Acordos Inimigos

"A verdade nos leva a todos os lugares, até mesmo para a prisão"

Rony fungou, tinha a esperança que alguém mais disposto levantasse e fechasse logo aquela maldita janela. Estava quase tremendo quando, em um ataque de fúria sonolento, levantou e fechou aquilo.

Apertou os olhos. Se não estava tendo alucinações, havia alguém deitado perto do lago. Sacudiu a cabeça debilmente, o sono sempre o deixava tonto, mas ainda sim continuava lá, imóvel.

Viu há alguns metros do sujeito uma vassoura velha jogada no chão. Franziu o cenho, considerando a possibilidade de algum idiota ter caído da vassoura em plenos terrenos de Hogwarts, mas isto era realmente improvável.

Repentinamente um temor invadiu seu coração, olhou incerto para a cama ao lado. As cobertas estavam jogadas no chão, a cama desarrumada e as pantufas jogadas de qualquer jeito num canto.

Olhou novamente o sujeito perto do lago, depois para a cama, e desejou com todas as suas forças que não fosse ele.

- Droga. – Mas ele sabia que era.

Estendeu a mão para pegar sua capa, mas não a encontrou no lugar que habitualmente colocava. Com pressa, pegou a de Harry, ridiculamente curta para ele e, jogou nas costas, largando as cobertas, que se juntaram com as do amigo.

Estava decidido a acordar Hermione, ela saberia o que fazer caso Harry estivesse mal, ao contrário dele. Só havia um pequeno problema: garotos não podem entrar no dormitório feminino.

Iluminou a escada que levava para o dormitório feminino. Nem tentou colocar um pé no degrau, sabia muito bem que ele desapareceria instantaneamente. Um ruído chamou sua atenção, havia uma quartanista dormindo em cima de uma pilha de livros, sorriu para ela.

- Hey... hey você. – Sussurrou cutucando a garota.

Ela acordou assustada, olhando alarmada para os lados, em seguida bateu de raiva na mesa por ter adormecido.

- Quero que me diga como entrar lá. – Ele apontou para a escada.

- Eu posso saber o que você quer fazer no dormitório feminino? – Perguntou ela começando a organizar seus livros.

- Arre, não é nada disso. – resmungou corando, mas ela não conseguiu ver devido a pouca luz.

- E o que te leva a acreditar que eu ajudaria? – retrucou caminhando com custo até as escadarias, devido ao peso dos livros.

- É uma coisa muito importante... – Pegou gentilmente a pilha de livros das mãos dela.

- Hum... – Fez ela olhando bem para Rony. – Você é o irmão da Gina?

- Sou. – tentou não deixar a varinha cair enquanto equilibrava o monte de livros. – e monitor também.

- Monitor? – um sorriso se espalhou pela cara rosada dela. – Eu consigo que suba lá em cima se me levar naquele banheiro só para monitores...

- No banheiro? – repetiu ele incrédulo. – Eu levo.

- Que rápido... – Admirou-se a garota erguendo as sobrancelhas.

- Estou com pressa. – Resmungou Rony.

- Largue os livros. – Ordenou a garota se aproxiamndo.

Ele os deixou em cima de uma mesa, que rangiu com o peso.

- Agora só faça o que mandar, ok? – Ele assentiu. – Me abrace e no trajeto não largue de mim em nenhuma hipótese.

Ele corou, envergonhado, e desta vez não pôde esconder.

- Arre, é como dançar valsa. – Esclareceu ela o puxando para perto da escada.

- Mas eu nunca dancei valsa. – Resmungou se encolhendo.

- Ah, fique quieto. – O abraçou, colocou os pés em cima dos dele, ele chiou de dor. - Pode subir.

- Será que dava pra parar de pisar em mim? -choramingou ele.

- Só assim você vai conseguir subir. – Resmungou mau-humorada. – e trate de me agradecer.

Ele chiou novamente, mas pensando em Harry subiu o primeiro degrau. A escada pareceu incerta entre recusá-lo, e se transformar em um verdadeiro tobogã, ou continuar firme e o deixar subir.

Os degraus amoleceram um pouco, e os pés deles afundaram levemente. Ela ordenou que continuasse.

Quando chegaram ao topo, e alcançaram chão firme, ela se afastou e deu um pequeno sorriso.

- Foi um prazer conhecê-lo, Sr. Weasley. – virou-se para ir embora. – Quero ir tomar um bom banho naquele banheiro depois de amanhã...

- Ei! Onde ficam os dormitórios das sextanistas?

- Por ali. – Apontou para a esquerda, enquanto seguia para outro corredor.

