Briguinhas

"Sempre perdoe os seus inimigos, nada os irrita tanto quanto isso"
Oscar Wilde

Rony fez uma careta imitando Snape, enquanto o mesmo se afastava deles em passos particularmente lentos.

- Esse metido... – Rosnou o ruivo. – Tem sempre que se meter no meio dos assuntos importantes.

Harry murmurou alguma coisa em concordância, e continuaram a andar rumo à enfermaria.

- Sabe porque não querem que ninguém mais saiba do que realmente aconteceu com Dino? – Perguntou Harry, ao que o amigo apenas balançou a cabeça vagamente. – Desejam evitar que o pânico se espalhe pelos corredores de Hogwarts...

- E que as famílias fiquem com mais medo do que já estão... – Continuou Rony. – Mas não sei se é certo esconder isso das pessoas.

Pararam em frente à porta da ala hospitalar. Após alguns segundos de silêncio, se entreolharam e, decididos, bateram fazendo um ruído muito baixo, para não atormentar quem lá dentro estivesse. Esperaram, mas ninguém veio atendê-los. Aceitável, considerando que era bem cedo para os dois estarem acordados batendo na porta da enfermaria.

- Madame Pomfrey deve estar dormindo no quarto que tem aí dentro. – Sussurrou Rony impaciente, ele havia dormido umas duas horas e meia a mais que Harry, já que não tivera que entrar na floresta com os professores. Estava muito bem disposto e, na realidade, havia sido acordado pela sua ansiedade em saber se os amigos estavam bem.

Já Harry não estava muito animado, dormira pouco e só estava de pé àquela hora da manhã por que não conseguia mais dormir. Os malditos pesadelos não o deixaram em paz, mas agora conseguia entender o que o sonho que tivera queria dizer.

- Bata de novo, não muito forte, daqui a pouco ela acorda. – Resmungou Harry.

Rony bateu com os nós dos dedos fazendo um barulho um pouco mas alto. Pensando que a enfermeira tinha que se vestir ou achar um roupão e então abrir a porta, eles foram pacientes, e esperaram exatos cinco minutos. Mas ainda sim ninguém de dentro da enfermaria parecia disposto o bastante para abrir a porta para os dois.

- Isso é meio estranho Harry, - Comentou Rony franzindo o cenho. - Madame Pomfrey acorda cedo sempre... – Ele voltou a mirar a porta. – Lembro-me da primeira vez que tive que ficar aí de repouso e me dei o trabalho de observar que ela sempre estava acordada quando eu acordava.

- Isso não significa nada... – Resmungou Harry num sorriso. - Além de acordar muito tarde você faz do sair da cama um verdadeiro calvário.

- Ei! Eu preciso dormir... – Ele retrucou.

- Ok, Rony... – Ele bateu um pouco mais forte, e desta vez uma manifestação de vida dentro da enfermaria se apresentou: um abafado: " Pára com isso"

- Quem falou isso? – Perguntou Rony imediatamente.

- Como eu vou saber! – Disse Harry colando o ouvido na porta.

- Não foi Madame Pomfrey! – Disse o outro fazendo o mesmo.

- Com certeza não, - Sussurrou Harry tentando escutar mais alguma coisa. - Era uma voz masculina.

- Eu acho que já ouvi esta voz... – Murmurou o ruivo pensativo.

- Eu também...

Rony, que até agora tinha sido calmo e paciente, fechou um punho e bateu tão forte que a porta trepidou. Harry pulou de susto, para bem longe da porta. O Weasley se afastou um pouco, como se fosse arrombá-la, mas repentinamente, parou ao ouvir o som de alguma coisa ser jogada contra a porta, do lado de dentro.

- Isso não é normal! – Rosnou ele observando ameaçadoramente a porta.

- Isso decididamente não é normal...

Rony aproximou-se outra vez da porta, e começou a esmurrá-la, produzindo enormes estrondos. Estava na oitava pancada quando alguém particularmente irritado escancarou a porta tão forte, que de tal maneira ela bateu na parede e voltou parando com um baque surdo nas costas do sujeito.

- O QUE DIABOS ESTÃO FAZENDO AQUI A ESTAS HORAS DA MANHÃ !

- Malfoy? – Disseram os dois numa risada.

