente, seguindo o diretor pelas escadas em caracol sem dizer uma palavra sequer.

Dumbledore se sentou em sua cadeira fofa atrás da grande mesa, arrumou alguns papéis, e passou a olhar para o garoto, esperando que ele manifestasse o motivo de sua vinda.

No entanto, Harry estava muito mais ocupando jurando que nunca esqueceria aquela imagem: Alvo Dumbledore sentado em sua pose intelectual, com uma grande toca azul que tinha um pompom aparentemente muito macio na ponta. O diretor somente notou a situação quando o pompom de sua touca resmungou, fazendo um furo de boca, que era melhor que pegasse mais alguns cobertores pois estava ficando frio demais para um velho prestes a pegar um resfriado dos feios.

Um pouco mais rosado, ele retirou sua touca de dormir, colocando novamente seu chapéu longo de bruxo, sob uma risadinha de Harry.

- Devia ser por isso que Severo estava me olhando daquele jeito. – disse ele pensativo, os olhos azuis muito longe no teto, tentando lembrar da expressão do mestre de poções. – Mas afinal, ainda bem que não coloquei minha touca mais enxerida, com certeza ela o xingaria por não ter me dado meias no natal.

- Eu tive mais um sonho. – disse ele quebrando o silêncio que pousara sobre suas cabeças.

- Outro? – murmurou o diretor se inclinado para ficar mais perto dele. – O que dizia esta vez?

- Voldemort estava planejando tirar alguém do caminho. – ele se aproximou mais do diretor.

- Mais alguma coisa? – ele arrumou seus óculos de meia lua.

- Não do sonho. – murmurou o garoto olhando desconfiado para os lados.

- Que queres dizer com isso? – sussurrou Dumbledore cruzando os dedos.

- Vi Sirius em um espelho.

O diretor se afastou vagarosamente dele, voltando a encostar suas costas nas da cadeira, tentando absorver uma informação desta magnitude.

- Pensei que ficaria mais agitado com esta visão. – disse ele olhando para Harry.

- O senhor não viu o meu estado ontem à noite. Quero saber o significa esta visão. – olhou mais uma vez para os lados, pelo canto dos olhos, se certificando que os quadros dormiam. – Sei que a Ordem tem investigado a morte de Sirius, quero todas as informações.

- As investigações por parte da Ordem cessaram há muito tempo, - Dumbledore deu um suspiro cansado. – Ele foi considerado morto, o ministério também acha isso, até o inocentaram...já que estava lutando contra Lestrange, embora ainda estejam um pouco indecisos, você sabe, eram tantas testemunhas de que ele havia matado Pedro. Mas o fato é que foi assassinado.

- Mas, e a minha visão? Não tem nenhuma chance dele voltar... – tinha a esperança, de que se o padrinho havia sido inocentado, quando voltasse poderia ter a vida que sempre sonhou, livre.

- Você sabe que não. – ele foi duro, e firme, mas quando Harry olhou bem para os olhos azuis de Dumbledore, viu que alguma coisa eles escondiam, e queriam, muito, contar, mas se mantinham contidos.

- Então onde terei que ir, se tiver outra destas visões...

- Avise a mim. – o interrompeu antes que Harry dissesse que não viria mais ali. – E a mais ninguém, entendeu?

- Se insiste em saber o que já consideram loucura. – balbuciou o garoto levemente zangado, levantando-se de seu lugar na cadeira em frente à mesa do diretor. – Contarei.

Deu meia vota, saindo do escritório mais desanimado do que entrara, realmente tinha uma remota esperança que Dumbledore abrisse um grande sorriso e dissesse que sabia a solução para todos os seus problemas, e que esta era somente acordar, pois aquilo não passava de outro pesadelo sem fundamento, Sirius nunca havia morrido, os sonhos tinham parado e Voldemort virara pó e desaparecera pelo vento. Mas não havia dito.

Tomou um verdadeiro susto ao adentrar no salão, haviam exatas oito pessoas distribuídas entre as mesas de todas as casas, não fazia idéia de que hora era, mas com certeza, muito, muito cedo.

- Isso deve ser algum tipo de obsessão... – murmurou Harry enquanto se sentava ao lado de Rony, que o olhou de imediato. – Olhe só estes malucos sentados aqui para comer alguma coisa desconhecida no café da manhã...

Ouviu a risada espontânea de Rony tornar-se estranhamente fria, novamente tudo ficando sem cor e um vento forte e desconhecido começava a despedaçar algumas partes da mesa da Grifinória. Seus olhos se moveram temerosos por encontrar mais uma vez a imagem amedrontadora ... Não ousou se mover, sabendo que o cheiro de podridão vinha do seu lado, a grande capa batia do chão por causa do vento, produzindo o ruído de chicotadas, a mesa sendo despedaçada, farpa a farpa pelo vento gelado.

Mas ele não conseguiu se conter, e virando-se totalmente para lado encontrou-se com o vulto de capa, os olhos sem cor, e atrás dele onde deveria continuar a mesa, havia um grande abismo, de onde saiam mais e mais vultos, voando muito alto para depois cair e alcançar o chão.