Correu tentando não acordar ninguém que poderia começar um verdadeiro berreiro por vê-lo no dormitório, sabendo que estava começando a demorar demais para ajudar o amigo.

Abriu de vagar a primeira porta, não era esta. E embora se sentisse bastante tentado a entrar lá, o frio em suas canelas o alertou que não havia tempo para isso.

Era a quinta porta de carvalho que abria quando finalmente a encontrou. Estava com os ombros descobertos dormindo tranqüilamente. Sentiu um desconhecido estupor ao vê-la, e com certeza um grande alivio.

Cutucou-a de leve, ela acordou, em um estado de sonolência sorriu para ele.

- Rony... – depois de mais um cutucão ela pareceu acordar realmente, substituindo o sorriso por susto e vergonha, ela se encolheu contra a parede. – Rony! Como é que você entrou aqui!

- Pare de gritar. – Resmungou ele lamentando internamente pela garota ter tapado os ombros com o cobertor. – Acho que Harry está em apuros.

- O que?

- Ele não está na cama, e tem alguém caído perto do lago...

- Vamos lá. – ela pegou sua capa, e se cobriu, ignorando o olhar abobalhado de Rony.

- Tinha uma vassoura velha caída por lá. – resmungou Rony ofegante enquanto era jogado para fora pela escada do dormitório feminino.

- Vassoura? – Passaram pela Mulher Gorda. – Deve ter usado para sair...

Corriam muito rápido pelos corredores

- As portas da entrada principal são fechadas e trancadas à noite. – Ofegou a garota.

Rony a puxou pelo braço, fazendo-a parar abruptamente. Se encontravam em frente a uma das escadas que dava acesso ao salão principal. Ele apertou os olhos, identificando uma fenda.

- Parece que esqueceram de trancar hoje. – Resmungou, a puxando para que descessem a escada.

A gigantesca porta de carvalho estava encostada. Empurraram com força para conseguir abri-la.

- Isso não faz sentido.- Hermione estava esbaforida.

- Quer dizer que a porta não estava aberta quando ele saiu. – Começaram a correr pelo gramado. – caso contrário não teria pegado uma vassoura e saído por alguma janela...

- Harry nunca cairia de cima de uma vassoura por nada. – Se aproximavam rapidamente da vassoura, há alguns metros da pessoa caída. – Ele tem grande experiência com vôo...

Ajoelharam-se em volta dele, entreolharam-se. Antes que Hermione pudesse sacudi-lo, numa tentativa de acordá-lo, Rony o virou. Estava com o rosto cheio de terra, e parecia terrivelmente morto.

- Harry? – Pediu Hermione em pânico o sacudindo violentamente. – Harry!

Levaram um susto quando os olhos verdes se arregalaram, e ele inspirou profundamente.

- Você está bem? – Perguntou Rony se aproximando.

Ele se desvencilhou dos dois, se arrastando até as águas do lago. Parecia desesperado tentando afastar a água com as mãos, cavando na água.

- Mas o que diabos você está fazendo? – Perguntou Hermione indo para o lado dele. – Harry?

Baixou seu tom de voz ao ver os olhos vermelhos e marejados do amigo, que continuava a procurar alguma coisa desesperadamente no lago, embora fosse ficando mais devagar, como se perdendo as forças e as esperanças. Parou com as mãos ainda na água, baixando a cabeça e escondendo o rosto deles.

- O que aconteceu? – Perguntou Hermione suavemente, colocando a mão no ombro dele. Rony estava petrificado com a situação.

- Ele apareceu de novo. – choramingou, ainda escondendo o rosto.

- Ele? – Repetiu Rony confuso, Hermione o olhou feio para que se calasse, em resposta deu os ombros, confuso.

Sem aviso Harry ergueu a cabeça, os olhos, ainda vermelhos, agora arregalados.

- Ouviram isso? – Perguntou sussurrante.

- Isso o que? – Resmungou Rony.

Harry chiou para que ele ficasse quieto, e então conseguiram ouvir uma batida distante, seguida de alguma coisa caindo.

- Deve estar vindo do outro lado. – Murmurou Hermione. – Vamos embora daqui.

- Não – disse Harry.

- Não é nada, vamos embora antes que alguém nos veja aqui. – Murmurou Rony puxando o braço do amigo. – Estamos bem a vista das janelas.

Tentando ignorar o ruído que se repetia a cada pouco, eles correram até a porta de entrada do castelo, mas esta se encontrava fechada. Rony fez uma cara de desespero, a vassoura estava quebrada.

- Não sei se estava trancada quando eu sai. – Resmungou Harry. – Nem passei por aqui, fui direto para uma janela.

