Novos métodos de ensino
"Decepcionar
é um prazer"
Giles Deleuze
- Estão todos aqui? – a voz de Alvo Dumbledore ecoou no salão principal. – Espero que estejam, afinal já está bem na hora de acordarem!
Alguns alunos resmungaram palavras desconexas e passaram a prestar atenção no diretor.
- Eu tenho uma notícia muito animadora para todos vocês! – Ele lançou um olhar divertido para as mesas das casas, e sob o olhar de censura de Minerva, falou – Mas vou deixar que se deliciem com o seu café da manhã e a expectativa, antes de eu começar a informá-los.
Rony, que estava sentado em frente a Harry, balançou a cabeça com um pequeno sorriso.
- Eu tinha certeza que ele não ia dizer agora... ele nunca faz isso. – comentou ele com Harry.
- Ah, sim... – Ele estava distraído, nem ouvira o que o diretor havia dito.
Na noite passada haviam sido levados de volta para o castelo por Fleur. De fato, ela fez isso direito ao usar uma passagem até a torre da Grifinória que nenhum deles conhecia. Bem, pelo menos não haviam sido chamados por nenhum professor para prestar explicações...
O que o intrigava era o que Malfoy enterrava... Não fazia a mínima idéia e afastou esses pensamentos perturbadores de sua mente. De relance, olhou para a mesa da Sonserina. Lá estava Draco, ele e sua rotineira arrogância. Levou alguns segundos até que percebesse que estava sendo observado, ele lançou a Harry um olhar de "Sim, no que posso ajudá-lo?", fazendo-o sentir-se em um vôo de avião. Desviou sua atenção para as próprias torradas, tentando não rir da imagem ridícula de " Draco-aeromoça" que se formara em sua mente.
- O que vocês acham que é? – A voz de Hermione o despertou de seus pensamentos.
- O que é o que?
- A tal da surpresa!
- Sei lá... – Resmungou Rony antes que o outro pudesse responder. – Espero que tenham adiado todos testes de porção.. e que nos dêem nota máxima por ter tido que aturar a praga do Snape em duas matérias antes de chegar à nova professora.
- Apoiado! – Disse Harry levantando o braço, vários alunos olharam para ele estranhamente.
Hermione se limitou a dar um suspiro de impaciência. Depois tentou falar alguma coisa, mas pareceu ficar sem palavras, parecia muito brava com aquilo.
- Que foi que disse? – Harry perguntou em tom de riso. – Você está gaga?
- Eu não sei, só queria dizer que... – ela pareceu ficar muda.
- Que tipo de brincadeira mais sem-graça é essa? – Pediu Rony visivelmente preocupado.
- Eu não consigo falar sobre.. – A voz faltou de novo.
- Crises de falta de voz! – Falou Rony escandalizado. – Pare já com isso!
- Não são crises! Esqueçam, eu dou um jeito nesse problema. - Os dois se entreolharam não muito satisfeitos com a decisão.
- Minha estimada amiga Minerva está aqui do meu lado resmungando para que eu conte logo aos senhores, pois então, vou contar. Agradeçam a ela! – disse o diretor sorrindo
Ela deu um breve aceno constrangido para alguns poucos alunos que gritaram agradecimentos dizendo que a amavam. Dumbledore não precisou pedir silêncio como habitualmente fazia quando necessitava falar alguma coisa importante.
- Permito-me dizer, que até eu mesmo fiquei surpreso com tal convite. Realmente nunca cheguei a pensar que uma coisa dessas pudesse acontecer... – Os cochichos tomaram conta do salão.
– Eu! – Ele continuou mais enfático, todos voltaram a se calar. – Não recebi esta noticia como uma novidade boa, por motivos que, a mim, parecem óbvios. Mas também devo falar-lhes que eliminando alguns fatos que poderiam vir a acontecer, é a coisa mais maravilhosa que se pode ter em treinamento de aurores. – Ele deu um pequeno tempo para que os alunos olhassem um para os outros confusos, e depois continuou. – Devem estar se perguntando... mas o que diabos esse velho gagá está falando? – Deu um sorriso a todos. – Eu os informo que quem deseja, pretende ou está tentado, seguir a carreira de auror tem agora uma ótima oportunidade de visitar um lugar onde mais se concentram aurores, onde eles estão prontos pra qualquer coisa, onde estão somente os melhores. – Olhou para todos – Alguém sabe onde fica isso?
- Hã, no ministério da Magia? – Tentou um.
- Passou perto...
- No Beco Diagonal? – Disse outro
- Só se eles estivessem de férias fazendo compras, meu caro.
- Na Travessa do Tranco? – Arriscou um pequenino.
Os sonserinos explodiram em risadas debochadas.
- Chega! – Interrompeu Snape fazendo todos e calarem abruptamente.