Trancando a passagem para dentro da enfermaria ainda escura estava Draco Malfoy, com os cabelos loiros platinados um pouco desarrumados e um pijama preto. Logo atrás dele estava Fleur Delacour com uma camisola que mal alcançava os joelhos, rosa.

- Queríamos ver o Dino. – Explicou Harry com um leve sorriso.

- Potter,você por um acaso tem um romance com este cara! – Ele não parecia ter dormido muito. - Olhe que horas são!

- O que está fazendo aqui? – Bombardeou-o Rony. - Onde está Madame Pomfrey?

- Eu estava dormindo até que ALGUÉM que eu não vou dizer o nome, - Ele olhou para cima. - WEASLEY,me acordou!

- Dormindo? – Repetiu Harry calmamente. - Você dorme aqui?

- É obvio que eu durmo aqui! – Sibilou ele. - Fleur não poderia ir para um dormitório masculino!

- É mesmo! – Disse a garota ajeitando o cabelo de Draco. – Todos aqueles garotos...

- Por que você não foi para um dormitório feminino? – Rony abriu um longo sorriso de deboche.

Em resposta, Malfoy sorriu malicioso.

– Madame Pomfrey não deixou.

- Com razão! – Exclamou a garota arregalando os olhos, assustada. – E se alguém o atacasse?

Todos, inclusive Draco, olharam para ela incrédulos. Fleur não se importou com eles, começando a cantarolar uma música, o que fez com que todos voltassem à realidade.

- Onde está a Madame Pomfrey? – Perguntou Rony

- Dormindo! – Exclamou ele indignado. - Como todas as pessoas normais devem fazer depois de um dia exaustivo!

- Dormindo! – Repetiu Harry incrédulo. - Impossível! Batemos um monte de vezes e...

- EU NOTEI !

- Pare de gritar Malfoy. –Resmungou Rony. – Estamos sendo calmos e pacientes com você...

- Calmos e pacientes? – A voz dele tornou-se mais irônica do que antes. - Calmos e pacientes! Que tipo de sujeito "calmo é paciente" esmurra a porta de uma enfermaria?

- Onde está a Madame Pomfrey? – Perguntou Harry ignorando o ataque nervoso do sonserino.

- Eu já disse! – Ele ergueu as mãos, irritado. - DOR-MIN-DO!

- Como ela não acordou? – Resmungou Rony franzindo as sobrancelhas.

- Está com abafadores. – Urrou Malfoy.

- Por que alguém dormiria com abafadores de ouvido? – Perguntou Harry rindo.

- Para não ouvir pessoas insensatas como vocês esmurrarem a porta! – Mal terminou a frase e ele fechou a porta com um murro. Ela bateu fazendo um estrondo que ecoou pelo corredor vazio, e fez Harry e Rony pularem para trás, pra que a porta não acertasse os narizes dos dois.

- Rony, eu lhe garanto que se olhares feios matassem, o Malfoy seria um homicida da pior espécie. – Harry sorriu de sua própria piada.

O garoto deu um longo suspiro em resposta e bateu levemente na porta. Draco apareceu novamente em dois minutos, só havia uma diferença no seu estado de humor: estava irado.

- Dava pra gente falar com a Madame Pomfrey? - Rony apresentava um leve indício de impaciência na voz.

- Não ... Weasley. – Se não fosse perigoso, seria até engraçado ver aquele sonserino se contendo ao máximo para não pular em cima dos dois.

- Acorde-a! – Ordenou Rony.

-Ah! Ah! – gritou Draco o imitando. – Malfoy, acorde-a!Acorde-a! – Estava tendo um acesso de raiva. - Vocês não dormem!Se não dormem então não importunem as pessoas normais que costumam dormir!

- Você está nervoso? – Perguntou Rony com um grande sorriso nos lábios. – Estamos te incomodando Malfoy? Oh,desculpe não era nossa intenção!

-Estupefaça! – Fleur tentava conjurar algumas flores em uma jarra quando Draco arrancou a varinha dela e atirou um feitiço em Rony, que voou para a parede mais próxima batendo com a cabeça na pedra fria e escorregando até o chão.

- Malfoy! – Gritou Harry olhando para o amigo. - Você o acertou!