- Não acredito que isso está acontecendo, eu me nego a acreditar. – Disse Hermione se sentando exausta em um dos degraus da escada de entrada. – Quando eu e Rony saímos ela estava encostada...

Depois de um tempo procurando qualquer coisa incomum, os garotos também sentaram-se, um de cada lado dela.

- Queria saber como é que nós vamos entrar.- Perguntou Harry apoiando o rosto na mão, não conseguiam mais ouvir o barulho.

- Bem, pela manhã vai ter aula de trato de criaturas mágicas para alguém não é? – Disse Rony tristonho

- Pela manhã? – Repetiu Hermione indignada. – Você acha que eu vou ficar aqui no frio até amanhã?

Ele deu um sorriso bobo e logo depois falou:

- Se tiver uma idéia melhor... estou disposto a ouvir.

- Então a sua idéia é entrar quando as portas abrirem, ou seja, daqui a algumas horas? – Perguntou a garota com sua cara mais cética.

- Não, eu não tenho idéias. – suspirou o ruivo.- Se a gente entrasse assim todos nos veriam e estamos de pijama, seria meio estranho e então pegaremos detenção, de novo...

– Hey Harry, aonde você vai? – perguntou ela ao ver o amigo se levantar devagar e dar alguns passos.

- Se a porta está fechada, alguém passou por aqui e a fechou.

- Isso é bastante obvio. – Resmungou Rony.

- Não Rony, pense: Ela estava aberta quando vocês saíram, logo alguém já havia passado por ali, o que quer dizer que tem alguém aqui fora. – Parou um pouco. – Ou que este alguém voltou e fechou a porta...

- Não necessariamente. – Retorqui Hermione. – Pode ter sido apenas um professor que notou a porta aberta e a fechou.

- Não... – ele levantou o indicador. – Ouça, ainda está aqui.

O ruído muito distante continuava insistente ao longe. Os dois levantaram instantaneamente, passando a seguir Harry, que procurava a origem do som. Esconderam-se atrás de um pequeno morro, era possível ver uma figura distinta sob a luz do luar.

E com certeza esta figura era Draco Malfoy, ao lado de um grande saco cheio de objetos desconhecidos, mas de formas circulares. Estava cavando vagarosamente o chão do jardim, estragando a grama.

- O que diabos este louco esta fazendo? – Murmurou Hermione, Rony a cutucou para que ficasse quieta.

Uma outra figura esguia surgiu desfilando sob o brilho prata da lua, uma inconfundível loira de roupão e camisola.

- O que você está fazendo aqui? – resmungou Malfoy pousando a pá no chão.

- Deixe de ser mau agradecido, vim ajudar você. – Era possível ver que ela sorriu para ele. – Nunca havia o visto sujo de terra...

- E o que você esperava? – retorquiu perturbado. – Que estivesse pronto para um baile? Estou cavando um buraco, e não sou experiente nisso, ainda mais sem magia.

- Ou pode ser... – murmurou Harry sem aviso. – Que Malfoy tenha saído, deixado a porta aberta, vocês passaram e depois Fleur passou e fechou-a...

- Poderia ser um pouquinho menos simpático comigo? Está começando a me enjoar com todos estes elogios. – Murmurou ela sarcasticamente.

- Droga, o que eles estão fazendo? – Resmungou Rony olhando atordoado do saco cheio de coisas para a pá.

Repentinamente Harry se levantou, saindo do esconderijo seguro atrás do morro, e num sussurro de "já vamos descobrir..." caminhou em passos firmes até o topo do morro, e gritou muito alto.

Malfoy e Delacour olharam em sua direção imediatamente, Rony ergueu-se do seu lado um pouco constrangido e Hermione que ainda se levantava, correu para perto de Harry

- Potter? – Murmurou Draco em um quase gemido de dor.

- O que exatamente você está fazendo Malfoy! – Harry descia o morro cambaleante, os braços levemente estendidos para não perder o equilíbrio

Draco tentou esconder a pá atrás das costas, enquanto Fleur lhe lançava um olhar de incredibilidade.

- Hem...é... – gaguejou ele à procura de palavras, olhando para os lados com os grandes olhos azuis. – Plantando arbustos!

- Isso mesmo! – Confirmou Delacour enérgica. – Plantando arbustos no jardim!

- Vocês não estão plantando arbustos! – Falou Hermione se aproximando dos dois, seguida de Rony. – Não sei o que estão fazendo, mais com certeza não é nada dentro das regras!

- Estamos ornamentando o jardim, - Retrucou Malfoy rapidamente. - Não tem nada nas regras que fale sobre ornamentar o jardim. – ele parecia estranhamente assustado.