- Hum, obrigado Severo... – Disse o diretor com um leve tom de duvida na voz. – A resposta é Azcaban, a prisão dos bruxos! O ministro da magia me informou que todos estão convidados, que é totalmente seguro... e a melhor forma de preparar novos aurores. Vocês vão ver como eles trabalham, de que forma agem. E mais uma coisa, receio que a mais importante de todas: TODOS PRECISAM DA AUTORIZAÇÃO DOS PAIS!Não vai haver falsificações, nem nenhum tipo de desculpa! Vão ser organizados grupos de acordo com a idade, somente os alunos do quinto ano em diante...
Harry deu um muxoxo aborrecido, Rony olhou desconfiado para seus colegas de mesa, mas depois pareceu ficar feliz
- Eu não acredito que vocês vão poder ir pra Azcaban, junto com os melhores aurores e eu vou ficar aqui! – Disse Harry fincando fortemente o garfo em uma torrada.
- Dumbledore vai deixar você ir. – Resmungou Rony
- Talvez eu também não vá... – Disse Hermione. – Não sei se quero ser auror...
- É uma ótima oportunidade... – resmungou Harry sincero.
- Eu sei, mas por algum motivo não me parece seguro...
- A mim também não, afinal, lá estão os piores bruxos das trevas... – O ruivo abriu um grande sorriso. – Mas se o próprio ministério nos convida... deve ser.
- Hum... é...ok, acho que sim. – resmungou ela;
- Mione! Deixe de bobeiras! – Interrompeu Rony quase pulando. – Não é todo o dia que se pode ir a um lugar destes, e mesmo que você não queira ser auror, pode ir...afinal estará pesquisando sobre a profissão...
- Os alunos que desejam ir por favor se dirijam aos diretores de suas respectivas casas. – falou Dumbledore muito alto. – E imediatamente um convite oficializado pelo ministro será mandado para seus pais...
Katie Bell vinha correndo até Harry, e o agarrou pelo braço.
- Treino agora mesmo, e não me olhe assim por que sei que está livre! – ela olhou para Rony antes de sair correndo novamente. – E você também.
- Ah sim. – Adicionou o diretor. – O prof Hagrid pede que tenham cuidado ao sair para o jardim,
alguém plantou arbustos por todos os lados e eu não gostaria que eles fossem pisoteados desumanamente.
Rony e Hermione se entreolharam confusos, mas nenhum deles disse uma só palavra, ao que Harry decidiu não falar também. Harry partiu sozinho para o campo de quadribol, os outros haviam ido para a fila que se formara na frente à profa. McGonagall para confirmar que desejavam que ao convite fosse enviado para as famílias.
Achou estranho ver os gramados interrompidos por arvorezinhas em toda a parte, mas teve que admitir que Malfoy tinha algum senso de disposição, pois os arbustos quase formavam o contorno do símbolo de Hogwarts, e depois havia muitos outros dispersos.
Vistoriou muitos deles a caminho do campo de quadribol, mas não pareciam diferentes de qualquer arbusto normal que já havia visto em sua vida.
- Potter! – Katie já estava na entrada do campo segurando sua vassoura. – Pare de admirar a grama e venha treinar!
Afinal ele descobriu o motivo de tanto desespero por parte da garota e capitã do time grifinório: quando todos os componentes do grupo que foi possível reunir chegaram, ela noticiou que o jogo havia sido transferido para o dia seguinte, no fim da tarde. Era por causa da viagem à Azcaban, que ocuparia muitos alunos e dos empregado do ministério que ainda viriam para retirar os centauros da floresta, que exigiam silêncio, o que não era possível no meio da gritaria de um jogo de quadribol .
Não foi para menos que a equipe toda entrou em pânico, mas a capitã tratou de acalmá-los dizendo que haviam treinado bastante, e que sempre venciam a Sonserina. Só faltava rever o desempenho de uma certa pessoa no grupo.
- Então Harry, aqui está sua vassoura. – Ela entregou a Firebolt que havia sido emprestada à Gina. – E este é nosso novo time: Rony goleiro, Colin, Gina e eu artilheiros, André Kirke e Juca Sloper já era os batedores do ano passado, e vão ficar conosco este ano também.
- Virou artilheira? – Perguntou descontraído para Gina, mas a capitã interveio antes que ela pudesse responder.
- A Weasley é boa em tudo. – Abriu um sorriso de orelha a orelha.
- Então vamos começar logo a treinar. – Interveio Sloper.
- Não, só mais uma coisa. – ela tirou um pedaço de pergaminho do bolso. – Recebi a escalação dos jogadores sonserinos: Bletchley goleiro, Crabbe e Goyle batedores, Pucey, Warrington e Malfoy artilheiros, Zabini apanhador.
- Espera aí! – Exclamou Harry. – Você disse Zabini apanhador?