- Oh, será mesmo? – Ele apontou a varinha para Harry - Estupefaça!

- Protego!

Harry foi rápido o bastante para não se juntar a Rony, e conjurou um escudo, logo em seguida apontou para Draco.

- Impedimenta! – Desta vez o tinha acertado, Draco ficou imóvel como um estatua, Harry podia ver seu reflexo nos olhos dele.

- Seu maluco! – Fleur vinha correndo na direção de Malfoy e gritava sem parar com Harry. Ele não entendeu muita coisa, já que ela disparou a falar em francês, mas pelo tom de voz, Harry pode presumir que ela estava realmente irritada. –Como pôde fazer uma coisa destas!

- Ele atacou o Rony! – Disse Harry alterado

- Quem se importa! – Gritou ela arregalando os olhos. – Você acertou Draco!

- Ele ia me atacar! – Protestou ele.

- Você o petrificou! – Delacour estava quase chorando, mas ainda sim gritava.

- Defesa! – Explicou Harry.

- Impedimenta. – Ela lançou um olhar mortífero, e pegando a varinha que estava na mão de Draco, lançou um feitiço que atingiu Harry em cheio.

Ele sentiu o corpo estranhamente rígido, e uma força fazia com que não pudesse se mexer. Logo depois caiu no chão, mas continuou consciente, vendo e ouvindo tudo a sua volta.

- Draco, Draco... – Ela mexeu nos cabelos loiros dele. - Estava tão cansado...Por que não o deixaram dormir? – Fleur falava com Malfoy, que continuava imóvel como uma estátua, mas ela não parecia se importar muito com isto. – Vou cuidar de você, não deixarei que ninguém machuque minha salvação...

Draco mexeu levemente o indicador direito, seus olhos piscaram e a boca se retorceu em um muito zangado:

- Potter! –

O efeito do feitiço havia passado. Harry pode vê-lo se aproximar ameaçadoramente, ajoelhar-se ao seu lado e, erguer o punho fechado até a altura de seus olhos mais azuis do que nunca. Se pudesse, Harry teria fechado os olhos. Draco se preparava para dar um soco, mas ao notar que o outro não apresentava nenhuma resistência, o cutucou com o dedo.

- O que você fez com ele? – Perguntou a Fleur, abanando a mão em frente aos olhos do grifinório.

- O mesmo que ele fez com você. – Sussurrou ela maliciosamente. – É só uma azaração temporária...

- Hum...Quer dizer que... – Seus lábios se curvaram em um sorriso mau. – Pode me ver, mas nada pode fazer...muito divertido...sabe que eu vou te dar? Um belo soco bem...aqui. – Ele tocou de leve o nariz de Harry, que sentiu um arrepio, nunca tinha notado como Draco era gelado.

- E vai doer muito Potter. O nariz quebra fácil e, por experiência própria, a cura é bem dolorosa. Deve ser interessante a sensação que está sentindo, você sabe que vai levar um soco e, que este vai quebrar seu nariz, e não pode fazer absolutamente nada! - Ele riu com gosto.

- Depois me conte como é isso, estou muito curioso. – Deu um pequeno giro com os olhos. - Ah... Deve estar achando que sou um covarde por te bater quando está sob um feitiço que imobiliza totalmente a pessoa... Pode achar o que bem entender, não faz a menor diferença para mim, afinal quem vai sair machucado nesta história é você! E depois o que se pode esperar de um sonserino? Clemência? Humildade? Justiça? Coragem e pose de bonzinho? Não, não, isso não cabe a um sonserino Potter, isso cabe aos grifinórios. Não considero todas estas coisas um motivo de orgulho, são meras fraquezas que vocês honram. O que definiria um soserino seria a sua astúcia, - Deu outro sorriso. - E convenhamos que não seria nada inteligente eu perder esta oportunidade. Compreende? Não sou covarde, sou astuto.

Harry pensou que seria até possível notar sua expressão de tédio, apesar de não poder mover nenhum músculo. Sinceramente, faria alguma diferença Malfoy ser covarde ou astuto? Realmente não naquela ocasião, e o que importava momento para Harry era aquela ocasião.