- Mas há uma regra sobre estar fora do dormitório depois da hora! – Disparou ela.

- E... – O sorrisinho sarcástico habitual voltou ao rosto dele. – Vocês três também me parecem bem fora dos dormitórios não é?

- Não estamos fazendo nada suspeito. – Disse Rony cruzando os braços.

- O que há de suspeito em plantar arbustos! – Intrometeu-se Fleur. – Será que ninguém gosta de arbustos por aqui?

- Chega dessas mentiras idiotas. – Falou Harry para todos.

- Que mentiras? – sibilou Draco. – Só por que hoje estou sendo excepcionalmente caridoso, plantando alguns arbustos neste jardim feio, não quer dizer que...

– Você está perdendo a habilidade inventiva de mentiras... – Resmungou Hermione sorrindo. - Estamos encrencados e isso é um fato , todos. –Olhou desgostosa para o sonserino.

– O que é isso? – Harry apontou para o saco.

- Nada! – Draco largou a pá e se atirou na frente do saco.

- Ok, saia daí e nos deixe ver o que tem dentro desse negócio. – riu-se Rony.

- Não. – decretou Fleur calmamente, se aproximando mais deles. – Eu ainda tenho o meu lugar de professora aqui, e se alguém der mais um passo em minha direção eu juro que vai ser expulso quando eu entrar naquele castelo. E se por um acaso muito improvável isso não acontecer, vai ficar tanto tempo em detenção que irá desejar ter sido expulso!Estamos entendidos?

- Estamos! – Disse Draco animado.

- A senhorita não tem o direito de fazer isso com alunos quando não tem motivo! – Protestou Hermione,

- A minha palavra vale mais do que a de vocês, que são alunos que vivem se metendo em encrenca! – A retrucou afastando os cabelos loiros dos olhos. – Ainda mais agora que estou completamente curada da minha dependência pelo Sr. Malfoy.

- Hem... – Interrompeu Draco. – Eu proponho um acordo.

- Acordo? – Gritou Hermione escandalizada. - Não há acordos para serem feitos Malfoy! Você está enterrando coisas nos jardins!

– Isso não parece muito certo. – adicionou Rony.

- E vocês estão fora dos dormitórios, isso também não é certo. – Retrucou Fleur.

- Mas ele está fora do dormitório e enterrando coisas no jardim! – Respondeu Rony desafiadoramente.

- Parem com isso, pombas! – Harry se meteu no meio dos dois. – Qual é o acordo?

- Simples, eu não conto nada se vocês não contarem. – Draco encarou os três rapidamente, saindo de cima do saco, desconfiado.

- Isso é um absurdo !Dumbledore tem que saber disso! – Hermione colocou as mãos na cintura. – Não, não e não! Não mesmo, pode esquecer disso!

Rony puxou Harry para trás da garota e cochichou:

- Harry, não podemos nos dar ao luxo de infringir as regras. Já tivemos muitas detenções, e se formos expulsos? – Ele olhou desconfiado para os lados. – Você ainda nem cumpriu a detenção por causa da briga com o Malfoy, e se eu pegar outras, vão caçar o meu distintivo...

- Ah...não me lembrava disso... – Se voltou para a garota. - Mione!

- Que foi? – Disse ele se virando para os dois.

- Podemos ser expulsos se pegarmos mais detenções.

- Expulsos?

- É, melhor aceitarmos esta proposta, afinal, o que ele está enterrando não deve ser nada de muita importância - Continuou Harry. – Deve estar pregando alguma peça idiota nos alunos da Lufa- Lufa ou até mesmo em nós, é bem típico dos sonserinos.

- Mas Harry, não dá, e o Dumbledore? – sussurrou a garota

- Mione, não podemos ser expulsos agora – Murmurou Rony em tom de alerta.

- Ok.Mas isso não vai ser bom.

Os três se viraram para Draco e Fleur.

- Reuniãozinha? – Perguntou ele num falso sorriso

- Não é da sua conta Malfoy. – Retrucou Rony fechando a cara.

- Certamente educação não é o seu forte Weasley. – sibilou ele em resposta.

- Certamente nem o seu não é?

- Com licença, tem mais alguém aqui interessado em ir para o castelo? – interrompeu Harry. - Pois bem, vamos fazer este acordo, mas tenho uma condição.

Rony e Hermione olharam confusos para ele.

- O que é? – Perguntou Draco, que parecia muito cansado de tudo aquilo.

- Vocês dois, além de não contarem à ninguém sobre a nossa saída fora de hora, vão nos arranjar um jeito de entrar no castelo são e salvos.