- Isso mesmo, e Malfoy artilheiro e novo capitão. – Ela fungou. – Montague está na enfermaria por causa de uma poção que tomou, e não está apto para seu cargo de capitão...
Harry congelou, então era aquela a surpresa reservada ao jogo de quadribol por Draco... Ele finalmente pararia de competir com Harry pelo pomo e ficaria com a goles?
- Não confio muito neste Malfoy... – Resmungou Gina. – Ele não é um péssimo apanhador, mas não bate nem longe em Harry. Agora não sei como ele é no posto de artilheiro...
- Nem eu. – Fungou Katie. – e isso não me agrada nem um pouco.
- Hey! – Interrompeu Rony. – Não vamos nos preocupar com este idiota, o que se pode esperar de um time chefiado por ele?
O time pareceu ficar animado em lembrar das constantes vitórias sobre o time sonserino, e se pôs a treinar arduamente. Quando Harry alçou vôo em busca do pomo, parecia que nunca havia sido proibido de jogar e que o tempo parado fora somente uns dias.
Rony estava excepcionalmente bem naquele dia, defendeu cerca de trinta goles de cada artilheiro, os quais pareciam ter uma mira muito boa.
Sloper e Kirke estavam competindo para ver quem conseguia fazer o balaço atravessar o aro central na outra extremidade do campo quando Katie os xingou por ter sido quase atingida pela outra bola que eles deveriam estar mantendo afastada dos jogadores
Um ponto dourado reluzia logo abaixo da baliza esquerda que Rony protegia. Ele disparou para lá, desviando dos artilheiros e da goles, que por pouco não acertou sua cabeça e agarrou a bolinha.
- Ótimo tempo. – Gritou Gina.
- Obrigado! – disse ele sorrindo com o pomo de ouro na mão.
Rony se distraiu com a cena e deixou duas goles entrarem, uma por Colin seguida de outra por Katie. Ele voltou sua atenção para as balizas, balançando a cabeça com um grande sorriso.
As arquibancadas se encheram de gente, anunciando que um grande jogo começaria, a Copa Final de Quadribol de Hogwarts estava para começar, e não havia um aluno sequer, em toda a escola, em algum lugar que não fosse o campo ou as proximidades do mesmo.
- Muito bem. – disse Bell cheia de expectativa. – Esse jogo promete, nós vamos ganhar, gente!
Gina sorriu da garota que quase estava pulando de ansiedade.
- Nosso ultimo treino comprovou que a equipe está melhor do que nunca. – Ela pulou. – E eu que achava que montar um novo time ia ser um desastre... Ficou tudo perfeito, vocês estão entre os melhores que eu conheço!
Rony arqueou as sobrancelhas diante do aparente exagero cometido pela capitã, mas sentiu-se, assim como o resto do time, feliz por ela não ter começado um discurso como Wood fazia todo o santo jogo.
Quando saíram para o campo, o time sonserino já estava parado no gramado, Draco estava à frente, escorado em sua vassoura com uma expressão vaga, admirando os adversários. Crabbe e Goyle simulavam uma luta de trasgos logo atrás enquanto os artilheiros e o goleiro mantinham uma pose mais aceitável.
- Podem apertar as mãos. – disse Madame Hooch.
Katie se adiantou em apertar a mão de Malfoy, ele deu um sorrisinho mau, que, na opinião de Harry, era mais amedrontador do que qualquer aperto de mão quebra-ossos.
Os jogadores saíram do chão, os goleiros dispararam para as balizas e a juíza jogou a goles para cima.
- Meu nome é Steve Welly e a Grifinória está com a posse da bola! – a profa. Minerva deu um pequeno sorriso diante da boa educação do novo narrador. – Weasley passa para Creveey que passa para Weasley de novo e ela se aproxima das balizas, passa para a capitã...Bell está com a posse da goles...AAhhh, Bletchley defendeu muito bem... Passa para Malfoy, o novo artilheiro que antes era apanhador... – ele baixou a voz. – E nós sabemos muito bem por que este incompetente mudou de posição...nunca vi apanhador pio...hem, quer dizer, esperamos que seja um sucesso como artilheiro!
Harry sorriu para o quartanista da Corvinal que era o novo narrador, embora sentisse falta de Lino Jordan e os constantes ataques da Profa. Mcgonagall, devido à grande afeição de Jordan pelo time grifinório. Voltou, assustado, sua atenção para o pomo, Zabini sobrevoava calmamente o campo, esquadrilhando o gramado com seus nebulosos olhos azuis.
- Pucey desvia do balaço de Kirke, passa para Warrington, para Malfoy...
Ele olhou para Rony, que retribuiu com o olhar de apreensão, Draco se aproximava sussurrando alguma coisa amedrontadora. Repentinamente ele se ergueu e a goles voou como um canhão de sua mão. Rony colocou a mão na frente, mas devido à força, bola continuou seu rumo, batendo nos dedos do garoto.