O que importaria se ele entendesse ou não tudo que Draco queria dizer com aquele discurso? Nada! Era ele que de qualquer jeito sairia com o nariz quebrado, a não ser que o efeito do feitiço passasse, e isso realmente estava demorando a acontecer.

- Pensando Potter ? – Sibilou Malfoy prazerosamente. - Devia estar preocupado com a dor que vai sentir, e espero que seja muita. Eu quase me esqueci de mais um motivo pra que leve este soco: ano passado você me atacou com aquele Weasley só por que eu tenho talento para fazer músicas! Inveja mata!

Harry tentou lançar-lhe um olhar sarcástico, maldita a hora em que acreditou que Fleur não o atacaria só por causa de Draco, afinal, ela estava melhor daquela misteriosa doença. Ele começava a sentir os movimentos voltando lentamente e conseguiu mexer a mão. Por azar, Malfoy notou e ergueu novamente o punho mirando. Harry estava começando a se conformar com a idéia de não poder fazer nada, conseguia se mexer tão devagar que sabia não haver tempo o bastante para se defender, e pensando bem já sentira dores que ele presumia serem bem piores.

- Só mais um pouco e então quando recobrar os sentidos a dor será maior. – Malfoy murmurava palavras para si mesmo, não se importando com o braço de Harry que começava a se mexer. – Mais um pouco... – Então Harry sentiu novamente que podia se mover.

- Senhor Malfoy! – Uma voz aguda que decididamente não era de Fleur ecoou no corredor. – O que pensa que está fazendo?

Draco olhou para trás e avistou ninguém menos que Madame Pomfrey com um roupão lilás felpudo de banho, um olhar confuso, começando a ficar zangada.

- Madame Pomfrey! – Disse Harry o mais gentilmente que pôde, Draco que estava com o punho quase encostado em seu nariz, o retirou rapidamente.

- O que os senhores fazem aí no chão? – Perguntou ela franzindo o cenho.

Harry empurrou, com toda sua força, Malfoy para longe e logo o atingiu com um feitiço no estomago, o único lugar que conseguiu alcançar.

- Senhor Potter! – Gritou a enfermeira indignada.

Ele apertou as mãos em cima do lugar atingido, com uma expressão de dor, Fleur tentou correr até ele, mas antes que estivesse a dois passos de distância, Draco se jogou contra Harry.

- Seu maluco! – Gritou Harry tentando puxar sua varinha de volta, Malfoy tentava tirá-la dele.

- Aquele não é o Senhor Weasley? – Perguntou Madame Pomfrey desviando por um momento sua atenção da briga e olhando para Rony.

- É. – Respondeu Fleur com desdém para a enfermeira, ela estava mais preocupada em torcer para que Malfoy acertasse Harry em um lugar particularmente sensível.

- Pare com isso! -Gritou Harry dando um puxão na varinha.

- Vai Draco! -Gritou Fleur pulando. – Desarme-o! Desarme-o! – Ela parou por um momento, olhou para a varinha de Draco que estava em suas mãos. – Draco! Aqui!

Os dois olharam rapidamente para ela, que jogou a varinha, Malfoy a pegou, levantando-se o mais rápido que pôde.

Se entreolharam, com as varinhas em punho de forma ameaçadora, atentos a qualquer sinal de movimento suspeito do outro. Malfoy espiou de esguelha para a enfermeira, que no momento tentava acordar Rony. Ergueu as sobrancelhas para Harry e, com um aceno de cabeça, o convidou para seguir o corredor da direita, como que o desafiando para que continuar o duelo em outro lugar.

Harry não acreditou na ousadia do sonserino, mas não teve muito tempo para pensar nisso, pois logo depois Draco saiu correndo sob o olhar de incredibilidade do outro. Harry olhou para Rony, ele estaria bem com Madame Pomfrey ali. Não sabia o que Malfoy queria conseguir correndo dele, mas isso era consideravelmente bom, já que não teria que enfrentá-lo mais.

Porém, uma lembrança invadiu seus pensamentos, suas suspeitas de que Malfoy tinha alguma coisa a ver com o acidente de Delacour, independentemente do que o diretor dizia, ainda tinha suas suspeitas. Seria melhor tentar extrair alguma informação do sonserino... Afinal, já ficaria de detenção por ter atirado um feitiço nele...