Uma risada ecoou pelo salão e um grito de vitória tão alto que se obrigou a tampar os ouvidos... a cor começava a voltar lentamente para o salão, a vento ia à direção oposta, trazendo de volta os pedaços da mesa que se recompôs rapidamente, a escuridão foi sugada pelo abismo, juntamente com o vento que puxava junto consigo todos os vultos. A capa dele foi se desfazendo, mostrando novamente o Rony de sempre.

- Tudo bem cara? – resmungou o ruivo o olhando torto. – Você parece um pouco assustado.

- Tudo... foi só um pequeno lapso da minha mente. – disse o outro esfregando o peito, enquanto olhava sobressaltado para os lados, se certificando de que toda a cor tinha voltado.

- Credo, falando assim até parece a Hermione... – cochichou Rony alisando seu guardanapo.

- E qual seria exatamente o problema nisso? – a garota se aproximou da orelha do ruivo, aparentemente zangada, mas com um sorrisinho satisfeito por tê-lo pego no flagra.

- Nenhum. – balbuciou ele quase pulando. – Todos deviam falar como você.

- Claro... – murmurou ela se afastando para dar a volta na grande mesa da casa, como intuito de se sentar em frente eles.

- Uff...

- Que medo todo é esse da Hermione? – Gina se sentou ao lado de Harry, olhando curiosa para o irmão.

- Eu não tenho medo! – protestou ele bufando.

- Sim. – continuou ela para si mesma em um tom descrente, arrumando seu guardanapo, olhou estranhamente para Harry. – Tudo bem com você? Está um pouco pálido.

- Tudo, agora está tudo bem. – balbuciou observando Hermione se sentar a sua frente.

As mesas se encheram de comida, os olhos de Rony vasculharam tudo, tentando encontrar algo desconhecido, pousaram sobre um prato muito chamativo.

- O que é isso? – perguntou agarrando a bandeja para si. –Tem de várias cores...

- É sorvete! – disseram Harry e Hermione juntos. – Mas acho que não é o alimento mais apropriado para se comer no café da manhã... – continuou a grota olhando torto para a bandeja.

- Isso não é sorvete bruxo... – murmurou Gina. – Nem pula.

Rony pegou uma colher e tirou uma pequena porção para o prato onde usualmente colocava suas torradas, cutucou com a colher de sobremesa o sorvete, observando que parecia inanimado, colocou um pouco na boca, muito incerto.

- É bom? – perguntou Gina cutucando o prato do irmão com a sua colher.

- É muito bom! – ele pegou a grande bandeja mais uma vez, colocando grandes bolas no seu prato.

- Ei! Deixe um pouco pra mim! – chiou Gina arrancando a badeja do irmão.

Hermione revirou os olhos, descrente da briga que se instalava por causa do sorvete. Ela pegou algumas torradas e uma porção de mingau, desistindo de dizer que não era saudável comer aquilo de manhã.

Cerca de meia hora depois, todos os bruxos da mesa estavam se deliciando com o novo prato, e Rony saiu da mesa com a certeza que ter acordado cedo aquela manhã valeu a pena.

- Eu disse que passariam mal... – repreendeu Harry ao acompanhar os dois Weasley, Thomas e Luna para o banheiro mais próximo.

- Minha barriga dói, minha barriga dói... – murmurava Gina enquanto era guiada por Luna para o banheiro feminino, a loira ainda saltitava por não ter se empanturrado de sorvete.

- Isso é impossível... – disse Thomas.

- Como algo tão bom pode fazer tão mal? – continuou Rony. – Eu acho que vou vomitar...

Entraram no banheiro masculino correndo.

- Vocês comeram demais, nunca vi alguém devorar tanto sorvete de uma vez... – resmungou Harry enquanto eles lavavam as bocas. – Venceram até o Duda...

- Agora estamos todos atrasados para a aula de poções! – gritou Dino sem aviso, correndo banheiro á fora.

- É verdade... – Disse Rony lembrando do horário. – Temos que correr para chegar a tempo...

Eles foram o mais rápido possível pegar os materiais, deixando uma Mulher Gorda muito zangada para trás. Tropeçaram cerca de três vezes, caíram de uma escada e por pouco Rony não quebrou a varinha, mas em fim, chegaram às masmorras antes mesmo da aula começar.

A sala estava gelada como de costume, o professor Snape parecia bastante concentrado em ler um livro em sua mesa, sem olhar para os alunos que chegavam em cima da hora. Harry e Rony sentaram no fundo da sala e ficaram observando o restante dos alunos, a maioria grifinórios que escreviam em pergaminhos ou cochichavam coisas um para os outros.

- Eu ainda acho que estamos vivendo em um complô...-murmurou Rony tão baixo que por pouco Harry consegui o ouvir.

- O que? – perguntou confuso num sussurro.

- Um complô contra os grifinórios, cara... - disse ele no mesmo tom de voz.