- É! – Concordou Rony rapidamente, se dando conta de que entrar no castelo sem ser visto seria realmente difícil. – Bem longe do Snape ou qualquer monitor.

Malfoy colocou a mão no queixo e, por um breve momento, seu olhar ficou distante.

- Ok. – Confirmou em seguida.

- Vamos então? – Perguntou Hermione.

Ele não respondeu, estava pensando em alguma coisa, muito longe dali. Um sorrisinho, que não deixou Hermione nada feliz, desenhou-se no rosto dele, e então voltou o olhar para os grifinórios.

- Então, vamos fechar este acordo? – sussurrou ele ainda sorrindo, estendeu sua mão para eles.

- Já está fechado – Interveio Hermione.

- Acordos só se fecham com apertos de mão. – Disse Fleur olhando estranhamente para Malfoy.

- Você quer que eu aperte a sua mão? – Perguntou Rony incerto.

- É,será que é tão difícil fechar acordos com grifinórios? – Mas ele não parecia nem um pouco incomodado.

- Por que eu apertaria a sua mão?

- Ah!Diabos! – retrucou começando a ficar impaciente. - Não comece com isso Granger! Só apertem a minha mão!

Rony o fez tão rápido que aquilo decididamente não poderia ser considerado um aperto de mão, o mesmo sucedeu com Mione, embora esta carregasse uma certa incerteza nos olhos.

Quando ficou em frente a Malfoy, que estava com a mão estendida, ele lembrou de um fato, a alguns anos atrás, quando ainda era só um menino de onze anos e recusara-se a apertar aquela mão. Tinha certeza de que naquele momento agira corretamente, nem podia imaginar como seria se tivesse aceitado a amizade de Draco Malfoy. Será que estaria do lado do mal? Seria um sonserino e desprezaria trouxas e os Weasley como Draco? Talvez, mas seria volúvel a ponto de mudar até a sua personalidade por causa de um mero aperto de mãos? Não poderia crer nisso, era mais forte que as influencias, era Harry Potter do jeito que era e ninguém iria mudá-lo, nunca.

Malfoy observou-os se afastarem seguindo Fleur, estava feliz com o que havia prometido. Limpou a mão que apertara as deles na blusa, que já estava suja de terra, fazendo uma careta de nojo. Logo depois continuou a cavar o buraco.

Tirou do saco uma das esferas prateadas e brilhantes, com um pouco de receio, colocando-a cuidadosamente no fundo do buraco e tapando com terra. Distanciou-se alguns metros, sabendo que não podia usar magia perto daquilo, e conjurou muitos arbustos.

Plantou um deles em cima da terra que cobria a esfera, sorrindo bobamente de sua própria idéia. Distanciou-se e observou de longe o seu trabalho: a planta estava meio torta, mas não se deu o trabalho de arrumá-la.

Quando terminou estava exausto, observou os arbustos estrategicamente distribuídos por uma grande extensão do jardim. Viu que haviam sobrado algumas esferas, e decidiu que não seria necessário enterrá-las também, colocou a pá por cima do ombro, tirou um pergaminho sujo do bolso da calça, afastou as mechas loiras da frente dos olhos.

Trezentos passos da grande construção,

Frondosa planta a recebe,

Envolta em símbolos de poção

Folhas que nunca perecem

Quinze passos pela grande espada

Nas profundezas da terra

O abrigo lhe aguarda

Se permanecesses fechada

Para o sempre serás enterrada

Vida caída esconde a entrada

Oculta o que necessitas para nunca ser achada

Livra-te das evidências

Doce alma do mal aliada

Fungou, olhando a distância média que estava do castelo, agarrou o saco com as esferas, seguindo até uma grande árvore na orla da floresta proibida.

Havia decifrado aquele poema há muito tempo, ele revelava um esconderijo onde deveriam esconder as esferas. Mas não fora criado exatamente para isso, há muito tempo era um pub secreto de encontros sonserinos.

N/A: Acreditem, vocês realmente não sabem por que "prometido" de "Estava feliz com o que havia prometido" está em itálico...huahahahaha, mas eu sei! ( Ainda bem, né...) então falem e comentem sobre este capítulo, sobre os outros, sobre a fic... sobre tudo o que quiserem, mas comentem!

Laura: Bem, eu realmente achoq eu existem regras da gravidade, mesmo no mundo bruxo...Se você largar uma maçã, ela cairá ( não necessariamente na cabeça de um gênio, mas...) Desconsiderando, é claro, um eventual feitiço que possa ter sido lançado na maça...