Olhou mais uma vez para Rony e depois de ver Madame Pomfrey conjurando uma maca, e esta voando para dentro da enfermaria com o amigo em cima, saiu correndo atrás de Malfoy.

Os corredores pareciam vazios, teve que parar logo na primeira bifurcação de caminho que encontrou, mas logo continuou ao ouvir os gritos de algumas garotas à direita.

O viu novamente quando ele se deparou com um grande grupo de alunas da Lufa-Lufa, aparentemente do terceiro ano. Só então Harry percebeu que Fleur o seguia, pois estava logo atrás de suas costas, ainda com sua camisola, para a alegria dos garotos ali presentes.

Realmente não era comum uma cena daquelas para os monitores: Eles permaneceram estáticos por alguns segundos, até que Malfoy mirou um feitiço e quase acertou Harry, que estava distraído se divertindo em ver a expressão indignada de alguns monitores. Ao notar que não tinha acertado o alvo, Draco voltou-se para as garotas gritando e, com um feitiço de levitação, deixou algumas flutuando, passou por baixo dos seus pés.

Harry voltou à realidade e foi atrás dele, seguido por Fleur, deixando aquelas alunas ainda fora do chão. Havia um monitor que estava mais adiante falando com um outro aluno, e pela cara não muito feliz do garoto, ele provavelmente estava levando um belo sermão. O primeiro a passar correndo por ele foi Draco, que nem se importou em parar para ouvir o que o monitor dizia.

- Senhor! – Ele parou por um momento de fazer anotações em seu caderninho. - Não pode correr por aí! Ainda mais de pijama! Pare agora mesmo!

Depois foi Harry quem cruzou o corredor.

- Senhor!Você aí da Grifinória! – Ele balançou a pena violentamente. - Pare de correr ou vou falar com a diretora da sua casa!

Logo após, Fleur encantadoramente atravessou o corredor, saltitante.

- Senhorita Delacour!Não pod... – Ele sorriu bobamente. - Linda camisola...

Os monitores ficaram para trás, juntamente com todos os alunos, e passaram a percorrer corredores desertos. Malfoy derrapou e se virou rapidamente para eles.

- Expelliarmus! – Foi imediato.

A varinha de Draco voou longe, ele revirou os olhos, parecia cansado de ficar desarmado. Fleur se jogou em cima de Harry e tirou a sua varinha. Radiante, levantou-se e a jogou para o outro lado do corredor, junto com a de Draco, diante do olhar incrédulo de Harry.

Ele olhou da garota para Draco, ainda chocado com aquela trapaça tão descarada. O sonserino deu uma risadinha abafada, como uma criança que acabara de fazer uma traquinagem e, olhou para Fleur com um ar cúmplice.

Harry fez uma cara feia e atacou-o mesmo sem varinha. O acertou com um murro e outro soco no ombro, já que não estava se importando muito em que batesse, o importante era atingir o alvo. Já o adversário estava mais preocupado em cumprir sua promessa: quebrar o nariz do Potter.

- Você não tem classe mesmo Potter. – Resmungou Malfoy se afastando um pouco.

- Não preciso de classe para acabar com você. – Deu uma risada. - Quero ver você me acertar, bate tão mal quanto joga quadribol!

- Isso seria um elogio. – Disse ele enfurecido. - Já que jogo bem!

- Você é o pior apanhador que já enfrentei! – Harry sorriu diante da expressão dele.

- Pois não se incomode mais com isso! – Murmurou o sonserino. - Vai ter uma bela surpresa no jogo! – Harry atacou Malfoy,mas ele desviou de todas as três tentativas de atingi-lo.

- Do que diabos está falando? – Perguntou Harry se afastando, mas Draco o pegou pelo colarinho da blusa branca, e o trouxe de volta. Estavam muito próximos, Harry notou como ele ainda era consideravelmente mais alto.

- Ah,se eu falasse estragaria a surpresa. – Sussurrou ele gélido.

- Acerta ele Draco! – Gritou Fleur pulando.

Malfoy deu um pequeno sorriso ao ver Harry tentando se desvencilhar, fechou o punho e o acertou em cheio.

- MEU NARIZ!MALFOY! – Harry se abaixou um pouco tentando parar o sangue que saia do seu nariz.