- Do que diabos está falando?- ele avistou Hermione, que veio se sentar junto deles.

-Você já percebeu que temos poções com a Sonserina?- Rony parecia levemente intrigado o que o fez baixar mais a voz, a deixando quase imperceptível.

- Como eu não poderia ter notado? - respondeu ele olhando em volta percebendo os sonserinos

- E por que temos que ficar justamente junto com eles?

- Sei lá, por que escolheram assim? – interrompeu Hermione impaciente.

- Aí está o problema... – ele levantou uma das sobrancelhas misteriosamente. – Por que escolheram assim?

- Ah, Rony, pare de falar besteiras... – resmungou Hermione revirando os olhos. – Será que você não tem nada mais importante para fazer do que criar complôs contra nós?

-Não.

-Silêncio! - Snape não estava mais em sua mesa lendo o grosso livro, parado em frente de todos os alunos, a porta finalmente se fechou, deixando os mais atrasados para trás.

-Senhores, a aula começa aqui.- ele olhou desanimado para todos.- E termina nos jardins.

Hermione levantou a mão imediatamente.

-O que foi senhorita Granger? – perguntou ele em um tom levemente irônico

-O senhor quis dizer que nós vamos sair das masmorras e ir para os jardins? – perguntou ela descrente

-Não fui claro o bastante? – Continuou com sua voz carregada de sarcasmo.

-Bem... – balbuciou a garota levemente nervosa. - É que é bastante incomum a aula de poções ao ar li...

-Senhor Malfoy.- Snape a interrompeu voltando o seu olhar para o lado sonserino da sala.

-Sim? - atendeu Malfoy imediatamente.

-Fui claro ao dizer que iríamos ao jardim? – perguntou sem olhar para Hermione

-Foi, muito claro. – disso ele com um certo prazer, apreciando a expressão indignada da garota.

-Cinco pontos menos para a Grifinória pela interrupção desnecessária. – decretou o professor com um pequeno sorriso.

Hermione afundou na cadeira olhando feio para Malfoy que meramente sorriu . O professor colocou o livro de poções sobre a mesa, folheando-o desinteressadamente, pegou uma pena, fazendo algumas anotações, fez a chamada rapidamente, sentou-se novamente atrás de sua mesa.

Estava começando uma explicação quando seus olhos se postaram sobre os sonserinos, e ali ficaram, permanecendo ele quieto. Obviamente os alunos não ousaram protestar a parada inesperada do professor, que parecia rastrear a sala

-Senhor Malfoy? – murmurou ele levemente aflito. – Onde está Srta. Delacour, que deveria o acompanhar por todos os lados?

Draco olhou perturbado para os lados, torceu seu nariz de porte aristocrático vasculhando a sala à procura da ex-professora, abaixou-se sumindo debaixo das mesas, e depois ressurgiu, pondo-se de pé, observando a expressão do professor mudar de levemente preocupado para realmente preocupado.

- Sumiu.

Snape olhou para o lado, em uma risadinha descrente, como quem se nega a acreditar na realidade.

- Não, ela não pode ter sumido... – sussurrou o professor lentamente, olhando desconfiado para cada um dos alunos. – Se minha memória não falha, Madame Pomfrey disse que ela nunca, lê-se: nunca! - levantou-se violentamente. – Sairia de perto do Sr. Malfoy por vontade própria...

Os alunos permaneceram estáticos diante da atitude do professor, a cadeira de Neville fez um sonoro clec quando ele respirou amedrontado. Snape mirou todos eles com seus olhos semicerrados, talvez numa tentativa possivelmente inútil de ler a mente de cada um, e continuou ali parado de forma ameaçadora de trás de sua mesa, esperando que alguém se acusasse de ter seqüestrado a ex-professora. Mas ninguém fez isso.

- Prof Snape? – pediu Hermione timidamente. – Não seria melhor começar a procurá-la, contando com o fato de que neste momento ela deve estar tentando se matar por estar longe de seu ponto seguro?

O mestre de poções voltou seus olhos lentamente para a garota grifinória, que ainda conservava a mão erguida, seus olhos abriram como se aquela fosse a solução de todos os problemas do mundo, e com sua voz mais doce, decretou:

- Cinco pontos a menos para a Grifinória pela interrupção de meus pensamentos.

N/A: Eu realmente pensei em terminar o capitulo seis parágrafos atrás, mas não pude me conter...Talvez um capítulo de muitos acontecimentos este? Grandes revelações? É, até que foi bem produtivo, e longo. O que acham vocês desta trama?Só as reviews trarão suas respostas para mim...tatata...

Ah, sim, claro que eu não poderia deixar de dizer que o meu amado computador teve um peuqeno problema: ele não ligava mais. Não vou ser muita detalhista na parte em que eu entrei em pânico e quase morri por que achei que ia perder toda a fic, mas afinal, agora ele está de volta, formatado e muito mais rápido! Felizmente o técnico ( a partir do momento em que ele falou que havia salvado todos os arquivos eu passeio a amá-lo) resolveu tudo!