- Ponto da Sonserina! Uh, esta deve ter doido! – Exclamou o narrador. – Parece que Malfoy é melhor nesta posição afinal...putz, esperamos que não tanto... – Minerva o cutucou sem sair de sua pose elegante.
Rony olhou para Harry outra vez, e este fez um gesto para que se acalmasse, era a expectativa que o fazia um mal goleiro. Afinal, todos os treinos dos quais ele havia participado com tranqüilidade foram um sucesso. O goleiro grifinório jogou a goles para irmã, que disparou em direção das balizas sonserinas.
- E lá vai a caçula Weasley, que tem se mostrado um sucesso nas últimas partidas, passa para Bell não, Pucey intercepta, passa para Malfoy não, Creveey intercepta, passa para Weasley... ponto para a Grifinória!
As arquibancadas vermelhas azuis e amarelas se ergueram juntas em uma viva, seguida dos abafados resmungos da torcida verde.
O jogo continuava acirrado entre os artilheiros, batedores e goleiros, porém os dois apanhadores estavam cheios de expectativa pela primeira aparição do pomo, que hoje se escondia excepcionalmente bem. Zabini mergulhou, e por um breve instante Harry sentiu o impulso de segui-lo, mas percebeu bem a tempo que o outro só fizera aquilo por causa de um balaço.
Aos setenta a cinqüenta para a Sonserina o ponto dourado foi avistado pelos apanhadores, que mergulharam ao mesmo tempo. Estavam emparelhados, Se entreolharam rapidamente, as mãos se estenderam e a coisa mais inusitada no mundo aconteceu. Harry agarrou a bolinha dourada, e Zabini uma das asinhas que, instantaneamente cortaram a palma de sua mão, mas ele não largou, o pomo escorregou da mão de Harry, agora cada um segurava uma das asas, se negando a soltar.
Os artilheiros param para observar a cena, os apanhadores estavam parados em cima de suas vassouras, puxando o pomo cada um para o seu lado. Madame Hooch não sabia o que fazer, se pôs em baixo das duas vassouras que ainda estavam no ar, avaliando a cena.
Repentinamente as asinhas se soltaram, Harry ficou com uma na mão e a outra estava com Blaise. O silêncio era mortal no campo, a bola dourada sem asas caiu, batendo na cabeça de Madame Hooch, e depois no gramado.
- É uma situação realmente inusitada. – Comentou o comentarista perplexo. – Parece que Madame Hooch vai dar a sentença...
A juíza saiu do campo esfregando as pontas dos dedos onde o pomo sem asinhas havia caído em sua cabeça, sumindo entre a multidão. Os jogadores permaneceram paralisados, Gina estava com a goles debaixo do braço direito, perplexa.
- Um aluno mensageiro acaba de me passar à decisão. – Disse o comentarista desdobrando um pedaço de pergaminho. – Considerando que ambos apanhadores apanharam o pomo, e não há como provar quem foi o primeiro a agarrá-lo, os pontos serão igualmente divididos e o jogo será dado por encerrado. – Ele pigarreou voltando a dobrar o pergaminho. – Por tanto minha gente, são setenta e cinco ponto para cada equipe, o que nos dá145 a 125 para a Sonserina.
Os jogadores e torcedores continuavam imóveis, custando a acreditar no que ouviam.
- Vitória Sonserina pessoal! – Repetiu o comentarista desanimado.
Repentinamente, como se um botão de "liga" tivesse sido ativado, a torcida da Sonserina gritou vivas sem parar, Malfoy permaneceu estático, ainda descrente que tudo aquilo não era um sonho. Bletchley quase saiu da vassoura de emoção, Crabbe e Goyle deram vivas sacudindo os bastões, Pucey e Warrington voaram até o capitão sonserino, que começava a sorrir visivelmente diante de sua vitória.
N/A: Então, um joguinho de quadribol não podia faltar afinal, estamos em Hoggy! Eu sei que muita gente está se perguntando, por que diabos eu fiz com que os sonserinos ganhassem...e eu respondo: Não foi só por que eu gosto do Draco, ou de qualquer um deles,mas sim por que teve um outro jogo nesta fic ( há muitos caps atrás, quando eles voltam ao passado, pra era dos marotos. Acho quefoi no capítulo 11, é foi sim.) e os grifinórios ganham...então, pobres sonserinos, deixem eles ganharem um pouquito!
Nina e Laura, obrigada pelos comentários... Eu realmente não me encontro com animo para escrever uma resposta a altura das suas reviews ( principalmente a sua, Nina, talvez por que ela tenha um quilômetro de extensão...mas eu realmente amei ela! É a minha preferida! Hhiaia! Intermináveis ps's!)