Estava doendo demais, ao mexer nele notou que estava quebrado. O pânico tomou-o, não sabia o que fazer. Mas ao ver o estado lastimável do oponente deixou de se importar com sua aparência, ou sua saúde. Desejava atingi-lo de alguma forma, mais do que já tinha feito. Olhou para o lado, as duas varinhas estavam distantes e no chão, pôde notar que o outro também tinha olhado rápido para o lado. Quem sabe se pulasse, conseguiria pegar sua varinha antes dele?

- Dê um chute Draco, - Gritou Fleur ainda pulando. - Naquele lugar! Pra que ele nunca esquecer!

- Ah...senhorita Delacour! Pare de incentivar! Por que não parou a briga dos dois! – A voz de Madame Pomfrey fez-se ouvir Ela vinha caminhando apressada pelo corredor, com um dedo levantado ameaçadoramente.

– Vocês! – Ela apontou para os garotos. – Para a enfermaria, já! – Com um movimento da sua varinha, ela conjurou duas macas que voaram na direção dos dois, os fazendo cair nelas e, depois continuaram a voar fazendo curvas bruscas. Passaram por cima das cabeças de alguns alunos a caminho da enfermaria e, Harry pôde jurar que ouviu Luna lhe desejando um bom dia.

- Lovegood é louca. – Resmungou Malfoy, Harry nem tinha notado,mas o loiro estava ao seu lado em uma maca igual a sua, e em cima dela voava na mesma velocidade.

- Ela é uma ótima pessoa, ao contrario de certos convencidos que conheço. – Retrucou ele.

Draco deu uma risada fria e remexeu-se em sua maca voadora ficando de bruços, olhando os outros alunos passarem rápido.

- Zabini! – Ele gritou de repente fazendo Harry dar um pulo. – Seu cabelo está horrível!

- Obrigado pelo aviso, eu levei um tombo!O que você está fa... – Gritou o garoto abanando o braço, o resto da frase não pôde ser ouvida devido a mais uma curva brusca .

- A Luna é louca? – Perguntou Harry incrédulo. - Tem certeza que não é outra pessoa?

- Você está insinuando que sou louco? – Sibilou Malfoy.

- Hum... – Ele fingiu que pensava. - Estou.

- Então cuidado, - Ergueu as sobrancelhas. - Não sou responsável pelos meus atos.

- Era pra ter graça? – Resmungou o grifinório.

- Por que eu faria alguma coisa pra você rir? – Perguntou Draco em deboche.

- Oi Draco! – A garota morena de cabelos curtos abanou freneticamente para ele.

- Bom dia Pansy! – Respondeu o sonserino com um leve sorriso.

- O que está fazendo aí? – Perguntou ela sutilmente.

- Indo para a Ala Hospitalar! – Gritou, ela começava a se distanciar.

- Ah..mas por...

Outra curva brusca, e a voz da garota tinha sumido.

- Sei lá, por que você é um idiota. – Resmungou Harry em responda à pergunta de Draco.

- E você é um idiota de nariz quebrado. – Retrucou ele sorrindo.

N/A : Huahahaa! Eu sei que maltratei um monte de gente neste capitulo mas no próximo as coisas melhoram quanto à saúde deles. Mas acalmem-se pessoinhas desesperadas e fãs deles, calma tá? Ah, sim, e sintam-se à vontade para mandar bilhões de comentários!

Laura: Eu ainda não me conformei com aquele negócio de você ser o alguém, pelo-amor-de Deus! Mas ok...de nada pelas respostas, espero a sua volta da viagem!

Nina: É, parece que você sobreviveu mesmo aos tufões e maremotos...hehehe, como você pôde ver, eu coloquei aquilo...e durou o capítulo inteiro...Mas diga, é realmente desnecessário, agora não tem mais volta mesmo, já postei e ponto. Bem, eu tenho pelo conhecimento da total falta de romance da minha fic...mas olhe só, vai ter um casal lá no capítulo 28, e um parágrafo ou dois sobre eles no 29...e depois só no último...35. Quanto a me matar e tomar a minha fic, postar ela toda a semana...Eu acho que ainda vou ficar viva por mais algum tempo...hehhe